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Adesão à UE. Albânia "já fez tudo" para dar início às negociações

O primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, defendeu hoje que "não há nada" no futuro do seu país que possa "concorrer" com a adesão à União Europeia (UE), frisando que a Albânia "já fez tudo" para dar início às negociações.

Adesão à UE. Albânia "já fez tudo" para dar início às negociações
Notícias ao Minuto

15:44 - 01/03/21 por Lusa

Mundo Edi Rama

"Eu diria que a UE é uma bênção para o nosso povo e para o futuro do nosso povo. Pode parecer uma maldição nas circunstâncias atuais, mas, na verdade, não é uma maldição, é uma dor com que temos de lidar em nome do futuro. Não há nada no nosso futuro que se possa comparar, ou competir, com a União Europeia", sublinhou Edi Rama em conferência de imprensa após o 11.º Conselho de Associação e Estabilização UE-Albânia.

Defendendo que o seu país "já fez tudo o que havia para fazer" para dar início às negociações de adesão, cujo processo se encontra bloqueado no Conselho da União Europeia (UE), o primeiro-ministro albanês disse que os países dos Balcãs Ocidentais só têm "uma coisa a fazer": assegurar que "as instituições são criadas e fortalecidas", que os seus "Estados funcionam de maneira europeia" e que os seus cidadãos possam "viver segundo padrões europeus".

"Isto é, no final, o que procuramos e devemos atingir. Depois, quando e onde, e se o que fazemos se materializará em passos oficiais concretos, como conferências intergovernamentais, já não depende de nós", referiu.

Assim, e salientando que a Albânia faz reformas não porque a UE lhe pede, mas porque "deve essas reformas às próximas gerações" do país, Edi Rama abordou a questão da Macedónia do Norte, cujas conversas de adesão à UE se encontram englobadas no mesmo dossiê que as da Albânia, e estão bloqueadas porque a Bulgária exige que o governo de Skopje reconheça a língua macedónia como um dialeto búlgaro.

Interrogado sobre se a Albânia pondera avançar com as negociações de adesão antes da Macedónia do Norte, Edi Rama disse "esperar que isso não aconteça" e que, "pelo contrário", quer manter um "caminho comum" com o governo de Skopje.

"Fiquei aterrorizado desde o primeiro segundo quando soube que uma discussão sobre identidades tinha começado entre a Bulgária e a Macedónia do Norte: é a pior discussão possível para se ter quando precisamos do consenso de todos os Estados-membros da UE porque é emocional e complicada. (...) Vamos esperar pelos nossos vizinhos, sem problemas", apontou.

A seu lado, o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, qualificou a Albânia como um "modelo na região", referindo tratar-se de um parceiro "chave para a UE", que está "100% alinhado" nas suas posições de política externa.

"Isso envia um sinal forte do seu compromisso relativamente à adesão na UE e serve de exemplo positivo para a região, porque não podemos dizer a mesma coisa relativamente a todos os parceiros na região", afirmou.

No entanto, Borrell não quis avançar com uma data para o início das conversas de adesão, admitindo que, ainda que "a Albânia tenha feito muitos progressos", continua a haver Estados-membros que "consideram que ainda tem de avançar mais antes de se organizar a conferência".

Já Oliver Varhélyi, comissário para a Vizinhança e Alargamento, referiu que o processo de adesão é um processo "baseado no mérito" e informou que irá contactar os Estados-membros para dar início às conversas com o governo de Tirana.

"Hoje discutimos o caso da Albânia e chegámos à conclusão de que as condições estão cumpridas e, portanto, vamos fazer as propostas necessárias e os contactos com os Estados-membros para organizar a primeira conferência intergovernamental assim que for possível, com a Albânia", informou.

A Albânia submeteu a sua candidatura de adesão à UE em 2009, tendo o bloco dado o estatuto de candidato ao país em 2014.

Após um primeiro bloqueio do Governo francês, que impediu a abertura das negociações de adesão com a Albânia e a Macedónia do Norte por considerar que era preciso reformar o funcionamento das instituições europeias antes de se aceitarem novos Estados-membros, o Conselho de Assuntos Gerais aceitou, em março de 2020, dar início às conversas.

No entanto, perante o novo bloqueio do Governo búlgaro as conversas para dar início ao processo encontram-se bloqueadas.

Perante estes bloqueios, a secretária de Estados dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, anunciou que o início das negociações para a adesão dos dois países é uma das prioridades da presidência portuguesa do Conselho da UE, exprimindo o desejo de que tenham início ainda este semestre.

Assinado em 2009 entre as duas partes, o Acordo de Estabilização e Associação UE-Albânia visa ajudar o país dos Balcãs a cumprir os requisitos para aderir à UE.

Entre os apoios fornecidos por Bruxelas a Tirana, o acordo prevê o fortalecimento do Estado de Direito e da democracia, a contribuição para a estabilidade económica, política e institucional do país, e a ajuda para o desenvolvimento da cooperação internacional e económica da Albânia.

O encontro de hoje foi o 11.º encontro do Conselho de Estabilização e Associação UE-Albânia.

Leia Também: Rússia expulsa diplomata albanês em represálias por decisão de Tirana

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