Doação de Sangue

 

 27 de Março celebra-se o Dia Nacional do Dador de sangue. Para comemorar esta data, vamos desmistificar e esclarecer algumas das dúvidas mais comuns deste ato tão nobre.

Posso doar sangue?

 

SIM, se cumprir estes 3 requisitos:

❤️ Tiver mais de 18 anos;

❤️ Tiver mais de 50kg;

❤️ For saudável.

 

Antes da dádiva de sangue é realizada uma avaliação clínica individual por um profissional de saúde qualificado. Se não forem identificadas situações que possam pôr em causa a sua segurança, enquanto dador, e a segurança do recetor, enquanto doente, poderá dar sangue.

CONDIÇÕES ESPECIAIS:

 

  • > 65 anos → Pode doar sangue se tiver autorização do médico do Serviço de Sangue, concedida anualmente.

 

  • Menstruação → Se for saudável, não é contraindicação. Pode doar sangue, mesmo que tenha tomado medicação para a dor.

 

  • Gravidez → Pode candidatar-se à doação 6 meses após o parto.

 

  • Amamentação → Não é aconselhável, pois pode alterar a qualidade do leite materno. Deve aguardar 3 meses após terminar de amamentar. Se o faz há mais de 1 ano, pode doar.

 

  • Interrupção da gravidez, aborto, gravidez ectópica antes das 12 semanas → Se não perdeu demasiado sangue, pode doar. Caso contrário, deve aguardar 6 meses.

 

  • Endoscopia / Colonoscopia → Deve aguardar 4 meses após o exame.

 

  • Cirurgias → Deve aguardar 4 meses após a cirurgia. Se houve complicações, recomendam-se 6 meses.

 

  • Pequenas cirurgias → Como excisão de sinais, cirurgia a laser, pequena cirurgia oftalmológica, … Pode doar sangue após 1 semana, desde que não apresente sintomas à data.

 

  • Tratamento dentário → Depende do procedimento realizado:
    • Destartarização, ajuste de aparelho ortodontico, branqueamento e polimento dentários → Pode candidatar-se à dádiva de sangue 24h depois, se não apresentar sintomas.
    • Extração dentária, implante, restauro com necessidade de perfuração e tratamento de canal → Pode doar sangue 7 dias após terminar o tratamento indicado, se não apresentar sintomas.
    • Tratamento com sutura na cavidade oral → Deve aguardar 7 dias após remoção dos pontos para se candidatar à doação e deve estar sem sintomas.

 

  • Tatuagens e piercings → Pode doar sangue 4 meses após a intervenção.

 

  • Transfusão sanguínea → Se recebeu uma transfusão de sangue ANTES de 1980, pode doar sangue. Se a receber APÓS 1980, não se pode candidatar. A implementação deste critério surgiu na sequência do risco de transmissão secundária de uma variante da Doença de Creutzfeldt-Jakob, também designada por Doença das Vacas Loucas.

 

  • Doação recente → É aceitável um intervalo mínimo de 2 meses entre dádivas, desde que não se ultrapasse as 3/4 colheitas de sangue no período de 1 ano, para mulher/homem, respetivamente.

 

  • Viagens recentes → Cada situação deve ser avaliada pelo médico do Serviço de Sangue, pois pode haver um risco acrescido de exposição (temporária ou definitiva) a doenças infeciosas que podem ser transmitidas pela transfusão.

 

  • Gripe → Se apresentar síndrome gripal (febre, tosse, dores no corpo), deve aguardar 15 dias após a resolução dos sintomas, já sem medicação.

 

  • COVID-19 → Deve aguardar 14 dias após a resolução dos sintomas. Se teve contacto com um doente COVID positivo, deve aguardar até ter um teste negativo (alto risco: após 7 dias; baixo risco: após 3 dias).

 

  • Vacina contra a COVID-19 (Pfizer ou Moderna) → Pode doar, desde que não apresente sintomas.

 

  • Vacina contra a COVID-19 (Janssen) → Pode doar após 7 dias, desde que não apresente sintomas.

 

  • Medicação → Deve sempre indicar a medicação que está a realizar, para a situação ser avaliada individualmente. Alguns medicamentos contraindicam a doação de sangue. Por ex.:
    • Antibióticos → Não pode doar sangue durante a toma de antibióticos. Deve aguardar, pelo menos, 14 dias após a última toma. De acordo com a causa da toma e do antibiótico prescrito, poderá ser aplicado um período de suspensão mais alargado.

 

  • Epilepsia → A epilepsia contraindica a dádiva de sangue. No entanto, pode doar desde que tenham passado 3 anos desde a última vez em que tomou medicação anticonvulsiva, sem reaparecimento de convulsões. Cada caso deve ser avaliado pelo médico do Serviço de Sangue.

 

  • Fibromialgia → Pode doar se tiver autorização do médico do Serviço de Sangue

 

  • Hipertensão Arterial → Pode doar se a pressão arterial sistólica (“máxima”) estiver entre 100-180mmHg e a diastólica (“mínima”) entre 60-100mmHg. Se fizer medicação, necessita ainda de autorização do médico do Serviço de Sangue.

 

  • Diabetes Mellitus → Pode doar sangue desde que os valores da glicemia (açúcar no sangue) estejam normalizados e não esteja a fazer insulina.

 

  • Anemia → É necessária avaliação clínica, nomeadamente da causa da anemia e dos valores da hemoglobina. Só pode doar sangue após indicação médica.

 

  • Obesidade → Por si só, não é uma contraindicação. Deve estar atento a algumas doenças crónicas associadas (Hipertensão Arterial, Diabetes Mellitus, Doenças cardiovasculares…).

 

  • Cancro → Mesmo que já tenha sido dado como curado, todas as situações devem ser avaliadas pelo médico do Serviço de Sangue.

 

  • Profissões com potencial exposição a risco infecioso → Com risco de exposição a doenças, sangue ou fluidos. Ex: profissionais de saúde, bombeiros, militares, funcionários em matadouros, jardineiros, contacto próximo com animais domésticos ou selvagens… Cada situação deve ser avaliada pelo médico do Serviço de Sangue.

 

  • Drogas → Se consumir, deve sempre avisar na triagem, pois é necessária avaliação médica - tipo de substância, forma de administração, frequência do consumo, …

 

  • Comportamentos sexuais de risco → Pelo aumento do risco infecioso, não deve doar sangue se teve algum dos seguintes comportamentos (na dúvida, contacte o médico do Serviço de Sangue):

 

  • Contato sexual com múltiplas pessoas;
  • Contato sexual com pessoa de risco;
  • Contato sexual com nova pessoa há menos de 3 meses;
  • Contato sexual com pessoa com infeção sexualmente transmissível;
  • Prática sexual sob o efeito de álcool e drogas, exceto medicamentos para a disfunção eréctil.

Quais os benefícios da doação de sangue?

 

  • Salvar uma vida → O principal benefício é o ato nobre de poder ajudar quem mais precisa. São vários e grandes os valores envolvidos na dádiva de sangue, como a solidariedade, a cidadania, a responsabilidade social e o altruísmo.

 

  • Pequena refeição / lanche → Após a dádiva.

 

  • Justificação da ausência laboral → No final, pode pedir uma justificação para apresentar no seu local de trabalho. Inclui o período de deslocação entre o trabalho e o local da dádiva e tempo necessário para a mesma (cerca de 30min).

 

  • Isenção do pagamento de taxas moderadoras no SNS → Pode beneficiar da isenção no Serviço Nacional de Saúde (SNS) se tiver efetuado:
    • Mais de 30 dádivas na vida;
    • 2 dádivas nos últimos 12 meses (à data que se coloca a questão da isenção);
    • Pelo menos, 10 dádivas e estiver impedido temporária ou definitivamente para a dádiva de sangue por razões de ordem médica.

 

  • Reconhecimento Público → A dedicação inerente à dádiva de sangue é digna de mérito, pelo que foram criadas medalhas e diplomas como forma de reconhecimento público aos dadores de sangue. A galardoação é efetuada pelos seguintes graus:
    • Diploma das 10 dádivas – Concedido pelo Presidente do Conselho Diretivo do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), aos dadores que tenham completado 10 dádivas.

 

  • Medalha cobreada - Concedida pelo Ministro da Saúde aos dadores que tenham completado 20 dádivas.

 

  • Medalha prateada - Concedida pelo Ministro da Saúde aos dadores que tenham completado 40 dádivas.

 

  • Medalha dourada - Concedida pelo Ministro da Saúde aos dadores que tenham completado 60 dádivas.

 

  • Medalha dourada (100 dádivas) - Concedida pelo Ministro da Saúde aos dadores que tenham completado 100 dádivas.

 

As medalhas são acompanhadas de um certificado. A emissão e processamento dos galardões envolve diversas entidades, sendo por isso um processo algo moroso.

O meu tipo de sangue é necessário?

 

Sim! Todos os grupos de sangue são necessários, mesmo aqueles que são mais comuns.

 

A raridade/necessidade depende da proporção de pessoas que doa e recebem o mesmo tipo de sangue. Se pensar que o grupo mais comum é o A+, também é este grupo o mais necessário. Não se esqueça que também pode vir a precisar de receber sangue um dia.

Mas não sei qual é o meu grupo de sangue…

 

Não há problema! Pode candidatar-se à mesma para a dádiva de sangue. Após a primeira dádiva é determinado o seu grupo sanguíneo.

 

São realizadas análises às unidades de sangue recolhidas, que incluem o grupo sanguíneo AB0 e Rh D e deteção de algumas infeções – Hepatite B (AgHbs), Hepatite C (Anti-HCV), SIDA/ Vírus da Imunodeficiência Humana (Anti-HIV1/2) e Sífilis.

 

Contudo, podem vir a ser necessárias análises adicionais, face a situações epidemiológicas específicas.

É seguro?

 

A dádiva de sangue é um processo seguro, quase indolor e sem contraindicações para um adulto saudável.

 

Algumas pessoas sentem receio para efetuar a sua primeira dádiva, temendo uma possível reação adversa. Há vários cuidados que pode ter para que a experiência decorra sem problemas, como ingerir líquidos antes da dádiva (meio litro de água) e aplicar tensão muscular (contração e relaxamento de alguns músculos) durante a colheita.

 

A maioria dos dadores concorda que a dádiva de sangue não é um procedimento mais doloroso que uma colheita de sangue para análises.

 

Muitas das regras implementadas em Portugal sobre quem pode doar sangue são uma exigência da Legislação Europeia. Para além disso, há várias comissões de especialistas na área que regularmente reveem os critérios de admissão à dádiva.

 

As políticas que se relacionam especificamente com a segurança do sangue, tecidos, órgãos e células, aplicadas em todos os Serviços de Sangue e Transplantação, são baseadas na melhor evidência científica disponível.

Que cuidados devo ter?

 

ANTES:

  • Reforçar a hidratação com líquidos (água ou chá) no dia anterior e no próprio dia
  • Evitar grandes períodos de exposição solar
  • Tomar o pequeno almoço; não fazer uma refeição abundante previamente à dádiva.

 

DEPOIS:

  • Manter a ingestão hídrica (água ou chá)
  • Evitar grandes períodos de exposição solar
  • Evitar o exercício físico no dia da dádiva
  • Algumas atividades profissionais não devem ser exercidas nas horas seguintes à dádiva:
    • Paraquedistas, condutores de transportes públicos e veículos pesados, mergulhadores, escaladores, trabalhadores em andaimes e instalações elétricas, mineiros, devem aguardar um período mínimo de 12h para reiniciar a atividade.
    • Passatempos e desportos perigosos não devem ser realizados no dia da dádiva.
    • Pilotos de aviação devem aguardar entre 24-72h para reiniciar a atividade.
    • Viagens: repouso de 6h após a dádiva, antes de uma viagem superior a 100Km a conduzir.
    • Controladores de tráfego aéreo devem aguardar pelo menos 12h até retomarem a sua atividade profissional

 

 Quero doar! E agora?

 

Deve dirigir-se a uma sessão de colheita ou serviço de colheita de sangue. Poderá consultar estes locais em www.dador.pt. A inscrição é realizada no local.

 

É necessário um documento de identificação com fotografia (Bilhete de Identidade/Cartão de Cidadão, Passaporte, Cartão de Residente ou Carta de Condução) e o preenchimento de um questionário.Deve formalizar o seu consentimento para a dádiva por escrito (preenchimento do consentimento informado) e responder com verdade, consciência e responsabilidade às questões que lhe são colocadas. Desta forma, pretende-se garantir a sua saúde e do recetor/doente, preservando também a qualidade e segurança do componente doado.

 

Posteriormente, será avaliado por um profissional de saúde qualificado, que determinará a sua elegibilidade para a dádiva de sangue, através de uma avaliação clínica e exame físico (determinação do peso, altura, hemoglobina, tensão arterial…).

 

Finalmente, basta deitar-se numa das cadeiras reclináveis. O restante processo é semelhante à habitual colheita de sangue para análises. A diferença é que a agulha ficará ligada diretamente a um saco de colheita, onde serão colhidos cerca de 450ml (apenas 10% do seu sangue).

 

Todo o percurso da dádiva, iniciando-se na inscrição, passando pela triagem clínica, colheita e terminando na refeição, demora em média cerca de 30 minutos.

Cartão Nacional da Pessoa Dadora de Sangue

 

Pessoa Dadora de Sangue é toda a pessoa que, após aprovação médica, doa parte do seu sangue para fins terapêuticos, de forma benevolente e voluntária.

 

À Pessoa Dadora de Sangue é atribuído um Cartão Nacional de Pessoa Dadora de Sangue, após a realização da primeira dádiva efetiva de sangue.

 

O Cartão identifica a pessoa dadora e contém os registos das dádivas efetuadas constantes na base de dados do cartão nacional de dador. É utilizado, por exemplo, para efeitos de isenção das taxas moderadoras no acesso à prestação de cuidados de saúde no SNS.

 

O pedido de emissão do cartão é da responsabilidade do serviço que realiza a colheita, sendo o IPST (Instituto Português do Sangue e da Transplantação) o responsável pelo seu processamento, emissão e envio ao dador.

Aplicação para o telemóvel

 

Para os mais modernos, o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) tem disponível uma aplicação gratuita que permite ao dador receber alertas sobre o estado das reservas nacionais de sangue, a melhor altura para fazer a sua doação e ainda o lugar mais próximo onde poderá efetuá-la. Além disso, sempre que um tipo de sangue estiver em falta, os dadores desse grupo sanguíneo são avisados.

Mais informações

https://www.dador.pt/

https://www.ipst.pt/

https://www.sns24.gov.pt/tema/dadiva-e-transplante/doacao/doacao-de-sangue/

Elaborado por:

🌼Dra. Sara Pinto

Design:

🌼  Rute Santos

Largo Cel. Brito Gorjão, 2640 Mafra, Portugal
261 818 130

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