Não desistam de vocês. Não percam o maravilhamento com a existência. Ela está em coisas simples, numa planta, numa árvore, numa criança, em você, em seus pensamentos e capacidade de acessar a sabedoria perfeita. Monja Coen Roshi |
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Gostaríamos de explicar aos nossos leitores, novos ou antigos, os objetivos do CETRANS Interativo – CI@, bem como sua estrutura e organização que foi mudando ao longo desses quase 14 anos de existência. Sua configuração atual se compõe de sessões formativas e informativas de inteira responsabilidade da Coordenação do CETRANS, bem como de duas sessões de expressão pessoal e sempre assinadas pelos autores. O CETRANS Interativo – CI@, virtual, tem sempre um objetivo duplo: o de trazer textos que ajudem no aprimoramento da formação transdisciplinar de um lado; de outro, o de informar os leitores de ações importantes de cunho TD, reflexões sobre assuntos diversos, divulgação da agenda prospectada para a próxima estação, difusão de eventos culturais relevantes para o cultivo transdisciplinar. Em cada sessão deste boletim, colocamos uma explicação da sua função, objetivo e autoria para facilitar a compreensão da sua organização. |
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CETRANS HOJE: expressa o marco do momento para o CETRANS seja ele ontológico, epistêmico, lógico ou metodológico. Pode também incluir fatos marcantes que relacionem a razão sensível, experiencial ou formal vivenciados na estação ou prospectados para estação futura. Esta sessão deve de alguma maneira ajudar a aprofundar ou dar insights sobre atitude, pesquisa ou ação transdisciplinar. |
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Viver no Mundo com o Mistério e o Maravilhamento Como construir algo que nos propicie um viver em conjunto e harmoniosamente no mundo? Como conviver com o diferente sem pensá-lo com minhas matrizes pessoais e sem julgá-lo ou reduzi-lo? A riqueza de cada um, é possível descobri-la sem possuí-la ou controlá-la? As respostas a essas perguntas poderão surgir quando nos propusermos a levar em consideração não só o que o nosso olhar vê de nossa janela, mas outros tantos olhares que vêem certamente paisagens diferentes. O reencantamento do mundo está presente quando observamos o que acontece à nossa volta? A questão é: os modelos de pensar são necessários para existir nesse mundo? Os modelos de pensar não são comuns a todas as sociedades. Nossa consciência é racional (logos) e mítica (mythos) ao mesmo tempo e o mítico não é irracional nem menos verdadeiro que o logos. Muitas culturas não valorizam o racional como única forma de apreender e ordenar a realidade e muitas vezes aceitam os fatos sem compreendê-los racionalmente. O Mito e o Mistério têm também um lugar importante na constituição das culturas e elas se diferenciam por uma organização interna onde esses elementos se combinam e encontram significados os mais diversos. A dimensão mítico-simbólica diz respeito não ao que designamos como irreal, ficção, fantasia, imaginário, mas ao que precisamente " (...) nos coloca em contato com a realidade". [PANIKKAR] O mito é a fonte primordial de toda e qualquer cultura e “é o espaço e o horizonte no qual o homem se orienta para viver sua vida humana. É o não dito, o que não necessita de palavras para se expressar, mas é o fundamento de toda cultura. É a cultura que permite a relação humana, a plenitude mesma da pessoa. Ela deixa aberto o espaço no qual tudo que eu digo tem um sentido, inclusive para ser contradito.” [PANIKKAR] Como disse acima, se existe uma pluralidade de formas de organização social historicamente constituídas e que exige de nós um olhar também plural, existe, por outro lado, algumas matrizes que estão impressas em todas as culturas e nos remetem para algo comum. Dito de outro modo, se olharmos o mundo como uma tábua rasa, linear veremos somente o nível microfísico, formal, e aí as culturas se diferem muito umas das outras, enquanto se olharmos o mundo como uma hierarquia de níveis veremos que no nível Mítico e no nível do Mistério elas possuem matrizes comuns que podem, de certa forma, aproximá-las. Só e somente só quando considerarmos esses níveis poderemos compreender realmente as culturas que serão mais e mais compreendidas “na medida em que formos conquistados por seu coração mítico, que é a intenção final, a alma que assegura sua existência. Esta intencionalidade encontra-se arraigada no mito, mesmo no caso da cultura ocidental moderna baseada no mito da supremacia da razão e da ciência.” (COLL)
Assim falamos de uma ontonomia (gestão do ser) e não de uma autonomia (gestão de si) das culturas. Segundo Nicola Abbagnano, autonomia é um processo em que a “independência da vontade e capacidade de determinar-se em conformidade com uma lei própria, que é da razão, ou como princípio autônomo, aquele que põe em si a validade ou regra da sua ação”, enquanto a ontonomia é também um processo da vontade, mas que leva em conta o princípio do ser, do existir, do se produzir, ser real, ser verdadeiro. Segundo Panikkar, ontonomia seria “uma ordem interna que diz respeito a toda realidade em sua solidariedade não dualista entre todos os domínios e todos os reinos ou campos da realidade”. Ontonomia é a estrutura do real, do ser que se baseia em princípios relacionais, sendo preservada a identidade própria. Ver as culturas como ontonômicas exige de nós uma atitude pluralista e transdisciplinar, que olha o mundo e vê a diversidade e a possibilidade de aceitá-las como legítimas. Essa percepção das culturas e das pessoas que as compõem nos mostra que só podemos “atingir o outro descobrindo-o, não como um simples objeto de inteligibilidade (aliud), mas como alguém em si mesmo (alius). Devemos perceber o que o outro pensa e acredita de si mesmo e não apenas o que pensamos e acreditamos sobre ele”. (COLL) O verdadeiro diálogo é a única forma possível de se chegar a uma compreensão do outro e de usar a alteridade a nosso favor. O diálogo pressupõe escuta e uma atitude aberta onde se procura “não uma simples fonte de informação, mas um caminho para conseguir, internamente, uma compreensão e uma realização mais profundas do outro e de si mesmo. É um diálogo no qual permitimos que o outro e sua verdade nos interpele a partir de nossa própria vida e com nossos valores pessoais. Podemos conhecer profundamente somente aquilo e aqueles nos quais acreditamos pessoalmente, com uma fé pessoal e vivendo pessoalmente uma comunhão mítica.” (COLL) Todo ser humano é uma unidade em si e única que tem a potencialidade de criar cultura e, portanto, valores, linguagem, um sistema organizado para viver e se relacionar com outros seres. Somos seres únicos que vivenciam as 3 dimensões da cultura e, portanto, somos seres mítico-simbólicos, lógico-epistêmicos e vivemos o Mistério que deve ser desvelado e está sempre presente. É nesse desvelamento que reside o maravilhamento que permeia a existência. Somos perturbados no nosso dia a dia pelo maravilhamento e é porque nos maravilhamos que começamos a refletir no "quem somos?" No maravilhamento encontramos a nós mesmos. E a persistência com a procura pelo Ser é a condição de possibilidade da pura contemplação e é nessa “persistência com” que a vida pode ser atualizada. Na contemplação estamos livres das necessidades do dia a dia, do cotidiano, e é nesse curto espaço de tempo que se dá o repouso. Nesse repouso o sentido da vida se torna manifesto. É ser perturbado pelo maravilhamento do que é maravilhoso do Ser que nos faz parar e nos faz perceber as coisas do Mundo! Referências: Educação e Transdisciplinaridade II. Barros, Mello e Sommerman org. Editora TRIOM: São Paulo, 2.000 |
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Acontecências: divulgação de ações de relevância de natureza TD feitas por membros ou não, nacionais ou internacionais. |
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Mirian Menezes de Oliveira teve seus livros de poemas expostos em dois eventos: Salão do Livro de Portugal, organizado pela ZL BOOKS e Estande da SCORTECCI Editora, na Bienal Internacional do Livro de São Paulo. |
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Participou de 03 Antologias pelas seguintes editoras: SCORTECCI, NETEBOOKS e A.C.I.M.A. MANDALA (Antologia Bilingue – Português/ Italiano). Dedica-se, atualmente, a Projetos Fotográficos, como aprendiz, exercitando a observação do entorno e da natureza circundante. Participa de mais uma edição do BRASÍLIA PHOTO SHOW, concorrendo como fotógrafa amadora, em diversas categorias, como: natureza/ animal/ macrofotografia/ retrato, entre outras. |
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Finalizada a primeira etapa do Projeto LEDE - Laboratório Experimental de Design, liderado pelo Prof. Alessandro Faria da Universidade Federal de São Paulo | UNIFESP, a equipe do mesmo entregou no dia 31 de agosto de 2022, em evento solene, no auditório da FATEC de Cruzeiro/ SP, o relatório final de atividade em formato de minidocumentário. |
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São 40 minutos de puro cuidado estético que conta a jornada dos estudantes entre maio a julho do corrente ano. Cada grupo tinha a missão de entregar uma solução para desenvolver o Turismo na cidade e região, utilizando o Design Thinking. O projeto LEDE, trabalhará, no segundo semestre de 2022, com os estudantes da Universidade Federal de São Paulo | UNIFESP. |
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Assista o documentário neste link https://youtu.be/n2RIpoxLm7Q Design Thinking na Polícia Federal. A Polícia Federal criou recentemente o "I Curso de Especialização em Gestão Policial" com o objetivo de ampliar e aprofundar a capacidade de atuação dos seus quadros para o aperfeiçoamento dos serviços prestados à sociedade em suas respectivas áreas de atuação. |
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Nesse processo foi criada a disciplina "Inovação no Serviço Público" para capacitar os estudantes para o desenvolvimento de soluções criativas e ágeis, utilizando a mentalidade e as ferramentas do Design Thinking. Também o Prof. Alessandro Faria, da UNIFESP, é o responsável por conduzir os estudantes nessa jornada. |
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Martha de Lima, organizadora do livro OBORÉ – quando a Terra fala, nos envia notícias do prosseguimento da divulgação do mesmo em Santa Catarina e no Rio de Janeiro No dia 8 de setembro, esteve na 1ª Bienal do Livro em São José/ SC, apresentando o OBORÉ. No dia 10 de setembro, no município de Palhoça/ SC, fez o lançamento do livro, seguido de noite de autógrafos, no "Centro Cultural Casa Nobre" no "Balneário da Guarda do Embaú". |
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Também, participou do Festival da Limpeza de Araras, realizado pelo "Projeto Araras Oscip", na cidade de Petrópolis/ RJ, em três momentos: no dia 14 de setembro, houve uma pequena palestra para a apresentação do livro, durante a abertura do Festival, no ‘10º Café Comunitário’, dessa semana; no dia 15 de setembro, integrou uma 'Roda de Conversa' na "Reserva Biológica de Araras" – Rebio Araras, normalmente fechada ao público, mas, aberta neste dia, especialmente para promover esse encontro no "Espaço Aprekutxá". |
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No dia 16 de setembro, aconteceu o encerramento do Festival, com mostra do livro e noite de autógrafos, na CASA 22 – um bistrô acolhedor no centro do distrito de Araras. |
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Dr. Patrick Loisel (16/10/1943 – 26/08/2022) |
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Conheci Dr Loisel em 2015, quando acontecia o II Congresso Mundial de Transdisciplinaridade aqui no Brasil, em Vila Velha / Vitória - Espírito Santo. Sua palestra sobre o trabalho que realizava, na época, na Universidade de Sherbrooke me chamou atenção. Aquele simpático médico canadense explicou então, como pioneiro e fundador dessa pesquisa, como trabalhava na prevenção de incapacidade laboral no “Work Research Institute”. Dr Patrick, segundo seus alunos e colegas, era um guia, um professor, um mentor e um amigo. Inspirou o trabalho, a carreira e a vida de muitos estudantes e pesquisadores, com um profundo senso de benevolência, dedicação e simplicidade, deixando um impressionante legado. |
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Primeiro, ele iniciou e liderou o estudo inovador de Sherbrooke em Quebec, nos anos noventa do século passado. Em 2003, ele desenvolveu, iniciou e liderou o programa internacional de treinamento estratégico de prevenção de deficiências no trabalho CIHR para jovens pesquisadores e profissionais neste campo de pesquisa. Mais de 110 estagiários e seus 30 mentores do programa de todo o mundo vieram para o campus Longueuil da Universidade de Sherbrooke em Montreal e mais tarde, também, para a Dalla Lana School of Public Health da Universidade de Toronto por 12 anos (2003-2015). Patrick Loisel, juntamente com um grupo internacional de mentores, ensinou e os inspirou a aprender e colocar em prática a prevenção de deficiências no trabalho e os princípios da transdisciplinaridade. Ele também foi o primeiro presidente do comitê ICOH WDPI, que foi fundado sob sua liderança em Milão em 2006. Assim, ele colocou a prevenção e integração de deficiências no trabalho dentro da ICOH no mapa mundial. Desde então, ele (co-)organizou um grande número de conferências ICOH WDPI em Angers, Groningen, Amsterdã, Toronto e Odense. Ele tomou a iniciativa e foi (co)editor do manual de prevenção e gestão de incapacidades no trabalho. Infelizmente, a saúde do Prof. Loisel se debilitou nos últimos cinco anos e ele não pôde continuar seu trabalho e participar de conferências. Por esta razão, houve no último congresso ICOH WDPI em 2019 uma homenagem a todo o seu trabalho e contribuições para o esse campo de pesquisa e comunidade. E, para expressar a gratidão de seus colegas e ao seu legado, o ICOH WDPI iniciou o prêmio Prof. Patrick Loisel para a apresentação oral de Melhor Pesquisador em Início de Carreira e Melhor apresentação de pôster. Desta forma, ele permanecerá em nossos pensamentos para sempre. “Que todos nós sejamos inspirados por sua humanidade” disseram numa publicação Han Anema e Jean-Baptiste Fassier. E um de seus alunos nesse instituto disse: “A influência do dr Patrick viverá em todas as vidas que ele tocou. Sinto-me honrado por ter tido a oportunidade de aprender com ele”. Dr Loisel deixou muitos amigos aqui no Brasil e, se apaixonando por uma franco-brasileira, também participante do Congresso de Transdisciplinaridade - Mariana Thieriot -, com ela, levou um pouco de nossos corações consigo para o Canadá. Lembro bem de suas amáveis conversas cada vez que vinha ao Brasil nos visitar e do quanto inspirou amor à sua esposa e uma doce e verdadeira amizade em mim e em todos nós do CETRANS. Vera Laporta São Paulo, 19/09/2022 |
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Pá, Paula de Pinho Falcão (18/11/1961 – 09/09/2022) No início dos anos 90 tornei-me sócio da TRIOM, livraria e editora. Num dos meus primeiros cursos de Astrologia surgiram três novos alunos, um rapaz e duas moças. Naquela primeira aula seguindo a “Astrologia Racional” do Weiss afirmei que um aluno que não soubesse matemática o suficiente para levantar um mapa dificilmente seria um bom astrólogo. Os três riram e uma delas disse: Viemos aqui por termos sido informados desta postura. Foi assim que conheci Paula de Pinho Falcão. Engenheira de software formada pelo ITA foi uma das alunas mais geniais que tive a honra de ministrar aula de Astrologia. Não podia vacilar, o trio estava sempre atento. |
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A inteligência da Paula, junto com sua modéstia e simpatia me cativou de imediato. Posso dizer por mim que ela suplantou este mestre. Creio que outros professores da Paula dirão a mesma coisa. Víamos-nos freqüentemente e ela participou de grupos de estudos esotéricos dos quais eu era o coordenador. Ultimamente além de ela colaborar com esses grupos fazia comigo um trabalho, comandado por ela e a Cláudia Pirani, na BPW. Esse ano por força de um problema renal sua saúde deteriorou-se rapidamente. |
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Depois de adiar nosso trabalho por dois meses tivemos um último encontro. Eu estava muito preocupado – essa menina vai nos abandonar – pensamos no nosso grupo de Astrologia do qual ela era expoente. Infelizmente foi um mau presságio que tristemente se realizou! Astrologia era um dos temas pelos quais era apaixonada. Criadora de jogos corporativos, tive a oportunidade de acompanhar de perto sua genialidade. Membro do MENSA, e do CETRANS, também neles se destacou. Estou triste, minha querida amiga resolveu partir e nos deixou com um trabalho pela metade, que, sem ela, vai ser difícil terminar. Mas, quem sou eu para julgar o destino de uma pessoa, particularmente uma pessoa como a Pá (abreviou o nome no ano passado). Pá , espere pelos seus amigos, que são muitos e te amam profundamente! Rodrigo Araês São Paulo, 17/09/2022 – 21:38 hs |
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Ponto de Interesse: tem um caráter formativo e de divulgação. Discorre sobre um assunto ainda não amplamente divulgado, ou ainda de difícil compreensão visto sua complexidade. |
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Velho livro, nova leitura Essa leitura em camadas mais profundas nos oferece uma experiência muito diferente daquela que fazemos no rastro da trama. Esse retorno ao livro, esse tempo de revisitar, nos coloca nessa busca mais investigativa e, portanto, numa leitura ainda mais pessoal. Émile Faguet in A arte de ler |
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É bem verdade quando se diz que, ao se reler um livro, descobre-se nele novas 'paisagens' e novos detalhes. Nesses últimos dias, ao se debater em reunião a respeito de um assunto relativo a cores, lembrei-me de um velho livro que me acompanhou por toda a minha trajetória de professora de Artes. Era a ele que eu recorria para projetar minhas aulas que seriam sobre a Teoria das Cores. Um livro muito bem editado, ilustrado com trabalhos do autor e com explicações minuciosas a respeito do assunto. |
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Israel Pedrosa professor, escritor, artista plástico, livreiro e poeta, escreveu o livro “Da cor à cor inexistente“ em meados de 1980, esgotando por assim dizer, o assunto, tanto na parte científica quanto na parte artística, psíquica, fisiológica, mística, simbólica e prática, dando ao leitor uma visão ampla da teoria. O que fui revisitar, na verdade, foi a parte que dá título ao livro - ou seja, as “cores inexistentes”. E, desta vez, o fiz procurando uma “atenção plena” para entender e usufruir o que mais o belo texto desse livro poderia me fornecer.
Dessa forma, lendo o capítulo da cor inexistente, deparei-me ainda com algumas 'novidades', que me interessaram sobremaneira. A primeira foi em relação às cores primárias que, segundo Pedrosa, constituem-se em um “tricromatismo'' - pois guardam em si, cada qual, em diversas quantidades, características das outras duas. Vermelho, azul e amarelo (cores tinta) ou magenta, ciano e verde (cores luz ou em tintas transparentes) estabelece uma interdependência, umas às outras. |
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Depois, no que diz respeito à coloração de uma superfície vermelha, por exemplo, intrinsecamente se considera que a mesma tem a condição de absorver todas as demais cores do arco-íris e apenas refletir o vermelho, ou cor induzida. E, conforme for a luz a iluminar tal superfície, será o tom de vermelho a ser refletido. Mas o que eu queria rever, nesse capítulo do livro, era a explicação do que se considera como “cor inexistente”. Para Pedrosa, “cor inexistente é a cor complementar surgida nas superfícies brancas ou neutras, produzida por entrechoques de várias gamas de uma cor primária e levada ao paroxismo por ação de contrastes”. Então, cor inexistente é aquela formada por um fenômeno e não por uma ilusão. Ela realmente não existe, porque não foi pintada em um plano específico, não existe a tinta que a faça existir, mas a mesma pode ser percebida por meio da interpretação da luz feita através da nossa visão e até mesmo reproduzida em filme ou fotografia. Se o olho não tivesse sol, Como veríamos a luz? (...) J. W. Goethe, 1940 Israel Pedrosa exemplifica em seus belos trabalhos abstratos, as cores inexistentes, conforme se pode ver nas figuras abaixo.
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“Mutações Cromáticas”, acrílica s/ tela, 1987 | "Treliças Irisadas", tinta gráfica s/eucatex |
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“Com o auxílio de cores inexistentes, ele encontrou novas relações matemáticas entre os tons e criou uma nova poética da cor (...). Sua arte, elaborada conscienciosamente, não é apenas ciência pura; é também uma revelação das características da cor, como mensagem lírica" - assim o colunista Flávio de Aquino caracterizou, numa revista em 1975, a obra de Pedrosa. A Dra. Mirian de Carvalho, doutora em filosofia e crítica de arte, referindo-se às obras de uma exposição de Pedrosa, afirmou: (...) Da musicalidade dos contrastes surgem as “tintas” da Cor Inexistente, aninhando-se em áreas brancas ou neutras. (...) O que nasce aos olhos, vive dentro de nós. E o que vive... ilumina a expressividade do diverso. (...) Atuando no plano sensível, as poéticas da cor nascente desmarcam espaços, para criar sentidos enfatizados na dialogia do colorido, originando lugares nascentes. (...) O pintor busca e encontra o “além-da-cor”. Realiza o além-da-forma. O além-da-técnica. “Ser ou não ser, eis a questão” (Shakespeare) Colocamos agora, em questão, sob o título dado pela conhecida frase de Shakespeare -, o mesmo que escreveu “nós somos do mesmo tecido de que são feitos os sonhos” -, isso de ser e não ser para algo que se diz inexistente. Shakespeare, na verdade, afirmava que ‘aquilo que não é, é’. E a prova de que ’“o que não é, é’ está em que o corpo chora, ri, ama, luta, produz arte, movido por essa irrealidade. Desde muito tempo diversos filósofos e estudiosos procuraram uma explicação para o inexistente: ele é ou não é? Os primeiros foram Parmênides, Heráclito e Pitágoras. Parmênides (in “Sobre a natureza”) argumenta sobre a impossibilidade de se falar e pensar sobre ‘o que não é’, se opondo a Heráclito, que concebeu a realidade como um fluxo permanente: (...) tudo flui e tudo se move, exceto o próprio movimento. Assim sendo, tudo é concebido como devir, sendo este, um princípio, ou seja: o ser é tão pouco “assim como os números se compõem da soma de pares e ímpares, as coisas também encerram determinações opostas, como as de “limitado” e “ilimitado” (ser e não ser, cheio e vazio), resultando que toda a realidade é vista como uma conciliação de opostos.(...) Entretanto, deve-se acrescentar que nada foge ao pensar, tanto que “uma vez pensado, se torna parte do pensamento”, ainda que não exista uma representação possível. E se nada foge ao pensar, ‘uma vez pensado, é’. Em vista disso, pensar se coloca necessariamente como ‘ocupar-se’ de entes, se colocar em direção ao ser, assumindo o ser. Então estamos a afirmar que tudo existe, tudo é? Necessário é não tomar os termos “ser”, “há” e “existe” como sinônimos, aceitando-se de primeira mão que o ser enquanto uso predicativo ou indicativo de existência parece não indicar uma existência atual. Dessa forma iremos “acessar um novo mundo, onde algumas coisas podem ser, mas não existir”. Com este argumento torna-se viável a existência de objetos não existentes.(in Marcos Amatucci) O professor Amatucci, em sua tese de doutorado, também explica a influência da discussão das muitas formas de se dizer “o ser”, em particular, “como dizer o ‘ser inexistente’, sobre o conceito de intencionalidade” na psicologia descritiva, como na teoria do juízo de Brentano e os respectivos desenvolvimentos posteriores na filosofia de Twardowski. E, nas afirmações finais, apresenta ‘os muitos sentidos do termo ser’ “Não é o ser que é de diversas maneiras quando é, mas o sentido do que dizemos quando dizemos que algo é, e que pode ser diverso em cada caso. Brentano remete aos sentidos do ser (...) o que pode ter sentido é o termo, e não o ser como ser. Uma borboleta ‘física’ não pode ter sentido; o que pode ter sentido (e eventualmente mais do que um, resultando em ambiguidade) é uma afirmação envolvendo uma borboleta”. Na poesia e na literatura, ainda sobre a inexistência de algo, Paul Valery dizia: “que seria de nós sem o socorro das coisas que não existem?”. Então o que não existe ajuda? Ajudando, tem poder, se tem poder, é real! João Guimarães Rosa, vai mais longe, ao escrever em “Grande sertão: veredas”, que “tudo é real porque tudo é inventado”. E, o escritor Manoel de Barros, afirma em seu “Livro das ignorãças”, que “as coisas que não existem são mais bonitas: delas a alma se alimenta”. E, para finalizar, eu pergunto: será que as pinturas de Pedrosa teriam tanto efeito e tanta beleza, se não houvesse tal fenômeno da ‘cor inexistente’? Referências PEDROSA, Israel. Da cor à cor inexistente. 3ª edição. Editora Universidade de Brasília, 1982. AMATUCCI, Marcos. “O ser inexistente em Brentano e Twardowski” Tese de Doutorado. https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5774093 ALVES, Rubem. “O poder do que não existe”. https://rubemalvesdois.wordpress.com/2013/02/16/o-poder-do-que-nao-existe/ GARRIDO, Samuel Gonçalves. “Reflexões sobre o nada e o não ser” (Monografia) https://www.bdm.unb.br/bitstream/10483/20539/1/2017_SamuelGoncalvesGarrido_tcc.pdf Guia das Artes “Biografia de Israel Pedrosa” https://www.guiadasartes.com.br/israel-pedrosa/biografia CARVALHO, Miriam. “Israel Pedrosa: poéticas da cor nascente”. Jornal de Poesia http://www.jornaldepoesia.jor.br/ag39pedrosa.htm GOETHE, J.W. Doutrina das Cores. Nova Alexandria, 1993. |
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Reflexão Pessoal: texto escrito e assinado por uma pessoa sob convite da Coordenação tendo como objetivo desvelar algo de cunho pessoal, mas com relevância para o grupo, redigido na primeira pessoa ou não |
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MORTE E GRAÇA Mariana Thieriot-Loisel Eu hesito, tropeço nas palavras. Um estranho, um pouco desumano sem dúvida, uma vez me escreveu: "Não posso nada por você. Confissão de impotência ou elogio da fuga. Sim, o que dizer diante do sofrimento do outro sem se tornar obsceno. Agosto 2022 sozinha quando a vida ou outros não podem fazer nada por nós, cabe a nós fazê-lo. Escrevo com aqueles para quem escrever parece difícil ou mesmo impossível às vezes: enquanto a morte abriu suas asas implacáveis sobre minha família: |
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Continue escrevendo. A poesia pode por você. A carne macia e terna do texto pode por você. A página branca lisa se abre para você. A inalação, a exalação, a respiração do texto pode por você. A mão ágil que inscreve os sinais sonoros vai por você. Continuar a escrever, a rir, a amar, a apostar na vida. Fugir dos que não podem fazer nada, nem uma migalha por você. Aqueles que se sentem desconfortáveis, ameaçados por sua dor, aqueles que não sabem que o que se joga neste momento crucial parece a própria beleza da verdade de uma condição vulnerável. Talvez eles também não possam fazer nada por si mesmos, em tal situação. Por favor, seja compassivo. |
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Eu também escrevo para abrir uma porta, como o mais talentoso ou o mais miserável, para abrir uma porta, para cruzar a soleira e cumprimentar os outros mortos, espreitando ali, como eu, hoje na escuridão do mistério. Eu tenho sorte; escrevo para os vivos que leem os vivos. Continue escrevendo... Deixa as estradas da aldeia: preda-se na floresta repleta de sinais inesperados! Todas as manhãs, uma nova vida observa as cores da aurora nua: aquela que ilumina tudo, sem censura ou pressa e abriga nossos pobres cadáveres. O romance pode por você. O teatro pode por você. Continue a esculpir uma voz, uma voz baixa, quebrada, um grito, um segredo sussurrado, filosofia, pintura... podem por você. A própria oração pode por você. Sangrar suas feridas abertas e costurá-las até mesmo em um parágrafo. Deitar o fardo do luto. Desembrulhar as malas, desdobrar um mundo, denunciar um mundo, consolar um mundo, reconstruir um mundo, voltar para o mundo... Lembrar um mundo finalmente, a memória pode por você. Quando penso no seu rosto de mármore frio, dois corações batem no meu peito. |
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Sim, ao escrever você vai desvelar os segredos, abrir a caixa de Pandora, a mala muito pesada e o texto vai responder a sua genialidade, sua fragilidade, sua maravilhosa vulnerabilidade. O texto responderá com certeza como o alvo perfurado por uma seta disparada com os olhos fechados pela milésima vez. Um diamante solitário, emergindo das entranhas da terra fértil da vida que se renova, ele ilumina lentamente sua expressão humana, sua verticalidade, sua altura, sua bondade incompreensível: a sua graça horizontal. Continue escrevendo até o final. Deixa a vida pontuar. |
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As águas calmas da noite Nos acalanta Eu escrevo os vínculos indissolúveis De toda paixão Finalmente a vida descansa É doce respirar Entre as estrelas Depois desta tempestade ruidosa Em nossos crânios exaustos |
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Aqui estou eu Na escola da vida e da morte Com minhas pobres mãos Devemos ficar em silêncio às vezes Porque viver rouba toda a nossa força Amanhã com seu punhado de incógnitas Outra luz aguarda, incerta... O sorriso, no entanto Não falha. |
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Pintura e fotografia: Mariana Thieriot-Loisel |
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Palavra do Leitor: Esta sessão abriga textos assinados pelos autores com a opinião e reflexão dos leitores sobre assuntos diversos, críticas ao CI@, elogios a alguma ação TD sempre tendo em vista os propósitos deste Boletim. |
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Conexão Mundial Transdisciplinar – TDNEXUS |
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Maria F. de Mello Conexão Mundial Transdisciplinar – TDNEXUS foi o nome dado para sistema de cadastro de pessoas interessadas em Transdisciplinaridade agora disponível para membros de centros de educação, ação, pesquisa e estudos transdisciplinares públicos ou privados e para seguidores. Quando em 2005 o CETRANS organizou o II Congresso Mundial de TD, Vitória, Américo e eu tivemos grande dificuldade em quem convidar e como contatar essas pessoas. Na ocasião, contávamos apenas com a lista de nomes dos membros do CETRANS, do Centro de Estudos Avançados da Universidade Federal de Minas Gerais – IEAT e a do CIRET. Ao longo da organização das atividades outros nomes foram sendo literalmente garimpados e, aos poucos, chegamos a ter mais de 350 pessoas inscritas neste evento. Ao findar esse Congresso, a necessidade de termos um cadastro organizado era evidente. Tentativas foram feitas, mas nenhuma delas correspondia às necessidades vigentes e, muito menos, visavam uma conectividade mundial. Durante o III Congresso Mundial de TD em 2020 e 2201 percebi que havia chegado a hora deste cadastro nascer. Foi criado um time dedicado formado por Daniel Silva, Edmundo Gualberto, Érica Gallucci, Francisco Zuana, Vitoria M. de Barros, e por mim. Trabalhamos desde abril de 2022 nele, contamos com doações de várias pessoas para pagar os custos, às quais muito agradecemos e, assim, é com enorme alegria e sentimento de realização que comunico aqui para vocês que o TDNEXUS acaba de ser lançado. Caso você queira fazer parte do TDNEXUS é fácil: digite o site do CETRANS www.cetrans.com.br. Logo na primeira página dele você encontrará o link TDNEXUS. Após cadastrado o usuário poderá pesquisar por um dos campos do sistema ou por combinações deles. Uma vez que nome, email, país, continente, cidade e site dos participantes estão disponíveis para todos que se cadastrarem, é possível a cada usuário entrar em contato direto com qualquer outro usuário do TDNEXUS. |
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100 anos de Sidarta de Hermann Hesse Samuel Lopes Pinheiro A literatura pode nos revelar incríveis descobertas. Como são os encontros culturais, apontamentos históricos e mesmo os questionamentos filosóficos e metafísicos. Parece que a leitura de Sidarta é um desses textos incríveis, em que conhecimentos de distintas áreas convergem em forma de uma beleza estética literária, capaz de nos levar a uma profunda jornada. O original em alemão é Siddartha, acompanhando a grafia do nome de Siddartha Gautama (563 – 483 a.C), o Buda histórico, que irá dar origem ao Budismo e seus desmembramentos tais como conhecemos hoje. Hermann Hesse (1877 - 1967), alemão de nascimento, posteriormente naturalizou-se suíço é o autor dessa obra lançada em 1922. Esse romance ficcional se passa em uma região que atualmente corresponde ao Nepal, Kapilavastu, no século 6. |
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O protagonista da história, Sidarta, assim como o Buda histórico, parte rumo a uma jornada espiritual, abandonando identificações de sua vida pregressa e de suas rotinas enquanto asceta. Podemos mesmo dizer, que Hesse, também se embrenhou nesta busca em sua vida particular, ao realizar uma viagem a Índia em 1911, nutrindo-se de espiritualidades orientais, mesmo advindo de uma família de culto cristão. |
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A característica de um espírito rebelde que busca paz no mundo por meio da busca por sentido na vida presentes na obra, irá posteriormente nos anos de 1960 e 1970 inspirar os movimentos contraculturais. Cem anos após seu lançamento, Sidarta, continua atual, tanto por essas como outras tantas razões, ainda mais em um mundo que novamente intensifica os furores bélicos. Dedicar-se a sua leitura, passa por um exercício transdisciplinar, de um encontro cultural que ultrapassa as noções de Oriente e Ocidente e ruma para o questionamento da condição humana. Imagem: Hermann Hesse |
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Arte – Expressão e Transdisciplinaridade: Esta sessão tem como objetivo mostrar diferentes tipos de expressão artística, como música, poesia e pintura, para nos elevar e trazer uma pausa no caos vigente, nos levando para níveis de realidade mais elevados. |
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Fotografia de Jade Luzardo em Espaço Mahadeva, Rio Grande 2022. Chama-presença Poesia de Samuel Lopes Pinheiro |
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Desconhecer caminhos feitos por teu nome Diante dos vislumbres de pequenas partes percebidas por outro olhar, que de tão brilhante maravilhava outros olhos com sua força e paixão. Testemunha de uma chama, que no silêncio se faz presença. Habitante de todo o canto e lugar. No preparo da vida que virá pelo cotidiano estar lá, estar aqui, |
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estar. Entre lembranças e sonhos, miríades do real e da imaginação. Palavras que persistentemente sinto estão no ser da própria questão, enlaçadas pelo encanto renovadas pelo ar e confiantes em seu sorriso. |
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Anima Mundi Poesia de Rodrigo Araês Caldas Farias |
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Clama, Terra, pela alma dos perdidos, agonia dos aflitos, não perturbe tua paz! Ama, Terra, o espírito dos penados, a dor dos massacrados, que esperam sem razão. Nada nos aconchega despossuidos, desatinados, tolos, desacreditados. Buscamos, inglório fado, uma bússola, um ocaso, uma esperança desastrada, |
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sopro quente, árido, amante moribundo, cão esfomeado. Nada disso tem valor, mas no fundo, no cerne, pulsa vida, lateja sangue, sêmen se derrama, lava escura, fecundante, Lua de outrora, Sol presente, faz nascer uma nova raça, - a Terra sorri, canta - união de todos povos, nascimento do amanhã... São Paulo 27/06/2006 – 21h40 |
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CD The Reiki Concert - Sérgio Taza Lemke The Reiki Concert foi gravado em 2001, em Overath, distante 25 km de Colônia, Alemanha, com uma mesa ALESIS e dois pianos CASIO: um de 84 teclas, mais aproximado a um piano de cauda e outro de base suporte para pedal. Foi usado também um processador KURTZWEIL e tudo foi gravado, finalmente, em um PHILIPS digital. Construir estúdios é como construir um templo para o compositor. |
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Sérgio Taza é, maestro - compositor e arranjador -, com bagagem de gravação e performance de aproximadamente 37 mil horas de música, tendo realizado gravações como autor, compositor e instrumentista (guitarra, violão, piano, teclados e vocal). É também psicólogo, tarólogo e mestre em Reiki. Este CD não é somente dirigido a profissionais reikianos. Qualquer pessoa pode ouvir este disco de qualidade terapêutica e qualquer pessoa pode facilmente se tornar reikiano. Basta requerer o auxílio de um mestre em Reiki. REI é a energia cósmico-universal que existe e que permeia tudo e todos, de pedras a homens, de foguetes a pimentões, de fugas a concertos de violoncelo. KI é a energia (cósmico-universal) que cada um tem em si e que se centra a 4 dedos abaixo do umbigo, dentro do corpo. REI-KI , conecta o seu KI com o REI do total REIKI – chame de Deus, se quiser. O CD contém as seguintes faixas: 1 - Morning Rain: Over the Eyes 1St Position; 2 - Light from Nowhere; 3 - Inner Dialogue:Reiki Concert; 4 - Delightful Ocean Wave:4Th Position Reiki. 5 - Point of Departure:Reiki Position 5Th; 6 - Innermost Core:Reiki; 7 - Wonder Full Life: &Th Position ThisVery Work; 8 - Side of the River: 6Th Position on This Reiki; 9 - Here Now Song: 9Th Work in ThisReiki Work; 10- The Reiki Concert:10Th Position; 11- Peace-On-Earth: Reiki 11; 12- Remember, Remember: 12; 13- Intro Thy Hands: 13Th Reiki Track; 14- Sense of Protection:14. Para adquirir o álbum "Reiki Concert" Clique neste link da Amazon |
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E assim falava Fernando Pessoa... "O verdadeiro fotógrafo, como de resto qualquer artista, deve escolher o caminho com o coração e nele viajar incansavelmente, contemplando, como pessoa inteira, tudo o que é vivo. Absolutamente íntegro, sem propósito alcançar, sem submissão a regras e fórmulas, sem necessidade de parecer brilhante ou original, só assim autêntico e livre pode captar o espírito criador em movimento. Aquele que mergulha na viagem do ver tem que estar com as portas da percepção sempre abertas, sabe que diante do eterno precisa esquecer de si próprio. A criação é o que importa, caminho de conhecimento, poderosa arma de encontrar o mundo. O ato criativo é contínuo e sem fim, a prática sempre renovada de contemplar humaniza a visão, anula verdades, permite a inventividade, realça o eu interior. A recompensa é a experimentação mística do encontro com a beleza. O fotógrafo sente, neste momento fugaz, algo parecido com o satori zen budista, um momento de revelação, um indefinido e maravilhoso prazer. Nessa respeitosa relação consigo mesmo, o fotógrafo cria algo de original com espontaneidade e fluência, o observador se confunde com a coisa observada, o vazio se instaura, o que estava contido volta a pulsar, o que antes era pressentimento agora é realização. A pureza do seu diálogo, por mais fotos que faça, por mais poeira que tire dos olhos, continuará andando solitário com sua câmera, mas ele também sabe que está aprendendo outra arte bem maior, a arte de não ser coisa alguma, de não ser mais que o nada, de dissolver a si próprio no vazio entre o céu e a terra.” |
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UNIDADES de AÇÃO – UAs relata as realizações das UAs durante a estação fazendo um balanço de sua atuação. |
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O trabalho do Centro de Educação Transdisciplinar – CETRANS nestes últimos dois anos foi um laboratório transdisciplinar com o acompanhamento pelos membros CETRANS das 426 palestras que o III Congresso Mundial de Transdisciplinaridade/virtual apresentou ao longo dos anos de 2020/2021. Neste período organizamos as cinco semanas que o CETRANS apresentou no Congresso, além da instituição e sustentação dos diálogos transdisciplinares que aconteceram nas Conversas de Domingo, quando apreciávamos as palestras de cada semana. Outros projetos surgiram a partir dessa intensa troca entre os membros e outras pessoas interessadas em Transdisciplinaridade: Fluxus de Palavras que registrou a expressão dos conceitos, das experiências e do movimento formativo transdisciplinar dos sujeitos participantes deste percurso. Esse processo se constituiu em atividade semanal durante o Congresso virtual: escuta sensível das palestras, registro das Palavras/Termos e Contexto; com base nas apresentações de slides, imagens, textos e vídeos, sem interpretação das falas dos pesquisadores. Foi realizado um glossário no idioma usado na sessão, seja ele espanhol/inglês/francês/português. Esse projeto gerou um Banco de dados que está disponível na Amazon Web Services; Embodiment of Being, livro elaborado e produzido por Susannah Hays a partir das apresentações da 2ª semana organizada pelo CETRANS para o Congresso, em fevereiro de 2021 (em elaboração); Oboré, quando a Terra fala, livro foi organizado por Martha de Lima, a partir dos diálogos de 7 representantes de etnias dos Povos Originários do Brasil que aconteceu na 5ª semana organizada pelo CETRANS para o Congresso, em agosto de 2021. Neste ano de 2022 o trabalho do CETRANS está focado em quatro pontos principais: a. elaboração conjunta com os outros membros do Comité Internacional do III Congresso Mundial de Transdisciplinaridade dos documentos de encerramento deste evento que se desdobram em uma Declaração do México e uma Avaliação Apreciativa Transdisciplinar visando uma análise dos pontos importantes que deverão marcar o futuro do conhecimento e ação transdisciplinares. Esses documentos ficarão como uma fotografia viva dos eventos do Congresso e serão enviados a todos os participantes ficando dispostos no site. Além destes dois documentos, estamos organizando a produção de um e-book com artigos selecionados pelo Comité Internacional que foram apresentados durante o Congresso; b. criação, delineamento, elaboração e lançamento do TDNEXUS, um cadastro internacional para abrigar os dados de membros da Rede Mundial de Transdisciplinaridade e, também, de pessoas interessadas em assuntos que envolvam conhecimento e práticas transdisciplinares. O lançamento foi feito em setembro 2022 e se iniciou pelo cadastramento dos membros CETRANS – Brasil, se estenderá aos participantes dos 3 outros Comités: CIRET, França; CTU, Itália e TRANSCOMPLEXA, México e, depois, se expandirá junto com a Rede Internacional de Transdisciplinaridade; c. concepção, formulação e execução dos Cis@ que circulam em ambiente virtual no início de cada estação e, tendo cada exemplar um tema principal escolhido pelos coordenadores das Unidades de Ação - UAs em torno do qual giram todos as sessões ali apresentadas; d. planejamento dos Encontros Transdisciplinares que acontecem na última quarta-feira do mês e que têm tratado de temáticas caras à Transdisciplinaridade. Tivemos 6 Encontros: em março a inauguração foi feita pela fala do Fernando Bignardi com o tema “Como construir a Saúde do Ser TD”; em abril tivemos Ignacio Gerber tratando o tema “Mente Zen – Mente TD”; em maio a exposição de Martha de Lima apresentou o tema “Perlaboração: como nasce uma ideia transdisciplinar – Oboré, Quando a Terra fala”. O assunto escolhido para as palestras seguintes foi a Saúde de uma perspectiva TD pensando em “Como está a saúde dos membros do CETRANS? Tivemos em junho Marcelo Demarzo explicando sobre os benefícios da meditação com o tema “Mindfulness e Promoção da Saúde”; em julho Patrick Paul nos falou sobre a importância da vida interior em “A Vida Imaginal, os Sonhos e a realização humana”; em agosto Fernando Bignardi apresentou uma vertente importante da saúde complementar em “TD aplicada à Saúde: Importância do Jejum e do Silêncio nas várias dimensões”. Teremos ainda mais dois encontros em setembro e outubro completando o ciclo da Saúde, desvelando novas perspectivas por onde ela pode ser abordada. |
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Longe dos Homens (Loin des Hommes) - 2014 Diretor: David Oelhoffen Baseado num livro de Albert Camus |
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Em meio a um inverno rigoroso e gelado, no início da eclosão da Guerra da Argélia em 1954, dois homens completamente diferentes, pertencentes a duas culturas que se encontraram em situações dispares de colonizadores e colonizados, são obrigados a enfrentar o desconhecido juntos: Daru, um professor recluso tem que escoltar Mohamed, um morador acusado de assassinato até a polícia local. |
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Ele decide deixá-lo ir embora depois de uma noite, mas quando moradores vingativos atacam a escola onde Daru trabalhava para tentar matar Mohamed, o professor o defende e foge com ele pelas montanhas Atlas. Eles são perseguidos e juntos lutam pela liberdade. Esses dois personagens, ao longo do caminho, com todas as dificuldades que passam juntos, fazem uma jornada existencial em que ambos percebem a verdadeira dimensão de cada um, aprendem o valor que suas vidas têm independente da raça ou nacionalidade e que só se atinge o outro, descobrindo-o não como um objeto para ser intelectualmente conhecido, mas como alguém que ele realmente é, percebendo o que ele pensa e acredita. Eles estabelecem um diálogo profundo em que a verdade de um interpelou a verdade do outro a partir das suas próprias existências. Vale procurar e ver esse filme, pois o que se vê é um diálogo sensível entre dois seres que, apesar das diferenças, desvelam suas verdades e se reconstroem a partir daí. |
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Nunca Deixe de Lembrar | Never look away Diretor: cineasta alemão Florian Henckel Von Donnersmarck. |
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A história do filme compreende décadas e acompanha a trajetória de Kurt (vivido na infância por Cai Cohrs e na idade adulta por Tom Schilling). Quando criança, na Alemanha nazista do final dos anos 1930, ele adora sua tia, Elisabeth (Saskia Rosendahl), mas ela acaba sofrendo um triste destino. Já adulto, e na Alemanha comunista, ele tenta se tornar artista, mas fantasmas do seu passado (e do seu país) continuam a assombrá-lo, e só através da arte ele consegue uma resposta para os traumas não só dele, mas de toda uma geração. |
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Livro Pitadas de consciência - temperando a vida com Mindfulness: pequenos toques, textos e poesias, recheados de mindfulness, mindful eating e compaixão, chegam para nos tirar do automatismo e nos permitir, a partir da presença gentil e aberta, trazer novas possibilidades para o dia a dia. Editora Epígrafe; 1ª edição (19 abril 2022) |
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A autora, Vera Salvo, é pós-doutora em Saúde Coletiva pela Escola Paulista de Medicina - UNIFESP. Doutora em Ciências pelo Departamento de Medicina Preventiva também da UNIFESP, investigando diabetes, obesidade e dislipidemia entre indígenas e população nipo brasileira. Instrutora de Mindfulness certificada pelo Centro Mente Aberta Mindfulness Brasil, possui também formação em Mindful Eating (MB-EAT) - Califórnia. Além disso, é instrutora de desenvolvimento da Compaixão baseado em mindfulness pelo Instituto Cultivo - México. |
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A Cabala 3: O Maassê Bereschit – A Obra do Princípio: as ações, as palavras de Deus, os números Trata-se do terceiro de sete volumes escritos por Patrick Paul sobre a cabala, que é a interpretação mais profunda do Tanak (a Bíblia judaica) realizada pela tradição rabínica oral por mais de dois milênios e que começou a ser colocada por escrito nos séculos XII e XIII. |
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Este terceiro volume estará disponível para o leitor brasileiro a partir do início de novembro de 2022. A Polar pretende publicar um ou dois volumes a cada ano e neles o leitor poderá ter uma visão ampla e clara da altíssima sabedoria contida nessa tradição multimilenar. Patrick Paul apresentará nesses sete volumes os principais conceitos e conhecimentos da cabala com o rigor e profundidade, que já são bem conhecidos dos leitores, de suas outras obras já publicadas em português. |
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Os títulos dos sete próximos volumes serão: A Cabala Volume 1: Os três véus da Existência Negativa; A Cabala Volume 2: Conceitos Fundamentais; A Cabala Volume 3: O Maassê Bereschit – A Obra do Princípio: as ações, as palavras de Deus, os números; A Cabala Volume 4: As letras hebraicas e os Caminhos da Árvore da Vida; A Cabala Volume 5: A Astrologia Judaica; A Cabala Volume 6: A Árvore da Vida e a Árvore do Conhecimento, as cinco almas, as duas criações; A Cabala Volume 7: O Maassê Merkabá – A Obra da Carruagem. |
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PROJETOS DE ARTE-EDUCAÇÃO Portal GMEPAE – O Grupo Multidisciplinar de Estudo e Pesquisa em Arte - Educação da Escola de Comunicações e Artes - ECA/ Universidade de São Paulo - USP propõe novo entendimento sobre arte e educação e divulga estudos na internet, com perspectiva que se distancia da abordagem tradicional. |
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O material é resultado de 12 anos de pesquisas teóricas e experimentais relacionadas aos conteúdos, metodologias e princípios que fundamentam o ensino das artes na educação básica e superior e em instituições como museus, organizações da sociedade civil, projetos sociais e centros culturais. O grupo, fundado por Sumaya Mattar, professora do Departamento de Artes Plásticas (CAP), a partir de uma perspectiva de prática multidisciplinar, desde o começo, congregou artistas, professores e teóricos. |
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Exposição Interativa de Monet “Le Rêve” chegou em Alphaville em 01/09, no Espaço Rise A mostra, que conta com a união da mais alta tecnologia audiovisual interativa e imersiva à obra de um dos maiores mestres das artes plásticas de todos os tempos, vai presentear o público com pinturas digitalizadas desse artista, ambientes interativos com grande riqueza cenográfica e experiências únicas inspiradas no mestre francês do impressionismo, fazendo o público se sentir na França da segunda metade do século XIX. Trata-se de uma nova experiência em exposições, um dos maiores acervos de Monet que chega ao Brasil. E tudo com organização, produção e curadoria 100% brasileira: Via BR Cenografia. |
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Oscar-Claude Monet é uma das figuras mais emblemáticas das artes plásticas mundiais e um dos poucos artistas a quem se pode atribuir o nascimento de um dos grandes movimentos culturais da história: o Impressionismo. seu quadro “Impressão, nascer do sol”, de 1872, é unanimemente apontado como a obra inaugural da tendência. Endereço: Alameda Rio Negro, 650 - Alphaville De 01 de setembro a 30 de novembro. Todos os dias, das 10h às 22h. |
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Renoir - A Beleza da Vida. Dividida em oito seções temáticas, a exposição recria toda a atmosfera de vivacidade e alegria típica das obras de Pierre-Auguste Renoir, apresentando os visitantes a elementos da vida cotidiana e transportando o público para dentro dos quadros do artista |
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Pierre-Auguste Renoir foi um importante pintor impressionista do século XIX. No entanto, suas obras permanecem vivas, pois influenciaram a história da arte mundial, desde as artes plásticas até o audiovisual como conhecemos hoje. Fazer obras agradáveis aos olhos: esse era o objetivo do “pintor da vida”. |
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Mundo Pixar. Um mundo de aventuras emocionantes, repleto de personagens divertidos e cativantes, em cenários imersivos e atividades com tecnologia de realidade aumentada. Prepare-se para uma viagem por dentro das suas histórias favoritas da Pixar. (Baixe o app mundo pixar disponível para ios e android e aproveite todos os recursos indispensáveis para a sua visitação) |
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A experiência imersiva ocupa a área externa do Shopping Eldorado e leva os visitantes a uma viagem por animações icônicas como “Toy Story”, “Procurando Nemo”, “Monstros S.A.”, “Divertida Mente”, entre outras. Data: até 23 de outubro. |
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As Aventuras de Alice. Prepare-se para cair na toca do coelho e ir direto para o País das Maravilhas! Essa é a sensação ao visitar a exposição “As Aventuras de Alice”, que está em cartaz no Farol Santander. Um verdadeiro compilado da obra de Lewis Carroll, que mistura história com tecnologia. Esta exposição é mais uma entre as tantas canceladas pela pandemia em 2020. Que ela seja realizada agora é uma feliz coincidência histórica. Há 160 anos, no dia 4 de julho de 1862, Lewis Carroll fez um passeio de barco com a família do amigo Henry Lindell e contou uma história para as crianças. |
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A protagonista se chamava Alice, e Alice Lindell (1852-1934), a quarta filha desse amigo de Carroll, então com 10 anos, pediu que ele colocasse a história no papel. Era dela, para ela. A menina ganhou, então, uma edição caseira de Aventuras de Alice no Subterrâneo. Pouco depois, em 1865, foi lançada uma primeira versão em livro. No ano seguinte, outra. |
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Tour virtual Portinari para todos. Ampliando o acesso à arte de onde você estiver, o MIS Experience lança o tour virtual 360º da exposição Portinari para todos! A mostra revisita a obra de um dos grandes ícones da arte brasileira do século 20 de uma forma inédita, proporcionando uma experiência imersiva no universo do artista. A experiência é dividida em três áreas expositivas. A primeira traz sete instalações interativas para que o público conheça mais da vida e do legado do artista. Na sequência, o visitante ingressa na sala 'Portinari imenso', que possibilita a imersão nas obras, em escala monumental, de forma contemplativa e envolvente. |
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O terceiro espaço contextualiza o acervo de Portinari e sua ligação com a cultura e história do país, reiterando a importância da preservação da memória do artista. Com curadoria de Marcello Dantas, a exposição permite às novas gerações se envolverem com a potência, a diversidade e singularidade da obra de Portinari. Data: até 23 de dezembro No link: https://portinariparatodos.com.br/virtual/ ou no YouTube https://youtu.be/ArLVFc9Euw0 Gratuito |
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MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO - MASP: Histórias brasileiras são histórias complexas, contraditórias, múltiplas, fragmentadas, incompletas. A exposição é apresentada no ano em que se completam 200 anos da Independência do Brasil e 100 anos da Semana de Arte Moderna. Mas são também os 100 anos da morte do escritor Lima Barreto, 100 anos do nascimento dos artistas Judith Lauand e Rubem Valentim. Além disso, há hoje uma intensa revisão das histórias do Brasil – expressa em livros, exposições, conferências, filmes e documentários. Quais são os temas, as narrativas, os eventos, e as personagens a serem celebrados, estudados e questionados neste longo e conflituoso processo? Quais têm sido esquecidos de maneira proposital? Histórias brasileiras é dividida em oito núcleos organizados por temas (e não por cronologias ou meios), cada um localizado em uma sala: quatro no primeiro andar do MASP (Bandeiras e mapas; Paisagens e trópicos; Terra e território; Retomadas) e quatro no primeiro subsolo (Retratos; Rebeliões e revoltas; Mitos e ritos; Festas). A exposição inclui mais de 400 objetos: pinturas, desenhos, esculturas, fotografias, vídeos, instalações, jornais, revistas, livros, documentos, bandeiras e mapas. Ela é organizada por 11 curadores, o que sublinha o caráter polifônico (com muitas vozes) do projeto. Cada núcleo é curado por uma dupla de curadores, e entre os núcleos identificamos sobreposições, complementações, conexões e contradições. Nas escolas, ainda aprendemos que a história é uma só. Mas não é. Nossas Histórias (no plural) indicam que este é um processo aberto, que não contempla apenas uma narrativa (definitiva, coerente, monolítica e evolutiva), mas inclui muitas (abertas, diversas, inconstantes, insurgentes, preliminares e em conflito). Histórias brasileiras tem a direção curatorial de Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, e Lilia M. Schwarcz, curadora convidada. A exposição é curada com Amanda Carneiro, curadora assistente, MASP; André Mesquita, curador, MASP; Clarissa Diniz, curadora convidada; Fernando Oliva, curador, MASP; Glaucea Brito, curadora assistente, MASP; Guilherme Giufrida, curador assistente, MASP; Isabella Rjeille, curadora, MASP; Sandra Benites, curadora convidada; Tomás Toledo, curador convidado. Local: MASP - Avenida Paulista 1578/ São Paulo SP Brasil, Telefone + 55 11 3149 5959 De 26/8 a 30/10/.2022 GRATUITO Referência: https://masp.org.br/exposicoes/historias-brasileiras |
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MASP - ÁUDIOS é um aplicativo gratuito que traz comentários sobre obras expostas no Acervo em transformação feitos por curadores, artistas, professores, pesquisadores e crianças. O app, com patrocínio master do Bradesco e patrocínio da Ericsson, está disponível para download na App Store e Google Play. Por meio da realidade aumentada, o aplicativo expande a experiência dos visitantes proporcionando uma imersão no acervo. O funcionamento é simples: basta apontar o celular para a obra, a câmera fará o reconhecimento de imagem e o áudio começará automaticamente. Também é possível pesquisar pelo título da obra ou pelo nome do artista para ter acesso aos áudios em qualquer lugar. Ao final da navegação, o usuário terá registrado um roteiro com as obras pelas quais passou e poderá criar uma coleção própria com base no acervo do MASP, escolhendo seus trabalhos favoritos. Os áudios trazem leituras abrangentes que contextualizam a obra, o artista e o período artístico ao qual pertencem. O aplicativo possui cerca de 170 áudios sobre as obras da coleção permanente do museu — aquelas expostas nos cavaletes de cristal projetados por Lina Bo Bardi no segundo andar do prédio, no Acervo em Transformação. O conteúdo do MASP Áudios reflete a diversidade, inclusão e pluralidade do museu. A seleção de vozes inclui nomes da curadoria do MASP, de profissionais que passaram pelos ciclos temáticos de “histórias”, além de historiadores e curadores de arte e até de alunos entre 8 e 10 anos de Escola Municipal, entre outros. Disponível em App Store e Google Play |
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JOSECA YANOMAMI: NOSSA TERRA-FLORESTA. Também no MASP, a mostra reúne 93 desenhos de personagens, cenas, paisagens e fenômenos do universo yanomami, tendo como referência a floresta, seus povos, suas histórias e os cantos xamânicos. Esta é a primeira exposição individual dedicada aos desenhos do artista, apresentando parte de sua produção no ano em que são celebrados os 30 anos da homologação da Terra Indígena Yanomami. |
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Data: até 30 de outubro Local: MASP [Av. Paulista, 1578 - Bela Vista] Horário de Funcionamento: de terça, das 10h às 20h; de quarta a domingo, das 10h às 18h Ingressos: de R$ 25 a R$ 50 *gratuito às terças |
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Espírito TD: tem um foco formativo. Visa ampliar o universo da TransD nos níveis de realidade I, II, III e IV, prioritariamente. Sempre que possível deve dar ênfase a questões de natureza psicológica, mítica, simbólica, favorecendo assim a representação e transparência do Mundo Imaginal, no sentido de facilitar a ponte entre o tangível e o intangível. |
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As diferentes camadas da percepção: choque, liberação e maravilhamento ...voou através de cerrados nevoeiros no mar e subiu acima deles para claros e deslumbrantes céus...nas ocasiões exatas em que todas as outras gaivotas permaneciam em terra, nada vendo senão o nevoeiro e a chuva. in Fernão Capelo Gaivota Richard Bach Muitas vezes, nos deparamos com uma situação chocante: somos finitos! Se, por um lado observamos a força da vida, o universo, que trazem um percurso infinito; por outro, linearidade e dualidade que caracterizam a nossa vida mental, reduzem os acontecimentos apenas àquilo que se vê imediatamente e a mente se aflige. Mas, como romper com essa forma de pensar? O que a natureza e, nós na natureza, podemos descobrir e construir com essa percepção além do que se apresenta? É possível? No filme Nunca deixe de lembrar – Never look away – inspirado na vida real do pintor Gerhard Richter, dirigido pelo cineasta alemão Florian Henckel Von Donnersmarck, o mesmo do aclamado A vida dos Outros. Sua história abrange muitas décadas e acompanha a trajetória desse pintor quando criança, durante a Alemanha nazista, no final de 1930. Ele tinha uma especial afeição por sua tia, Elisabeth, que por apresentar alguns distúrbios psiquiátricos acaba tendo um destino trágico, devido a percepção de preservação da “raça pura”. |
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Já adulto, na Alemanha oriental, comunista, ele tenta se tornar artista, mas sua história, tanto familiar quanto coletiva, o levam para o lado ocidental, juntamente com seu amor. Por meio da arte ele vai recuperando e liberando aspectos de sua história ligados a outros de sua corrente hereditária. Há trechos muito especiais para o nosso entendimento e aprofundamento da Transdisciplinaridade. |
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O próprio personagem, ao admirar a natureza chega até seu pai e lhe fala sobre seu grande insight: Tudo está conectado, o segredo do mundo! Sua tia Elizabeth lhe deixara duas frases: Nunca deixe de lembrar e tudo o que é verdade é lindo! Bem, podemos dizer, que a verdade pode ter uma beleza, mas nem sempre é de fácil digestão. Nessa história o pintor, como já foi dito, tem um grande amor. E essa mulher é filha de um médico, responsável pelo extermínio de muitas mulheres, durante o nazismo, que apresentavam ‘anomalias’, segundo esse regime, inclusive Elizabeth. Em seu percurso de arte, cruza com um professor que o acha competente e o convida para ir a seu ateliê. O professor percebe que o pintor não se colocou inteiramente na tela e, então, lhe conta sua história: na guerra, quando voava com um piloto em missão, o avião se incendeia. O piloto morre instantaneamente. Ele, no entanto, é salvo pelos camponeses que deveriam ser exterminados por eles. Esses camponeses o envolvem em feltro e lhe passam uma pasta no couro cabeludo. Esse cuidado se estende por um ano. E ele coloca: – O que, realmente, há em mim é um lar de pasta e feltro! Eu sei o que é quando alguém fala de amor: um homem por uma mulher... a minha pele carrega essa pasta e feltro! E então, dirige ao pintor, as seguintes palavras, olhando para os quadros que ele havia feito: – Quem é você? – Isto não é você! |
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Nesse instante, essas palavras rompem um véu na consciência do pintor. Ele desfaz seus quadros. E começa a buscar o quê lhe faz sentido. Fica assim, diante de quadros vazios, brancos, sem nada e, ele, em silêncio, simplesmente. |
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Vejam, estar em uma camada de percepção e entrar em outra, não é tão simples...há que se recuperar uma lembrança que o véu da existência impede. Há um impacto ...nesse ENTRE. Nesse instante, entra seu sogro que ironicamente lhe diz, fazendo uma alusão à sua paralisia advinda do impacto de si e diante do quadro em branco: – Branco em fundo branco é arte moderna? Saem para jantar e ali um menino vende jornal com uma manchete de um comandante, conhecido do sogro do pintor, apontando sua captura. Após a saída de seu sogro do restaurante, ele lê a manchete que, como um raio iluminador e revelador, o faz começar a produzir e trazer para a tela pintando aspectos da sua história, por meio de fotografias de família e a fazer conexões nas telas que transcendem sua compreensão, colocando lado a lado sua tia Elizabeth e seu sogro. |
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Dias depois, o sogro entra abruptamente e vê essa obra. Esse é um momento insólito como um raio que ilumina as sombras interiores do sogro em relação a seu passado. Sua armadura se rompe e ele se retira da sala. Nada é dito...apenas percebemos a força da imagem. Nesse sentido, podemos compreender melhor essa passagem de um nível de percepção a outro, que é do sujeito. Em que algo é lembrado. |
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Nesse sentido, podemos compreender melhor essa passagem de um nível de percepção a outro, que é do sujeito. Em que algo é lembrado. E pode ser assimilado e digerido. Mas há um momento de silêncio, de impacto, de estilhaçamento. Em seguida a liberação e a caminhada para outro espaço|tempo. Isso pode ser uma alusão ao entre, através e além que tanto falamos em TD. Imagem: The Dark Revelations of Gerard Richter | The New Yorker |
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