Pintura: Alla Tsank 

Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.

A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.

Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.

Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses (...)

 

in Odes de Ricardo Reis (1946)

CETRANS HOJE

A Arte da Transdisciplinaridade na Vida

 

A Transdisciplinaridade, como um novo acontecimento, traz com ela um novo modo de pensar, uma nova inteligência que tem uma dimensão experienciada de forma singular, formulada inicialmente por Basarab Nicolescu, mas enriquecida com muitas contribuições que foram sendo feitas ao longo desses últimos 25 anos por muitos pensadores que contribuíram para seu florescimento. O tempo conta muito nessa tarefa, pois as ideias, as teorias, as ações vão se desenvolvendo, se transformando para renascer em outros formatos. Nesse percurso histórico da Transdisciplinaridade se entrelaça nosso caminho pessoal com nossas experiências interiores e exteriores que se misturam no mundo que habitamos dando uma forma cada vez nova e especial ao já vivido e pensado. Assim, somos sujeitos singulares que vivemos no mundo e nele somos constituídos. Essa relação se estabelece fora da dualidade sujeito-objeto, pois o viver humano, o ser humano no mundo e o conhecimento que esse ser estabelece a partir da realidade vivida são uma única realidade e não existe mais um sujeito frente a um objeto, mas um co-pertencimento de constituição entre o objeto/ mundo – e o sujeito/ ser humano.

 

O mundo dentro dessa concepção abrange tudo que existe na natureza assim como toda produção artística, cultural ou científica, incluindo nós, os seres humanos. Dessa forma, mundo não diz respeito só àquilo com que o ser humano se relaciona, mas é um momento estrutural que o constitui: a articulação do ser humano-ente-mundo acontece simultânea e reciprocamente. Assim a relação mundo e humano não é um esquema dual separado, mas se constituem mutuamente. A Arte da vida se constitui junto com o Mundo.

 

Para pensadores do século XX, a condição de possibilidade da mundanidade do mundo, isto é, da nossa existência, se dá pelo jogo especular entre terra e céu, deuses e mortais e essa conjuntura aparece no entrecruzamento desses 4 elementos: a terra é aquela que tem a capacidade geradora onde produz, brota e eclode seres humanos, animais, plantas, rochas,  e tudo mais que existe; o céu é o que acolhe tudo que é produzido, pois ele tem a propriedade de acolher tudo o que acontece na terra; a espera dos divinos, que são o signo ou sinal do que pode acontecer sobre a terra e representam a presença e o velamento que podem trazer um acontecimento que possibilita transformações e a Arte tem aqui seu lugar privilegiado, pois os “poetas”, os artistas,  são aqueles que podem oferecer a boa nova e, assim criam condições de possibilidade de mudanças profundas na sociedade e finalmente,  os seres humanos são os que conduzem e guardam, continuamente, à espera dos acontecimentos do mundo sobre a terra e sob o céu.

A Transdisciplinaridade, como um acontecimento transformador, está mergulhada e se nutre desse quadripartido em toda sua riqueza conceitual, na medida em que acredita que o ser humano é aquele que vislumbra o ser das coisas e, na sua finitude, ele pode compreender o ser que ele é. O humano como ser-o-aí, isto é, como ser histórico é um dos elementos constitutivos do quadripartido que vive sobre a terra sob o desígnio do céu entre outros seres mortais a espera de um desvelamento contínuo dos chamados do Seer.

O destino, a serenidade e o sagrado estão aí incluídos. É essa compreensão que eu imagino ver no devir da Transdisciplinaridade hoje, ao dar abertura para o entendimento da complexidade, dos diferentes níveis de realidade, do terceiro incluído e do terceiro secretamente oculto.

 

A Transdisciplinaridade trabalha no espaço vazio, do que está entre – através – além das disciplinas, das pessoas, das coisas, dos fenômenos. Ela trata do que chamamos de Realidade como tudo aquilo que resiste às nossas experiências, representações, descrições, imagens ou formulações matemáticas, e do Real como referência absoluta e sempre velada.

 

O que é esse entre? O que é estar entre? Tem espaço/tempo no entre? É um intervalo de um todo estruturado? Ou é um intervalo de um todo fluído que está sempre se movimentando? Estamos no mundo, mas vivemos no entre: entre o hoje e o amanhã; entre o aqui e o acolá; entre o imanente e o transcendente. O conhecimento deste mundo também vive no entre: entre as disciplinas e os fenômenos e vamos caminhando e atravessando véus e percebendo que nos diferentes níveis tem sempre esse entre, pois cada nível de realidade tem leis próprias que precisam ser percebidas e compreendidas para encontrar algo que permita atravessá-las e penetrar num outro nível. O entre é um lugar de passagem, mas não é um lugar em que permanecemos. E o mágico é que, ao passarmos no entre, saímos do outro lado do vale, transformados, renovados. As grandes batalhas acontecem nos tempos e espaços do entre e a abertura para essa compreensão ajuda a fazer o trajeto com mais leveza, menos dor e mais graça. A esperança de conseguir atravessar o entre e a fé que a travessia pode ser feita, anima.

 

Através é outra palavra cujo sentido encanta: para que algo atravesse ele precisa ser visto através de algo leve, fluído, móvel e tudo que for rígido, duro, fixo não atravessa e nada passa entre seus elementos. O através também funciona como um véu muito fino, translúcido, por onde a luz passa, e por causa da luz, se pode ver do outro lado. O através atravessa, também, o movimento da pesquisa, da reflexão e da experiência. O ver através desvenda mundos, minimiza diferenças, maximiza nossa pequenez perante as coisas que nos rodeiam. É como se enxergássemos por um filtro mais radical que mostra que existem muitas formas de ver e perceber o mundo. Ver através nos mostra as coisas se desvelando a nós se nós formos nos abrindo para que elas se revelem em nós.

 

Além, palavra que evoca algo mais sublime do que está além de nós, além dos saberes, da percepção comum, mas que está presente na forma do sutil, presente na nossa existência, mas que muitas vezes nos escapa. A Transdisciplinaridade, como esse novo pensar e essa nova inteligência, mostra a clareza da futuridade que está além de nós, mas que já se vislumbra no horizonte.

Nesse lugar sem lugar, não tem causa nem efeito, agora nem depois, nem sujeito nem objetos. É um lugar de Silêncio já tão celebrado pelas filosofias orientais, pelos Povos das Culturas Ancestrais e indígenas de tantos países. Existem coisas maiores que nós que espelham o que realmente somos, o mistério nos acompanha e acompanhamos o mistério da Vida.

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Parte do texto apresentado pelo CETRANS no Fórum Social Mundial/ México no dia 4 de maio 2022.

Imagens: "Noite estrelada" - Vincent Van Gogh 

                 "O silêncio" - Odilon Redon.

 

ACONTECÊNCIAS

Mains dans les mains de Mariana Thieriot-Loisel - Entre poesia, pintura e testemunho, este livro revela o percurso de uma cuidadora que trabalha com cuidados paliativos e a sua abordagem do yoga face ao câncer. Pelos benefícios que traz, a prática  do Yoga permite caminhar com quem enfrenta uma doença sem perspectiva de cura e com suas equipes de saúde. Pode então influenciar o roteiro emocional de cada um e modificá-lo transformando tristeza, raiva e desespero em serenidade, benevolência e amor. Uma história vibrante de humanidade para viver esses pequenos momentos de felicidade roubados do sofrimento e da morte.

A autora é filósofa, doutora em Educação, Cultura e Sociedade. Lecionou yoga para alunos de fisioterapia, em residências para idosos e até à beira do leito de doentes, ela própria imersa em cuidados paliativos. É membro do Centre International de Recherches et Études Transdisciplinaires -  (Paris), do Centro de Educação Transdisciplinar -  CETRANS (Brasil) e da Union des Écrivaines et Écrivains Québécois - UNEQ (Quebec/ Canadá). Ela desenvolve uma prática transdisciplinar aberta a todos.

Este livro foi editado em francês pela Editions Amalthee www.editions-amalthee.com e se encontra à venda na Amazon no link https://a.co/d/3WOIhs2

Ver no vídeo o registro do evento: https://youtu.be/puYANHyxFLs

“Ir e voltar... Ir e ficar... Mulheres Brasileiras em Movimento” - Este livro escrito por 18 mulheres brasileiras que contam sobre as alegrias e os desafios que enfrentaram no seu processo de migração para outros países, teve seu lançamento no dia 12/2/2022. Parte delas foi e ficou, e outra parte foi, voltou e continua indo e voltando... O que elas têm em comum? Como podem inspirar outras mulheres que nutrem o desejo de migrar?

São elas: Ana Lucia Borges da Costa, Ana Maria Rosa, Andrea Hughes, Celia Akitani, Christina Litran, Elaine Garcia Alves, Esther de Castro, Fernanda Bonatti Fidelis, Frances Rose Feder, Helyda Di Oliveira, Ivani Fusellier, Marge Oppliger Monja Daien, Maria Barroso, Mariana Thieriot-Loisel, Nirka Basei, Olga Balian, Renata Carvalho Lima Ramos e Sarah Oliveira Carneiro.

A TRIOM Editora organizou e editou este livro, num formato colaborativo, com o investimento das próprias mulheres. Logo estará disponível para aquisição pelo email: editora@triom.com.br

O LEDE | Laboratório Experimental de Design já é uma realidade no Vale do Paraíba/SP. O projeto é liderado pelo Prof. Alessandro Faria e está instalado no Museu Major Novaes, na cidade de Cruzeiro. Tem como objetivo central levar a inovação e o empreendedorismo a jovens estudantes, comunidades sem acesso à tecnologia e empresas de pequeno e médio porte, em estágio inicial de desenvolvimento, através do Design Thinking e da Gestão Ágil de Projetos. Tem ainda como objetivos específicos:

  • Apoiar à formação profissional, científica e tecnológica;
  • Capacitar os jovens para o “novo” mercado de trabalho; 

O LEDE se caracteriza fundamentalmente por buscar soluções inovadoras e criativas usando o mínimo de recursos disponíveis dentro de um espaço de tempo muito curto

 

Vídeo  https://www.youtube.com/watch?v=aFrrgS2k-Lw

Cleo Busatto: apresenta, em novo livro, uma história de afeto, coragem e curiosidade. Quem nunca se divertiu ao ler a história de um menino que sai de casa com uma mochila para se aventurar? Até aí, tudo bem! Mas e se ele encontrasse no caminho a lua precisando de ajuda? O novo livro infantil da autora - Um lago, um menino e a lua, desperta a imaginação dos pequenos na relação entre o ser humano e a natureza.   Com ilustrações de Mari Ines Piekas, o livro foi viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, Governo Federal, Ministério do Turismo e Secretaria Especial da Cultura.  Conta ainda com apoio da Secretaria da Comunicação Social e da Cultura do Estado do Paraná, patrocínio da Copel, do Grupo Potencial e realização da CLB Produções.

Os lançamentos do livro serão: Dia 26/06 na Biblioteca Pública de Santa Catarina - Florianópolis/ SC; Dia 16/07/2022 na Livraria Nove Sete , São Paulo/ SP; Dia: 23/ 07 na Livraria Pátio Batel - Curitiba/ PR.

Link de venda: Amazon:  site da autora: https://cleobusatto.com.br/ 

Mirian Menezes de Oliveira lançou o livro de Poesias “Tempo de Recolher as Folhas”. É um livro resiliente, que emergiu em período de pandemia de covid-19. Essa singela obra pode ser classificada como uma antologia reversa: vários textos da autora montados em quebra-cabeça. A ordem dos textos não obedece a uma sequência cronológica crescente ou decrescente, entretanto, destaque seja dado à “Carta ao anjo da guarda”, um dos textos mais recentes, escrito no auge do confinamento. Os demais textos, em formato de poemas, são oriundos dos mais diversos contextos de produção..

O título possui sentido ambivalente: folhas de árvores e folhas de     papel (rascunhos, rabiscos, textos revisados, esquecidos e/ ou publicados). Apesar do processo intimista de organização, Tempo de recolher as folhas não é autobiográfico, não possui fins “utilitários” e não é de autoajuda... É, somente, um livro de Poesia. Justiça seja feita à Literatura: Arte responsável por recriar a realidade, ressignificá-la e redimensioná-la. Literatura é VIDA, ARTE e gênero de primeira necessidade.

 

O livro será lançado no Salão do Livro de Portugal (Centro Cultural Cabo Verde) de 22/06 a 23/06/2022 - das 13h às 19h, em Lisboa– Rua São Bento, 640, sob representação da ZL Books.

Link para compra Amazon: https://www.amazon.com.br/Recolher-Folhas-Mirian-Menezes-Oliveira/dp/6555297069

Mirian ainda participou da Antologia “Elas, as Artes, a rima”, da Páginas Editora, com um poema e também da Antologia “Poemas Florais”, da Fábricaebooks, organizado por Ademir Pascale, com o  poema “Samanea Saman”.  Os livros “Métricas maceradas” e “Tempo de recolher as folhas” estarão disponíveis, para venda, na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, de 02 a 10 de julho - Expo Center Norte. (no stand da Scortecci)

A itinerância de lançamento do livro "Oboré - quando a Terra fala" - Martha de Lima. Um caminhar se iníciou desde 17 de fevereiro: o livro Oboré, quando a Terra fala ficou pronto. O primeiro caminho que percorreu foi de Chapecó-SC a Brasília-DF, nas mãos de Jozilleia Kaingang,  a primeira autora a ter contato com a obra impressa. Estivemos juntas no Acampamento Terra Livre - ATL, lá o entregamos para as autoras: Daiara Tukano, Kerexu Yxapyry e Célia Xacriabá.

Fizemos lançamento oficial na plenária Cultural do acampamento ATL, com a presença no palco das três autoras e lideranças indígenas ─ um momento importante neste contexto. De volta a Florianópolis, tivemos um encontro com Kaká Werá - autor e editor - e Rachel Kleinubing, coordenadores de edição do livro, ambos editores da Arapoty,  que receberam com alegria os seus exemplares. Houve, com Kaká Werá, lançamento com tarde de autógrafos na l Mostra de Livros Voadores na Biblioteca do CIC ─ Centro Integrado de Cultura, um momento de interação com diversos convidados, amigos e parceiros. 

Já na parceria com Instituto Releituras tivemos a apresentação do Oboré: quando a Terra fala, na Biblioteca Pública de Santa Catarina ─ BPSC, evento para comemorar o aniversário da biblioteca, com exposições e intervenção artística literária. 

 

Na primeira itinerância, por 14 dias, passando por duas capitais - Belo Horizonte e São Paulo e cinco municípios, Oliveira, Pouso Alegre, Congonhal, Silvianópolis e Cotia, com participação em diversos eventos, entrando em contato diretamente com mais de 500 pessoas, entre escolas, instituições públicas e locais sociais.

 

Dados contabilizados e registrando as emoções que vivenciamos, as trocas de saberes, as interações com alunos, professoras, radialistas, empreendedores, voluntárias e público sensível à causa Indígena, foi tudo muito gratificante, para além das vendas do livro. 

 

Momentos possíveis a partir da atuação colaborativa das integrantes da Comunidade Caleidoscópio que atuaram como peças chave em cada cidade: Marina - Entre Lugar - Oliveira MG; Marcela Dâmaris e Júlia Lopes Movimento Laranja - Pouso Alegre e Região; Joelma Magela - Catadoras de Brilho - com apoio logístico e educacional; Simone Catalan e Daisy Klein como mentoras da comunidade e organização dos eventos em Belo Horizonte, São Paulo e Cotia. 

(...)

 

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FÓRUM SOCIAL MUNDIAL – FSM Brasil/ México - maio 2022

 

Participação do CETRANS no FÓRUM SOCIAL MUNDIAL - JUSTIÇA E DEMOCRACIA - PORTO ALEGRE/ BR.

 

O  Centro de Educação Transdisciplinar - CETRANS (São Paulo) e a Unidade de Formação Transdisciplinar - UNITRANSD (Florianópolis) participaram da organização do FÓRUM SOCIAL MUNDIAL - JUSTIÇA E DEMOCRACIA - BRASIL, realizado no dia 27 de abril às 16 hs pela plataforma ZOOM. A coordenação e mediação deste evento esteve a cargo do Prof. Daniel José da Silva. Foram apresentados nesse dia os resultantes do III CMTD - modalidade virtual -, pela Prof. Julieta Haidar, assim como a PLATAFORMA WEB de pesquisa FLUXUS DE PALAVRAS, por Adriana Caccuri e Silvia Fichmann e o Livro OBORÉ - QUANDO A TERRA FALA, por Martha de Lima, sua organizadora.

Ainda falaram Adriana Klin sobre o BANCO DE TEMPO, Vitoria M de Barros sobre o CETRANS e Maria Fernandes de Mello sobre a TRANSDISCIPLINARIDADE. Participaram ainda pela UNITRANSD de Florianópolis, Juliara Hoffmann, Paula Marques e Gabriele Tschöke 

Video https://youtu.be/cBXFbPZMMQw

 

Abra neste link a estrutura cognitiva realizada nesse dia, após as apresentações, por Juliara Hoffmann

O CETRANS e a UNITRANSD organizaram e participaram do FÓRUM SOCIAL MUNDIAL - JUSTIÇA E DEMOCRACIA – MÉXICO sob o Tema: TRANSDISCIPLINARIDADE COMO UM CAMINHO DE VALORIZAÇÃO DA VIDA EM COMUM em 04 de maio de 2022, das 16 às 18h (Brasília).  O evento foi realizado em sintonia com o III Congresso Mundial de Transdisciplinaridade, a se realizar na Cidade do México, na primeira semana de novembro de 2022.

 

O foco do evento foi a apresentação da Transdisciplinaridade como uma experiência humana valorizadora da humanização do mundo da vida em comum, através de cinco destaques transversais aos fenômenos naturais e humanos:

a) o espaço cognitivo de aprendizagem sutil que existe entre, através e além das disciplinas;

b) a presença da lógica enativa agregadora de estabilidade nos fenômenos naturais, humanos e sociais resilientes no tempo;

c) as éticas vinculantes do fenômeno humano em sua deriva natural de amor, cuidado e sustentabilidade;

d) a complexidade das lógicas de valorização dos meios excluídos na abordagem transdisciplinar dos fenômenos da vida 

e) o reconhecimento da natureza ontológica do SER como precedente da construção do conhecimento transdisciplinar.

 

Dois recursos pedagógicos de aprendizagem foram construídos durante o evento, uma ESTRUTURA COGNITIVA das apresentações e uma NOOSFERA DE AFINIDADES dos participantes do evento. Palestraram nesse dia:  Vitoria M. de Barros, Maria F. de Mello, Daniel J. da Silva, Vicente Góes pelo CETRANS e Juliara Hoffmann, Gabriele Tschöke, Adriana Klin e Paula Marques pela UNITRANSD. 

 

Vídeo: https://youtu.be/gKH3bFCUbII

Toda última quarta-feira de cada mês o CETRANS tem apresentado os ENCONTROS TRANSDISCIPLINARES pelo ZOOM, sob a coordenação e mediação de Vitória M. de Barros aberto a todos os membros e interessados pelos assuntos abordados.

O primeiro Encontro aconteceu no dia 30/03/2022 e esteve a cargo do Dr. Fernando Antônio Bignardi, membro CETRANS, que discorreu sobre COMO CONSTRUIR A SAÚDE DO SER TRANSDISCIPLINAR COM BEM ESTAR: UM DIÁLOGO SOBRE AS VÁRIAS DIMENSÕES DA PESSOA

 

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O segundo Encontro aconteceu no dia 27/04/2022, pelo ZOOM e contou com a presença do psicanalista Ignacio Gerber, membro CETRANS, que palestrou sobre MENTE ZEN – MENTE TRANSDISCIPLINAR.

 

Neste CI@53 publicamos, em UM PONTO DE INTERESSE, um texto do próprio Gerber, referente à palestra realizada.

 

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No dia 25 de maio de 2022 foi a vez de Martha de Lima falar como surgiu a ideia, sobre todo o processo de organização, até a publicação do livro OBORÉ - QUANDO A TERRA FALA, com o título PERLABORAÇÃO: COMO NASCE UMA IDEIA TRANSDISCIPLINAR - OBORÉ QUANDO A TERRA FALA.

 

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Todos os ENCONTROS TRANSDISCIPLINARES poderão ser revistos ou assistidos, caso não o puderam fazer ao vivo, no canal de vídeos do CETRANS - YouTube ou no canal do CETRANS de podcasts - Podomatic.

 

Canal CETRANS no YouTube https://www.youtube.com/c/CETRANSCOMUNICAÇÃO

Canal de podcasts CETRANS no PODOMATIC https://www.podomatic.com/podcasts/cetrans

Live de Edson Tani – Cartola – a jornada de um herói. O arquiteto Edson Tani, especialista em Geometria Sagrada aplicada à arquitetura, música e a artes plásticas, apresentou uma live no dia 22/04 sobre a vida e obra do mestre Cartola, intitulada Cartola – a jornada de um herói.

Discorreu primeiramente sobre a vida do mestre e sua obra, alternando com aspectos da história do samba e fazendo uma comparação da trajetória de vida do mestre, com teoria de Joseph Campbell - a Jornada do Herói. Comparou a seguir a jornada do herói mangueirense a um eneagrama, desde a Partida, passando pela iniciação e depois pelo Retorno, em 9 passos.

Em alguns intervalos de fala, Tani tocou e cantou músicas do Cartola, como “Qual foi o mal que fiz”, “Cordas de aço”, “As rosas não falam”, “Sei lá, Mangueira”..., alternando com fotografias de época e histórias de vida do compositor. Finalmente, usando seu monocórdio sobre a figura do mestre, estabeleceu relações entre as proporções do rosto dele e os sons tirados do monocórdio, resultando assim no samba “O sol nascerá” ou “A sorrir” composto pelo mesmo. Incrível!

 

Vídeo no Youtube: https://youtu.be/5VoLfmf9qfY 

UM PONTO DE INTERESSE

Psicanálise, Reverie, Meditação 

 

Ignacio Gerber

Neste artigo proponho um exercício transdisciplinar envolvendo a Atitude do psicanalista diante de seu paciente, como proposta por Wilfred R. Bion, psicanalista inglês nascido na Índia, e a atitude Zen diante da vida.

 

Origens históricas

O Tao Te Ching é um dos cinco livros clássicos da filosofia chinesa. Atribui-se a autoria a Lao-Tsé, que teria vivido há 2.600 anos, mas o livro é certamente uma compilação da sabedoria multimilenar taoista, e Lao-Tsé seja talvez um personagem em parte lendário.

 

Compõe-se de oitenta e um poemas que buscam, através das palavras possíveis, transmitir uma cosmovisão que se baseia no Tao: uma ordem cósmica, uma lógica universal que nos abrange, mas nos escapa porque está além de nossa captação sensorial finita. Na falta de uma palavra que possa dar conta dele, o Tao é traduzido por caminho, caminho perfeito, realidade essencial, verdade última, ou simplesmente Verdade. O taoísmo é uma filosofia essencialmente prática e pragmática; sua meta é que alcancemos a paz interior integrando-nos a esse caminho natural, essa verdade imaterial que transcende suas manifestações materiais. Krishnamurti, por sua vez, é um grande pensador moderno que provém de outra linhagem filosófica milenar desenvolvida na India desde os Vedas até o budismo tradicional e deste ao Zen, a versão mais atual desse conhecimento universal. Ele é um conterrâneo contemporâneo de Bion. Ambos nasceram na Índia, mas Bion a abandona aos oito anos para cultivar sua cultura genealógica na Inglaterra, conservando em si a cultura tradicional indiana que absorveu no contato intimo com sua  aia, sua babá indiana.

 

Citarei a seguir fragmentos de Lao-Tsé, de Krishnamurti e de Bion e penso que as aproximações ficarão evidentes e facilitam muito a compreensão das ideias de Bion, principalmente a atitude psicanalitica de "REVERIE (*), sem memória, sem desejo, sem entendimento", por ele proposta ao terapeuta em sessão, e que tem causado dificuldades para tantos interessados que se dispõem a conhecê-lo.

 

Tao Te Ching

Poema 1
O Tao que pode ser posto em palavra já não é o Tao.

...

Livres de desejo captamos a verdade (o Tao).
Presas do desejo captamos apenas suas manifestações.

...

A fonte do mistério é o obscuro.
O obscuro profundo, a porta de toda a compreensão.

 

Poema 2
O Tao é como o eterno vazio, pleno de infinitas possibilidades.

Poema 14
O Tao não tem principio nem fim. Não podemos conhecer o Tao, mas podemos ser-o-Tao.

Krishnamurti
A mente deve estar completamente vazia para poder receber... uma mente ocupada cria aquilo de que se ocupa.

Sem pensamento não há pensador... o pensamento é a continuação do passado e aquilo que continua não pode ser livre.
                                        

Bion em Pensamentos Revisitados (Second Thoughts)
Pensamentos existem sem um pensador. A ideia de infinito é anterior à ideia de finito. O finito é conquistado do infinito obscuro e sem forma (o inconsciente?). (P. 166).

 

 

Bion em Atenção e Interpretação
Em psicanálise, não mais do que em outras investigações científicas, não se pode enunciar os eventos de modo direto, indubitável ou incorrigivel. Vou usar o símbolo O para denotar aquilo que é a realidade última, representada por termos como realidade última, verdade absoluta, a divindade, o infinito, a coisa-em-si. [...] O pode "tornar se" mas não pode ser "conhecido". (P. 41).

 

O analista precisa focar sua atenção sobre o ponto O, o desconhecido e incognoscível. O analista não pode estar identificado com o O: ele precisa sê-lo. (P. 42)
 

Os místicos religiosos provavelmente foram aqueles que chegaram mais perto de conseguir expressar a experiência da verdade absoluta. A existência desta verdade é igualmente fundamental para a ciência e para a religião. (P. 44).


Como trabalharia Bion em sua clínica a partir desses pressupostos teóricos, mas principalmente, a partir da atitude de Reverie, "sem memória, sem desejo, sem entendimento", em busca do O que não pode ser conhecido, mas pode ser intuído através de um "ato de fé" que nos torna Unos com o O? Bion procura responder na página 68 de Atenção e interpretação.


Para conseguir um estado de mente essencial para a prática da análise, evito qualquer exercício de memória; não faço anotações. Quando fico propenso a lembrar dos eventos de qualquer sessão em particular, resisto à tentação. Caso me veja vagueando mentalmente no âmbito da memória, desisto. Nisso, minha prática difere da visão de que os psicanalistas deveriam ter anotações; ou deveriam encontrar algum método para registrar sessões por meio de um dispositivo mecânico; ou deveriam treinar para ter uma boa memória. Quando descubro estar sem qualquer indicação do que o paciente está fazendo, sentindo que o segredo está escondido em algo que esqueci, resisto ao impulso de lembrar o que aconteceu ou como interpretei algo acontecido em uma ocasião anterior. Quando algum pedaço de lembrança começa a se intrometer, resisto a seu apelo, não importa o quanto a recordação possa parecer premente ou desejável.


Bion utiliza o termo arrogância como um quase sinônimo de estupidez para definir a atitude de um "conhecedor" que pensa que sabe tudo e se recusa a aprender algo com o outro; algo novo que demonstra a própria limitação do seu conhecimento finito diante do desconhecido infinito. Se dar conta disso pode produzir no arrogante uma percepção traumática de si que Bion chamou "mudança catastrófica". Encontramos exemplos na nossa prática clínica com analisandos que repetem indefinidamente suas experiências emocionais frustrantes e parecem recusar possíveis novos caminhos que o processo psicanalítico possa abrir. Toda mudança verdadeira é sentida como catástrofe. Outro exemplo é a frase do pensador Zen Shunriu Suzuki: "A mente do principiante tem muitas possibilidades. A mente do 'conhecedor' tem poucas possibilidades". Entendo que o que Suzuki propõe não é uma recusa do conhecimento, mas pelo contrário, é não nos saturarmos dele e permanecermos abertos ao que não sabemos.

* * *


Uma história Zen

Séculos atrás, um renomado professor da Universidade de Kioto ouve falar do Zen e viaja para encontrar um mestre Zen que vivia numa choupana distante. O mestre o recebe e oferece uma xícara de chá. Enquanto prepara longamente o chá, o professor discorre sobre seus títulos, seus escritos, seus prêmios e seu conhecimento, e pede ao mestre que lhe explique o Zen.

O mestre serve o chá, enche a xícara, continua servindo, o chá transborda sobre a roupa do professor que pergunta surpreso o que acontecia. O mestre responde: "Quando a xícara está cheia, não cabe mais chá."

 

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Imagens:

Lao Tsé, momento contemplativo - https://tashivasudeva.wordpress.com

Livro Tao Te Ching - https://amazon.com.br/Tao-Te-Ching-Virtue-English-ebook/dp/B00LF5G57G/

Jiddu Krishnamurti - https://sociedadedospoetasamigos.blogspot.com

 

(*) O termo "Reverie" 

 

REFLEXÃO PESSOAL

A Contraface da Harmonia

Monica Simons

 

Tempos difíceis os que vivemos, tempos que por diferentes motivos e de diferentes maneiras nos angustiam e amedrontam..., tempos que nos desafiam numa enxurrada de incertezas... Sim, porque o que, até bem pouco tempo atrás era de determinada maneira e aceito como bom e verdadeiro, hoje simplesmente não é mais. Acordamos a cada manhã fazendo parte de um mundo de mil faces que num momento nos mostra uma cara amigável e no outro, não mais... feito então de luzes e sombras, de risos e prantos, aliás como sempre foi, mas hoje, mergulhados como estamos na “infosfera” (atualmente os neologismos proliferam para tentar dar conta...), num mundo sem fronteiras, tudo nos chega muito rápido e em quantidades que nos sufocam, nos dando a sensação de vivermos num verdadeiro caos e muitas vezes, de fazermos parte dele.

Mal estamos ainda tentando encontrar o rumo em meio a uma pandemia que nos lembrou do tamanho da nossa organizada desorganização e da fragilidade dos nossos sistemas de organização social e nosso coração acelera frente a um novo confronto bélico que vem sendo gestado há quase uma década, quando achávamos que este tipo de suposta solução não poderia ter mais cabida. Por outro lado, neste cenário que parece querer nos mergulhar num desassossego sem fim e numa única identidade de perda de esperança, como comum denominador para a maioria dos seres humanos, tal como convém ao sistema econômico vigente, sinto também um revigorante movimento interno que me impulsiona cotidianamente a acreditar na “contraface da harmonia”.

Nesse eu diria lúcido e, ao mesmo tempo, corajoso exercício, me disciplino internamente para ter sempre presente que o que entendo como contraface da harmonia não é um caos epiléptico com o qual não temos como lidar, mas é o caos geratriz de Prigogine, ou seja aquele no qual os sistemas evoluem da ordem para o caos e do caos novamente à ordem, num sagrado e belíssimo permanente processo de atualização que, na sua essência, é extremamente harmônico, por ter como comum denominador a esperança e a pujança da vida que poderá mudar na sua expressão externa, mas não no que a faz se manifestar.

Em outras palavras, frente ao caos planetário instaurado, se acreditamos, então, na salutar potência que repousa na contraface da harmonia, como caos geratriz, esperando ser atualizado num novo estágio, teremos mais possibilidades de contribuir, cada um e cada uma desde sua própria realidade, gerando energias de fé, de esperança, de transformação e de realização, como alicerces de um novo ciclo ou patamar no nosso percurso como humanidade.

Assim sendo, desde a potência da energia de transformação implícita no caos, entendido como contraface da harmonia, a responsabilidade de atualização para um novo tempo mais justo, saudável, sustentável e harmônico diz respeito a todos e todas! 

 

Frente a este cenário, concluímos com algumas perguntas que parecem ser estratégicas, principalmente para os que trilhamos os caminhos da transdisciplinaridade: caos e harmonia, são contrapontos necessários e inerentes à dinâmica da vida? Será que, podemos entender a contraface da harmonia como uma das manifestações da lógica do terceiro incluído? Será que desde esta lógica, sempre grávida de novas possibilidades, temos como nos aventurar e, acreditando nas possibilidades de mudança, encontrar formas de superar os aspectos do caos quando ele não se caracteriza como geratriz?

 

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Imagens: "O grito" ─ Edvard Munch

                "A dança" ─ Henri Matisse

PALAVRA DO LEITOR

Apresentação da Tese “Caminhos transdisciplinares para um autoconhecimento emergente em Educação Ambiental”

 

Samuel Lopes Pinheiro

Tese recentemente defendida no programa de Pós-graduação em Educação Ambiental na Universidade Federal do Rio Grande – FURG, sob orientação do Dr. Humberto Calloni e coorientação do Dr. Florent Pasquier. Sua confecção é apresentada como um processo maiêutico ao ter tomado as provocações da filosofia socrática em que era necessário maturar em experiência de pesquisa e formação para parir ideias, argumentações e reflexões. A Filosofia aparece como um vórtice motor que projeta encontros com Literaturas, a Psicologia, a Sociologia, espalhando-se também a uma abertura para saberes de culturas diversas ao aproximar-se de inspirações como as do Yoga, da Filosofia Vedanta, de espiritualidades e cosmovisões indígenas. Por isso, tratarmos no título de caminhos transdisciplinares, porque a abertura e o diálogo de saberes está presente em um estudo dos isomorfismos entre esses diferentes campos do conhecimento, tendo por solo comum o campo da Educação Ambiental e seus fundamentos.

 

Partimos de uma esperança epistêmica em se trabalhar pela regeneração da vida e por um alargar da compreensão sobre a condição humana no âmbito dos Fundamentos da Educação Ambiental. Assim, chegamos na preocupação em seguir pedagogias que convergem para questões de grandes urgências e de limite da humanidade, e que levam em consideração a complexidade dos sujeitos aprendentes, visando ao autoconhecimento em seu processo de autoformação e pesquisa. Para a verificação de uma educação complexa em sua operacionalidade está o aprofundamento teórico e prático da abordagem transdisciplinar da Pedagogia Integrativa, Implicativa e Intencional – P3I, elaborada pelo Professor Florent Pasquier em contextos de formação de educadores na França.

 

 O estudo de uma convergência pedagógica frente as urgências e limites de nosso tempo, nos conduz a uma atitude transdisciplinar de enfrentamento às barbáries – expressas pelo transhumanismo, o antropoceno e o panterrorismo, termos salientados por Basarab Nicolescu. Esse enfrentamento às barbáries é de que se trata um autoconhecimento emergente em Educação Ambiental, que está situado em três movimentos reflexivos: i) autoconhecimento e novas tecnologias em Educação Ambiental; ii) Educação Ambiental na era do Antropoceno; iii) educação para a paz e cultura de paz em Educação Ambiental.

 

Esperamos que o estudo de um autoconhecimento emergente em Educação Ambiental, fundamentado em uma educação complexa e transdisciplinar, possa auxiliar na pavimentação de caminhos pedagógicos mais humanos para o reencantamento do mundo. Uma educação complexa no sentido de abrir-se para a multidimensionalidade do ser humano, possa, quem sabe, propor diálogos interculturais potentes ao fortalecimento da regeneração das forças solidárias em sociedade.

 

Cartaz de divulgação das aulas de Yoga na FURG em 2018. Umas das experiências formativas que inspiram a confecção da Tese.

Fonte: rede social instagram, disponível em: https://www.instagram.com/yoga_mahadeva/

Os atravessamentos e o direito de SER


Teresa Cristina Bongiovanni

Os Encontros Transdisciplinares  mensais do  CETRANS tem acontecido virtualmente toda ultima 4ª. feira do mês às 19h e trazido à tona a questão da Saúde considerada a partir de uma gama de recursos disponíveis pela abordagem  transdisciplinar. A sinopse apresentada pela terapeuta somática Luciana Cunha, na sua Monografia da abordagem  corporal intitulada Experienciando transformações: plantando a semente de si na terra do corpo, contribui com pertinentes reflexões nesse sentido:

“Filosofar é passear com um saco e, ao encontrar alguma coisa que sirva, pegar.” Esta frase é do filósofo francês Gilles Deleuze que, junto a Félix Guattari, fundou os campos da esquizoanálise e o conceito do Corpo sem Órgãos. O conceito  metafísico do Corpo sem Órgãos remete ao plano da expressão do desejo, um corpo de intensidades, de êxtase...um corpo que afeta e é afetado pelos atravessamentos. Nosso corpo é um processo vivo, subjetivo, uma cadeia contínua e dinâmica de eventos que se manifestam  ao longo do tempo. As experiências que vem  - de fora ou de dentro -, organizam a forma de uma pessoa.

A forma somática de uma pessoa indica como suas experiências a afetaram e como moldaram seu modo de agir, bem como sua existência interior. A falta de cuidado e atenção consigo mesmo, de interesse ou intimidade podem distorcer seu processo e reduzir suas potencialidades.

No mundo contemporâneo, começou-se a pensar o nexo entre o corpo e o espírito. O inconsciente do corpo permite pensar um corpo habitado, que é lugar de investimento de desejo, emissor de pulsões desejantes. O corpo desejante de Deleuze comporta todo o virtual do seu desejo, diferenciando-se  dos corpos  anatômicos da medicina e  sutil da psicanálise. A noção de inconsciente do corpo aponta para a necessidade de constituir uma somatologia, uma ciência não do corpo orgânico tal como elaborou a medicina ocidental, mas das inscrições inconscientes que abriga, dos mapas que elas desenham  no corpo  real, dos circuitos de forças e energias que recebem, emitem e as atravessam. Uma ciência do corpo vivo e habitado, com a possibilidade  de reconstrução pessoal pela mudança da forma de viver a vida, por intermédio de uma presença e atenção ao corpo vivo, corpo sensível, seja qual for a denominação que se dê. É aprender a ouvir o corpo, a sentir o que ele sente, confiar nos sinais que ele emite. É sair de um lugar de assujeitamento para um lugar de criação. É ser autor da própria história!

 

Monografia "Experienciando Transformações" de @lucianacunha.terapeuta

ARTE & EXPRESSÃO

POESIA

Cantares

Antônio Machado

Tudo passa e tudo fica
porém o nosso é passar,
passar fazendo caminhos
caminhos sobre o mar

Nunca persegui a glória
nem deixar na memória
dos homens minha canção
eu amo os mundos sutis
leves e gentis,
como bolhas de sabão

Gosto de vê-los pintar-se
de sol e grená, voar
abaixo o céu azul, tremer
subitamente e quebrar-se…

Nunca persegui a glória

Caminhante, são tuas pegadas
o caminho e nada mais;
caminhante, não há caminho,
se faz caminho ao andar (...)

 

Leia a poesia completa clicando aqui

"Viajar e Fotografar: modos de educação estética do ser humano" é uma apresentação realizada por Margaréte May Berkenbrock Rosito que mostra algumas de suas fotos de    viagem à Europa, que se alternam com citações escolhidas pela autora, de seus escritores  preferidos que falam sobre a estética e as impressões diante o Belo e do inusitado. Para ver o libreto, clique na imagem abaixo:

(Para ver o álbum clique aqui ou na imagem abaixo)

"SAN FRANCISCO" é um Vídeo-música realizado com pinturas de Mar Thieriot sobre pássaros, flores e principalmente com gestos de Yoga a partir da 'Oração de São Francisco'.

A música é inédita e foi criada especialmente para este vídeo pelo maestro compositor Sérgio Taza Lemke. O vídeo foi editado por Vera Laporta

(Para assistir o vídeo clique aqui ou na imagem abaixo)

UNIDADES DE AÇÃO | UAs

arRecortar o humano em especialidades para satisfazer “especializações médicas” é dito rapidamente, uma forma de empobrecer ou reduzir a saúde humana ao dualismo “sujeito/objeto”: o paciente é de fato muitas vezes resumido ao objeto de sua doença.

 

Uma visão transdisciplinar, portanto não dual, vai propor outro caminho; de fato somando-se ao plano físico – Corpo Material – podemos falar também de Corpo Energético através das pesquisas: Thieriot ─ Andrés sobre "Energia Vital"; Teillard de Chardin, "Medicina Oriental"; de "Corpo Emocional" – Damásio, Tomkins e outros; "Corpo Mental – psicologia e psicanalise", Freud, Jung, Adler, Lacan,  Klein  e outros; "Corpo Sócio Cultural – sociologia" Durkheim, Bourdieu, Foucault  e demais autores; "Corpo Ecológico" – "Carta da Terra" e outros documentos; "Corpo espiritual" ou "Corpo de Luz – terceiro secreto" com estudos da naturopatia holística, antroposofia, estudos do Centre International de Recherches es Études Transdisciplinaires – CIRET.

 

A pergunta do Dr. Fernando Bignardi em sua participação em Encontros Transdisciplinares do dia 30/03: "como anda a saúde dos membros do CETRANS" é, portanto, um interessante desafio neste ano de 2022 para a UA Formação. Iríamos, portanto um pouco além: como está o bem-estar dos membros do CETRANS?  

 

E de fato não podemos dissociar os impactos da saúde no campo educacional de quem se educa. Uma pessoa complexa, multidimensional, em constante mutação, uma pessoa inacabada ou um “intelecto”? Sugerimos, portanto, que aprofundemos o binômio saúde ─ educação, compreendendo melhor a ideia de saúde transdisciplinar e investigando em nós mesmos, graças ao suporte de equipes médicas de vanguarda da UNIFESP, NII TOKIO, CIRET e outros: "como vai a nossa saúde, nosso bem-estar?"

 

Qual nossa visão de nós mesmos?

 

Assim sendo a UA Formação propõe uma série de Encontros Transdisciplinares convidando diversas equipes ou médicos para falar de saúde transdisciplinar.

 

Assim, em 29 de junho teremos – "Mindfulness e promoção da saúde" com o Dr. Marcelo Demarzo.

Em 20 de julho, será a vez do Dr. Patrick Paul, que apresenttará "Mapeando os sonhos".

 

Em 31 de agosto, o tema será: "Mapeando a relação mente e corpo"  e em 28 de setembro,  "Mapeando alimentos, relendo a nutrição" 

 

Que tal esta viagem em seu SER humano?

 

Para comentários e sugestões entre em contato com comunicacaocetrans@gmail.com

CETRANS RECOMENDA

FILMES

25 filmes para pensar e repensar a educação

 

“Através da experimentação dos sentimentos e das emoções, a arte auxilia no encontro da identidade pessoal no mundo em que se vive. Durante este processo, o indivíduo não apenas entra em contato com o mundo sensorial, mas simultaneamente desenvolve e educa seus sentimentos através da prática dos símbolos artísticos.
A arte é a expressão da vida que, associada ao processo de criação, transforma-se na capacidade de exercer plenamente a condição de ser humano. A arte favorece o desenvolvimento integral do indivíduo, possibilitando a expressão livre do pensamento e das emoções, desenvolvendo seu raciocínio com criatividade e imaginação. Criando, o indivíduo torna-se mais seguro de seu potencial e consciente de seus limites; torna-se mais autêntico e livre para fazer suas escolhas.

 

Ao levar o cinema para a sala de aula deve-se pensar o modo como ele pode ser utilizado como ferramenta primeira de reflexão, fazendo com que, por exemplo, após se analisar criticamente uma película cinematográfica o aluno procure complementar e aprimorar seu raciocínio através do estudo das matérias do currículo; e que esteja preparado para propagar este conhecimento adquirido, mais uma vez, através do cinema, de forma similar ao processo que se deu com ele.” *
•    Além da sala de aula (Beyond The Blackboard) 
•    Escritores da liberdade (Freedom writers)
•    Madadayo (Madadayo)
•    Como estrelas na terra – toda criança é especial (Taare Zameen Par)*
•    Entre os muros da escola (Entre le Murs)*
•    O jarro (Khomreh)*  e outros (ver no link)

 

Imagem: Foto do filme "Escritores da liberdade" (Freedom writers) – direção: Richard LaGravenese (2007)

LIVROS

Justiça ecológica territorialidade e emergência - Tonia AH Dutra. A questão que se projeta é: quais os desafios para se avançar no sentido de uma epistemologia marcada pela complexidade, pelo relacional e pela pluriversalidade, materializada na comunalidade (princípio do “comum”), em conexão com processos normativos de pluralidade, que se entrecruzam com outra forma de reconhecer e praticar o que seja “Justiça”? Possibilidades para essa transição estão em pensar, acionar e implementar novos mecanismos de ordenação entre interesses humanos e não humanos, ressignificando o sentido do “justo”.

É, nesse horizonte, que se aproxima a obra “Justiça Ecológica: territorialidades e emergências”, tendo presente uma perspectiva teórica, exploratória e propositiva, oferecendo inovadores, abrangentes e desafiadores subsídios para impulsionar cenários de rupturas epistêmicas e metodológicas. A proposta traz e desenvolve uma rica, ambiciosa e significativa discussão paradigmática, dando oportunidade  para se repensar acerca da Justiça, não mais como uma construção abstrata, monocultural e antropocêntrica, mas, como desenho complexo de “outros mundos possíveis na composição dos elementos ecosóficos que inserem o humano na realidade”. (Prof. Dr. Antonio Carlos Wolkmer)

Vendas pela Amazon em 2 formatos.

O Mito Grego: Interpretação Metódica e Comparada de cada divindade a partir das próprias fontes gregas -  de Américo Sommermann - Polar Editora. Embora a mitologia grega faça parte das nossas referências, pois nascemos no âmbito da matriz cultural europeia, não são muitos os que têm familiaridade com esse mito e, mesmo no caso dos que a têm, talvez não compreendam a sua essência e os seus verdadeiros fundamentos.

Com a finalidade de suprir essa grave lacuna, esta obra, realizada por Sommermann, apresenta uma interpretação metódica, mas sintética, de cada uma das divindades principais do mito grego conforme a ordem em que elas são enunciadas por Hesíodo na parte inicial da sua obra fundamental: a "Teogonia". Foram apenas três as fontes utilizadas por Sommermann para realizar essa interpretação: 1) as informações que estão nesse texto de Hesíodo, 2) a comparação com a teogonia e a cosmogonia de outras culturas ancestrais, 3) as definições que nos foram transmitidas pelo grande filósofo neoplatônico Proclo (século V).

 

O livro tem 216 páginas e já pode ser comprado pelo site da editora: www.polareditorial.com.br , pelo WhatsApp da editora 1195607-2971 ou pela amazon.com.br

BIBLIOTECA

A Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin - BBM, localizada na Cidade Universitária, na capital paulista, teve o projeto de arquitetura desenvolvido pelos escritórios dos arquitetos Eduardo de Almeida e Rodrigo Mindlin Loeb, com a assessoria da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. O edifício foi inspirado em conceituadas bibliotecas de outros países, como a Beinecke Rare Book & Manuscript Library (Biblioteca Beinecke de Manuscritos e Livros Raros), da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, e a Biblioteca Sainte-Geneviève, de Paris, na França. A Library of Congress (Biblioteca do Congresso), de Washington, foi consultada para definir diretrizes de conservação das obras.]

 

A Biblioteca teve sua reabertura em 14 de março deste ano e, além de outros eventos, sediará as atividades do programa USP Pensa Brasil.  Assim, a primeira semana desse programa deverá acontecer entre os dias 29 de agosto e 2 de setembro. O programa, elaborado pela Vice-Reitoria, promoverá, anualmente, uma semana de atividades, workshops e conferências dedicadas à discussão da agenda pública nacional.

“Uma das razões centrais do programa é estabelecer um compromisso público com o debate político brasileiro. As universidades brasileiras têm a missão de pensar as grandes questões do País e temos que fortalecer nosso papel de interlocutoras no desenvolvimento da sociedade brasileira”, explicou a vice-reitora, Maria Arminda do Nascimento Arruda.

Serão abordados os seguintes temas: Como pensar o Brasil do século XXI; Estado mínimo, precarização e desigualdade no Brasil; Antropoceno e o novo paradigma ambiental brasileiro; Impasses da democracia brasileira; e Impasses da cultura moderna no Brasil.

 

Além disso, a BBM, em vista das comemorações de 2022 apresenta em seu site, os KITs “3 vezes 22”, que trabalham com datas que interligam tempos e acontecimentos demarcados por relevâncias históricas: bicentenário da Independência do Brasil, centenário da Semana de Arte Moderna e projeção de futuro delineada para 2022.

Esses Kits foram produzidos em conjunto com o Laboratório de Ensino e Material Didático – LEMAD, do Departamento de História da USP. O material incorpora documentos históricos de diversificada tipologia (cartas, pinturas, jornais, imagens, mapas, entre outros), um texto de orientação e contextualização direcionado ao professor e sugestões de questões para serem trabalhadas com os/as estudantes. Em suma, os Kits 3 vezes 22 se inserem na preocupação de nossa historiografia de reescrever a História do Brasil, incorporando personagens, eventos e, acima de tudo, projetos de país suprimidos nos últimos duzentos anos.

 

Saiba mais no site da BBM https://www.bbm.usp.br/pt-br/

KITS - https://3x22.bbm.usp.br/?page_id=928

3 vêzes 22: https://3x22.bbm.usp.br/?page_id=866

MUSEU

O Museu Paulista que tem seu edifício tombado pelo patrimônio histórico municipal, estadual e federal, foi construído entre 1885 e 1890 e está situado dentro do complexo do Parque da Independência, em São Paulo. Concebido originalmente como um monumento à Independência, tornou-se em 1895 a sede do Museu do Estado, criado dois anos antes, sendo o museu público mais antigo de São Paulo e um dos mais antigos do País. Desde 1963 está sob a administração da Universidade de São Paulo - USP, atendendo às funções de ensino, pesquisa e extensão.

 

A fim de comemorar o bicentenário da Independência do Brasil, duas primeiras intervenções no prédio do museu estão sendo realizadas: a consolidação das fachadas e do subsolo. A fachada está recebendo um tratamento mais adequado em alvenaria com tijolos maciços, revestimentos e pintura com a cor original, dado o caráter histórico da edificação. No subsolo estão executando projeto de arquitetura e de modernização da infraestrutura, um local para melhor receber os visitantes. Para tanto houve a expansão do museu por meio da ocupação das áreas antes ocupadas pelo Museu de Zoologia e pelo Batalhão do Corpo de Bombeiros, que ficava ao lado do museu. Serão incorporadas ainda, ao antigo edifício, duas torres destinadas à acessibilidade, sanitários e apoio logístico.

 

Faltando poucos dias para a sua reabertura ao público – prevista para 7 de setembro próximo, o Museu Paulista da USP lançou, no final de maio, dois vídeos para celebrar essa data. Um deles tem a participação da Orquestra “Brasil Jazz Sinfônica”, mantida pelo governo do Estado de São Paulo, que executa o Hino da Independência. O outro vídeo traz a “São Paulo Companhia de Dança” (SPCD), também ligada ao governo do Estado. As duas produções foram gravadas no Edifício Monumento do Museu Paulista e no Parque da Independência, na zona sul de São Paulo.

Com pouco mais de quatro minutos de duração, o vídeo com a Brasil Jazz Sinfônica, com seus 70 integrantes, apresenta o Hino da Independência, composto por D. Pedro I e Evaristo da Veiga, com arranjo de Ruriá Duprat, que também rege o conjunto. No vídeo, em alguns momentos a música se mistura, harmoniosamente, com o barulho de batidas de martelos, lixas raspando paredes e furadeiras em atividade, produzido pelos operários das obras de reforma do museu. A concepção é de Fábio Borba e a direção de Jarbas Agnelli. Essa é a forma que a Fundação Padre Anchieta encontrou para homenagear a reconstrução de um espaço cultural tão importante para a cultura brasileira, além de ressaltar o papel dos trabalhadores que restauram esse símbolo da história nacional.  

Video da música https://youtu.be/5r_4GpEmCsg

 

O vídeo com a São Paulo Companhia de Dança - SPCD, é o primeiro de uma série de cinco produções intitulada SPCD no Museu. A série dará destaque para a arquitetura do museu, ao mostrar performances da companhia diante da fachada do edifício e entre seus corredores, varandas e salões – como acontece no primeiro episódio, que tem três minutos de duração. Os cinco vídeos da série contam com concepção e direção de Inês Bogéa, diretora artística da SPCD, e trilha sonora original do pianista André Mehmari.

Vídeo do ballet https://youtu.be/GLoc9toa314

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Fonte: Assessoria de Imprensa da Reitoria da USP

EXPOSIÇÕES

Museu de Arte Sacra de São Paulo. Após o fechamento devido a pandemia da Covid-19, o Museu de Arte Sacra de São Paulo reabre as suas portas com uma nova exposição de longa-duração intitulada “Arte Sacra Através dos Séculos”, que conta, além de outras obras de temática sacra feitas por artistas modernistas brasileiros (como Anita Malfatti e Aldo Bonadei) com a inserção de peças da “Via Crucis” de Victor Brecheret, um conjunto feito em terracota, entre os anos de 1942 e 1946, que compõe as 14 estações que descrevem os últimos momentos da vida de Jesus.

Estas obras de Brecheret que pertencem à capela do Hospital das Clínicas de São Paulo - HC foram emprestadas, em comodato, para o museu, que atualmente as restaura e as expõe.

 

A exposição tem como objetivo favorecer o entendimento da produção artística brasileira, entre os séculos XVI e XX, de forma a criar um percurso expositivo que enriqueça a experiência pessoal do visitante na sua leitura sobre a arte sacra.

O Museu de Arte Sacra de São Paulo possui um rico acervo de peças do patrimônio artístico e histórico-cultural religioso brasileiro e mundial, que permite compreender a dinâmica social e cultural que marcou o desenvolvimento da religiosidade e da identidade paulista e brasileira.

 

Vídeo Via Crucis de Victor Brecheret https://youtu.be/ROg7egjMLBg

Mais informações no site do museu: http://museuartesacra.org.br/

Museu da Língua Portuguesa ─ José Saramago em “O Conto da Ilha desconhecida”. Continuando com as celebrações do centenário de nascimento de José Saramago, foi inaugurada, em 5 de maio, a mostra temporária denominada “Ocupação Saramago”, que ficará  em cartaz no saguão B do Museu da Língua Portuguesa até 24 de julho, sendo esta mais uma homenagem que o Museu faz ao escritor ─ o único autor em língua portuguesa a receber o Nobel de Literatura. 

Para tanto, uma enorme barca inflável foi montada no Saguão do Museu,  criada pela companhia Pia Fraus, livremente inspirada no livro “O Conto da Ilha Desconhecida”, de Saramago. Com entrada gratuita, a exposição terá como fio condutor o conto citado, um dos principais trabalhos do escritor português voltados para o público infantil. A ideia é aproximar, por meio de uma experiência cenográfica, imersiva e lúdica,  a obra do autor a crianças e jovens que, muitas vezes, não são considerados como seus leitores. Durante todo o período de exposição, serão promovidas oficinas e atividades, que dialogarão com a barca cênica e as temáticas abordadas nessa e em outras obras de Saramago.

Essa Instalação é uma parceria do Museu da Língua Portuguesa com a Fundação José Saramago, que apoia as ações do centenário do autor em todo o mundo, o Instituto Camões e a Companhia das Letras, editora de Saramago no Brasil. 

 

Para ler  "O Conto da Ilha Desconhecida" clique neste link.  

O Museu fica na Praça da Luz s/n – São Paulo    

Mais detalhes no site do Museu da Língua Portuguesa  

https://www.museudalinguaportuguesa.org.br/

Exposição sobre Anne Frank no Sesc Largo Treze. O Sesc Santo Amaro oferece, entre os dias 1º e 30 de julho, a exposição “Aprendendo com Anne Frank – Histórias que Ensinam Valores.” 

 

Anne foi uma jovem alemã que viveu durante a II Guerra Mundial. Como sua família era judia, Anne e os parentes foram obrigados a se esconder e, ao longo desse período, a garota manteve um diário contando sobre sua rotina no esconderijo. Contudo, os nazistas descobriram onde os Franks se encontravam e, ao ser levada a um campo de concentração, Anne acabou morrendo, em 1944. Após sua morte, o pai de Anne, Otto Frank, publicou o diário da filha, que se tornou uma obra mundialmente reconhecida.

A mostra é composta por três painéis que revelam fatos da vida de Anne por meio de fotos, documentos e vídeos, que irão auxiliar os visitantes na compreensão desses acontecimentos e do impacto dos mesmos na atualidade. Quem for visitar a exposição também vai poder assistir uma aula digital sobre a Segunda Guerra. A exposição foi organizada pelo Programa Senac de Cultura e Paz, em parceria com o Instituto Plataforma Brasil, a Embaixada dos Países Baixos, em Brasília, e a Casa Anne Frank. Seu objetivo é ajudar na construção de uma memória coletiva sobre as violações de direitos humanos, cometidas no passado

A exposição é gratuita e ficará aberta de segunda a sexta, das 8h às 21h, e aos sábados, das 8h às 17h. 

Mais detalhes no site do Senac Largo Treze – www.sp.senac.br/largotreze‎

Rua Doutor Antônio Bento, 393 – Santo Amaro – São Paulo (11) 3737-3900

Instituto Tomie Ohtake ─ Tomie: A Dança da Água.  A exposição Tomie: a dança da água, que teve início em 24 de maio, na sala especial dedicada à artista, antecede a grande exposição Tomie Dançante que será inaugurada em novembro, quando o Instituto Tomie Ohtake completa seus 20 anos de funcionamento ─ um espaço de arte e cultura independente e sem fins lucrativos que já faz parte do imaginário paulista e brasileiro. 

 

Atuando como prólogo da efeméride, a mostra Tomie: a dança da água expõe obras em que a artista passa a adotar a tinta acrílica em suas pinturas. Ao evidenciar que tudo está em movimento, a fluidez da água utilizada como solvente serve de introito a essa série de estudos que abordam a relação entre a artista, o corpo, o gesto e o espaço, dentre outras relações que se anunciam nesta mostra como uma de suas primeiras danças.

Segundo os curadores Paulo Miyada e Priscyla Gomes, esta exposição é um testemunho desse momento de descoberta da dança de Tomie Ohtake com a água. O pincel se move em certo ritmo, repetindo volutas, remelexos e expansões; a água empresta seu próprio saber e dinamismo ao atribuir transparência e dilui o caráter pastoso da tinta; as coisas se somam e se transformam: há uma pausa, o respiro da tinta, seguido de uma nova rodada, outra expansão ou uma contração e, então, mais um gesto, talvez com outra tonalidade da cor (ou outra diluição da tinta).

Para transformar a comemoração de 20 anos do Instituto, em novembro, em um potente reencontro com o público, está sendo desenvolvida uma programação que traz o melhor do legado que inspira a existência do Instituto – a obra de Tomie Ohtake –, junto a novas criações de bailarinos e coreógrafos contemporâneos. O programa Tomie Ohtake: Dançante será mais que uma exposição. Os curadores mergulharam nos mais de 60 anos de carreira e um século de vida de Tomie para selecionar obras que exemplificam seu entendimento das relações entre corpo, espaço e movimento. 

 

De 24 de maio a 23 de outubro de 2022 

Mais detalhes no site do Instituto Tomie Ohtake - A Dança da Água 

Video sobre as obras de Tomie https://youtu.be/Y3dVIPp6y2o 

CALENDÁRIO
ESPÍRITO TRANSDISCIPLINAR

Os legados da humanidade: a construção invisível


Somos capazes de compreender que, por debaixo dessa “pele” de palavras que nos prendem à superfície das coisas, existem outras palavras “geradoras” que promovem uma religância sem ambiguidade, sem risco de conflito. A linguagem do vivente: uma voz, uma via adormecida?

Hélène Trocmé-Fabre

 

Todos os dias somos “atualizados” sobre as notícias  da guerra Rússia|Ucrânia. Como pensar em novo mundo, quando assistimos esse cenário de atrocidades em pleno século 21?

 

Diante dessa pergunta surgiu, de repente, entre tantas coisas, a  memória da Batalha das Termópilas, narrada por Heródoto e que se tornou um romance épico de Steven Pressfield, Portões de Fogo. Pérsia e Grécia, se enfrentaram durante o século 5 a.C, travando o que foi chamado de Guerras Médicas, Guerras Persas ou Greco-Persas. A causa dessas guerras era a conquista da independência das cidades jônicas, colônias gregas na Anatólia, hoje Turquia, pois com o domínio dos persas o comércio grego no Oriente ficava comprometido. A vitória da Grécia trouxe consigo não somente o controle do comércio na região e a imortalização de seus heróis, mas também um modelo ocidental de se fazer a guerra. 

Salientaremos aqui a Batalha de Termópilas, que ocorre no cenário das Guerras Médicas. Em 480 a.C., o rei Xerxes, liderando o império persa com cerca de dois milhões de homens atravessam o Helesponto, hoje região do estreito de Dardanelos,  com o objetivo de conquistar o território grego. No entanto, chefiados pelo rei espartano Leônidas, um exército de trezentos homens e seus aliados, em uma operação suicida, enfrentaram os persas no desfiladeiro de Termópilas.

Conseguiram detê-los por 7 dias. Presume-se que 10 mil persas tenham morrido sem causar grandes danos aos gregos. Os espartanos foram, sim, massacrados, TODOS, suas armas destruídas, inclusive Leônidas foi degolado, mas eram fortalecidos por um ideal que os fez lutar, até mesmo quando não tinham mais nada, apenas contavam com seus corpos e dentes, segundo o grande historiador, já mencionado, Heródoto. Mas, foi esse sacrifício que permitiu aos gregos, tempo para se reorganizarem e vencerem as próximas batalhas. 

 

O que esse acontecimento nos traz como legado? Qual é nossa batalha? A que devemos lutar com nossas forças e como?


Segundo estudos recentes, há evidências de que traumas podem ser passados transgeracionalmente, como nos aponta esta reportagem na BBC.

 

Aqui também cabe a indagação: e as formas inovadoras de pensamento são transmitidas às novas gerações? Acreditamos que sim. Pesquisa com camundongos mostram que o stress causado por uma mãe negligente pode ser amenizado pelo contato com uma “mãe  acolhedora” de outro camundongo, ou seja, o trauma de um camundongo pode ser minimizado por fatores do ambiente (fator epigenético) e, mais que isso: ser transmitido a outras gerações. Veja no vídeo "How stress affects your brain" (Como o estresse afeta o seu cérebro).

Por que não investirmos a cada dia na pergunta sobre as ações que consideramos relevantes: 
Estas minhas microações alimentam a guerra ou a enfraquecem?


Minhas palavras, ainda que inaudíveis, meus pensamentos e emoções, ainda que invisíveis,  favorecem a guerra? Ou não? Que mundo eles constroem? Qual é meu pequeno tijolo para uma nova maneira de Ser?

Como, enfim, engrosso a egrégora desse novo mundo que deixarei como herança?

Desta maneira, poderemos compreender melhor:


Não é possível mudar o passado ou o presente: tudo o que podemos fazer é aceitá-lo como são. Mas você é capaz de zelar pelo que dará origem a um belo futuro. Isso implica atitudes sutis e modestas. (...) Um único pingo de chuva não impressiona, mas, com pingos e tempo suficientes, é possível escavar um Grand Canyon.
O cérebro de Buda. Rick Hanson e Richard Mendius.

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Imagens:

Batalha dos Termópilas - https://santostefanocarlosalberto.blogspot.com

Cérebro - https://www.youtube.com/watch?v=WuyPuH9ojCE

 

 

 

 

São Paulo - SP, Brasil

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