Odilon Redon - Young girl In a blue bonnet (1840-1916) Onde está a sombra de um objeto apoiado no muro? Onde está a imagem de um espelho apoiado na noite? Onde está a vida de uma criatura apoiada nela mesma? Onde está o império de um homem apoiado na morte? Onde está a luz de um deus apoiado no nada? Nestes espaços sem espaço está talvez o que procuramos. Roberto Juarroz Poésie et Réalité, Ed. Lettres Vives, 1995 |
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... “Faz escuro mas eu canto porque a manhã vai chegar.” Thiago de Mello Estamos no final de 2021 e como este ano passou depressa! Quase não percebemos o tempo voar. Para o CETRANS foi um período de muitas realizações, pois acompanhamos de perto as apresentações do III Congresso Mundial de Transdisciplinaridade, na sua modalidade virtual. Ele teve a duração de 44 semanas, com duas sessões semanais, às quartas e sextas-feiras. Todo o material apresentado no Congresso, apresentações PowerPoint e textos, encontram-se gravados no Canal do YouTube https://www.youtube.com/c/3CMTr. Eles estão armazenados num diretório especial do site oficial. A Comunidade Integrada CETRANS, sob a coordenação de Adriana Caccuri, realizou o projeto “Fluxus de Palavras”* que vai culminar num Banco de Dados que ficará disponível no sistema WEB. Este material vai estar organizado e catalogado com várias possibilidades de busca para facilitar a consulta dos usuários. O projeto constitui-se na memória viva de um acontecimento único, que mostrou uma gama de percepções sobre a realidade. Isso gerou um panorama de parte do conhecimento que se desdobrou em muitas vertentes: científica, cultural, simbólica, política, educacional, antropológica, ecológica, incluindo a das culturas originárias, entre outras. Assistimos apresentações de representantes de várias instituições que se inserem nos diferentes continentes: americano, europeu, africano e, timidamente, o asiático. Estes pesquisadores apresentaram os problemas que os afligem e as diferentes soluções encontradas através das práticas epistemológicas: disciplinaridade, inter, pluri e/ou transdisciplinaridade. A epistemologia da Complexidade, desenvolvida por Edgar Morin, foi usada em vários trabalhos apresentados, assim como a da Decoloneidade, focada principalmente pelos países da América Central, América do Sul e do México. A maior parte dos países africanos vêm trabalhando em conjunto com a UNESCO. Os projetos apresentados por eles eram, na sua maioria, ligados à educação e ecologia. O modelo difundido por essas instituições teve como linha condutora a cultura da paz. A Transdisciplinaridade pouco apareceu em muitos dos trabalhos apresentados. Enquanto epistemologia e forma de ver e viver no mundo, ela precisa de mais tempo, mais conhecimento, leituras e experiências, para ser compreendida e experimentada. Talvez, no decorrer de 2022, durante a preparação do Congresso presencial e na sua realização, em novembro de 2022, tenhamos a oportunidade de nos aproximar desta nova forma de pensar, sentir e fazer. A Realidade que se apresentou durante as 44 semanas, frequentemente, foi bastante dura, mas mostrou a força das pessoas que operam na escuridão, mostrou suas feridas, mas também o bálsamo que pode curá-las. Muitas vezes, elas nos fizeram lembrar o verso do poema de Thiago de Mello: “Faz escuro, mas eu canto porque a manhã vai chegar”. * "Fluxus de Palavras": Projeto pensado por Adriana Caccuri com criação e elaboração coletiva de membros e não membros do CETRANS. (Veja na sessão Palavra do Leitor mais informações sobre o projeto). |
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Cleo Busatto: O troféu Baobá é um prêmio concedido a contadores de histórias, escritores, editoras, movimentos e fundações pela difusão da arte narrativa no Brasil, oferecido pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. No dia 06 de novembro foi a vez da escritora e contadora de histórias Cléo Busatto ganhar o prêmio. Cléo disse na ocasião: “Foi uma alegria receber o Baobá. Ele chegou como reconhecimento da minha carreira como contadora de histórias, na cidade onde iniciei esta jornada. Viva São Paulo. Viva a Cultura.” |
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Cléo lançou, também, um novo livro – Encantados do Brasil – no dia 21 de outubro na feira de Frankfurt numa produção conjunta da CLB Produções com a GiraBrasil. |
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Edgar Indalécio Smaniotto publicou o livro Temas e Problemas em Filosofia pela Editora Senac. O livro apresenta de forma sucinta e didática os principais temas e problemas aos quais se dedica a filosofia. Expõe as principais características de um problema filosófico, para fazer um percurso pelos quatro períodos históricos da filosofia: antigo, medieval, moderno e contemporâneo, selecionando em cada período um ou mais problemas filosóficos, apresentando-os como representativos das discussões filosóficas de então. |
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O problema cosmológico, o princípio de tudo, na filosofia antiga. A condição humana e as provas da existência de Deus na filosofia medieval e a natureza do conhecimento e o problema mente/ corpo na filosofia moderna. Por fim, foram discutidos nesta primeira parte do livro, alguns problemas filosóficos contemporâneos relativos ao campo da ética e da filosofia moral: É moral aplicar a pena de morte? Pode uma guerra ser moralmente justificada? O aborto é moralmente válido ou é imoral? Os animais não humanos são passíveis de direitos? Por fim, aborda as principais áreas temáticas da filosofia, de forma que o leitor tenha uma visão global desta que é a mais antiga forma de conhecimento racional existente: |
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Conhecimento e Ciência (Epistemologia, Filosofia da Ciência e Lógica) em que trabalhamos com o exemplo da astrobiologia; Valores e Política (Filosofia Política, Estética, Ética) em que abordamos a filosofia pragmatista de Richard Rorty; Visão de Mundo e o Homem no Mundo (Antropologia Filosófica, Metafísica e Ontologia) em que avaliamos um clássico texto de Engels de antropologia filosófica e foram discutidas as questões energia e matéria escura sob a ótica da metafísica. |
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Samuel Lopes Pinheiro, novo membro CETRANS, fez parte do coletivo de organizadores do Encontro e Diálogos com a Educação Ambiental - EDEA, através da comissão científica. O EDEA é um evento organizado pelos discentes do Programa de Pós-graduação em Educação Ambiental – PPGEA da Universidade Federal do Rio Grande – FURG. Em 2021, em sua 13ª edição, o evento transcorreu pela segunda vez de forma totalmente online e se deu entre os dias 25 e 30 de outubro. Desde suas origens em 2008, o EDEA tem se constituído como um espaço de educabilidade ambiental para além de sua instituição de origem, ao encontrar diálogo e participação da comunidade brasileira e latino-americana. |
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Na atual edição, os organizadores apontaram para o aprofundamento de uma série de crises que já anteriormente estavam presentes e que agora somam-se a outras tantas incertezas da atual conjuntura brasileira. |
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O tema anunciou uma exclamação: Precisamos falar de cotidianos! Foram 3 Mesas de debates, intituladas: “Violências cotidianas nos ambientes, territórios e sociedade”; “Cotidianos hackeados: os desafios do ensino digital na era das democracias fakes” e “Utopias, movimentos e resistências”. Quatro Grupos de Trabalho – Gts discutiram sobre: “Vida remota: repensando nossos modos de ser e estar no novo cotidiano”; “Corpos e territórios em resistência: Educação Ambiental cotidiana insurgente”; “(In)Segurança alimentar na América Latina: luta, resistência e solidariedade” e “A Ética do Cuidado e as aprendizagens de si e para o outro em tempos de pandemia”. O último dia do evento foi dedicado à realização de oficinas e minicursos. E em paralelo ao 13º EDEA, ocorreu o III MOLA, Mostra Latino-Americana de Arte e Educação Ambiental, que reuniu diversas manifestações estéticas como audiovisual, poesia, fotografia, dança, música e outras linguagens artísticas que dialogaram diretamente com a temática de cotidiano e Educação Ambiental. Para maiores informações sobre os eventos, acesse: https://www.edeafurg.com e https://3mola2021.wixsite.com/my-site. |
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Rodrigo Mindlin Loeb – Arquiteto, Urbanista e professor, participou como painelista no encontro virtual “O papel da arquitetura e do urbanismo na busca por cidades mais inclusivas e justas na luta contra as mudanças climáticas: o Guia IAB para a Agenda 2030 - ODS 1 e 11". Encontro organizado pela Comissão de Política Urbana e Habitação Social do Instituto de Arquitetos do Brasil, tendo como Coorganizadores(as): ABEA - Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo; ABM - Associação Brasileira de Municípios; Cities Alliance; CNM - Confederação Nacional de Municípios; Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil - CAU/BR; FNA - Federação Nacional de Arquitetos e Urbanistas; ICLEI - Governos Locais pela Sustentabilidade; Rede ODS Brasil; PCS - Programa Cidades Sustentáveis. |
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Integra uma série de nove lives para apresentação e debate dos projetos arquitetônicos e planos urbanísticos selecionados para o 2º Guia IAB para a Agenda 2030 e seu papel na garantia de cidades mais justas e inclusivas à luz da luta contra as mudanças climáticas. |
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Rodrigo apresentou o projeto de uma escola para uma comunidade no Senegal, que teve como princípios a busca de respostas da arquitetura para uma transição a um modelo pós extrativista e de integração social e ambiental, como alternativa para reversão do iminente colapso ambiental, contexto em que a arquitetura e urbanismo tem protagonismo nos impactos negativos, dado o seu modelo de produção. |
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Representantes dos Povos Originários do Brasil – Sonia Guajajara, Jozilleia Kaingang, Ana Patte, Célia Xacriabá pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade – ANMIGA e pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB, participaram da Conferência da Mudança Climática da ONU – COP26, cuja abertura ocorreu dia 31 de novembro em Glasgow, Escócia. Essa conferência é “a última e a melhor esperança" de limitar o aquecimento global a +1,5ºC, objetivo mais ambicioso do Acordo de Paris, declarou seu presidente, Alok Sharma, em seu pronunciamento. O evento contou com a cobertura colaborativa da rádio Campeche de Florianópolis/ Santa Catarina e da Mídia Ninja. |
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Ideli Domingues concluiu os 12 capítulos da sua novela “Lá do Rio Encantado: Muito além das montanhas”, baseada nas conversas com a Mestra Málika di Evol. Retrata as peripécias de uma jovem que ouve seus chamados e envolve sua mãe no percurso de sua autodescoberta e expansão da percepção de si. Há desafios e encontros nesse percurso, ensinamenstos sobre o sutil que depois exigem uma aplicação no cotidiano. @espacoidelidomingues. Ideli também fez parte do Júri Setorial do Prêmio Espírito Público 2021, na categoria Educação. |
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Coordenou juntamente com Alessandra Giordano o Retiro Silêncio, Contemplação, Arte e História, dia 20 de novembro p.p., em Indaiatuba. Nesse Retiro, houve um caminhar com exercícios para explorar o sentido da Presença, após contemplação em silêncio, almoço com o sentido de apreciar o alimento, histórias, produção artística, culminando em roda de conversa arte compartilhando os benefícios das práticas no decorrer do dia e insigths. |
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Dr. Fernando Antonio Bignardi realizou nos dias 04 e 05 de dezempro p.p. mais uma edição de “Mergulho na Floresta” realizado na mata virgem do Centro de Ecologia Médica Florescer na Mata, situado em Caucaia do Alto, Cotia – SP, em parceria com o Instituto Ambiental. Esse formato de experiência nos reconecta com nossa própria natureza interior por meio da atmosfera do sistema florestal no qual mergulhamos numa atitude contemplativa. É um exercício VIVENCIAL de pura Transdisciplinaridade! Um portal para nos tornarmos SERES TRANSDISCIPLINARES! |
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O III Congresso nos permitiu uma aproximação a sutilezas de um fenômeno mundial imenso com uma Transdisciplinaridade NeuroBioDiversa sendo praticada por pessoas e comunidades em todo mundo. Uma Meta-Análise do III Congresso foi elaborada pelo Comitê Organizador do Brasil e apresentada no encerramento no dia 13 de outubro de 2021. Foi estruturada a partir de 05 questões: 1. O que as 45 semanas de atividades do Congresso nos mostraram? 2. Qual o Estado da Arte da Transdisciplinaridade? 3. Que Linguagem se revelou? 4. Que princípios se expressaram nas falas? 5. Que horizonte se anuncia para a TD? O texto integral referente a elas está disponível no Site do Congresso. Elegemos aqui nos referir apenas às questões 3 e 4 e abrir o horizonte que se anuncia. |
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Quanto à Questão 3: Que Linguagem se revelou? Escutando as inúmeras falas proferidas notamos que elas nos mostraram uma intensa atividade externa e interna dos palestrantes. Nelas estavam uma presença que pode ser melhor entendida se interpretada a partir da noção ontológica de Linguagem. Mas como entender a palavra Linguagem? |
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Linguagem não se restringe a emitir sons, formar e expor sentenças, expressar conceitos, definições. Ela é mais do que a verbalização articulada de ideias e de pensamentos. Linguagem se coloca em um patamar muito mais alto uma vez que tem um vigor próprio, que mostra algo que está para aparecer. Falamos a partir da Linguagem e pertencemos a ela. É a nossa essência que se revela na Linguagem. Falar é antes de tudo uma escuta e esta precede toda a expressão. Linguagem é uma marca do humano, é a nossa insígnia que contêm o propósito de nossa essência. Falar é ao mesmo tempo escutar. Não podemos reduzir Linguagem ao que falamos. Linguagem fala, ela é múltipla enunciação, é um nomear que evoca para a palavra. Ao nomear, nos aproximamos do que evocamos. A Linguagem do III Congresso aportou uma variedade de vias e de relações, uma eclosão de manifestações, diversos espaços e tempos, e o não espaço e o não tempo. O III Congresso nomeou, e o que é nomeado traz para presença o até então velado. A Linguagem evoca; a evocação convoca, na medida que traz para perto de quem fala e de quem escuta algo que pode estar longe, e desse modo, provoca e convoca o que foi evocado, promovendo transformações profundas. Este acontecimento apropriador surgiu durante as atividades. Linguagem fenomenológica emergiu e desabrochou no III Congresso, mas também a linguagem do silêncio, de escuta e espelhamento, um encontro com sutilezas perdidas. Ele nos permitiu a Prática da Linguagem do Silêncio, consciência mais profunda em nossa cognição, aproximação das manifestações mais íntimas dos fenômenos, de suas ordens mais implícitas, ainda não nominadas, não matematizáveis, não racionalizadas, não faladas da natureza sutil. |
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Quanto à Questão 4: Que princípios se expressaram nas falas? O III Congresso favoreceu a emergência de uma ontologia da Linguagem de natureza Metafísica e Fenomenológica. Ambas tratam da Transcendência, contudo, elas se fundam em diferentes Princípios, aqui entendidos como determinações que fundam e desvelam coisas: |
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- A Metafísica, em alguma dimensão ligada à lógica, se funda em quatro princípios: 1) o sentido desta vida e deste mundo está conferido por uma vida situada em um outro mundo; 2) noção do ser como eterno e imutável; 3) verdade enquanto revelação do ser (dos entes); 4) a supremacia da razão nos seres humanos.
- A Fenomenologia se funda na experiência humana e naquela do investigador. O fenomenológo está ligado à sua Epoché, à emergência, ao imprevisto, à incerteza e às suas experiências enquanto tal. Neste sentido, em uma certa medida, ele se distancia das teorias e mergulha no fenômeno, mas nunca abandona pesquisas que já descreveram ou que poderão descrever a realidade. A abordagem fenomenológica ontológica não separa sujeito/ objeto. Essa aproximação da verdade, é uma experiencia fundamentalmente dinâmica e, como tal, se inscreve num devir, onde os seres humanos não apenas vivem suas experiências, mas as interpretam e seguem interpretando os fatos emergentes, sempre duvidando e relativizando suas próprias interpretações.
O horizonte que se anuncia no III Congresso é promissor e demanda uma atitude de Rigor, Abertura e Tolerância como reza o 14º. Artigo da Carta da Transdisciplinaridade. Há pouco tempo, numa fala aqui no Congresso, Maria F. de Mello mencionou que: O Rigor exigido pela TD demanda uma atitude autocritica contínua, difícil de se exercer. Rigor no entendimento das palavras, na articulação da teoria/prática, na geração de unidades de sentido e de processos, na atualização permanente dos princípios de realidade. Rigor para evitar exercícios hermenêuticos equivocados e/ou reducionistas; para não categorizar o não categorizável; Rigor para reconhecer como afetamos e somos afetados e o contexto como doador de sentido nos contextos nos quais atuamos A Abertura, começa pelo reconhecimento da Epoché em que estamos lançados. Epoché palavra cunhada pelos céticos no séc. IV a.C. significa suspensão do juízo. Edmund Husserl, em seus escritos sobre Fenomenologia, a definiu como o momento que se suspende o mundo no tempo e no espaço, permitindo a quem medita conhecer-se a si próprio e tomar consciência da sua própria essência. A autoconsciência adquirida desta forma é por ele nomeada <<eu puro>>. Mais tarde, Epoché foi abordada por Martin Heidegger como o momento de suspensão, que corta toda palavra, emudece e dissolve toda familiaridade em agonia, pela angústia, momento da possibilidade concreta de viver o que é. Somos lançados em uma Epoché pessoal e coletiva e, na ausência de seu reconhecimento, nossa abertura fica comprometida ou até mesmo impossibilitada. Nessa suspensão nos é possível acessar uma compreensão mais aguda do que implica o ser/ fazer Transdisciplinar e, a partir daí, nos abrirmos para diferentes formas de inteligência, compormos com diferentes epistemologias de vanguarda, logrando não apenas um salto epistemológico, mas estratégico e paradigmático ao escutarmos como maior clareza o que se mostra no que aparece. A Tolerância é aqui entendida não como um favor que fazemos à Neurobiodiversidade do outro ou a uma situação em aceitá-lo. Ela se funda na flexibilidade, na plasticidade e na criatividade; no respeito e na reciprocidade; na dignidade e na confiança; na liberdade de si mesmo e do outro, na convivência com o outro. O que se movimenta no cerne deste grande laboratório TD e o convite que ele nos deixa é: SIGAMOS, nós humanos, seres extraordinariamente transdisciplinares, com a esperança de construir um mundo sempre mais justo, pacífico e sustentável para todos: humanos e Natureza. |
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O LEGADO HUMANIZADOR DO III CONGRESSO MUNDIAL DE TRANSDISCIPLINARIDADE Daniel José da Silva Este ano de 2021 está sendo crucial para a história do humano sobre o Planeta Terra, devido à desumanização, em todas as dimensões de vida, em que o homem atua e se relaciona. |
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O Estado Mundial de Emergência Climática e Sanitária, consolidado nessa última COP26, e a chegada da nova variante Ômicron da pandemia Covid19, surgidos nesse mês de novembro, são apenas algumas das sutilezas que nos permitem reconhecer a agudização desse processo de desumanização. |
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No ano de 2021, o mundo viu algo imponderável e maravilhoso acontecer para toda experiência humanista e humanizadora do mundo, enquanto manifestação da natureza sutil da esperança, lembrando do testemunho de Edgar Morin sobre a necessidade de estarmos sempre abertos ao imponderável. A realização do Terceiro Congresso Mundial de Transdisciplinaridade - III CMTr, em sua modalidade virtual, como emergência de uma experiência mundial de TD, foi um alento, um voto de confiança na natureza amorosa e esperançosa do humano. Um testemunho realizado a partir de centenas de pessoas, em centenas de eventos, em centenas de lugares, durante todo um ano, com uma intensidade de produção de bondade e beleza magna e inédita. O III CMTr foi um movimento de convergência cultural (existe uma cultura TD sendo construída no mundo); gramatical (existe uma linguagem humana TD sendo praticada no mundo) e cognitiva (existe uma emoção, um sentimento, uma sensibilidade, uma razão substantiva e uma lógica mediadora TD sendo experienciada no mundo) através das singularidades e subjetividades neuro-bio-diversas das pessoas que estão pensando, refletindo e praticando a TD, com suas éticas, estéticas e estratégias em torno da humanização do mundo. |
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A TD se consolida como um espaço amoroso, respeitoso e comprometido, ética e esteticamente, com a biologia do amor e da esperança, enquanto imanências da natureza sutil do ser, que acontece na convivência entre as pessoas com o suporte das ecologias do Planeta, através do reconhecimento de nossas pertinências, afinidades e solidariedades comuns. O agir instrumental, cínico, indiferente e descuidado, que desumaniza as sociedades e degrada a ecologia do Planeta, que promove o sofrimento e a morte antecipada de ambas, gera esse Estado Mundial de Emergência Climática e Sanitária, resultado das sutilezas perdidas do fenômeno humano. |
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A TD nos ajuda a ver estas sutilezas, as quais estamos deixando escapar em nosso cotidiano, como um processo de alienação extremamente rápido e mundializado de nossas prerrogativas essenciais e humanizadoras responsáveis por nossa evolução no Planeta. O III CMTr foi o grande e imponderável acontecimento desses últimos doze meses. Ele precisa ser valorizado, disponibilizado de forma amigável, e em rede, para facilitar sua contribuição no processo de humanização das cidades e de seus espaços culturais, econômicos, educacionais, científicos, de suas religiões e, mais ainda, dos territórios de exclusão das mulheres, crianças, jovens e famílias. Dessa forma, poderemos, nos próximos dez anos, com o conhecimento que já está disponível hoje, atuar neste campo maravilhoso da formação TD aplicada, respondendo às necessidades de urgência e prudência do Estado Mundial de Emergência Climática e Sanitária. Talvez, esta possa ser uma das grandes respostas que o III CMTr nos permitirá doar ao mundo. Ela é possível! |
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Eu queria agradecer muito à representação da liderança brasileira neste Congresso, por Maria F. de Mello e Vitória M. de Barros, que sempre atuaram com uma pedagogia amorosa, eficiente, rigorosa, cuidadosa e elegante. Parabenizamos as duas pelo desempenho que certamente ficará presente nas futuras gerações. |
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Também, precisamos celebrar a professora Julieta Haidar, que presidiu o Congresso e esteve à frente de todos os eventos, mediando e fazendo crítica e autocrítica: ela merece a nossa reverência. E, juntamente, claro, com os outros dois polos internacionais responsáveis por esse movimento de agregação: o professor Paulo Orefice, da UNESCO e Universidade de Florença e o professor Florent Pasquier, da Universidade de Sorbonne, presidente atual do CIRET. E, por fim queria dizer da importância que tiveram, ao longo do evento, as pessoas maravilhosas de Basarab Nicolescu e Edgar Morin e mesmo do professor Humberto Maturana, que nos deixou em plena pandemia. Acredito, que estas três pessoas são verdadeiros ícones nesse pensamento da paz e da sustentabilidade, ou seja, são grandes humanistas. Precisamos celebrá-los, pois assim estaremos marcando, de forma sensível, sutil e solidária, o campo de atuação humanista da transdisciplinaridade. Desta maneira, poderemos chamar os jovens e quaisquer pessoas para atuarem no universo TD, a partir das diferentes leituras culturais, ideológicas e políticas do mundo, ocupando os espaços vazios entre as especialidades, profissões, culturas, políticas e economias. Com isso, será possível mostrar a utilidade da TD para a valorização das futuridades comuns que atravessam todas as disciplinas e que vão além delas. A sensibilidade e o rigor lógico da TD, presentes na maioria das subjetividades apresentadas no Congresso, nos permite essa segurança, sem arrogância. A perspectiva do reconhecimento do outro, como legítimo na convivência, consolida o princípio da biologia do amor e da esperança. Concluo com uma reflexão sobre o testemunho de Nicolescu nos dois primeiros tópicos de seu Manifesto sobre a urgência da transdisciplinaridade. Neles, ele aponta os compromissos da TD: pessoal, reflexiva, intimista, transcendental, coletiva, humanista e humanitária, esperançosa, futurista e urgente. A TD é um campo de conhecimento e experiência humana que acontece no corpo e no espírito de cada pessoa, de forma cognitiva, histórica, social e verdadeira. Esta experiência ocorre como uma transcendência, uma clareza, uma futuridade, uma determinação, uma afirmação de dedicação permanente, cuidadosa e urgente à evolução da Humanidade na construção de um mundo melhor, mais bondoso, pacífico, belo, ecológico e justo para todos. |
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FLUXUS DE PALAVRAS Projeto in vivo no III CMTr – modalidade virtual Teresa Cristina Bongiovanni O Projeto FLUXUS de PALAVRAS buscou registrar o movimento dinâmico do diálogo transdisciplinar acontecido em tempo real, com uma qualidade de escuta que possibilitou a escolha de Palavras a partir do acolhimento das palestras apresentadas pelos quatro continentes participantes do III Congresso Mundial de Transdisciplinaridade – modalidade virtual. Essas palestras foram ouvidas, registradas e indexadas na língua original em que aconteceram e serão disponibilizadas brevemente no site homônimo. |
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Para além do sentido das palavras como significação e direção, ressoou na consciência ouvinte da equipe que construiu o projeto, um sentido sensível que clama pelo reconhecimento de uma humanidade que integre o Outro, na busca do religare de si mesmo, com a natureza e com todos os humanos, livrando-nos da indiferença gestada por interesses predominantes que nos tem separado da humanidade que somos. No contexto e tempo históricos onde aconteceu o III CMTr – modalidade virtual, propomos a reflexão primordial sobre o muito que foi dito entre, através e além das palavras. A apresentação digital do projeto permitirá encontrar com agilidade conteúdos apresentados durante o III CMTr e propõe um diálogo reflexivo com os leitores e usuários que o acessarem na busca de informações. Sua fundamentação conceitual e a descrição da trajetória coformativa da equipe que o realizou também serão disponibilizadas no site. |
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Esse trabalho foi proposto e implantado pela Comunidade Integrada CETRANS que se constituiu, voluntariamente, entre seus membros e colaboradores de diferentes áreas de atuação, motivados pelo desafio de participar de uma pesquisa e construção transdisciplinar in vivo de abrangência internacional, num momento histórico mundial oferecido pelo III CMTr – modalidade virtual. Segundo seus organizadores: “Oferecendo um FLUXUS de PALAVRAS brindamos às potencialidades humanas que buscam a construção de novas ações e práticas transdisciplinares emanadas desse universo linguístico que desperta, instiga, apreende, organiza, amplia e ressignifica nosso olhar e existir. “ Aguardamos seu lançamento na perspectiva de que será uma valiosa contribuição para a prospecção de uma Rede Mundial Transdisciplinar. |
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O ANJO DE CONFIANÇA Mariana Thieriot-Loisel As relações familiares, por assim dizer, levam-nos coletivamente a transtornos afetivos em maior ou menor grau; o transtorno afetivo é uma perturbação do vínculo, por vezes até um horror de vínculos... Uma dificuldade em confiar, um sentimento mais ou menos velado de hostilidade, uma relação inconstante que se tece de forma brusca, uma dificuldade em estabelecer laços estáveis, confortáveis, sólidos: tomamos e depois jogamos fora, quebramo-nos, separamo-nos. Muito frequentemente porque estes laços constantes, positivos e reconfortantes faltaram durante a infância por x excelentes razões, sim, mas os pais não conseguiram tecer com os seus filhos laços felizes e sólidos: de diálogo, de franqueza, de respeito mútuo... |
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Muito frequentemente porque de uma forma transgeracional esta confiança lhes falhou: por vezes atingidos, humilhados, acusados, abandonados, rejeitados, estes pais podem, às suas próprias custas, repetir a história sombria de mal-entendidos, abusos de poder, desconfiança e violência. A criança pode então refugiar-se num outro mundo, um mundo que lhe permita relacionar-se consigo e com os outros através de uma fé ingênua que acredita que Deus, deuses, anjos, serão capazes de mudar a situação de quem não tem força para mudar por si próprio... Ora, ao invés de se envolver na pseudo mudança de pais feridos e magoados e dar a outra face: limites a estabelecer, distâncias a percorrer: uma certa distância que permite pôr fim aos laços patológicos do tipo sadomasoquista. A solubilidade do vínculo... Isto pode chocá-lo, mas se quiser quebrar a cadeia de educações altamente patológicas, tem de começar por colocar a sua própria casa em ordem. |
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Qual é a natureza dos meus laços com a minha família? Com os outros? Comigo? Sou de confiança? Sou apreciado, valorizado, reconhecido... Ou estou repleto de ressentimento, dor? Tudo isto é muito profundo, muito complexo: mas o papel da fé é inspirar-nos, mas não fazer o trabalho por nós. Pintar o anjo da confiança pode inspirar aquela criança ferida em mim a tirar do seu ser a confiança necessária para se distanciar dos tormentos reais ou imaginários que bloqueiam o seu poder de amar e ser amada. Mas nada se resolve sem mim. O belo anjo é feito de papelão ou de mármore? A psicanálise é também a arte do limite. A fé oceânica e bela pode transformar-se em miragens no deserto do amor em que nos encontramos mergulhados. Amar também implica ser amado em troca, dar implica receber, confiar implica acreditar, é preciso ter a coragem de reescrever a história para que o círculo vicioso se torne um círculo virtuoso. É frequentemente longo, doloroso, árduo: a liberdade é difícil. Feliz Natal! Veja o video no link: https://youtu.be/BKLAPUsR2-k |
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Martha de Lima Não tenho certeza de nada, mas a visão das estrelas me faz sonhar Vincent Van Gogh Eu agora me sinto Cetraniana, não que não tenha sido antes. Mas quando entrei, simplesmente fazia tímidos contatos com o grupo e colocava algumas ideias de cursos on-line no momento das sugestões. Agora o CETRANS para mim, tem um corpo, um locus que pode me orientar e seguir contribuindo com minhas propostas, atividades e prospecções que buscam convergir para difusão de conhecimentos e trocas de saberes, e ampliam minha contribuição com a ideia nuclear de Bem Comum. |
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Foi durante 2021 que meu contato com a mediação transdisciplinar se estreitou a através de uma tutoria compartilhada com Teresa Cristina Bongiovanni na condução do grupo de estudos RECAMINHOS, da obra Pedagogias da Sustentabilidade, de autoria do Prof. Daniel José da Silva, ambos membros do CETRANS, e da minha apresentação na semana 6 do III CMTr durante o Simpósio UMA HUMANIDADE SAUDÁVEL PÓS COVID19. |
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Essa aproximação gradual culminou com a minha participação como uma das moderadoras da 36ª Semana no III Congresso Mundial de Transdisciplinaridade, modalidade virtual, que tratou dos Povos Originários do Brasil e demandou uma intensa articulação com suas lideranças. Foi uma experiência enriquecedora e decisiva na minha trajetória autoformativa, dividida com Vicente L. Góes, na coordenação, organização e mediação da referida semana. |
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Registro aqui minha recente visita presencial a São Paulo, em novembro último, por ocasião da minha ida à 34ª BIENAL DE SÃO PAULO, quando conheci pessoalmente algumas pessoas do CETRANS, com as quais o contato tinha sido apenas virtual. Um contato de algumas horas com Vitoria M. Barros e Maria F. de Mello estimulou minha vontade em planejar as ações para concretizar a publicação do livro com o registro das falas das lideranças dos povos originários, contatados anteriormente. |
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Tive acesso ao “computador central” e trouxe algumas publicações para compor nossa plataforma de saberes e nossas experiências de vida. O CETRANS parece ser um sistema que se estrutura rizomaticamente em várias células que se atribuem ações e atividades diversificadas e compõem um complexo sistema de interações, práticas e criações como as que convergiram na participação de muitos dos seus membros no III CMTr. |
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No encontro presencial com Vera Laporta, da UA Comunicação ─ esta grande facilitadora de interações e acessos de membros ao CETRANS ─ me senti acolhida neste grupo tão especial e ainda recebi um brinde em conhecer Ideli Lima Domingues. Estive no MAM e presenciei a beleza da BIENAL INDÍGENA, entrando em contato ao vivo num espetáculo de cores, de sentidos e significados, criando pontes com as mais diversas expressões do saber da cultura e da arte. |
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Lá conheci a artista indígena Daiara Tukano, presente com sua arte na BIENAL e no III CMTr. Depois dessa visita, fiz uma varredura na memória, percebendo como as interações com outros corpos, espaços, expressões, sensações, sentimentos se tornaram outros diante dessa nova experiência. Ser e estar passou a ter outra visão para mim ─ sobre como perceber um instante mágico entre a arte e o momento em que se está como espectadora. |
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Estamos num contexto muito estranho em nosso tempo atual. e refleti em como e tão singular é estar com os afins, passear pelos centros de forças e perceber o emaranhado das complexidades atuantes em uma cidade como São Paulo. |
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Odilon Redon: Girl with Chrysanthemums (Moça com crisântemos) O SILÊNCIO E AS PALAVRAS Michel Camus |
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Do silêncio desperta a palavra do coração Do silêncio sobe a música dos solitários Do silêncio se espalha o infinito Semente dos vivos e dos mortos A todo momento a todo momento o eterno Retorna do silêncio para a vida, da vida ao Silêncio, do silêncio ao silêncio O homem que se dedica inteiramente ao Silêncio nunca se dá jamais tão inteiramente em palavras Eterno viajante em seu próprio silêncio |
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A partir du silence s´éveille la parole du coeur A partir du silence s´élève le chant du solitaire A partir du silence se répand l´infinie Semence des vivants-et-des-morts A tout instant à tout instant l´éternel Retour du silence à la vie, de la vie au Silence, du silence au silence L´homme que s´adonne tout entier au Silence ne se donne jamais tant entier en parole Eternel voyageur en son propre silence |
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A questão radicalmente nova hoje é encarnar numa alma e num corpo o seu ponto de unificação. Reintroduzir o abismo do universo no abismo do homem. Reintroduzir a exterioridade sem limites na interioridade infinita. Michel Camus in Colóquio de Arrábida, 1994 |
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Vídeo-Música - Vera Laporta |
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As fotos das orquídeas que aparecem neste vídeo foram colhidas em diversos lugares: sítio "Pouso Alegre" em Porto Feliz de Vitoria M de Barros; no jardim da orquidófila/ musicista Anita Arruda; no sítio "Guardiã" de Tania Moura, em São Lourenço da Serra. Para saber mais, clique aqui |
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PINTURA Clique na imagem abaixo para ver as Aquarelas de Pascal Galvani |
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As UAs trabalharam intensamente neste ano de 2021, sendo responsáveis por: - elaboração de banco de imagens no PINTEREST que alimenta os CETRANS INTER@TIVOS (CI@s) sazonais;
- alimentação das páginas do CETRANS no FACEBOOK (contando com a colaboração de Teresa Bongiovanni e de membros), no INSTAGRAM e também no PINTEREST, no PODOMATIC (canal de Podcast) e no LINKEDIN:
- elaboração: e envio de convites da Meditação da Lua Nova e Lua Cheia para membros e meditadores cadastrados;
- elaboração e envio dos convites para leitura dos CI@s, com revisão e edição e, conforme o tema, inclui a procura de pessoas adequadas que possam escrever de maneira pertinente a ele;
- convite para pessoas que devido ao seu perfil pessoal e profissional possam ser novos membros CETRANS e/ ou acolhimento àqueles que se dispõem a sê-lo ou foram apresentados pelos já membros efetivos;
- cartões mensais de aniversário elaborados e enviados a todos os membros mensalmente,
- elaboração semanal dos convites do IIICMTr, com o link do YouTube, enviados tanto para os membros quanto às pessoas pertencentes à nossa mailing;
- reuniões aos domingos durante todo o IIICMTr, coordenado por Maria F. de Mello e Vitoria Mendonça de Barros, no intuito de discutir os encontros da semana e fazer chegar as questões e sugestões à Julieta Haidar, coordenadora do Congresso;
- compilação de material das redes sociais e no WHATSAPP da Comunidade CETRANS, de maneira a alimentar o CI@ que está sendo construído no momento;
- atualização da lista de biodatas de membros no site CETRANS;
- atualização da mailing CETRANS;
- edição dos últimos vídeos de participação do CETRANS no IIICMTr (divididos por palestrante), assim como edição do vídeo e transformação para podcast, da apresentação de Basarab Nicolescu no início do Congresso. Esses vídeos foram selecionados em playlists especiais, no canal de vídeos do CETRANS no YOUTUBE;
- colaboração com a equipe de Adriana Caccuri no "Fluxus de Palavras", no que se refere à elaboração das fichas das palestras do CIRET, REFICA, REDES e de Edgar Morin, faladas em francês, por Maria F. de Mello e Vitoria M. de Barros;
- início da elaboração do projeto no próximo ano, 2022, que será apresentado em data a combinar.
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A Plataforma Cultura em Casa apresenta a 2ª Mostra Internacional de Cinema Virtual. De 1 a 21 de dezembro o melhor do cinema mundial fica à disposição de todos, no conforto de casa, com acesso gratuito. É uma iniciativa da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e da Secretaria de Relações Internacionais da Prefeitura da Cidade de São Paulo, em parceria com os Amigos da Arte. |
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São 45 filmes entre curtas e longas-metragens de diferentes países, sendo exibidos na plataforma #CulturaEmCasa com sessões entre 17h e 21h e permanecem disponíveis para visualização por alguns dias a partir de sua data de estreia. Acompanhe a programação da Mostra na plataforma #CulturaEmCasa e aproveite para atualizar sua agenda cultural! |
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Crônica Francesa: Wes Anderson é um dos diretores mais criativos do cinema americano da atualidade e tem uma forma pessoal e sutil de contar histórias reais em forma de fábulas. Trabalho difícil, pois se errar a dosagem a história vira farsa. Esse não é o caso dos seus filmes mais recentes: “O Hotel Budapeste” e “Crônica Francesa”, este agora em cartaz. Seu estilo mostra personagens que lembram um antigo diretor francês, Jacques Tati, um grande crítico da sociedade moderna. Wes Anderson segue esta mesma linha: mostra, de forma amorosa, através de suas narrativas, como a modernidade afasta o homem da sua essência, no melhor estilo de Tati, criador do personagem M. Hulot. |
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Como ambientou a história na França, numa cena belíssima do despertar de uma pequena cidade francesa, chamada Ennui-sur-Blasé, isto é, “Tédio sobre Apatia”, onde se passam as melhores cenas do filme, aparece o despertar desta cidadezinha, um espaço comunitário, uma praça: “abre-se uma janela, alguém sai por uma porta. O filme é sobre o suplemento, editado na França, de um jornal americano cujo editor está morrendo. |
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O filme gira em torno de três histórias que discutem o papel da Arte no mundo e são uma reflexão sobre um tema atual: a imprensa e as redes sociais. Seus personagens, assim como a escolha dos protagonistas é impecável: cada um tem o papel que merece e o faz com maestria. Muito a refletir! Em cartaz no circuito Cinemark. Assista o trailer em: https://youtu.be/OjTEmaOmwVI |
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O Metaverso, ou o que está além deste Universo, num universo paralelo em que você também habita, ainda que virtualmente. "Nos próximos cinco ou dez anos muitos de nós estaremos criando e habitando mundos tão detalhados e convincentes como esse aqui", declara Mark Zuckerberg, presidente do Facebook. Essa frase foi dita em um evento surpresa no final de outubro em que o presidente do Facebook anunciou que sua companhia mudaria de nome para Meta e que sua prioridade agora seria o desenvolvimento de um metaverso. Segundo a apresentação, Zuckerberg planeja, para um futuro breve, óculos leves e finos de realidade virtual (e não o volumoso equipamento de hoje) como porta de entrada para mundos online onde seria possível estudar, ver filmes e shows, praticar exercícios físicos, encontrar amigos, conhecer pessoas e fazer compras. |
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Os debates sobre as definições e as fronteiras entre os conceitos ainda estão abertos, mas a popularização do metaverso deve representar um passo seguinte à realidade virtual (também definida como a sensação de imersão viabilizada por óculos 3D e visão 360°) e a outras tecnologias, como a realidade aumentada (que une elementos virtuais e paisagens reais. Um exemplo é o game Pokémon Go). |
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Plataforma de games como Fortnite e Roblox já são tipos de metaverso — e têm gerações mais novas imersas neles. A Microsoft também desenvolve o seu, o Mesh for Teams, focado no trabalho: um mundo virtual como ferramenta corporativa. O projeto de metaverso de Zuckerberg é mais amplo. Referência: Site de notícias UOL |
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O Centro Cultural Banco do Brasil - Rio de Janeiro apresenta a mostra inédita “1981/2021: Arte Contemporânea Brasileira na coleção Andrea e José Olympio Pereira”. Aberta no dia 14 de abril, a exposição é composta por obras pertencentes a coleção do casal Andrea e José Olympio, ambos cariocas, radicados em São Paulo há mais de 30 anos, considerados um dos maiores colecionadores de arte do mundo. Conforme os colecionadores, seu acervo inclui aproximadamente 2.500 obras de arte. “Temos na coleção somente trabalhos com os quais estabelecemos alguma relação. Pode ser uma obra que nos toca ou nos perturba, mas que mexe de alguma forma conosco. Poder expor a coleção é um privilégio para nós. É uma oportunidade de dividir a coleção com o grande público, de rever algumas obras e de vê-las em diálogo com outras, ganhando um novo significado”, afirma o casal. |
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No total são 119 obras de 68 artistas, buscando evidenciar a importância do colecionismo no Brasil. Para tanto, a exposição conta com diferentes linguagens, como pintura, instalação, escultura, vídeo e fotografia. A mostra está distribuída nas oito salas do primeiro andar do CCBB RJ, dividida por núcleos temáticos que englobam distintas gerações e cobrem um período de 40 anos de arte contemporânea brasileira. https://clickmuseus.com.br/exposicao-de-arte-brasileira-1981-2021-no-ccbb-rj/ |
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Celebrando a obra e o legado da escritora Clarice Lispector (1920-1977), o Instituto Moreira Salles - IMS Paulista traz a exposição Constelação Clarice. Uma investigação da poética da autora, com curadoria de Eucanaã Ferraz e Veronica Stigger, a mostra reúne aproximadamente 300 itens, incluindo manuscritos, fotografias, cartas, discos, matérias de imprensa e outros documentos. Nome fundamental da literatura brasileira, Clarice também nutria grande interesse pelas artes visuais. Quais conexões seriam possíveis estabelecer entre a produção textual de Clarice e as obras de mulheres que, no mesmo período, marcaram a história da arte brasileira? |
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Para criar essas interlocuções foi adotado o conceito de constelação. Onze núcleos apresentam obras em diversos suportes, criadas por 26 artistas visuais atuantes entre as décadas de 1940 e 1970. Uma singular história da arte brasileira é assim conjugada no feminino, com obras que só o universo literário de Clarice permite reunir, propondo uma teia de relações capaz de gerar novas e surpreendentes leituras recíprocas. |
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Carolina Maria de Jesus: um Brasil para os brasileiros. A exposição é dedicada à trajetória e à produção literária da autora mineira que se tornou internacionalmente conhecida com a publicação de seu livro Quarto de despejo, em agosto de 1960. Tem como objetivo apresentar sua produção autoral que incluiu a publicação, em vida, de outras obras. Além de destacar suas incursões como compositora, cantora, artista circense. Uma multiartista. |
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Protagonista importante da história do Brasil, embora invisibilizada muitas vezes, Carolina tem um papel particularmente significativo para a história da população negra brasileira. A exposição apresenta a autora como uma intérprete imprescindível para compreender o país. A autora nasceu em Sacramento (MG), em 1914, e faleceu em São Paulo (SP), em 1977. Enveredou por vários gêneros literários – romance, poesia, teatro, provérbios, autobiografia, contos. |
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No entanto, é mais conhecida pela escrita de diários, o que rendeu seu livro de maior êxito comercial, Quarto de despejo. Sucesso editorial que pode ser medido pela sua tradução imediata para 13 línguas. O acervo de Literatura do Instituto Moreira Salles tem sob seus cuidados dois manuscritos de Carolina Maria de Jesus – intitulados Um Brasil para os Brasileiros – e seu disco com composições próprias, também chamado Quarto de Despejo. Eis o ponto de envolvimento e de partida do IMS na elaboração da ideia. No Instituto Moreira Salles - Avenida Paulista, 2.424. |
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Lucia Santaella. DE ONDE VEM O PODER DA MENTIRA? Estação das Letras e Cores ─ Além de ter colhido a atenção das mídias noticiosas e interpretativas, no grande número de matérias publicadas sobre o tema, as fake news e sua sequela, a “pós-verdade”, também ganharam as discussões mais detalhadas e bem-informadas da pesquisa acadêmica. |
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O impacto psíquico e social das fake news está longe de ser negligenciável. De fato, são muitos os estragos que já estão provocando no universo da hiperinformação forjado pela revolução digital, um universo que também se viu convertido em desinformação. Este livro está voltado para a discussão da mentira e dos efeitos nefastos de sua disseminação pelas redes da internet. https://www.estacaoletras.com.br/product-page/de-onde-vem-o-poder-da-mentira |
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Também de Lucia Santaella, é o livro HUMANOS HIPER-HÍBRIDOS: LINGUAGENS E CULTURA NA SEGUNDA ERA DA INTERNET, Paulus ─ Vivemos “em uma sociedade regida por algoritmos, que capturam numericamente a totalidade da vida, enquanto contribuímos, mais ou menos conscientemente, para a coleta constante de dados sobre nós. Isso significa que um valor pode ser extraído de tudo; nossa produtividade, medida em todas as áreas da vida. Esse conglomerado informacional dá origem a uma nova definição da relação entre trabalho e lazer, e a uma necessidade intensificada de controle preditivo”. |
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Em HUMANOS HIPER-HÍBRIDOS: LINGUAGENS E CULTURA NA SEGUNDA ERA DA INTERNET, Lucia Santaella aborda a relação entre os algoritmos e a sociedade moderna. A fim de aclarar essa questão, a autora traça um longo percurso de acontecimentos responsáveis por constituir a presente realidade: a instauração da era da mobilidade e a web 2.0; a dissolução das tradicionais fronteiras entre as mídias; o mergulho das sociedades e da cultura humana na conectividade, na mobilidade e na ubiquidade; a conversão do corpo e da cidade ciborgues em interfaces; o leitor ubíquo, com acesso à informação em qualquer lugar e a qualquer tempo; o humano habitando espaços hiperconectados e, consequentemente, hiper-híbridos. |
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É de autoria do Dr. David Wilson o livro ─ MINDFULNESS; ATENÇÃO PLENA DO CORPO AO ORGANISMO: UM GUIA PRÁTICO PARA A AQUIETAÇÃO INTERIOR, recentemente lançado Vivemos no mundo do apego e do consumo. Agarramo-nos no que conquistamos e ainda assim sofremos. Ainda queremos mais e temos que ficar atentos para que o que conquistamos não nos seja tomado. Como conviver com uma situação antagônica entre o possuir e o não possuir? O sofrimento está embutido nas duas. Então posso usar um terno Armani, possuir um carro Ferrari, um relógio Rolex e uma passagem no avião de turismo do Josef Bezos? |
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Sim, porém não se pode apegar a eles, pois a pena é um imenso sofrimento. Para compreender esse paradoxo, viver em paz, ter controle do ego, a prática da meditação dhyana, ou atenção plena, ou mindfulness, se apresenta enquanto possibilidade para aquietar o interior e estancar o sofrimento no ocidente. Prática oriental milenar que se difundiu e se adaptou por onde passou até chegar ao ocidente, Mindfulness trata do ser vivo, e vivo no seu sentido mais radical, mais subversivo: o ser vivo que muda o ambiente. Disponível na Amazon. |
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RECONSTRUIR LAS MEMORIAS DEL AGUA: RESISTENCIAS AL OLVIDO EN EL LAGO DE TEXCOCO. Complejidad, Transdisciplinariedad, Decolonialidad, Semiosis y Análisis del Discurso de Oscar Ochoa Flores, editora Julieta Haidar, 1ª edição, outubro de 2021. Este livro é parte de uma coleção, que é resultado de muitos anos de trabalho. Tem por objetivo uma abertura para uma compreensão da realidade, desde uma perspectiva mais inclusiva. |
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Transdisciplinaridade, complexidade e a epistemologia decolonial são abordados para investigação de outras realidades, buscando a memória esquecida como instrumento de desvelamento, um mecanismo de poder e resistência. A obra completa é um convite para compreender a integração da natureza, da história, da tradição na memória dos povos que, por meio da cultura cotidiana, manifesta nas ruas, evidencia uma via vívida e potente encarregada de perpetuar a memória ancestral e preservá-la do esquecimento. |
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O autor, com um vasto percurso no campo do conhecimento desde humanidades, arte, desenho, se estende às ciências políticas, antropológicas e cognitivas, expondo problemas políticos marcados por conflitos sociais e histórias de resistência. Nos conduz à recuperação da ritualidade, cultura, tradição, saberes tradicionais os quais se materializam em acontecimentos do cotidiano. Neles aspectos sagrados, rituais e políticos resultam compreensíveis, somente, ao se considerar o caráter transdimensional do sujeito, o qual se manifesta através de práticas semióticas discursivas materializadas em manifestações culturais. A obra é permeada por um alto conteúdo poético e a expressão das comunidades em imagens é uma via utilizada para não permitir que a memória caia no esquecimento e, também, para assegurar sua presença deixando claro que a resistência, sempre viva e renovada, tem sido uma forma de manter presente a tradição e a cultura.. |
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De autoria de Edgard Indalécio Smaniotto é o livro “FILOSOFIA POP” editado pela editora Senac. O livro possui oito capítulos. No 1º capítulo estabelecemos uma definição para filosofia pop, nossa proposta se dá a partir da análise de histórias em quadrinhos e literatura de cordel (um dos amigos referenciados aqui é o Thiago Modenesi). No 2º capítulo propomos “O cinema pop como recurso para o ensino de filosofia” analisamos alguns filmes com temática filosófica. Já no 3º capítulo “A filosofia nas histórias em quadrinhos e animações” expomos nossa metodologia, intitulada “Quadrinhosofia”, e discutimos a questão da utopia filosófica nos quadrinhos da "Mulher Maravilha" e do "Pantera Negra" e a questão ética a partir de dois episódios do desenho "Liga da Justiça" e "Liga da Justiça sem limites" e da HQ "Injustiça". |
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No capítulo 4 “Histórias em quadrinhos e animações no ensino de filosofia” tratamos os conceitos de anarquismo, comunismo e liberalismo a partir da HQ “Superman: entre a foice e o martelo” e a ecofilosofia no "Monstro do Pântano". No capítulo 5 “Séries live-action e animadas como recurso pedagógico nas aulas de filosofia” nossa discussão se dá principalmente sobre o paradoxo do navio de Teseu em WandaVision. No capítulo 6 “A literatura especulativa como recurso pedagógico” inicialmente definimos literatura especulativa, a partir de propostas de Braulio Tavares e Roberto de Sousa Causo; e então propomos uma abordagem filosófica de “A ética da traição” de Gerson Lodi Ribeiro. No capítulo 7 “A ficção científica como recurso pedagógico” abordamos a série de ficção científica "Perry Rhodan" do ponto de vista da filosofia cosmista russa, o conto “Exercícios de silêncio” de Finisia Fideli a partir da filosofia de Pierre Hadot e por fim o conto "A formiga elétrica" de Philip K. Dick na perspectiva do existencialismo. No capítulo 8 “Universos transmídia e o ensino de filosofia” analisamos o universo de Star Trek tendo por referência a obra de Henry Jenkis. O livro se encontra a venda na Amazon. Link: https://www.amazon.com.br/dp/B09NP8J4SX |
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Museu da Imaginação - Exposição ImaginEINSTEIN! - Universo da Física. Através de diversos equipamentos, a exposição irá mostrar como a física está inserida em nosso cotidiano. São equipamentos para interagir e descobrir os conceitos científicos em cada atração. Haverá a formação do arco íris, espelhos curvos que proporcionam diferentes imagens do seu corpo, ilusões de ótica, a simulação das asas de um avião, entre outros. |
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A exposição é contextualizada pelo personagem IMAGINEINSTEIN, que nasceu da intersecção do nome do museu da imaginação e em homenagem ao grande cientista Albert Einstein, que teve seus estudos direcionados à relatividade. A exposição tem como objetivo a apreciação e entendimento dos temas de física tão importantes nos dias atuais e foi criada especialmente para o museu. Além da mostra nova, os visitantes poderão conferir a expo "ESCALANDO O MUNDO", inspirada na história de superação e coragem do jovem com paralisia cerebral Getúlio Felipe da Silva, que escalou uma das montanhas da cadeia Dolomitas, Alpes da Itália, e escolhido como o embaixador da exposição. A ideia é que os visitantes embarquem em uma viagem rumo aos 7 picos de diferentes continentes. A proposta da sala é levar as crianças a uma verdadeira imersão nas montanhas. através de atividades lúdicas e interativas, Local: Museu da Imaginação - Rua Ricardo Cavatton, 251 (Lapa de Baixo) |
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Museu Judaico de São Paulo: Fruto de uma iniciativa da sociedade civil acalentada por quase duas décadas, o Museu Judaico de São Paulo -MUJ abre suas portas visando cultivar as diversas expressões, histórias, memórias, tradições e valores da cultura judaica, em diálogo com o contexto brasileiro, com o tempo presente e com as aspirações de seus diferentes públicos. |
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Instalado em um edifício tombado pelo patrimônio municipal e guardião do maior acervo judaico do país, constituído integralmente por doações, o MUJ considera a memória como fenômeno vivo, fonte de resistência e sobrevivência, em permanente transformação. Este museu pretende ser um templo de inspiração e fórum de debate, lugar de encontro entre identidade e alteridade, espaço que conecta histórias e cria tranças entre um passado, um presente e um futuro partilhados coletivamente.. |
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Vale uma visita. De terça a domingo, das 10h às 19h. Rua Martinho Prado, 128 – Bela Vista, São Paulo – SP |
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Anexo MASP: MASP inaugura projeto inédito de expansão com novo prédio de 14 andares O MASP vai ganhar um irmão mais novo. a nova construção no quarteirão ao lado vai aumentar a área do museu em 6.945 m² e somará 14 novos andares que abrigarão cinco galerias expositivas e duas multiuso (representando um aumento de 66% de sua área para exposições), salas de aula, reserva técnica, laboratório de restauro, restaurante, loja e áreas de evento. O objetivo é ser um museu para o futuro, reforçando o seu papel como referência internacional e equiparando são paulo a outras capitais culturais. |
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Com o novo edifício, o MASP, que é detentor do acervo de arte europeia mais relevante do hemisfério sul, se torna uma das mais modernas infraestruturas museológicas da América Latina. A abertura está prevista para 2024. Saiba mais clicando na imagem para abrir o folheto explicativo. |
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VíDEOS Bienal: O ano de 2021 é uma data importante para a história das Bienais de São Paulo por marcar o aniversário de 70 anos da 1ª Bienal (1951). "Ao longo dos últimos 70 anos, as Bienais de São Paulo adaptaram-se aos tempos, e foram justamente sua capacidade de mudança e sua abertura ao novo que asseguraram que a mostra mantivesse sua relevância artística e cultural. A 34ª Bienal de São Paulo, de alguma forma, simboliza isso: em tempos desafiadores, encontramos maneiras de nos mantermos fiéis à proposta desta edição sem, no entanto, ficarmos presos em ideias e projetos que haviam perdido sua pertinência no novo contexto global. No último ano, intensificamos nossa programação digital e descobrimos novas maneiras de nos conectar com o público, às quais pretendemos dar continuidade nas próximas edições.” Mais de 1.100 obras foram expostas no Pavilhão no Parque Ibirapuera. |
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Entre os artistas desta edição, há representantes de todos os continentes. Esta será, ainda, a Bienal com a maior representatividade de artistas indígenas de todas as edições com dados disponíveis, com 9 participantes de povos originários de diferentes partes do globo. |
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Dentre eles, Daiara Tukano, Sueli Maxacali, Jaider Esbell, recentemente falecido, homem e artista que acreditava na luta, que ele tão habilmente liderava, pelo reconhecimento da importância das culturas, da produção artística e da própria vida dos povos originários. Uma mostra da presença dos povos originários do Brasil pode ser vista no vídeo: https://youtu.be/B3q990dqHTM |
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Cientistas Brasileiros Entre os Melhores apresenta descobertas de 13 pesquisadores, entre eles Paulo Artaxo, Lygia da Veiga e Vanderlei Bagnato, da USP. Estreada em 2020, a série de vídeos apresenta uma fusão de ficção, realidade e animação para dar visibilidade à atuação de ponta da ciência brasileira. São 13 episódios de 26 minutos com a presença dos maiores cientistas do País, cujas pesquisas e descobertas receberam reconhecimento internacional e são caracterizadas por terem grande aplicabilidade no cotidiano Entre eles, estão os físicos Paulo Artaxo, Vanderlei Bagnato e a geneticista Lygia da Veiga Pereira, todos da USP. A série já foi ao ar pela TV Cultura e TV Brasil. |
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A primeira temporada completa, contendo 13 episódios, está disponível na plataforma Looke, mediante assinatura. Cada episódio mostra um cientista brasileiro cujas descobertas, pesquisas ou patentes tiveram reconhecimento internacional. Diversas áreas são abordadas, a fim de apresentar ao público a força e a atuação do Brasil para o desenvolvimento científico e tecnológico mundial. |
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Quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo. João Guimarães Rosa |
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Muitas pessoas têm nos perguntado: afinal o que são níveis de realidade e como falamos disso em nosso dia a dia? Falamos? O que isso tem a ver com a nosso viver melhor e trazer luz àquilo que somos para que o nosso caminhar seja mais desimpedido das amarras internas? E como nos considerar seres interconectados, porém autônomos? Há pessoas que nos falam do quanto herméticos são alguns conceitos da Transdisciplinaridade... então, vamos conversar a respeito? Usando o texto de João Guimarães Rosa, O espelho, cujos trechos virão em destaque, podemos nos perguntar o que avistamos quando olhamos ou analisamos algo, seja um objeto, um fato ou um conjunto de fatos, pessoas...? Esse texto, que selecionamos, fala desse nosso olhar frente a um espelho. Vamos lá: (...) narro-lhe; não uma aventura, mas experiência, a que me induziram, alternadamente, séries de raciocínios e intuições. (...) O senhor, por exemplo, que sabe e estuda, suponho nem tenha ideia do que seja na verdade — um espelho? Demais, decerto, das noções de física, com que se familiarizou, as leis da óptica. |
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Sim, podemos usar nossos cinco sentidos, para apurar o que observamos, em um primeiro momento, com o paladar, a audição, o tato, a visão e o olfato. Usamos todos eles quando diante de um “simples” espelho, por exemplo.No entanto, vamos depurando esses sentidos e tomando consciência de complexas relações entre o que percebemos, mas que, muitas vezes, não sabemos nomear e o que nosso corpo, ou nossas sensações, nos revelam. Reporto-me ao transcendente. Tudo, aliás, é a ponta de um mistério. Inclusive, os fatos. Ou a ausência deles. Duvida? Quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo.Fixemo-nos no concreto. O espelho, são muitos, captando-lhe as feições; todos refletem-lhe o rosto, e o senhor crê-se com aspecto próprio e praticamente imudado, do qual lhe dão imagem fiel. Mas — que espelho? Há-os «bons» e «maus», os que favorecem e os que detraem; e os que são apenas honestos, pois não. E onde situar o nível e ponto dessa honestidade ou fidedignidade?. |
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E aqui se inicia o desejo de poder se considerar apenas os fatos que nossos sentidos nos apontam. Como é isso? As fotos, e hoje mais do que nunca sabemos, não revelam só a realidade, mas as transfiguram, não é mesmo? Os filtros dos nossos vários aplicativos que o digam! Se assim é, também o que percebemos pode sofrer a influência desse filtro de nossos conteúdos interiores, de nossas emoções. Como você, leitor, entende isto? Como é que o senhor, eu, os restantes próximos, somos, no visível? O senhor dirá: as fotografias o comprovam. (...) Ainda que tirados de imediato um após outro, os retratos sempre serão entre si muito diferentes. Se nunca atentou nisso, é porque vivemos, de modo incorrigível, distraídos das coisas mais importantes. E as máscaras, moldadas nos rostos? Valem, grosso modo, para o falquejo das formas, não para o explodir da expressão, o dinamismo fisionômico. Não se esqueça, é de fenômenos sutis que estamos tratando. |
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Onde ficam as interpretações e projeções psicológicas que muitos de nós recebemos de outra pessoa ou provocamos em outra pessoa? Resta-lhe argumento: qualquer pessoa pode, a um tempo, ver o rosto de outra e sua reflexão no espelho. (...) O experimento, por sinal ainda não realizado com rigor, careceria de valor científico, em vista das irredutíveis deformações, de ordem psicológica. Tente, aliás, fazê-lo, e terá notáveis surpresas. Além de que a simultaneidade torna-se impossível, no fluir de valores instantâneos. Ah, o tempo é o mágico de todas as traições... E os próprios olhos, de cada um de nós, padecem viciação de origem, defeitos com que cresceram e a que se afizeram, mais e mais. Por começo, a criancinha vê os objetos invertidos, daí seu desajeitado tactear; só a pouco e pouco é que consegue retificar, sobre a postura dos volumes externos, uma precária visão. (...) Os olhos, por enquanto, são a porta do engano; duvide deles, dos seus, não de mim. (...) Note que meus reparos limitam-se ao capítulo dos espelhos planos, de uso comum. E os demais — côncavos, convexos, parabólicos — além da possibilidade de outros, não descobertos, apenas, ainda? Um espelho, por exemplo, tetra ou quadridimensional? Parece-me não absurda, a hipótese. Matemáticos especializados, depois de mental adestramento, vieram a construir objetos a quatro dimensões, para isso utilizando pequenos cubos, de várias cores, como esses com que os meninos brincam. Duvida? CONTINUE A LEITURA CLICANDO AQUI |
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