Keep on – dicas audiovisuais #46 |
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Quase Famosos (EUA, 2000), escrito e dirigido por Cameron Crowe, é um relato semi-autobiográfico do diretor sobre a vida como um jovem repórter da revista Rolling Stones. Produzido em 92 dias, o filme distingue-se pelo orçamento musical: enquanto a maioria das obras destina uma verba que beira US$ 1,5 milhão, neste longa foram investidos US$ 3,5 millhões para usar mais de 50 fonogramas. Crowe enviou o roteiro de 172 páginas para muitos contatos, entre eles, Steven Spielberg, fundador da Dreamworks. Spielberg leu o roteiro num fim de semana e na segunda-feira telefonou para o diretor dizendo: "Dirija cada palavra." Abaixo nós escolhemos quatro cenas de Quase Famosos para exemplificar a gramática audiovisual empregada. De nosso abecedário, nós citaremos decupagem, inserções, roteiro e verossimilhança. Todas as cenas estão disponíveis no nosso Twitter @sallvafilmes. Acompanhe-nos por lá. |
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Os créditos de abertura com 1'46'' de duração é um clássico exemplo de inserção não diegética. Os letreiros são escritos à mão pelo próprio diretor num bloco de notas, enquanto surgem registros antigos na mesa do protagonista. A ambientação nostálgica em parte também é verossímil, já que são registros reais da juventude de Crowe. Durante os créditos, é possível ver o nome "Sem Título" sendo escrito no papel. Esse seria o título provisório do filme, no entanto, a DreamWorks pressionou para que Crowe encontra-se um título melhor. Foi, então, depois de já rodado os créditos iniciais, que surgiu o título definitivo "Quase Famosos". |
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Nesta cena de 1'16'' decupada em apenas cinco planos o Over The Shoulder (OTS) é empregado em quase todas as cenas – exceto no primeiríssimo primeiro plano do rosto de William Miller (Patrick Fugit). O OST é um plano que posiciona numa cena dois personagens uma de frente para o outro, porém enquadrando um deles de costas para a câmera e relativamente fora de foco, para que o outro personagem fique mais evidente no plano. O OST é frequentemente empregado em cenas diálogos, pois cria familiaridade e verossimilhança ao espectador. |
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Nesta cena de 58'', que é a preferida do diretor, vemos Penny Lane (Kate Hudson) dançando sozinha no auditório vazio. A edição empregada aqui alterna planos abertos e médios, sempre enquadrando a personagem no centro de um ambiente vazio. Hudson considera a experiência de ter feito Quase Famosos como um dos melhores momentos de sua vida. |
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Nesta cena de 1'04'' destacamos o roteiro. Anita Miller (Zooey Deschanel), irmã de William (Fugit), desembarca no aeroporto. Ela está uniformizada de comissária de bordo com cores quentes e vibrantes ao passo que encontra William na sala de embarque sozinho, com roupas em tons pastéis e fisionomia cansada. Anita percebe a situação embaraçosa e aproxima-se do irmão ao que diz: "Você está horrível. Mas isso é ótimo. Está vivendo sua vida. Libertou-se da mamãe." |
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Na próxima segunda-feira a gramática audiovisual será sobre A Pior Pessoa do Mundo (NOR, 2021), dirigido por Joachim Trier. Até lá! |
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