“Path to Paradise” (Caminho para o Paraíso)

Khalil Gibran, 1923

Museum, the Gibran National Committee

Diz-se que, momentos antes de um rio cair no oceano ele treme de medo.

Olha para trás, para toda a jornada, os cumes, as montanhas,
o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos
povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar
nele nada mais é do que desaparecer para sempre.

 

Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar.
Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência.
 

Podemos apenas ir em frente.
O rio precisa se arriscar e entrar no oceano.
E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece.


Porque apenas então o rio compreende que não se trata de
desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano.
Por um lado é desaparecimento e por outro lado é renascimento.

 

 

"O rio e o oceano" de Khalil Gibran

Gostaríamos de explicar aos nossos leitores, novos ou antigos, os objetivos do CETRANS Interativo – CI@, bem como suas estrutura e organização que foram mudando ao longo desses 14 anos de existência. Sua configuração atual se compõe de sessões formativas e informativas, de inteira responsabilidade da Coordenação do CETRANS, bem como de duas sessões de expressão pessoal e sempre assinadas pelos autores.

 

O CETRANS Interativo – CI@, virtual, tem sempre um objetivo duplo: o de trazer textos que ajudem no aprimoramento da formação transdisciplinar de um lado; de outro, o de informar os leitores de ações importantes de cunho TD, reflexões sobre assuntos diversos, divulgação da agenda prospectada para a próxima estação, difusão de eventos culturais relevantes para o cultivo transdisciplinar. Em cada sessão deste boletim, colocamos uma explicação da sua função, objetivo e autoria para facilitar a compreensão da sua organização.

CETRANS 25 ANOS

CETRANS HOJE:  expressa o marco do momento para o CETRANS, seja ele ontológico, epistêmico, lógico ou metodológico. Pode também incluir fatos marcantes que relacionem a razão sensível, experiencial ou formal vivenciados na estação ou prospectados para estação futura. Esta sessão deve de alguma maneira ajudar a aprofundar ou dar insights sobre atitude, pesquisa ou ação transdisciplinar.

CENTRO DE EDUCAÇÃO TRANSDISCIPLINAR – 25 ANOS

 

CETRANS – 25 ANOS! O que a comemorar neste evento? No que tange à Transdisciplinaridade – TD, olhando pelo retrovisor e, também, para o futuro, penso este belo caminhar em quatro respirações:

 

1ª Respiração: do ano de sua fundação 1998 até o ano de 2005 – II Congresso Mundial de Transdisciplinaridade realizado em Vila Velha - Vitória, no estado do Espírito Santo.  Para os membros e amigos do CETRANS é evidente que  parte desta história foi marcada por um rigoroso processo investigativo para entender de que tratava a Transdisciplinaridade; os artigos da Carta da Transdisciplinaridade formulada no 1º. Congresso Mundial de Transdisciplinaridade, realizado em Arrábida, Portugal em 1994; os  documentos nucleares que anteciparam o advento da TD como a  Declaração de Veneza, Declaração de Vancouver, Mensagem de Locarno,  Mensagem de Tóquio;  a obra Manifesto da Transdisciplinaridade de  Basarab Nicolescu;  os  pilares  Complexidade  – Níveis de Realidade – Lógica do Terceiro Incluído como  definidos no Manifesto da TD; diferenciar disciplinaridade/ pluri/ multi/ inter da TD; a relação da TD com a física quântica e com as lógicas não clássicas.  Neste período iniciou-se também um intenso processo formativo transdisciplinar dentro e fora da academia, em empresas e na área de saúde; a tradução de 15 obras nucleares para o entendimento deste novo tipo de conhecimento; convites a eminências transdisciplinares da América Latina, Canadá e França para ministrarem inúmeros seminários aqui no Estado de São Paulo; participação  dos fundadores do CETRANS, Américo Sommerman, Maria F de Mello e Vitória M de Barros  de  inúmeros eventos, seminários, conferências no exterior ligados ao tema TD;  contato com  pensadores TD nacionais e internacionais – com muitos deles essa  troca profissional tornou-se relação de profunda amizade; criação de um Site que pudesse congregar a comunidade de pensadores TD locais; desenvolvimento dos primeiros projetos permeados pela TD em instituições públicas e privadas em vários estados do Brasil.  Esse trabalho foi feito com a atitude TD de rigor, abertura e tolerância como reza o artigo 14 da Carta da TD.  É notório quão transformador ele foi para cada pessoa que se engajou nesse processo.

 

2ª Respiração: de 2006 – 2018 o foco do CETRANS foi encontrar os caminhos para a aplicação da TD. Como? Onde? Ficou claro que não poderíamos nos restringir a ambientes acadêmicos dada as resistências cognitivas e as estruturas políticas neles vigentes. Era evidente que em sua maioria ainda não estavam suficientemente abertos para receber tão cabal mudança.  Então, se aplicaria a TD onde houvesse brecha para tal experimentação e com grupos que já haviam percebido a urgência da mudança e o quanto a TD poderia oferecer nesse sentido.  Essa travessia não foi fácil, mas onde aconteceu ela foi muito bem-sucedida e reconhecida. Vimos  a  TD sendo aplicada na iniciativa pública e privada:  em escolas do ensino de 2º. grau de 16 estados do Brasil;  em escolas de negócio do nível superior; em Grupos de medicina integrativa; em consultórios de médicos, de psicólogos; em cursos pontuais de arte, literatura, filosofia, cuidados médicos; em ações de mediação de família  e de profissionais, em atendimento formativo tecnológico de idosos, em consultório de estética; em publicações nacionais; projetos de sustentabilidade;  em fundamentação de inúmeras teses de mestrado e doutoramento; e no próprio CETRANS em sua reorganização como a criação de sua gestão a partir de 5 Unidades de Ação  –  UA Comunicação, UA Comunidade, UA Formação, UA Gestão, UA Publicação e na relação com seus membros. A fundamentação TD iluminou o fazer de muitos profissionais nas mais diferentes áreas do conhecimento.

 

3ª Respiração: de 2019 com o advento da Pandemia à 2021/2022 – com a realização do III Congresso Mundial da TD, no formato virtual a partir da Cidade do México e com a participação do TRANSCOMPLEXA da Cidade do México; o CIRET de Paris; A CÁTEDRA DA UNESCO DE FLORENÇA, em Florença, Itália e o CETRANS do Brasil.  A pandemia suspendeu o mundo, e nesse inter-regnum a grande possibilidade de aprofundar a reflexão TD e vislumbrar novos horizontes.  E assim foi para muitos. Durante o III Congresso novas epistemologias foram abordadas, participantes dos cinco continentes tiveram a oportunidade de se conhecerem, se reconhecerem, trocarem conhecimento e experiências dentro do amplo Universo TD que se abriu. Ficou evidente que se por um lado os entendimentos mais básicos da TD ainda eram desconhecidos por muitos que se diziam TD, por outro lado, muitos haviam avançado desde Arrábida. Não se pode falar em um Estado da Arte da TD hoje, as diferenças de compreensão deste novo saber, a TD, precisa avançar.  O CETRANS neste período aprofundou a relação TD e Filosofia do século XX e XXI, compreendeu o lugar e superação da Metafísica na TD, promoveu o contato e aprendeu muito com as culturas do povos originários do Brasil e de outros países; passou a explorar e aprofundar questões relativas à TD e Política, TD e Psicologia, TD e Psicanálise, TD e Saúde, TD e Lógica, bem como as concernentes à TD e o Ser. E foi isso que o CETRANS aportou ao III Congresso.

 

4ª  Respiração: de 2023 ao devir. O CETRANS sabe que a TD precisa avançar de modo a tornar-se uma contribuição efetiva para os desafios de nossa época, como aquelas questões relacionadas e advindas da Inteligência Artificial – IA; Catástrofes planetárias; Penúria global, para citar algumas.  A TD acontece in vivo, na existência, no mundo, com o mundo. Não é na representação que ela se faz.   Hoje o CETRANS reconhece que a fim de não abortar suas possibilidades, novos projetos, novos horizontes devem ser desencobertos.  Em cada um deles, porém, um elemento essencial se mostra: o SER, entendido em sua multirreferencialidade e multidimensionalidade. O esquecimento do SER é a doença do nosso presente. Ela invade nossa existência com promessas de felicidades forjadas, proselitismos enganosos, extremismos ideológicos, fake news que entorpecem e sustentam os fragilizados e dão vigor aos perniciosos, guerras fabricadas, consumo, fome, penúria, mortes encomendadas, ganância desmedida, violência e mais... Sair das representações que dizem tudo saber, oferecer, mas que estão absolutamente desvinculadas da existência, faz parte deste caminhar do CETRANS. Como isso será feito no CETRANS? Somente na medida em que o percurso singular TD de cada um de seus membros avançar no desvelamento do SER, enquanto verbo e substantivo, sem medo e, em consequência, na medida em que essa sabedoria experimentada transbordar para o bem comum. Dará tempo?  Veremos...

 

Que o CETRANS veja sua história daqui a 25 anos e possa dizer:

AVANÇAMOS, ATUALIZAMOS NOSSAS MELHORES POTENCIALIDADES! VIVA!

ACONTECÊNCIAS

Acontecências: divulgação de ações de relevância e de natureza TD, feitas por membros ou não, nacionais ou internacionais.

A ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA ANUAL – 2023 referente ao ano de 2022 aconteceu às 19h do dia 01 de março de 2023 (com convocação feita um mês antes) virtualmente, no ZOOM CETRANS, sob a direção de Vitoria M. de Barros. Estiveram presentes os coordenadores das Unidades de Ação: Ideli Domingues, Leandro Thesin, Mariana Thieriot-Loisel, Vera Lucia Laporta e Vitoria M. de Barros. Também participaram os seguintes membros: Adriana Caccuri, Fernando Antônio Bignardi, Francisco Paulo Della Zuana, Juarez Gurdjieff, Maria F. de Mello, Monica Osório Simons, Samuel Pinheiro e Silvia Fichmann.

Através de uma bela apresentação, Vitoria mostrou as realizações das UAs do CETRANS no ano de 2022, como os “Encontros Transdisciplinares” e as “Ações Consagradas” e, também, o orçamento de nossa instituição, os principais eventos em que o CETRANS participou nesse ano, junto com seus membros no III Congresso Mundial de TD (na modalidade Virtual) e no Fórum Social Mundial. 

Depois partiu para exibir o que o CETRANS pretende realizar, tanto a curto (2023), quanto a médio e longo prazo (2024 ─ 2025).

 

Cabe salientar que, neste ano de 2023, levando em consideração o momento que o Brasil apresenta – uma sociedade fragmentada, dividida e com notáveis dificuldades de diálogo – e, sendo que a TD pode representar uma força de mediação importante neste período de nossa história, a UA Formação passará a trabalhar com esse tema, a “Mediação Transdisciplinar”, desde voltando o olhar para ‘Quem é o mediador TD’, ‘Quais são suas principais habilidades’, ‘O que busca e como busca’, acompanhado de um estudo dos ‘Projetos de sociedades e diretrizes da UNESCO para o século XXI’ e ‘Quais os principais obstáculos no caminho do mediador TD’.

Para terminar a Assembleia vários membros debateram e se ofereceram para trabalhar junto à UA Formação sobre o tema escolhido.

 

Felicitando o CETRANS por seus 25 anos de existência, a UA Comunicação ofereceu um vídeo “Memorial dos 25 anos do CETRANS” que está disponível no nosso canal de vídeos no YouTube, neste link: https://youtu.be/11bgNw77CH8 .

O Prof. Daniel José da Silva participou do FÓRUM SOCIAL MUNDIAL 2023/ PORTO ALEGRE cujo tema foi “A PRESENÇA DA TRANSDISCIPLINARIDADE NA ELABORAÇÃO DE UMA POLÍTICA PÚBLICA DE TRANSIÇÃO ECOLÓGICA E HUMANISTA PARA AS CIDADES BRASILEIRAS”, fórum esse realizado em 25/01/2023, em modalidade virtual – uma organização conjunta do ‘Comitê Popular de Lutas do Campeche/ Sul da Ilha’, Florianópolis/ SC, do ‘Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual de Santa Catarina, SINTESPE’, da ‘Unidade de Formação Transdisciplinar, de Santa Catarina, UNITRANSD’, da 'TRANSCOMPLEXA' do México e da ‘Cátedra UNESCO sobre Transdisciplinaridade’, Universidade de Florença, Itália.

Seu foco foi a apresentação do esboço de uma Política Pública de Transição Ecológica e Humanista, construído com uma abordagem transdisciplinar pelo Grupo de Trabalho em Governança Popular do Comitê contando com comentários de experiências mundiais de governança para a humanização do mundo, da vida em comum, a do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, com Vilson Santin, a do III Congresso Mundial da Transdisciplinaridade (III CMTD), com Julieta Haidar, e da Cátedra UNESCO, com Paolo Orefice.

O Dr. Fernando Antônio Bignardi, fundador do Centro de Ecologia Médica Florescer na Mata e membro do Comitê de Saúde e Natureza do Cabizim,  mostra duas ações pautadas pela atitude transdisciplinar, aplicada à saúde e resgate da natureza interior.

 

Vivemos um momento onde precisamos rever a forma como a humanidade está se comportando na Terra!  Assim, numa live ocorrida no dia  14 p.p. às 19h, Bignardi nos propõe compreender melhor esse precioso elemento que é a água e aprender a respeitá-la! Sugere também que adotemos soluções inteligentes e amorosas em relação a esse tão importante elemento para a vida, já que 70% da constituição de nosso corpo é de água!

Nessa live ainda nos convidou para participação no Simpósio Internacional da Água –  "Simpágua", a acontecer de 22/03 a 24/03 em Águas de Lindoia/ SP, com debates presenciais e virtuais, além de sessões de Meditação e um programa termal presencial, com o Dr. Bignardi. O evento - cuja organização esteve a cargo deste médico, juntamente com Moisés C. Marinho Cavalcante, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ambos participantes da comissão científica, contará com a participação também de  Carlos Barreiros, Paul van Dijn, Marcos Sorrentino, Paulo Hilário Nascimento Saldiva e outros.

Cabe salientar ainda a participação especial da Dra. Vera Margarida Lessa Catalão que estará palestrando sobre “A Transdisciplinaridade da Água” no dia 22/03 às 16h.

 

Para mais detalhes, acesse o site do evento em https://eventos.congresse.me/simpagua

Atividade no Parque Natural Fazenda do Carmo reúne pessoas idosas para prática de meditação. No dia 9 de março último, pessoas entre 60 e 80 anos do grupo de meditação do Hospital Geral de São Mateus retomaram seus encontros presenciais e escolheram o Parque Natural Municipal Fazenda do Carmo como cenário para a atividade de meditação.

 

A atividade é de responsabilidade do médico gerontólogo Fernando A. Bignardi, que iniciou esse tipo de ação com a comunidade em 2008, no hospital. Também participa dessa iniciativa a educadora ambiental Bárbara Junqueira. Os resultados foram percebidos pelos profissionais que acompanharam os participantes após três meses de encontros semanais. As mudanças de comportamento e de humor foram notadas, assim como o ritmo respiratório e os hábitos alimentares. Bignardi afirma que também foi possível notar a melhora de doenças crônicas como diabetes, glaucoma e hipertensão e conta que a prática de meditação se tornou parte do hospital, que tem o 'Selo Amigo do Idoso', reconhecido pela Secretaria Estadual da Saúde.

Durante a pandemia a atividade do grupo ocorreu de forma online e sua retomada presencial foi postergada em proteção ao público-alvo mais vulnerável ao coronavírus.

 

“Eu olhava pela janela do hospital todo aquele verde do PNM Fazenda do Carmo e pensei em como seria benéfico para a saúde dos participantes um contato mais direto com a natureza, me inspirei no conceito japonês de Banho de Floresta”, afirma o médico.

Para mais informações, acesse o site https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/meio_ambiente/noticias/?p=342618

Martha de Lima esteve, no mês de fevereiro e início de março, em Brasília/ DF no intento de levar novamente o livro ‘Oboré – quando a Terra fala’, organizado por ela, aos participantes do ‘Acampamento Terra Livre’ – ATL, que ocorrerá em abril 2023. Aproveitando esse evento e, junto a uma equipe de apoiadores, foram expandidas algumas atividades extras no ATL,  procurando ampliar os locais de diálogo que a publicação poderá alcançar durante as comemorações referentes ao Abril Indígena de 2023.

Agendados eventos na Universidade de Brasília/ UnB, a coordenadoria do curso de Artes Cênicas promoverá uma ‘Roda de Conversa’ com autores e alunos desse departamento, na qual participará um dos autores do Oboré, o cineasta Hugo Fulni-ô, que já havia apresentado seu curta ‘Xixiá - mestre dos cânticos Fulni-ô’, filme participante e premiado no 1º Festival de Cinema e Cultura Indígena – FeCCI de Brasília.  

Outras atividades, ainda sem datas previstas, ocorrerão no ‘Memorial dos Povos Indígenas’ e  no ‘Museu da Democracia’ para os quais já foram convidadas as autoras do livro, Daiara Tukano, Joziléia Kaigang e Walderes Priprá.

 

Esse movimento de divulgação do ‘Oboré – quando a Terra fala’ segue o planejamento estratégico de Martha, organizadora do livro e da equipe de apoio locada em Brasília/ DF.  A promoção dos eventos conta com a parceria de Mara Bernardes Pimentel (gestora cultural), de Cinara Barbosa (Professora Adjunta da UnB - Instituto de Artes - Departamento de Artes Visuais), de Raquel Nava (Artista Plástica), de Marcelo Campos (Artista Plástico e Jornalista) e, na Comunicação, de Celso Cavalcante da Rádio Senado.

 

Cabe salientar, ainda, que o livro 'Oboré – quando a Terra fala' já se encontra disponível como e-book na Amazon no link: https://a.co/d/3pgii8c

Visita à Ocupação Odoyá pelo curso de Português como Língua de Acolhimento da Universidade Federal do Rio Grande – FURG. Durante o segundo semestre de 2022, Samuel Lopes Pinheiro, educador ambiental e membro Cetrans, ministrou aulas de PLAC (Português como Língua de Acolhimento) para imigrantes senegaleses e haitianos em Rio Grande/ RS. O objetivo do curso foi promover a inclusão social e educacional de imigrantes e refugiados, permitindo-lhes participar plenamente da vida comunitária por meio da aprendizagem da língua portuguesa. As aulas eram interculturais e enfatizaram a troca de conhecimentos entre todos os envolvidos.

 

O curso foi oferecido como extensão pelo Centro de Ensino de Línguas Estrangeiras (CELE), ligado ao Instituto de Letras e Artes da Universidade Federal do Rio Grande, sob a coordenação da Professora Dra. Letícia Cao Ponso.

As aulas ocorreram semanalmente às segundas-feiras, das 19h às 22h, e contaram com a participação de cerca de 25 estudantes do Senegal e do Haiti, com idades entre 18 e 40 anos, com histórias de vida diversas, muitas vezes marcadas por dificuldades econômicas, políticas e sociais em seus países de origem, buscando no Brasil melhores oportunidades para si e suas famílias.

Como encerramento das atividades, o grupo de estudantes visitou a Ocupação Odoyá, uma exposição artística que ocorreu na Galeria 'Espaço InComum', nas dependências da Universidade Federal do Rio Grande, nos meses de novembro e dezembro de 2022. A exposição reuniu artistas negros e negras de diferentes gerações, com variadas práticas e temáticas, nascidos e/ou residentes na cidade de Rio Grande e Região Sul do Estado.

Dia 06/02, às 20h o arquiteto e designer Edson Tani apresentou uma live denominada “Geometria Sagrada: flores, florais, números, astrologia, música” – “Pra não dizer que não falei das flores”, com mediação de Patrícia Gabryela, via ZOOM. Como sempre Tani, que é especialista em Geometria Sagrada, discorreu sobre o assunto utilizando várias imagens, música (se acompanhando ao violão). E, utilizando seu Monocórdio Pitagórico, de maneira interessante, conseguiu tirar uma música japonesa das proporções de uma flor.  Dessa forma provou para quem o assistiu, que é possível correlacionar as flores, os florais, a astrologia, os números e a música sob a ótica da Geometria Sagrada.

Essa Palestra poderá ser assistida no canal de vídeo do palestrante, neste link: https://youtu.be/Tr96vqhhWyo

Edson Tani apresentou outra live no dia 09 de março de 2023, às 20h, com o título “Uma nova visão sobre a Cultura Japonesa”.

 

Nessa apresentação Tani, a partir das lendas da mitologia Japonesa e dos ícones da Cultura Japonesa, utiliza a Geometria Sagrada, o estudo do Simbolismo e os Números, para apresentar um novo olhar sobre a Cultura Japonesa, fazendo associações com a Música através de seu Monocórdio Pitagórico.  

Este trabalho é um exercício de aplicação de conceitos Universais da Geometria Sagrada, da Simbólica junto com a Numerologia para validá-los no nível particular, no caso a Cultura Japonesa. No tocante à Música, a live mostrou imagens icônicas da cultura japonesa onde as suas proporções, ao serem traduzidas pelo monocórdio, em notas musicais, produzem escalas e harmonias que são do universo musical japonês, como por exemplo a escala pentatônica Hirajoshi só encontrada no Japão.

 

Para conhecedores da Cultura Japonesa, esse trabalho trouxe uma nova visão a partir de um estudo transdisciplinar, e para os que não tem conhecimento nenhum sobre o tema, foi uma grande oportunidade de ver a riqueza dessa cultura milenar, do outro lado do Planeta.

 

A Palestra poderá ser assistida no canal de vídeo do palestrante, neste link: https://youtu.be/-Icsjzob3Pw

Ideli Domingues, membro CETRANS, realizou as seguintes palestras na Yolex- Young Old Experts, troca de conhecimento on-line com encontros em tempo real, em 12/01 e 30|01 de 2023, respectivamente:

Rota do desejo: uma prática em busca de sua essência: o objetivo foi reconhecer as metas de 2023, mas traçá-las a partir das sensações e percorrer o caminho que 'assinala prazer' e não o 'ter que fazer'.

Tecnologias Adictas: como a Organização Mundial da Saúde – OMS classifica as doenças adquiridas a partir dessas tecnologias e seus efeitos na saúde, de uma maneira geral e como impedir isso.

UM PONTO DE INTERESSE

Ponto de Interesse: tem um caráter formativo e de divulgação.  Discorre sobre um assunto ainda não amplamente divulgado, ou ainda de difícil compreensão, visto sua complexidade.

Habilidades do Mediador Transdisciplinar 

 

Leonardo da Silva Guimarães Martins da Costa* 

                              

*Este paper reflete a opinião exclusiva deste autor, não necessariamente a de qualquer instituição pública. O autor agradece à Profa. Dra. Mariana Thieriot, que por meio de profundas discussões sobre o texto ajudou a consolidar as sugestões de melhoria, não só dela, mas também de outros colegas: Dr. Paulo Marques e reitor da Unipaz Roberto Crema.

 

1.  Vivemos um momento delicado da história, no qual os paradigmas vigentes não conseguem mais tratar do nível de incertezas, conflitos, polarização e ideologização em que o Ocidente se encontra, resultado de uma visão binária de mundo que tem suas explicações na própria cultura ocidental, que não considera as várias interações em dualidades, entre elas o consciente e o inconsciente em vários níveis imbricados, como se depreende da psicologia junguiana e da física moderna, baseadas no princípio da complementaridade.

 

2.  Desde o final do século XVIII, a Idade Moderna tem promovido inequívocos avanços no campo da tecnociência e da qualidade de vida em termos materiais, porém criou-se um ciclo em que a hipertrofia da parte lógica e analítica torna difícil resolver questões concretas a envolverem a complexidade dos fenômenos humanos. Desde o Iluminismo perdeu-se esta noção de compreensão mais abrangente da realidade que as filosofias e as tradições antigas tinham. A compreensão se reduziu a conhecimento, fracionado por entendimentos analíticos e científicos restritos. Muitas ciências humanas pegaram emprestados tais modelos racionalistas das ciências duras, configurando um reducionismo de visões meramente mecanicistas ou biológicas dos fenômenos humanos, que não tratam das questões psicológicas em nível pessoal e coletivo.

3.   Pelo diagnóstico deste autor a ser abordado mais à frente, o antídoto para as incertezas, conflitos, polarização, ideologização e visão binária perniciosa, conforme a Figura 4, é o exercício da transdisciplinaridade (TD) como uma nova forma de tratar a realidade e resolver problemas, quando os outros modelos mais simples não podem ser aplicados efetivamente em nível de paradigmas mecanicista e/ou sistêmico [1], ou seja: i) a física clássica newtoniana e a visão cartesiana se aplicam aos casos mais simples, em que as variáveis têm mais previsibilidade; ii) a visão biológica e ecológica dos sistemas vivos quando as variáveis ficam mais complexas, às vezes incorporando o social (ESG: Environmental, Social, and Governance [2]); e iii) quando não couber nenhuma dessas duas referências, entra a TD para tratar os fenômenos humanos mais difíceis de serem mapeados, o que inclui para solução de problemas ideias da física moderna (quântica e relativística), da psicologia, das filosofias e das tradições.

 

4. Assim, os fenômenos humanos nem sempre podem ser reduzidos a fenômenos mecânicos (mecanicismo cartesiano), biológicos dos sistemas vivos (holística sistêmica de Capra em O Ponto de mutação [3]), ou ao cientificismo. Porém, o paradigma mecanicista e o sistêmico podem ser aplicados com efetividade quando as variáveis humanas são mais bem comportadas em termos de previsibilidade, daí a necessidade de adequação do paradigma ao caso concreto a ser tratado.  Nesse contexto a TD surge como uma nova ferramenta para solução de problemas complexos desde o século XX, quando não se aplicam o mecanicismo cartesiano, a física clássica newtoniana, ou o paradigma sistêmico, expresso principalmente nas ideias de ESG, que tratam os problemas sob o aspecto biológico-ambiental e social.

 

5.   A TD é uma nova abordagem cultural, filosófica, tecnocientífica e criativa que vai além e através de disciplinas (prefixo “trans”), em busca de COMPREENDER a realidade para a solução de problemas, mais do que simplesmente CONHECER racionalmente. A teoria e práxis HPTD-M (Holopraxis Transdisciplinary Management), publicada pela primeira vez em 2022 [4], vem da experiência deste autor em engenharia, gestão empresarial e gestão pública, em diálogo com uma abordagem disruptiva de quatro elementos, evidenciada nas tradições antigas, na filosofia grega, na física moderna e na psicologia junguiana. Tal estrutura da HPTD-M envolve complementaridades quaternárias, no sentido de quatro elementos que se relacionam em dualidades.

 

6.  Nessa visão estão as quatro funções psicológicas de Jung, que implicam, pela HPTD-M, quatro tipos de inteligência, classificadas pela HPTD-M como empírica, emocional, racional e intuitiva. Na literatura, segundo o Professor Dr. Mircea Nita informou a este autor em novembro/2021, de Bucareste, România, na 8th Annual International Conference on Law and Administrative Justice from an Interdisciplinary Perspective [5], tem sido muito comum o tratamento de três inteligências: racional, emocional e espiritual. Essas se traduzem da seguinte forma na HPTD-M:

a) Racional (Racional em sentido estrito e Empírica).

b) Emocional (a mesma na HPTD-M).

c) Espiritual (Intuitiva).  

 

7.  A estrutura quaternária da psique se combina com as quatro formas epistêmicas ou disciplinas principais tratadas no âmbito da TD:

a) Tecnociência (inteligência empírica e racional).

b) Filosofia (inteligência racional e intuitiva).

c) Tradição (inteligência intuitiva e emocional).

d) Arte (inteligência emocional e empírica)

.

8.  A TD coloca a tecnociência (ciência em diálogo com a tecnologia/ técnica) como apenas uma das formas de enxergar a realidade. Filosofia, tradição e arte são as outras disciplinas que compõem a unidade da compreensão da realidade pela TD. Essa visão foi tratada por Weil, Crema e D´Ambrosio no livro Rumo à nova transdisciplinaridade [6]. A Figura 1 coloca dois esquemas que ilustram melhor essa dinâmica entre as quatro disciplinas.

 

Figura 1: HPTD-M e a Dinâmica das Quatro Disciplinas - Tecnociência, Tradição, Arte e Filosofia [7]

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REFLEXÃO PESSOAL

Reflexão Pessoal: texto escrito e assinado por uma pessoa sob convite da Coordenação tendo como objetivo desvelar algo de cunho pessoal, mas com relevância para o grupo, redigido na primeira pessoa ou não 

Despertar | Mediação

 

Mariana Thieriot-Loisel 

 

Estávamos em uma conferência on-line com vários participantes, proponho fazer a tradução simultânea do francês para o português e do português para o francês na véspera: com medo de me sentir exausta, advirto meus colegas que talvez não consiga. Depois de um boa noite de sono, me jogo, tudo acontece dentro de mim, sem mim: a atenção é tão intensa que me esqueço completamente de mim na ação. Sinto um estado de presença não-dual no qual corpo e mente se entrelaçam no esforço e que me transporta a um momento de serenidade e alegria no trabalho. 

A tarefa empreendida é uma tarefa de mediação. Para que a informação circule e seja compreensível em outro idioma, ela deve ser traduzida, ou melhor ainda, deve ser realizado um exercício de transdução. Este exercício é tanto uma tradução quanto uma interpretação de sentido para aqueles que não compreendem o outro idioma. 

Ora, não seríamos todos estranhos uns aos outros e não devemos nos traduzir para sermos compreendidos ou para compreendermos? O problema é que muitas vezes não traduzimos tudo, censuramos ou nos censuramos e, também, podemos interpretar subjetivamente uma boa parte de nossa experiência. 

 

Para ser um mediador entre dois campos opostos, é preciso antes ter sido um mediador de si mesmo. De fato, é preciso ter compaixão por si mesmo, ter compaixão pelos outros, dialogar consigo mesmo para poder dialogar com os outros... Precisamos tanto de diálogo. Então, como aprendermos a traduzir a nós mesmos, a transduzir a nós mesmos, a sermos capazes de traduzir o que circula de um para o outro?

A presença plena me parece ser uma condição sine qua non para o mediador.

 

Esta presença, esta posição de Da-sein, nos permite escutar quem somos, falar com toda honestidade... A análise é o exercício adequado para compreender nossa alteridade. Ela pode ser usada para compreender o inconsciente pessoal e coletivo do grupo, o que nos  sustenta não intencionalmente: heranças familiares, sociais, culturais, imaginais...

Desta forma, podemos compreender melhor a natureza do conflito inconsciente que dilacera um grupo. Nas palavras de Hubert Landier, em nossa fascinante correspondência: "o fantasma que precisa ser exorcizado. As coisas não ditas que precisam ser traduzidas e esclarecidas". Que exercício exigente e perigoso o do mediador... Haverá muita resistência. Que liberdade difícil e improvável para seguir Levinas em seus passos. Levinas, que sabia que a ética se trava no infinito, e que é o sentido infinito quem se expressa entre nossas pobres frases, sempre além do escopo total do texto.

 

Deixo também o leitor com o trabalho de Leonardo S.G.M. Costa (na sessão acima), que especifica as habilidades do mediador em termos de habilidades brandas e duras. Seria necessário um ano de estudo de grupo para explorar o tema de um ponto de vista transdisciplinar... Estou simplesmente abrindo uma porta para o futuro, para o aprendizado mútuo do diálogo em todas as suas dimensões, todos os níveis de percepção e realidade, o que nos permitirá desenvolver-nos serenamente como seres humanos.  Ter consciência da interface não intencional entre a consciência e o inconsciente pessoal e coletivo, nos permitiria dialogar entre seres humanos de forma serena e concertada, ad infinitum.

PALAVRA DO LEITOR

Palavra do Leitor: Esta sessão abriga textos assinados pelos autores com a opinião e reflexão dos leitores sobre assuntos diversos, críticas ao CI@, elogios a alguma ação TD, sempre tendo em vista os propósitos deste Boletim. 

Mal-estar nas organizações: Como livrar-se dos fantasmas?

 

Hubert Landier

 

O que compreendo por fantasmas: a lembrança sempre presente, no entanto nunca dita, de um evento ou de uma pessoa que desestabilizou a comunidade e contribui para continuar mantendo esta coletividade dividida, sem motivo aparente.

 

Minha percepção não acadêmica é oriunda de minhas vivências nas empresas como auditor do clima social. Ela é baseada sobre um conhecimento cultural do qual sei me distanciar.

 

Os principais exemplos:

  • Em uma ESAT (organização de volta e apoio ao trabalho) houve uma diabolização da diretoria.

  • Em uma administração local houve a suposta violência de um engenheiro.

  • Em um centro de pesquisa vieram as consequências de um embate que não foi administrado.

 

Os pontos de convergência foram nestes casos:

  •   A falta de coragem inicial de um administrador.

  • Fatos nebulosos e que dividem.

  • Transmissão por ruídos de corredores.

  • ·A manipulação de valores como “a injustiça”.

  • A denúncia de um bode expiatório

  • Uma incapacidade de enfrentar e, portanto, se livrar do fantasma.

  • A necessidade de recorrer a um “exorcista”.

O papel do caçador de fantasma foi:

  • Uma postura exterior ao problema, equidistante e independente fundada sobre uma ética e uma metodologia rigorosa

  • Uma escuta ativa de todos os testemunhos

  • Uma reconstituição progressiva dos fatos, reencontrando a trama da história que ocorreu realmente

  • Proposta de mediação através de ações com valor de atos simbólicos e reconciliadores

  • A necessidade de deixar às partes envolvidas na divisão a escolha da iniciativa de que ações precisam ser conduzidas

 

Compete, no entanto, aos que sofreram conflitos dentro das organizações a iniciativa de incorporar esse novo conteúdo.

 

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Hubert Landier é vice-presidente do Instituto Internacional de Auditoria Social, professor emérito da Academia do Trabalho e Relações Sociais da Federação Russa, membro do comité científico do Instituto de Psicanálise e Gestão (França) e membro ativo do CIRET (Centro Internacional de Investigação e Estudos Transdisciplinares)

 

Obs. do tradutor:  H. Landier em seus estudos faz a proposta de dois mediadores.

Tradução:  Mariana Thieriot Loisel | Dra. Educação Cultura e Sociedade - Unicamp BRASIL 

CON–VERSAR

 

Silvana Cappanari (*) (**)

 

Eu converso

                     Tu conversas

                                                Ele conversa

                                                                               E você, como conversa?

 

Chegamos ao mundo quando os outros já conversavam. Como você foi aprendendo a conversar? Todos conversamos! Mas olhar para como o fazemos é o que pode nos diferenciar dos outros seres vivos.

 

Conversando, nos constituímos como indivíduos e nos agenciamos no mundo!

 

Aprendemos a conversar e conversamos ao longo da vida, sempre inseridos em um contexto familiar, social, cultural, em um momento histórico. E assim vamos formando crenças e valores que vão atravessando nosso jeito de conversar.

Ao olhar para como converso quando converso, observo se o faço de maneira amorosa e curiosa. Afinal, converso para entender o outro ou para convencê-lo?

 

Uma “boa” relação, que dura ao longo do tempo, depende de “boas” conversas e os critérios para serem “boas” somos nós conversantes que os vamos construindo.

Além dos benefícios, aqui citados de “boas” conversas, é também, através delas que dissolvemos conflitos, construímos consensos, ampliamos nossos horizontes, aprendemos e transformamos nossos paradigmas.   

 

A Mediação, nada mais é que um processo conversacional, facilitado por mediadores, e que tem como propósito levar as pessoas envolvidas em conflitos – os mediandos – a construírem saídas para suas questões relacionais, tornando-se protagonistas de suas escolhas e de suas vidas.  

               

Que tal pensarmos em investir mais em CON-VENSAR?

 

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(*) Ingressei no CETRANS no seu 1º ano de vida e, com Marise Rayel, desenvolvemos nosso projeto: “Corpo Processo, a Transdisciplinaridade em nós”.

(**) Com Lúcia Fialho Cronemberger, minha sócia no 'Saber em Ação – Espaço de Desenvolvimento Pessoal e Mediação de Conflitos', coordenamos workshops, registramos nossos saberes, facilitamos conversas consigo mesmo e com os outros. Trabalhamos juntas no PROJETO TELEMAR EDUCAÇÃO, Coordenando a Mediação e as Avaliações Reflexivas de cada turma de multiplicadores. 

Mesmo acreditando que “boas” conversas não cansam, agradeço à Lúcia por ser minha interlocutora e por sua paciência ardente para conversar tanto.

ARTE & EXPRESSÃO

Arte – Expressão e Transdisciplinaridade: Esta sessão tem como objetivo mostrar diferentes tipos de expressão artística, como música, poesia e pintura, para nos elevar e trazer uma pausa no caos vigente, nos levando para níveis de realidade mais elevados.

Arte como encontro e liberação

 

Nosso próprio trabalho, quando o encontramos,

pertence e se ajusta tanto a nós

que o realizamos sem esforço, naturalmente.

Edward Bach

 

A arte pode ser uma ocasião propícia para o mostrar-se do Ser.

Mas o que seria isso?

 

Essa arte à qual nos referimos trata-se do des-velamento do Ser, ou seja, dessa passagem do obscurecimento àquilo que se clareia. Ela pode advir poeticamente. Os artistas, muitas vezes, captam esse movimento do desvelar-se. Nesse sentido por meio da contemplação emerge a obra de arte, fruto da criação, do relacionamento com o des-velado. Nesse encontro com algo que nos extasia e que nem sempre traduzimos com palavras apropriadas para defini-lo. Você já deve ter vivido isso diante de um quadro maravilhoso ou da nossa natureza: um por de sol ou amanhecer, um pássaro que parece te olhar...uma planta florescendo, enfim...ou uma obra de arte. Quando falamos em obra, nos referimos tanto a obra de arte como ao processo de contemplação e ao processo de interioridade dentro do qual a verdade se assenta.  

Céu e Terra e Humano

Parecem ser diferentes, mas são essencialmente um.

Esta essência não tem tamanho,

E o espírito de um humano

E o infinito deve ser um.

                   Toju Nakae

Na arte da Ikebana, arranjos florais para harmonizar o ambiente, oferecemos flores para criarmos causas favoráveis a nós mesmos, um ambiente calmo que tranquilize nossas mentes. A flor se apresenta, neste mundo material, como vivendo o presente, o aqui e agora, pleno, completo, nua e ao mesmo tempo insondável. Numa semana as flores estão frescas, vívidas e noutra podem estar secas, mortas. Isso nos remete à nossa própria vida, ao nosso envelhecimento em curto espaço de tempo e como, também, a vida nos chamará para outras dimensões.

 

A contemplação dessa impermanência das flores, e sua beleza a cada instante, as mudanças de estação, fazem com que tenhamos uma abertura para o Ser que nela habita, momento a momento, e que, inclusive, nos habita: momento a momento.

Podemos des-velá-lo e ele pode se  revelar a nós mesmos.

 

Quando nos perdemos na beleza das flores, aí, sim, podemos nos liberar de nosso eu: é um outro lugar que experienciamos... em nós... ainda que por instantes. Ao compormos um arranjo de flores, Ikebana,  não estaríamos lembrando o vazio, este espaço-tempo das mil possibilidades que nos habita?  Não estaríamos ofertando esse des-velamento com o Ser? Esse des-encobrimento ou lembrança do que Sou?

 

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Referências bibliográficas

Stamm, Joan D. Heaven and Earth are flowers: reflections on ikebana and Buddhism. Boston: Wisdom Publications, 2010.

Beainni, Thais Curi. Heidegger: arte como cultivo do inaparente. São Paulo: Nova Stella, Editora da Universidade São Paulo, 1986.

EXPOSIÇÃO-LIVRO | POEM-BOOK

 

Humani Machina - Jorge Pedro

 

O Gestor Cultural Olívio Guedes, amigo e colaborador do CETRANS, participou de uma Mesa Redonda no Museu Casa das Rosas no dia 08/03 p.p. às 19h20, cujo tema foi o “Projeto Humani Machina” referente à obra do artista Jorge Pedro. Participaram também do evento, o artista Cildo Ribeiro e a jornalista Astrid Façanha.

O Projeto Humani Machina, com curadoria de Olívio Guedes, resultaria numa exposição que envolveria, entre outros, a Galeria TATE de Londres e o Museu Oscar Niemeyer – MON de Curitiba. Não havendo a possibilidade das exposições, optou-se pela edição desse belíssimo Livro – Exposição, Poem-book: “Humani Machina”, que contém fotos das esculturas de José Pedro, acompanhadas de suas poesias.

 

O projeto visual do livro é da designer Elis Ribeirete e nele encontramos textos de Astrid Façanha, Jorge Pedro Lemes, Nailor Marques, Raul Zermiani, Olívio Guedes, Tania Machado.

 

Infelizmente o livro não se encontra à venda, por enquanto, mas o CETRANS, nos seus 25 anos de existência, ganhou de presente um exemplar, oferecido pelo curador Olívio Guedes.

No vídeo 'Humani Machina – o processo' (clique na imagem ou neste link para assistir) podemos ter uma verdadeira aula de Arte, ministrada pelo próprio Jorge Pedro, que fala, entre outras coisas, sobre ‘Assemblage’ ou “arte de juntar coisas da natureza, dispares e anacrônicas, para trazer à existência uma nova composição, a partir da liga dos fragmentos acumulados (...)" (In Humani Machina, p.24)

FOTOGRAFIA

A Exposição Metamorfoses, cuja abertura ocorreu em 05 de fevereiro de 2023, no Espaço Oscar Niemeyer - DF, foi idealizado pela fotógrafa artista Katarzina Chiluta, fundadora do “Instituto Foto em Curso”.  Sob curadoria de Monique Andrade, a exposição, inicialmente, prevista para encerrar em 12 de fevereiro, foi prorrogada até 12 de março. A atividade proporcionou incrível experiência a mais de 100 alunos do Curso “O Fotógrafo Artista”. Organizada em núcleos temáticos, articulou trabalhos de estilos variados, com inspiração em movimentos artísticos.

 

Como aluna, Mirian Menezes de Oliveira participou com cinco fotografias, nos núcleos: 'deslocamento', 'tempo' e 'transformação'.

 

Para maiores informações sobre conceito e estrutura da Exposição, segue: o link do site: https://www.yumpu.com/es/document/view/67488278/catalogo-metamorfoses

 

Clique na imagem para assistir o clip com fotos de Mirian Menezes de Oliveira ou acesse o mesmo pelo link https://youtu.be/h_A0nNhTcvU

POESIA

Incomunicável

Fale comigo,

ontem,

hoje,

amanhã.

Fale porque já é tarde

o Sol se pôs,

é madrugada,

estou acordado

esperando a tua voz.

Depois pode ser que seja tarde,

Pode ser que seja nunca.

Meus passos me levarão

a caminhos estranhos.

Estarei em outras vielas,

percorrerei cidadelas

para sempre perdidas,

arcaicas, medievas, escondidas,

ecos de vidas e vidas 

que percorri contigo.

Mas não estarás lá,

ninguém estará comigo.

Mas fale comigo assim mesmo,

antes que seja tarde,

antes que seja cedo.

Este é o momento,

é hora,

boa de ir embora

ficar distante, indistinto,

buscar um novo abrigo,

um coração que encante

uma canção de amigo,

numa voz tão vibrante

que cante e chore comigo.

Não estarei mais ausente,

tampouco estarei presente,

visível e monolítico,

estarei nos vôos dos pássaros

na névoa que se levanta

em cada chuva que cai,

no orvalho do teu jardim,

no bico do beija-flor.

Curando a tua dor

acalentando teus sonhos,

brincando com teus desejos,

sentindo um a um os beijos

do Sol nos teus cabelos.

Aí sim estarei,

para sempre contigo,

sempre serei,

um querido amigo.

Mas fale, fale comigo,

Agora...

 

 

 

Rodrigo Araês Caldas Farias

São Paulo 10/09/2002 – 17h.

UNIDADES DE AÇÃO | UAs

UNIDADES de AÇÃO – UAs relata as realizações das UAs durante a estação fazendo um balanço de sua atuação.

Para comemorarmos os 25 anos de existência do Centro de Educação Transdisciplinar - CETRANS, a UA Comunicação realizou o vídeo: MEMORIAL DOS 25 ANOS DO CETRANS, que poderá ser visualizado clicando na imagem ou diretamente no link: https://youtu.be/11bgNw77CH8

CETRANS RECOMENDA

COMEMORAÇÕES

22 DE MARÇO DE 2023 – DIA MUNDIAL DA ÁGUA

 

“Acelerando Mudanças – Seja a mudança que quer ver no Mundo” é o tema que as Nações Unidas definiram para o Dia Mundial da Água de 2023, que se celebra neste 22 de março.

 

O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU e comemorado pela primeira vez há 30 anos, no dia 22 de março de 1993. Desde então, esta data é reservada para discussão sobre os temas relacionadas com este recurso e uma oportunidade para se conhecer mais sobre a problemática da água e sensibilizar para o seu valor, em todas as suas dimensões.

 

A campanha de comunicação lançada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para celebrar o Dia Mundial da Água em 2023 desafia-nos a repensar as nossas atitudes em relação ao uso e consumo da água no dia-a-dia e a acelerar mudanças para solucionar a crise global da água e saneamento que vivemos atualmente.

Através de uma fábula que conta a história de um beija-flor que se esforça em apagar um incêndio na floresta carregando água pelo seu pequeno bico, a campanha lança uma reflexão: estamos perante uma crise global – de água e saneamento. “Ficamos parados a olhar ou vamos agir?”

Clique na imagem para assistir o clip da campanha deste ano, ou veja diretamente pelo link do YouTube https://youtu.be/pUkj3uwCPSE

FILMES

Frida (2002). Indicado ao prêmio Oscar desse ano, em seis categorias, o filme conta a história de Frida Kahlo, um dos principais nomes da história artística do México. Conceituada e aclamada como pintora, ela teve um agitado casamento aberto com Diego Rivera, seu companheiro também nas artes, e ainda um controverso caso com o político Leon Trostky.

O longa destaca alguns dos principais acontecimentos em sua vida, que lhe geraram inspiração para os tantos autorretratos que produziu.

Streaming: Netflix

Alugar ou comprar: Google Play, Looke ou YouTube

Trailer https://youtu.be/-CTM7FcY1LE

Gauguin – Viagem ao Taiti (2018). França, 1891. O pintor Paul Gauguin já era bem conhecido nos círculos artísticos parisienses, todavia estava cansado do chamado mundo civilizado e de suas convenções políticas, morais e artísticas.

Deixando sua esposa e filhos para trás, ele se aventura sozinho no outro extremo do mundo, o Taiti, consumido com um desejo pela pureza original, e pronto para sacrificar tudo por sua busca.

 

Empobrecido e solitário, Gauguin entra profundamente na selva taitiana, onde conhece os Maoris e Tehura, sua musa, que inspirará suas obras mais icônicas de arte.

 

Streaming: Telecine Play

Alugar ou comprar: Apple iTunes, Google Play, Looke ou Youtube

"Gauguin – Viagem ao Taiti" (2018) / 1h40min

Direção de Edouard Deluc, com Vincent Cassel, Tuheï Adams e Malik Zidi

Trailer: https://youtu.be/GkBAty0g73Y

 

LIVROS

REALIDADE SOMÁTICA – EXPERIÊNCIA CORPORAL E VERDADE EMOCIONAL – Stanley Keleman. Summus Editorial. Uma abordagem original sobre a vida do corpo. O autor propõe uma ética que realce a família e a cultura e evoca a visão de uma vida corporal que satisfaça nossos anseios mais profundos em nível pessoal, emocional, afetivo e grupal.

 

“Quando estruturas, regras e rituais sólidos desmancham, reentramos no mundo que experenciamos como indiferenciado, infinito e real. Nesse lugar intermediário, nessa pausa, padrões estruturados de valores se perdem. Podemos viver, então, um estado de temor reverente.

O midlle ground é o grande espaço mítico, o lugar religioso do sem limite, do incondicionado, o fogo da excitação ainda informe e do tumulto criativo. É um lugar de iluminação, de incontáveis possibilidades. Pode ser descrito como um clima, uma nuvem de intuição: finalizamos alguma coisa e nos descobrimos, de repente, sem limites, experimentando o doce sabor do sentimento de eterno. Nesse lugar, nesse espaço intermediário, o que pede passagem em nós é o que habitualmente chamamos de louco, ilógico, inaceitável, irracional, fora de sequência, inesperado. Somos tocados por algo de sagrado.” (Stanley Keleman. O processo de Transição Somática: as três etapas da experiência nas mudanças da vida. In: Realidade somática – experiência corporal e verdade emocional. p.64)

 

Disponível na Amazon no link:

https://a.co/d/2d7F3Fo

A CABALA VOLUME 3: MAASSÊ BERESCHIT - A OBRA DO PRINCÍPIO – Patrick Paul. Dando sequência à série de livros sobre a Tradição Esotérica Judaica, mais comumente conhecida como Cabala, é com grande felicidade que a Editora Polar (seguindo o seu propósito), dá mais um importante passo ao disponibilizar ao mercado brasileiro o terceiro volume desta bela Série (que conterá um total de 7 livros formidáveis).

(...) Ao ler essa obra de forma isolada ou seguindo a sequência proposta pelo autor (Volume I e II), os leitores e buscadores do conhecimento sagrado terão a possibilidade de rever muitos conceitos basilares da tradição esotérica judaica, poderão também ampliar as suas perspectivas cognitivas e interiores, além de terem a possibilidade de aprofundarem-se nesta temática tradicional, tudo amparado na didática deste grande autor que estuda há mais de 40 anos a profunda e respeitada tradição sapiencial da Cabala. 

Saiba mais sobrea obra clicando aqui 

Disponível na Amazon no link https://a.co/d/ePbeY2i

EVOLUÇÃO HUMANA – O FITO DA VIDA. Este livro, de autoria de Chico Zuana, recém editado, busca despertar, em quem o ler, um entendimento, uma visão diferente, talvez nova, de qual seria o objetivo da vida, da vida como um todo, desde o seu surgimento até chegar a nós humanos “racionais”.

 

E qual deve ser o objetivo dessa nossa caminhada pela vida? Qual é o seu fulcro, a que devemos nos ater para evoluirmos na busca do divino que reside em nós e como devemos nos olhar perante a totalidade, perante o Uno, perante Deus? Na visão do   autor, seria entendermos a não dualidade, ou seja, nos vermos como partícipes dessa unidade, do Universo, do infinito, do imortal, do eterno, que é

a ‘fagulha divina’, que carregamos em nós, a ‘fagulha’ que nos faz  e, assim, devemos “Ser” e não apenas “estar” em todos os quadrantes da vida, buscando entender que somos essa essencialidade, parte dessa unidade que é Deus: “A Inteligência que rege a totalidade”.

 

Brevemente como e-book na Amazon.

A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL É INTELIGENTE? – Lucia Santaella. Edições 70. A discussão sobre a inteligência das máquinas fragmenta-se em duas posições: os que não hesitam em demonstrar suas incertezas e aqueles que negam categoricamente a Inteligência Artificial (IA). Entre as duas tendências, pesquisadores buscam definições renovadas e não antropocêntricas de inteligência. A inteligência é uma habilidade sobretudo performática, do modo como se age para o alcance de metas, contanto que passe pelo crivo da ética. A partir da escolha da aprendizagem como mola mestra da inteligência, Lucia Santaella aborda neste livro a controvérsia entre a inteligência humana e a dos algoritmos, com recortes objetivos, precisos e claros.

Disponível na Amazon em https://a.co/d/iFBAxPN

EXPOSIÇÕES

PAUL GAUGUIN: O OUTRO EU é a primeira exposição no Brasil a abordar de maneira crítica os conteúdos centrais da obra do artista, com foco em dois temas emblemáticos que emergem no conjunto apresentado no MASP: os autorretratos e os trabalhos produzidos durante sua permanência no Taiti (Polinésia Francesa), que se tornaram alguns dos mais conhecidos de sua trajetória. A mostra faz parte de uma série que, desde 2016, com Histórias da Infância, procura analisar, a partir de perspectivas críticas, artistas europeus canônicos pertencentes ao acervo do MASP, problematizando essas obras da tradição à luz de questões contemporâneas.

 

Período: até 02/04/2023.

Local: MASP - Av. Paulista, 1578 - São Paulo/ SP

AV Paulista, 1578
+55 11 3149 5959

Comprar ingressos: https://masp.byinti.com/#/ticket/

A GEOMETRIA E O SAGRADO Este é o nome da exposição que teve sua abertura em 8 de março, junto ao calendário anual de mostras temporárias da ‘Galeria Estação’ e assinala a entrada do artista plástico Eduardo Ver no hall de artistas representados pela galeria. Ao reunir 16 xilogravuras, colecionadores e público poderão conhecer nesta individual obras únicas, sem edição. Um trabalho meticuloso que Ver desenvolve há mais de duas décadas sob a inspiração de simbolismos religiosos, principalmente da Umbanda, que são rascunhados em papel e depois entalhados em madeira.

 

Local: Galeria Estação. Rua Ferreira Araújo, 625 – Pinheiros - São Paulo/ SP

Período: até 13/05/2023

Horários de funcionamento da galeria: de segunda a sexta, das 11h às 19h; sábados, das 11h às 15h; não abre aos domingos. 

EXPOSIÇÕES IMERSIVAS

MICHELANGELO: O MESTRE DA CAPELA SISTINA. O MIS Experience apresenta a maior exposição imersiva já realizada no Brasil sobre a Capela Sistina e os afrescos de Michelangelo, que estão entre as mais famosas obras da história da arte. Entre as experiências, está uma reprodução gigante do teto da Capela Sistina, em 360 graus, com recursos de alta tecnologia de animação e sonorização.

Também se encontram nessa mostra outros 34 afrescos, uma reprodução em larga escala do ateliê do artista, com gravuras gigantes das obras, cartas, manuscritos e documentos sobre o processo de desenvolvimento dos afrescos do artista.

 

Local: MIS Experience - R. Cenno Sbrighi, 250 - Água Branca - São Paulo/ SP
Período: até 30 de abril de 2023
Horários: terças, quartas, quintas, sextas e domingos, das 10h às 18h; sábados e feriados, das 10h às 19h
Valores: quarta a sexta, de R$ 15 (meia) a R$ 30 (inteira); sábados, domingos e feriados, de R$ 25 (meia) a R$ 50 (inteira); grátis às terças
Ingressos e mais informações: 
michelangelocapelasistina.com.br

FRIDA KAHLO – A VIDA DE UM ÍCONE é uma biografia imersiva que propõe uma jornada pela vida de uma das artistas mais influentes de todos os tempos. A exposição é apresentada sem reproduções de pinturas da artista, com a intenção de dar um passo adiante em direção às novas linguagens imersivas.

 

A proposta explora a trajetória da artista por meio de coleções de fotografias históricas, filmes originais, ambientes digitais, instalações artísticas e itens de colecionador, além de música original criada para reproduzir os momentos mais relevantes da vida de Frida Kahlo, convidando os visitantes a descobrir a incrível história por trás desse mito.

 

Local: Estacionamento do Shopping Eldorado - Av. Rebouças, 3970 - Pinheiros.
Período: até 30 de abril de 2023
Horários: segunda a sábado, das 10h às 22h; domingos e feriados, das 11h às 21h
Valores: segunda a quinta, de R$ 45 (meia) a R$ 90 (inteira); sexta, sábado, domingo e feriados, de R$ 65 (meia) a R$ 130 (inteira)
Valores Vip Experience: R$ 170
Ingressos e mais informações no link:
fridakahlosaopaulo.com.br

IMAGINE PICASSO – A EXPERIÊNCIA IMERSIVA reúne, pela primeira vez, mais de 200 obras sobre a história de Pablo Picasso, um dos mais influentes artistas do século 20 e que revolucionou a estética acadêmica. Em uma experiência digital, a exposição usa tecnologias, projeções dos quadros mais famosos do artista espanhol, exibidos nas paredes, no chão e em origamis gigantes, convidando o público a uma viagem multissensorial pelas obras do artista.  

São imagens evocativas das fases 'Azul e Rosa' até a incursão no Cubismo e em sua produção diversificada. 

 

Local: Morumbi Shopping - [Avenida Roque Petroni Júnior, 1089 – Morumbi - São Paulo/ SP
Período:  até 18 de junho de 2023
Horários: de segunda a quinta, e domingos e feriados, das 10h às 22h; sexta e sábado, das 10h às 23h
Valores: Ingressos: R$ 40 a R$ 200
Ingressos e informações: 
imagine-picasso.com 

THE ART OF BANKSY: WITHOUT LIMIT - desembarcou em São Paulo após passagens pelos Estados Unidos, Austrália, México e Europa. A exposição do ‘artista de rua’ britânico, cuja identidade permanece anônima, exibe mais de 160 obras do artista, como originais certificados, gravuras, fotos, litografias, esculturas, murais e instalações de vídeo mapping - todas espalhadas por 14 ambientes. A exposição é famosa por ganhar uma montagem única em cada local, garantindo uma experiência inédita e inovadora para cada visitante.

Banksy adora provocar, chocar e até mesmo perturbar a sociedade. Ele consegue isso com poesia, energia e humor. Sua arte tem o poder de unir as pessoas e inspirá-las a mudar o mundo para melhor.

 

Local: Estacionamento do Shopping Eldorado – Av. Rebouças, 3970 - Pinheiros
Período: até 30 de abril de 2023
Horários: segunda a sábado, das 10h às 22h; domingos e feriados, das 11h às 21h
Valores: segunda a quinta, de R$ 45 (meia) a R$ 90 (inteira); sexta, sábado, domingo e feriados,

De R$ 65 (meia) a R$ 130 (inteira)
Valores Vip Experience: R$ 170
Ingressos e mais informações: 
artofbanksy.com/saopaulo 

TEATRO

A ÚLTIMA SESSÃO DE FREUD. Quem perdeu esse espetáculo tem nova chance de assistir à bem-sucedida montagem dirigida por Elias Andreato para o texto do premiado autor americano Mark St. Germain.

 

A peça estará em cartaz no Teatro Bravos, até o dia 30 de abril.

 

Teatro Bravos – Rua Coropé, 88 – Pinheiros, São Pauo/ SP

https://teatrobravos.com.br/o-teatro/

CAROS OUVINTES. Estrelado desde 2014, o espetáculo ganha uma nova temporada em São Paulo. A peça é uma comédia sobre a transição entre as novelas transmitidas no rádio e na televisão.
Direção: Otávio Martins. Com: Agnes Zuliani, Alex Gruli, Carol Bezerra.

Local: Teatro UOL - Av. Higienópolis, 618, Higienópolis. 12 anos.

Sex., às 21h, sáb., às 20h. De 3/3 a 29/4.

A partir de R$ 70, em bilheteriaexpress.com.br

O DEUS DE SPINOZA. Outra reestreia dos palcos da capital paulista, essa história se passa na Amsterdã de 1677. O filósofo que dá nome à peça tem sua fé questionada por um livre-pensador do período. Quando se recusa a abrir mão de seu pensamento, ele é condenado ao exílio.

Direção: Luiz Amorim. Com: Bruno Perillo, Juliano Dip e David Kullock. 

Teatro Itália Bandeirantes - Av. Ipiranga, 344, República - São Paulo/ SP

12 anos. Sáb., às 21h, dom., às 20h.

Até 30/4. R$ 80, em sympla.com.br

INFÂNCIA. O espetáculo é a adaptação cênica e musical do livro de mesmo nome escrito por Graciliano Ramos. Nas memórias, o autor aborda seus primeiros anos de vida e o despertar da puberdade vividos no interior de Alagoas e Pernambuco.
Direção: Ney Piacentini e Alexandre Rosa. Com: Ney Piacentini.

Local: SP Escola de Teatro - Praça Roosevelt, 210,

Bela Vista, região central. Livre.

De seg. a qua., às 20h30. Até 26/4. R$ 20, em sympla.com.br.

CALENDÁRIO
ESPÍRITO TRANSDISCIPLINAR

Espírito Transdisciplinar tem um foco formativo. Visa ampliar o universo da TD nos níveis de realidade I, II, III e IV, prioritariamente. Sempre que possível deve dar ênfase a questões de natureza psicológica, mítica, simbólica, favorecendo assim a representação e transparência do Mundo Imaginal, no sentido de facilitar a ponte entre o tangível e o intangível. 

Linguagem como possibilidade para a Mediação

 

Os sistemas sociais exercem uma influência muito grande sobre os indivíduos porque somos formados dentro de sistemas linguísticos mais amplos. Um sistema de linguagem não é um espaço uniforme, mas uma estrutura de interação diversificada em que cada membro da comunidade desempenha um papel diferente. Ele é uma estrutura de relações e a posição de cada membro da comunidade dentro desta estrutura é um aspecto importante a considerar no processo de individualização na constituição dos indivíduos como indivíduos.

Se, por um lado, somos desenhados por um sistema social que vive dentro de um sistema linguístico, por outro, devido a capacidade recursiva da linguagem humana e por nossa capacidade de reflexão, somos capazes de ir além desses sistemas. Podemos nos converter em observadores do observador que somos e atuar de forma a expressar as novas potencialidades, na medida que interagirmos com os nossos pares, conversarmos com eles. .

A ênfase não deve ser colocada nem no sistema social nem nos indivíduos, mas no entre os dois, entre o todo e suas partes, pois é aí que se produz a dinâmica do devir, do possível, do potencial, da mudança, da transformação. É nessa estrutura da realidade que os seres têm a linguagem como abertura possível para a mediação.

 

Segundo Heidegger, como compreender a questão: O que é a Linguagem? Qual sua essência?  Para ele, a linguagem fala, ela é uma múltipla enunciação, é um nomear que evoca para a palavra, isto é, nomear aproxima o que se evoca. A evocação convoca, na medida que traz para perto de quem fala e de quem escuta algo que pode estar longe e desse modo, provoca o que foi evocado que se recolhe como ausência.

Então, o caminho para a linguagem, o que é isto? Ela está longe de nós, em alguma parte? Será que teremos que caminhar em direção a ela, encontrá-la? Todavia, nós somos capazes de falar e nos comunicar e somos os únicos, entre os animais, que falamos. É a nossa marca, o que nos distingue, a nossa insígnia que contém o propósito da nossa própria essência.

A linguagem é um trabalho do espírito, ela é muito mais do que o emitir sons, formar sentenças, expressar o pensamento. Ela se coloca em um patamar muito mais alto porque tem um vigor que é a saga do dizer que nos mostra algo que pôde aparecer. Ela é mais do que a verbalização articulada do pensamento, pois falar é ao mesmo tempo escutar.  Falar é escutar a linguagem que falamos. Dizer é antes de tudo uma escuta e esta precede todas as demais, assim falamos a partir da linguagem e pertencemos a ela.

 

Segundo Heidegger, “a linguagem fala dizendo, ou seja, mostrando.” Ele acrescenta, “nós nos pomos acima da linguagem ao invés de escutar a partir da linguagem” e “falar a partir da linguagem só pode ser uma conversa”.

 

Para compreender sua essência vamos recorrer a uma imagem encontrada no diálogo “De uma conversa sobre a Linguagem entre um Japonês e um Pensador” do livro 'A Caminho da Linguagem' [2003]. Nesse diálogo, Heidegger conversa com um aluno que indaga sobre se a estética oriental poderia ser analisada com os mesmos parâmetros da ocidental e vão pouco a pouco percebendo a dificuldade de interpretação por causa das diferenças linguísticas entre ambos e, depois de um diálogo muito fino e sútil, os dois vão chegando a algumas conclusões surpreendentes. O japonês, lá no fim da conversa, evoca a palavra japonesa Koto ba, depois de muito hesitar, para definir o que os europeus definem como linguagem. Diz ele que Koto evoca o atrativo nele mesmo que aparece unicamente no instante, é irretomável com a plenitude da sua graça e ba evoca as folhas, sobretudo as folhas da floração. Koto ba seria o vigor do acontecimento..., daquilo que recomenda a proteção de tudo que floresce e desabrocha. Linguagem é, portanto, as folhas da florescência em seu vigor como acontecer...

Heidegger responde que para ele linguagem é Saga, “indica o dizer, o dito, o que deve ser dito”, pois dizer é o mesmo que mostrar no sentido de aparecer e brilhar, mas nos movimentos de acenar. É visualizando “a essência da Saga que o pensamento começa a brilhar o caminho que nos retira da representação meramente metafísica e nos devolve o cuidado com os acenos da mensagem de que somos andarilhos.” A fala deixa a saga do dizer vir à fala e isso só se dá na medida que nossa própria essência se abandona à saga do dizer. E essa escuta e essa fala só são garantidas àquele que lhe pertence.

 

Tanta experiência, por quantas manhãs

Tem feito o homem desde que somos uma conversa

E escutamos uns aos outros; em breve, somos, porém, canto. 

Holderlin 

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Referência: Heidegger, Martin. A Caminho da linguagem. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2012. 

 

 

São Paulo - SP, Brasil

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