Pesquisa de economistas da Universidade Estadual de Londrina mostra que os homicídios são diretamente afetados pela relação de armas de fogo legais. A Região Norte do país é onde a relação se apresenta com mais força, enquanto no Sul o aumento de armas não influencia nos homicídios.
Intitulada como "Uma nota sobre homicídios e a entrada de armas legais nas regiões brasileiras", a pesquisa divulgada na Revista Brasileira de Economia no primeiro trimestre de 2021 investiga a relação entre o aumento de armas de fogo legais e o número de homicídios nas regiões brasileiras.
De acordo com os autores André Lucas Baculi, Marina Ronchesel Ribeiro, André Luis Mendes Leocádio e Carlos Roberto Ferreira, tanto a média de homicídios por 100 mil habitantes como a quantidade de armas legais apresentam tendência de crescimento no Brasil nos últimos anos, o que instigou a avaliação da correlação entre ambas as variáveis.
Dados das Nações Unidas mostram que o Brasil possui uma taxa média de 30 assassinatos para cada 100 mil habitantes, posicionando o nosso país como quinto mais violento da América. No período de 2008 a 2016, a Região Norte foi a que apresentou maiores dificuldades, com crescimento de 92% das mortes por armas de fogo.
Os resultados encontrados revelam que há relação direta entre a compra de armas de fogo e o número de homicídios em todas as regiões exceto no Sul do país. De modo geral, o aumento de 1% nos registros de arma de fogo aumentaram em 0,10% o número de óbitos a cada 100 mil habitantes. Isto ocorre especialmente pelo roubo destas armas, que tem um impacto de 0,14% na taxa de assassinatos.
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