As Above So Below, 2000 - Harold Terry Lindahl

CETRANS HOJE

É com grande alegria que o CETRANS comunica o lançamento do e-book Ações Compositivas – Encontro Catalisador Transdisciplinar.  Ele apresenta o conteúdo do seminário realizado em novembro de 2018 organizado para comemorar e celebrar os 20 anos de existência do CETRANS e, também, um relato detalhado das realizações de nossas atividades de 1998-2018. Ações Compositivas – Encontro Catalisador Transdisciplinar está disponível para download gratuito na  internet nos seguintes endereços:

 

Amazon − shorturl.at/bgAPS  

Google − shorturl.at/ablCF           

Kobo −  shorturl.at/dehrZ

 

Este e-book está organizado nos seguintes tópicos:

  • Apresentação,
  • Introdução,
  • Artigos,
  • Documentos TD, 
  • Sobre os Palestrantes,
  • Sobre os Parceiros,
  • Apêndice.

 

Os artigos se referem a palestras proferidas no evento acima  mencionado, são em número de oito. Eis seus títulos e autores

 

1. Transdisciplinaridade? − Maria F de Mello 

2. O que é chamado Pensar − Sérgio Bolliger

3. Pensamento Chinês, a busca da harmonia dos diferentes − Gustavo Pinto

4. Conversando sobre Pedagogia Transdisciplinar em um caminho no campo com Heidegger, Zisi  Nicolescu e Foucault  − Paul Gibbs

5. Pesquisa e Ensino de Astrobiologia: um Empreendimento Transdisciplinar − Amâncio Friaça

6. Transdisciplinaridade e Transmetodologia − José Ernesto Bologna

7. Resistências Cognitivas e Níveis de Realidade − Patrick Paul

8.Transdisciplinaridade: Terceiro Incluído e os Buracos do Coelho. Transdisciplinaridade e a Realização das  Potencialidades Pessoais − Paul Gibbs.

Temos muito a agradecer por essa realização a muitas pessoas que, com muita generosidade e sabedoria, contribuíram conosco de diferentes formas, sempre voluntariamente. Esperamos que esse trabalho realizado por muitas mãos, mentes e corações faça desse e-book um acontecimento que vá brilhar e iluminar a mente de cada leitor de forma própria e apropriadora. Agora é esperar e ver onde a semente cairá, como ela germinará e isso fica no mais absoluto aberto da existência! Seria  enriquecedor  para  nós receber  o retorno do leitor sobre esse e-book! Aqui estamos, na escuta!

ACONTECIMENTOS

A escritora e contadora de histórias Cléo Busatto lançou um canal no YouTube onde conta suas histórias, incluindo A fofa do terceiro andar, livro que foi selecionado para o PNLD 2020 e, também, foi finalista do Prêmio Jabuti, 2016 Juvenil! Em seu canal de vídeos vamos conhecer Ana, a fofa, a protagonista dessa história que ela contará em capítulos durante o mês de março. E muitas outras histórias virão!

 

O link para visualizar o canal do YouTube de Cléo Busatto é:  https://www.youtube.com/user/clbprodu

Em 14 de Janeiro de 2020, das 18 às 20h Mar Thieriot, filósofa, poeta e pintora apresentou com o Prof. Norman Cornett, na Livraria Le Port de Tête em Montreal/ QC  a leitura e discussão de “Fausta la dernière née de la pluie” −  Acte II em Poésie. O vídeo do evento pode ser visualizado em https://youtu.be/z_DgxzjUN-8.

 

Em seguida, o produtor Guillaume Lorin, da rádio CHOQ − FM, convidou Mar Thieriot, para apresentar seu mais recente trabalho, Fausta, em companhia do professor Norman Cornett - uma oportunidade de discutir o poder das artes em questões terapêuticas e, em particular, na questão dos cuidados paliativos. O Podcast desta entrevista se encontra em shorturl.at/muxV0 

Além disso, Mar Thieriot preparou um catálogo com suas últimas produções em pintura, em função de uma próxima exposição de suas obras a se denominar Mar Thieriot: Un Printemps peut être que pode ser visualizado via ISSUU no link: shorturl.at/ltIJ7

Nathan Never: o melhor da ficção científica italiana de volta ao Brasil. 

A ficção científica é por natureza um gênero multifacetado e multicultural, perpassando multimeios e diversas experiências transmídias. Ela ocorre nas mais diversas nações e culturas, e agora por iniciativa da editora Graphite teremos a oportunidade de ler em português, e com qualidade gráfica impecável, o melhor da ficção científica italiana: Nathan Never.

Nathan Never é um Agente Especial da Agência Alfa - uma força de segurança privada - em um futuro Cyberpunk, em que a tecnologia avançada convive com a decadência social. Estão presentes na estética, narrativa e temas das histórias de Nathan Never influências literárias diversas: Neuromancer de William Gibson; Androides sonham com ovelhas elétricas? de Philip K. Dick; Tropas Estelares de Robert Henlein; Nevasca de Neal Stephenson e até autores clássicos como Isaac Asimov e Arthur C. Clarke. Já em matéria de histórias em quadrinhos, podemos falar de Buck Rogers, Flash Gordon, Brick Bradford, Adam Strange e todos os grandes heróis de ficção científica.A proposta da Graphite agora em publicar o longevo personagem italiano no Brasil é começar pela série regular, mas também publicar os especiais e os Spin-off. Para tanto, a editora colocou no Catarse a primeira edição para financiamento coletivo. O professor Edgar Smaniotto, membro do CETRANS colabora com a edição, com uma coluna que se propõe a discutir conceitos científicos e literários das histórias, intitulada Arquivos Alfa e com o glossário.

UM PONTO DE INTERESSE

Jean-Paul Sartre disse que “nós somos as nossas escolhas”, mas como decidir entre as inúmeras informações e opções que nos são diariamente lançadas pelos mais variados tipos de canais? Será que aquilo que se apresenta <<é>> o que aparenta ser?

 

O tempo <<parece>> escasso para reflexões, e normalmente aceita-se o que vem mais fácil, mais conveniente, mais adequado ao campo do <<conhecido>>. Sim, pois o percurso do necessário <<questionamento>> dirigido para aquele lugar oculto, onde aparentemente a luz não está presente, é sentido como  desconfortável e descabido num território onde tudo passou a ser urgente. Mas <<o apressado come cru>>.

Com isso, a humanidade segue pavimentando caminhos oriundos de <<respostas>> embaladas por aquilo que é percebido como a única realidade material e concreta, perpetuando-se um ciclo altamente tóxico.  Cada vez mais, perde-se o interesse na busca por aquilo que está <<entre, através e além>> de tudo e de todos, e a percepção da vida -- que acontece nesse intervalo -- fica reduzida a nichos compartimentados. Então, como <<decidir>> o que realmente interessa? Não existe fórmula pronta, como o mapa do tesouro.

Há que se ter interesses genuínos e comprometidos com algo maior do que a própria existência individual e, para isso, é necessário fazer escolhas. O retorno às nossas raízes ancestrais em suas diversas culturas, bem como a busca pela reabilitação da vida interior podem ser nutrientes muito ricos e hábeis à facilitação desse percurso.

 

Fica aqui, como sugestão, um trecho do livro “Ideias para adiar o fim do mundo”, de autoria de Ailton Krenak, ativista indígena nascido na região do vale do rio Doce, que (i) organizou a Aliança dos Povos da Floresta, (ii) é coautor da proposta da Unesco que criou a Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço em 2005 e (iii) comendador da Ordem do Mérito Cultural da Presidência da República do Brasil:

(...)

“Cantar, dançar e viver a experiência mágica de suspender o céu é comum em muitas tradições. Suspender o céu é ampliar o nosso horizonte; não o horizonte prospectivo, mas um existencial. É enriquecer as nossas subjetividades, que é a matéria que este tempo que nós vivemos quer consumir.

(...)

Sentimo-nos como se estivéssemos soltos num cosmos vazio de sentido e desresponsabilizados de uma ética que possa ser compartilhada, mas sentimos o peso dessa escolha sobre as nossas vidas.  Somos alertados o tempo todo para as consequências dessas escolhas recentes que fizemos. 

 

E se pudermos dar atenção a alguma visão que escape a essa cegueira que estamos vivendo no mundo todo, talvez ela possa abrir a nossa mente para alguma cooperação entre os povos, não para salvar os outros, mas para salvar a nós mesmos.

 

(...)

Talvez estejamos muito condicionados a uma ideia de ser humano a um tipo de existência. Se a gente desestabilizar esse padrão, talvez a nossa mente sofra uma espécie de ruptura, como se caíssemos num abismo. Quem disse que a gente não pode cair? Quem disse que a gente já não caiu? (...) Existe muita coisa que se aproxima mais daquilo que pretendemos ver do que se podia constatar se juntássemos as duas imagens: a que você pensa e a que você tem. Se já houve outras configurações da Terra, inclusive sem a gente aqui, por que é que nos apegamos tanto a esse retrato com a gente aqui?”

 

Como se vê, a construção do caminho envolve inúmeras escolhas e decisões, mas a âncora que verdadeiramente o sustenta é o <<si-mesmo>>.

PALAVRA DO LEITOR

Rodrigo Araês Caldas Farias: Todos os processos universais ocorrem através da expansão e recolhimento; a parte mais importante é o da reversão do movimento. Na respiração ocorre quando passamos de inspiração para expiração e vice-versa. Durante o dia quando estamos no alvorecer/anoitecer abre-se um portal energético aproveitado em várias escolas iniciáticas para mudança de estado de consciência. O mesmo ocorre quando completamos um ciclo Solar, dia chamado de Revolução Solar (Aniversário), ou mesmo um ciclo Lunar. Um ciclo ainda mais importante é o do ano novo zodiacal, quando se inicia a primavera no hemisfério norte, durante a passagem do Sol no Ponto Equinocial de Primavera. É tempo da colheita do orvalho, no lusco fusco, que é substância essencial para se dissolver a matéria prima da Grande Obra Alquímica. Se nós observássemos os ciclos com cuidado a humanidade já teria atingido o equilíbrio entre o espírito/ matéria e estaríamos vivendo num mundo de Paz, Amor, Luz. Feliz Ano Novo Zodiacal para todos nós!

Martha de Lima | Daniel José da Silva: O Programa de Aproximação ao Terceiro Congresso Mundial de Transdisciplinaridade 2020, foi idealizado pelo professor Daniel José da Silva. Reuniu um grupo de alunos, ex alunos, amigos, conhecidos e moradores do Campeche, convidou Martha de Lima programadora da Rádio Comunitária Campeche − Programa Pós Zé − a fazer vídeos curtos e assim divulgar os temas do Congresso, ofertando ao grupo orientação a motivá-los a enviar resumos ao congresso. O professor entende a Rádio Comunitária como um bem comum e a escolha em envolver a Rádio nesta ação mobilizadora foi primordial para sensibilizar as pessoas. Foram realizadas gravações, depois disponibilizadas a um grupo no messenger, e assim iniciado os contatos com os interessados. Os encontros presenciais e virtuais oferecidos para empreender uma dinâmica da escrita dos resumos. Os vídeos com textos orientadores do Congresso e textos complementares, com metodologias que capacitaram os autores a pensarem seus escritos e suas práticas dentro da bibliografia que embasam o congresso. O grupo foi se organizando, escrevendo e debatendo suas ações e práticas transdisciplinares, este movimento foi alcançando outros interessados, tendo contatado diversas pessoas de Florianópolis e região. Os resumos foram sendo enviados ao professor e após conversas entre autor e facilitador, submetidos a página do evento, dentre as orientações o coletivo também oportunizou vivências e conversas presenciais e on-line, sustentando uma base para o coletivo enviar seu resumo para inscrição do Tercer Congreso. Atualmente existem muitos escritos que já receberam o aceite e o grupo se prepara para representar Santa Catarina e o Brasil neste importante evento.

REFLEXÃO PESSOAL

Vera Laporta: O Studio e as releituras

         

“(...) Imitar não o pensamento contido no sistema mas a atividade criadora que produziu o pensamento”.  

Nietzche

 

Em 2002 recebi uma proposta de um restaurante que se chamaria ‘Studio 35’ situado em Bauru/SP, para o qual o proprietário queria dar ao ambiente uma “atmosfera” de Galeria de Arte, com reproduções de quadros de artistas famosos, cujo formato deveriam ser os mesmos dos originais.

 

Como pintora, eu era avessa a tal tipo de trabalho, pois o que me deixava realmente plena era a minha própria criação. Entretanto depois de pensar muito, aceitei a proposta, que, para mim,  foi um verdadeiro desafio

 

Pois bem, lá fui eu escolher os quadros: Monet, Klee, Renoir, Picasso, Franz Marc, Matisse… Mas, por onde começar? Resolvi que seria com uma obra de Picasso que iniciaria a série de “releituras”, que eu sabia, de antemão, que “cópia” seria algo impossível de se realizar.

Ao escolher as obras, deparei-me com uma primeira dificuldade: cada reprodução do quadro a ser estudado, em livro, postal, revista ou Internet, aparecia com tons diferentes das cores originais, devido à luz do instante da foto ou ainda do tipo de impressão e visualização. Apaixonada que sou pelas cores, e como me disse um amigo, artista plástico e arquiteto, Walter Caiaffa Hehl, diante de um recente trabalho meu, “... nossos desenhos têm uma exuberância colorida em comum.” 

Isso soou como um segundo obstáculo: a contenção de minhas emoções transformadas em cores diante da obra, obedecendo mais à palheta usada pelo artista escolhido do que aquela que eu gostaria de usar. Outro empecilho que precisaria vencer, seria a maneira como cada pintor organizou, em sua obra, o espaço, com linhas, formas e cores, de maneira diferenciada àquela que eu realizaria naquele momento, naquele formato e sobre aquele suporte. E assim, durante todo o caminhar das releituras, quadro a quadro, várias e inesperadas foram as barreiras a contornar, superar, aceitar e até mesmo adaptar minha própria técnica à encontrada na obra, sem, contudo, alterá-la demasiadamente.

Lembrei-me, então, de uma outra frase, esta de uma amiga arte-educadora em um texto explicativo de Releitura Plástica: “Durante uma releitura cria-se uma situação em que nos colocamos no papel do artista, captando sua energia plástica e psíquica” (Magda Mesquita Pandolpho). Essa frase me ajudou a ir em frente com o trabalho e aos poucos, como que brincando com as cores matisseanas, com as formas picassianas, com os ritmos kleeneanos chegava mesmo a entrar em uma espécie de estado alterado de mim mesma, como um ator que personaliza a personagem frente ao script enunciado, script este, agora, feito não por um dramaturgo, mas por um escritor de cores e formas.

Esclarecendo melhor este ponto, lembro-me que, ao fazer a releitura de “Os Girassóis” de Van Gogh, tive a impressão, em dado momento, que os pincéis pareciam dominar minha mão ao pintar aquelas pétalas coloridas.

Foram meses de trabalho incansável, em que cotidianamente eu observava que tudo, aos poucos, tomava corpo, sentido e alguma qualidade, resultado do “com-versar” com meus pintores prediletos através de suas obras, de suas técnicas, de suas mensagens. Foi uma época muito produtiva, ao contrário do que tinha em mente anteriormente, já que consegui aprender... apreender... compreender muito de/ e com esses artistas. 

Posso dizer que isso se deu tanto em questão de técnica, ao apurar o olhar diante das mais variadas paletas – que antes eu não conseguia decodificar em sua variedade, pois se diluíam no conjunto –, quanto em questão de estilo devido à sua época, enfim os “porquês” e os “comos” que se integrariam definitivamente à minha experiência artística.

 

Termino este meu texto como a um “C.Q.D. – como se queria demonstrar” de um teorema, que para enunciação escolho uma frase de Nietzche:

 

“Não se trata de repetir passivamente o modelo, mas de encontrar o que tornou possível sua criação... deve visar a superar o modelo. Imitar o modelo significa mimetizar sua força criadora e transformadora. O exemplo é um estímulo para a ação e para uma nova configuração”.

 

Para visualizar o catálogo das releituras, clique neste link: shorturl.at/isGM6 

UNIDADES DE AÇÃO – UAs

O que é que os mortos comem que se os vivos comerem, também morrerão?

“Nada!” Essa é a resposta da camponesa ao enigma do rei que, em seguida a desposa, na história  Mais sábia que o Czar (Giordano, 2007, p.228).

 

Parece que estamos vivendo essa crise: de sermos como os mortos, ou seja, nos alimentamos do nada em nosso dia-a-dia. Podemos, com esse alimento, enxergarmos a beleza? Em que nível?

 

Nos parece que essa poderia ser uma das tarefas do CETRANS para a próxima década.

 

Presenciamos hoje acontecimentos que denotam um distanciamento do homem de seu mundo, como a falta de cuidado com as matas, águas, um processo de devastação no planeta e a massificação tomou conta das pessoas em geral. Enfim,  apresenta-se um vazio de sentido na existência. Isso foi conversado em 2014 nos Encontros e Cadernos CETRANS.

 

Loparic, 2009, empresta as palavras de Heidegger, para dizer que o mundo na opinião desse eminente filósofo,

 

... obscurece-se, torna-se mais indigente e aproxima-se ainda mais do abismo. Abismo aqui significa ausência de fundo (Ab-grund): o mundo perdeu o fundamento, que dava o sentido às coisas e ao homem. Desse modo a “ausência de sentido” (Sinnlosigkeit) torna-se o único “sentido”, dando assim, início à era da ‘absurdidade' acabada da perfeita ausência de sentido. (HEIDEGGER, 1971 a)

 

Que beleza é essa que nos circunda?

O filme Parasita, ganhador do Oscar, 2020, parece expressar essa pobreza que acomete tanto os ricos quanto os pobres. Será que apenas a diferença de classe explica todas as mazelas? Há algo que vai além do conhecimento que é a sabedoria. Basta andarmos pelo nosso Brasil para descobrirmos quanta gente sem recursos financeiros nos dão um banho de ternura, de palavras sábias vividas no seu cotidiano, com espontaneidade e força.

Ao assistir uma das cenas de um filme espanhol sobre o narcotráfico, O Sucessor, o protagonista principal – Nemo, acometido de Alzheimer, já com muitos sintomas dessa doença –, que se outorga o direito do viver dos demais, fala de sua percepção quase ao final da vida que semeou dores, mortes e nunca havia percebido isso. Podemos nos indagar: como não?

 

Esse fenômeno é o que a TD aponta como Nível de Percepção. Ele está ligado ao Nível de Realidade, a uma camada onde a consciência nota o mundo e como seleciona recursos para agir naquele momento da vida. Seria como passarmos por alguém e não o percebermos... experiência muito comum para nós. Quem já não vivenciou isso? Naquele instante, aquela determinada pessoa não faz parte do meu campo de atenção e, embora a pessoa exista, ela não existe para mim. Às vezes, um esbarrão brusco nos faz abrir a percepção para outras camadas e acessar outro ponto, no caso nos deparar com a pessoa à frente, ignorada.

 

Não seria essa a possibilidade de mudança? Sabemos que para ir de um nível a outro há resistências cognitivas. As rupturas nem sempre são mansas!

 

O presente é um momento em que muitas belezas são negadas. Como inserir mais beleza nas palavras, ações, nas emoções, em nosso cotidiano? Essa é a intenção das UAs nos próximos anos: mais beleza no ver, mais beleza no pensar e no vivenciar e colaborar.

 

Um exemplo é como a arte da pintura, para os chineses, revela o mistério do universo. A poesia também é um outro ápice desse universo oriental, mas a pintura é pelo Espaço original que ela encarna, pelos sopros vitais que suscita, não tanto por descrever os espetáculos da Criação, mas por participar dos mesmos gestos da criação.  (Cheng, 1991, p.11, trad. Livre) “Afirma-se, na China, que arte e arte de viver se fundem e são uma mesma coisa.” (Cheng, 1991, pp.11-12, trad. Livre)

 

Como, então, podemos viver com mais arte... que toque nosso coração e nos abra para camadas de bem-estar, ainda impensadas e não vividas?

 

Referências

Cheng, François.(1991): Vide et plein. Le langage pictural chinois. Paris, Éditions du Seuil, 1991.

Giordano, Alessandra. (2007): Contar histórias – um recurso arteterapêutico de transformação e cura. Porto Alegre. Artmed.

Heidegger, Martin. (1971, a): Que é isto – a filosofia? São Paulo, Duas Cidades.

Loparic, Zeljko . (org).Florentino Neto, Antonio; Michelazzo, José Carlos; INOUE, Katsuhito et al. (2009): A escola de Kioto e o perigo da técnica. São Paulo, DWW.

Mello, Maria F. de; Mendonça De Barros, Vitória.(2014): VI Encontro de Membros TD e metafísica. São Paulo, Gonçalves.

CETRANS RECOMENDA

A Japan House de São Paulo apresenta, de 18 fevereiro a 26 de abril, a exposição ‘Japão em sonhos’, uma experiência imersiva em instalação feita com projeções de grande escala em mapeamento de vídeo (video mapping), acompanhada de trilha sonora especial para oferecer ao visitante uma viagem de sonhos por meio de imagens icônicas do Japão.

A instalação - no térreo do centro cultural - apresenta uma sequência de imagens e sons que destaca marcantes elementos japoneses, desde a beleza efêmera da florada das cerejeiras e o famoso festival de lanternas (Tsunan Yuki Matsuri), até uma floresta misteriosa habitada por espíritos do folclore japonês. A imersão é uma jornada por figuras simbólicas do Japão e se inspira nas gravuras japonesas do ukiyo-e, movimento artístico japonês iniciado no século XVII, que ganhou a Europa no século XIX, quando as relações comerciais entre o Ocidente e o Japão foram abertas. 

 

Criada pela empresa Danny Rose Studio, a obra, que esteve em cartaz no último ano no Atelier des Lumières, em Paris, oferece um vislumbre da grande diversidade, riqueza e modernidade do ukiyo-e. “Japão em sonhos é uma daquelas experiências inesquecíveis, em que você adentra esse universo fantástico, onírico e é envolvido por uma explosão de imagens e referências japonesas. Algumas imediatamente associadas ao imaginário coletivo e outras tantas descobertas, daquelas que só seria possível viver e sentir se estivéssemos de fato no Japão", comenta Natasha Barzaghi Geenen, Diretora Cultural da Japan House São Paulo.

O trabalho criativo dá vida ao Japão emblemático por meio das projeções e trilha sonora. Cerejeiras em flor surgem em leques, ocupando o espaço com as pétalas de sakura. Uma floresta habitada pelos espíritos japoneses é tomada pela A Grande Onda de Kanagawa, de Katsushika Hokusai (1760-1849, artista japonês de ukiyo-e) levando o visitante ao fundo do mar para encontrar uma grande diversidade de peixes e animais marinhos.

Destinada para todas as idades, a instalação promete maravilhar com a diversidade de imagens combinadas perfeitamente com uma expressiva trilha sonora, que conta com faixas do músico japonês contemporâneo, Ryuichi Sakamoto, além de ritmos incrivelmente rápidos e expressivos dos tambores japoneses, proporcionando uma experiência sensorial mágica e completa.

Japan House de São Paulo: JAPÃO 47 ARTESÃOS. Combinando contemporaneidade, design, artesanato e tradição a casa apresenta a exposição que ficará em cartaz de 22 de abril a 25 de julho, com curadoria do designer japonês Kenmei Nagaoka, do D & DEPARTMENT PROJECT. 

O  segundo  andar  do centro  cultural  é  o cenário para descobertas resultantes de um Japão contemporâneo, que jamais abandona suas tradições, a ser revelado em suas características, habilidades e sensibilidades, por meio de peças feitas por artesãos das 47 províncias que compõem o Japão.

 

Esta exposição traça um amplo panorama do fazer manual no Japão atual, com itens que revelam histórias e características individuais das províncias e se utilizam de designs típicos, inclusive para subvertê-los. À primeira vista, os itens podem parecer distantes da regionalidade típica, porém, o ponto de partida para esses artesãos em suas criações são, muitas vezes, as memórias de sua terra natal, os materiais e as técnicas herdadas nos muitos séculos de saber. A seleção das peças ressalta que o design não está relacionado ao consumo desenfreado, mas sim, à valorização dos objetos de qualidade, que contam uma história.


Para ajudar a alcançar as singularidades e contar estas histórias, as peças da mostra estão divididas em cinco agrupamentos que formam as áreas geográficas do país nipônico: Hokkaido, Honshu, Shikoku, Kyushu e Okinawa.

“A exposição é uma forma visual de apresentar ao público um panorama das 47 províncias japonesas, traduzidas por meio de objetos contemporâneos que seguem preceitos tradicionais em sua técnica ou na escolha de materiais. É mais um exemplo dessa harmonia tão importante na cultura japonesa entre o passado e o presente”, afirma Natasha Barzaghi Geenen, diretora cultural da  Japan House São Paulo.

O Museu de Arte de São Paulo – MASP, lançou no começo do mês de dezembro de 2019 um novo aplicativo que poderá ser usado pelos visitantes do museu. O MASP Áudios é um audioguia lançado pela instituição e pretende servir como um complemento às visitas feitas ao local, possibilitando uma experiência imersiva.

A presença da tecnologia é cada vez mais inegável nos espaços da esfera pública e privada e agora chega também aos museus com um intuito educativo. Esse tipo de recurso já tem sido muito utilizado por outros museus ao redor do mundo e até mesmo em alguns aqui do Brasil, como o Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.

 

O aplicativo também abre espaço para a inclusão, uma vez que recursos em áudio podem ser utilizados por pessoas com deficiência visual. A ideia é que o aplicativo criado pelo MASP forneça não apenas informações técnicas dos quadros, como nome do artista e data de origem, mas também ofereça uma contextualização completa da época e da obra. Para isso, basta apontar com a câmera do celular para qualquer peça do acervo permanente do museu.

Exposição em Ilha Bela: a cidade recebe exposição com 22 obras originais de Joan Miró, pintor espanhol que é considerado um dos maiores artista plásticos de todos os tempos. Dessa forma turistas e moradores de Ilhabela terão a oportunidade de conhecer melhor o universo artístico de um dos maiores gênios da arte mundial. A exposição permanecerá em cartaz na Fazenda Engenho D’Água até 21 de junho e a entrada é gratuita.

Versalhes Virtual: Nesta época do coronavirus quando sabemos que permanecer em casa é o jeito mais seguro de se proteger, temos a oportunidade de visitar virtualmente o palácio da realeza francesa. A exposição,  denominada Versalhes: o Palácio é todo seu, permite visitar o lugar através de um tour virtual composto de três partes. Siga o link: shorturl.at/bFMTU

CALENDÁRIO
ESPÍRITO TRANSDISCIPLINAR

Ser - verbo de ação

 

 Ser é transgredir

O imediato foi do que é.

 

Jamais poderemos saber o que é,

Pois o que é jaz sempre um passo a frente,

Jaz sempre no imediato futuro do presente.

Ser é a única certeza que há.

É a dúvida da dúvida,

Que a nós se apresenta como a consciência

De que, apesar de toda dúvida e certezas,

Algo é − e de alguma maneira, somos.

 

Cada um de nós é − e para além de cada um,

Haverá uma harmonia qualquer,

O Ser.

E para além desta harmonia,

A arritmia dos deuses, o descompasso de ser.

Porque o ser sempre lega o foi,

E o que foi é sempre tarde demais ao que é.

O ser carrega a tensão essencial,

A eutonia do tempo, a valentia do herói.

O ser é o olho perpétuo da vida,

O centro do furacão − 

Ao redor do qual são legados à morte

Os ventos, os corpos, a sorte.

E de tudo o que somos,

De tudo o que cada um é,

Temos apenas o que foi –

 Esquecer é fundamental

Para um completo sentimento moral.

 

 E de tudo o que sou,

Tenho apenas o que fui − 

Mas quero apenas o que sou do que fui.

Perdoar é essencial.

 

Ser não é o presente, mas seu antemomento.

É o que será, já sendo.

 

Ser é o futuro presente − 

O que será do que foi, o que é.

 

Mas saber o que é, 

Não se sabe, se vive.

 

 Ser é um verbo de ação.

 

São Paulo, 25 de Agosto de 2018

Texto de Tomás Tomic após ler os parágrafos 1, 2, 3 e 4 de Ser e Tempo de Martin Heidegger − Introdução: Primeiro Capítulo: Necessidade, estrutura e precedência da questão-do-ser [páginas 33 a 67 da edição da Ed. Vozes/ Petrópolis].

 

 

UA Comunicação  − Vera Lucia Laporta

UA Comunidade − Marizilda Lourenço

UA Formação − Denise Lagrotta

UA Gestão 1 − Vitoria M. de Barros

UA Gestão 2 − Ideli Domingues

UA Publicação − Coordenadoras das UAs

São Paulo - SP, Brasil

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