Casa, A décima carta da Maria (Outubro 2021) |
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O profundo desejo de voltar a casa. |
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Queridos amigos, Tenho estado a reflectir sobre o que é a casa. Talvez seja porque a minha casa mudou. O meu rapaz, no seu caminho para ficar um homem, partiu, por algum tempo, para iniciar a Universidade. Levei-o ao seu Campus Universitário, onde há um ano atraz, lhe tinha sugerido que caminhássemos no labirinto. Em Setembro do ano passado, haviamos passeado pelos jardins da Universidade, e tinhamos encontrado o seu Centro da Paz, parte do edifício Inter-fé. No jardim rodeando o edifício, encontrámos o labirinto, desenhado na relva. E caminhámos pelo mesmo. Estavamos a tentar encontrar o seu centro." Com cada passo, reflectia-mos sobre a nossa vida, desde o primeiro dia das mesmas. Tinha dito ao Mateus, "agora, olha para a tua vida como se fosse um filme... desde a tua memória mais antiga, até ao momento presente. E quando chegares a "hoje", encontrarás o centro, o teu centro também. Haviamos feito a caminhada, em silêncio, com atenção. "Porque o silêncio, é a linguagem, que Deus fala, e tudo o resto é uma tradução não muito boa", diz Thomas Keating. Caminhávamos e imagens vinham á nossa mente.... E também emoções. |
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E finalmente, chegámos ao centro. Tinhamos encontrado a nossa casa. O mês passado, voltámos ao campus. Desta vez, estava a levar o meu jovem homem á sua primeira semana na Universidade. Passámos uma semana numa pequena cidade Termal, proxima de Warwick. Lembro-me de comentar em espanto, como a vida era tão mágica, que nos surprendia de momento a momento. Levando-nos a novos lugares, e aventuras inimagináveis.... No dia a seguir, quando chegámos ao Campus, levei o meu filho novamente ao labirinto, e pedi-lhe para caminhar por ele uma segunda vez. Mas desta vez, ele estava excitado e nervoso, desejante de explorar o campus, conhecer os seus novos amigos, a sua nova casa. Secretamente, admirava a sua coragem, o seu entusiasmo... e senti como ele já não estava de todo inspirado pelo labirinto. Um sentimento doloroso de como a sua casa, começava a não ser a minha, surgiu dentro de mim. O Mateus começou a andar rápidamente pelo labirinto, e chegou ao seu centro num instante... tinha chegado a casa. |
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Mas será que estamos sempre em casa? No passado, esta pergunta preocupava-me. E há alguns anos atraz, fiz até um filme sobre o momento em que parti de Portugal, para estudar na Suécia. O filme chamava-se "Mudar para longe de casa" e refletia sobre a minha jornada de procura desse centro, que compreendi, com o tempo, é interior. Porque ás vezes, nós perdemos as nossas casas. Porque é necessário, uma força puxa-nos a isso... a explorar novos rios de vida, a queimarmos os nossos navios. E de repente encontramo-nos em exílio, em diáspora.... com um profundo sentimento interior, por vezes, de não pertença... a lado nenhum. Com talvez uma sensação dolorosa quando em contacto com feridas que não sabíamos que tinhamos, e reconhecendo pela primeira vez, partes de nós, que se encontravam orfãs. Longe de casa, algo em nós, abre-nos a olhar para as nossas vulnerabilidades. As nossas dores, mas também a nossa experiência de estar de facto a viver de forma plena. Talvez isso seja um passo necessário para finalmente encontrar a casa real. A que nunca muda. A que está sempre lá. David Whyte diz que é nesses momentos em que estamos em exílio, em que sabemos que não pertencemos, na realidade, é nesses momentos, que desenvolvemos a capacidade de olhar para o lugar onde a "casa", na realidade se encontra. E ele escreve como essa é a grande aventura humana, a imensa história da vida humana. Mas onde conseguimos então encontrar essa casa interior, que nos permite sentir enraizados, onde quer que estejamos? Que nos permite viajar, sem nunca nos perdermos? |
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Podemos auxilar-mo-nos mutuamente, nessa busca interior Podemos auxiliar-nos com escutar, por exemplo. Com amor, com compaixão. Procurando, nesse escutar, o ajudar dos outros a encontrar a casa verdadeira, sentindo-os outros, como se estes fossem nós mesmos. Quando nós ouvimos o outro com todo o nosso ser, há uma sensação de descontracção, pois entramos dentro desse espaço dentro de nós, onde todos pertencemos, e esse, é o espaço da alma. "Esta experiência de ser ouvido verdadeiramente e profundamente, é muito rara. Há uma mudança curiosa que acontece dentro das pessoas que se sentem profundamente ouvidas. Elas deixam passar aquilo que estavam tão ansiosas por apresentar ao mundo. Há um relaxar, e uma abertura - muitas vezes, com um suspiro de alívio." Tom Atlee Nesse espaço do silêncio, encontramos a verdade, e também o amor. Nesse espaço da nossa casa interior, algo nos protege, fala connosco, e guia-nos até casa. |
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Naquele fim de semana na Universidade, deixei finalmente o meu filho na sua nova casa, e voltei para Londres Sentada no banco do comboio, observava a paisagem verdinha Inglesa, e com um sorriso, recordei com ternura o anel do Leão, enfiado no dedo anelar do rapaz. Como Omen, talvez o anel lhe desse e simbolizasse a coragem. Umas semanas antes, ele tinha-me pedido um anel, como prenda para os seus 18 anos de aniversário. E um anel manifestou-se, numa loja em Notting Hill. Um pouco antes, tinha-mos almoçado no restaurante Vegetariano mais antigo de Londres. A seguir, entrando numa loja de joalharia e cristais, haviamos encontrado o anel. Este era feito com "Prata Tibetana" tinha dito a dona da loja. Passeando pelo bairro, tinhamos conversado um pouco sobre a energia do Leão, cheia de coragem, no seu caminhar pelos horizontes expansivos da Savana. Discutimos um pouco, como sempre fazíamos, e fomos tomar uma cerveja a um café da zona. Com um brilho nos olhos, o rapaz perguntou-me novamente sobre as cartas que a nossa amiga tinha lançado para nós": a torre partida, a carroça, os amantes. Um sorriso iluminado abriu a sua cara, antecipando o seu futuro. .. isto tinha sido no dia dos seus 18. |
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Perguntei ao meu filho, no seu primeiro fim de semana de volta a "casa" se ele tinha saudades do nosso apartamento ... e a seguir, perguntei-lhe onde se sentia mais "em casa"... surpreendemente, Mateus respondeu-me de volta, que se sentia bem e em casa, em toda a parte. Fiquei contente. E lembrei-me das palavras da Maya Angelou. “Nós nunca deixamos a nossa casa, leva-mo-la para onde de quer que vamos. " Maya Angelou Porque a casa, é onde o nosso coração está. Com amor, Maria |
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O ccentro da Paz, Universidade de Warwick, Reino Unido |
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Silêncio - Novo Workshop em Novembro "Silêncio existe na raíz de todas as coisas. Se entrares para dentro da espiral, para dentro do seu vazio, mais de cem vozes enviar-te-ão as mensagens que tanto anseias ouvir. " Rumi. Este curso de 4 semanas, explora o silêncio, e um escutar mais profundo que tenta encontrar essa voz da sabedoria interior, que existe dentro de nós. Quais são essas mensagens quando alcançamos um alinhamento mais aproximado com a nossa essência? O que é que estas nos dizem ? "Quando os lábios estão em silêncio, o coração tem 100 linguas." Com este workshop iremos explorar o silêncio através da meditação, da partilha de textos provenientes de várias tradições milenares de sabedoria,com o desenho e a poesia. Por outro lado, explorar-se-á também o escutar a partir do espaço profundo do siléncio do coração, onde a escuta, através da presença interior, é mais profunda. O workshop é também uma introdução á meditação centrada no coração, guiando-nos ao espaço da pausa, e da origem. Durante 4 semanas em Novembro, entre as 7.30 e as 9.30 PM: Mais informações aqui: https://www.marialusitano.org/silencio |
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Quando a alma desenha: a árvore, a casa, o rio, o labirínto. Usando o desenho, este workshop de 8 sessões explora o tema da árvore, da casa, do rio, do labirinto, como formas de explorar histórias, biografias, esperanças e sonhos. O tema é a criatividade como ferramenta holística, para maior desenvolvimento pessoal e espiritual e contacto com a alma. Com a árvore - exploramos os nossos antepassados, as nossas constelações familiares. Com o rio - exploramos o rio das nossas vidas até agora, essas águas que nos fizeram ... o nosso passado, levando-nos ao futuro. Com a casa - exploramos e expandimos o Eu, a nossa casa. Com o labirínto - exploramos o caminho, o movimento para o futuro, tendo sempre em conta que há um centro, e que o futuro, é o encontro desse centro. Que nos protege. Qual é esse propósito mais profundo, deste nosso caminho ? Exploramos também a unidade. Mais informação aqui. https://www.marialusitano.org/drawing-river-tree-labyrinth-home |
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Participante no workshop dos sonhos(Julho 2021) |
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DreamWork Workshop coming up in October/November 2021 Trabalhando com os nossos sonhos, na companhia de amigos é um processo enriquecedor profundo. Este workshop resulta da minha pratica de trabalho com sonhos, inspirada pelo Budismo Tibetano, trabalho Sufi com sonhos Carl Jung e a arte. Este workshop introduz os participantes ao yoga dos sonhos, algumas das suas práticas e técnicas para desenvolver sonhos lúcidos e trabalho com sonhos como ferramentas para o crescimento pessoal e espiritual. Começamos por abordar a neurofisiologia dos sonhos, como desenvolver uma prática de escrita regular dos sonhos e como recordá-los. Numa segunda fase será abordado o trabalho á volta de sonhos desenvolvido por Carl Jung, e seguidamente iremos abordar a prática ancestral do yoga dos sonhos de acordo com a tradição tibetana. Cada sessão terá uma primeira componente teórica, seguida de prática através de meditações guiadas e trabalho criativo com sonhos.O Yoga dos sonhos original é um tradição proveniente do Budismo Tibetano, que utilisa métodos avançados de trabalho com sonhos lúcidos para utilizar o espaço do dormir e sonhos como ferramentas para crescimento espiritual, com o intuito final da iluminação espiritual. Aprendi o yoga dos sonhos em 2015 com B Alan Wallace, Lama Tibetano. Desde então tenho explorado o campo deste yoga e facilitado vários workshops, o que me levou a desenvolver o meu processo único de trabalho com sonhos usando arte e meditação centrada no coração e nos sentimentos dos sonhos.Cada sessão conclui com uma breve meditação já deitados... para preparar o participante para o ciclo hipnogógico do sono (o primeiro ciclo da noite) prática que ajuda no processo de relembrar os sonhos, além de ser profundamente relaxante. https://www.marialusitano.org/yoga-dos-sonhos |
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silêncio... em companhia de amigos. |
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O círculo dos sonhos, todas as semanas ás Segundas, ás 2 da tarde. Todas as segundas um grupo reune-se para explorar os sonhos em conjunto. Se o desejar, mande-me uma mensagem para se juntar ao grupo. |
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