Keep on – dicas audiovisuais #23 |
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A possibilidade de discrepâncias entre tempo da história e tempo da narrativa é peculiar no cinema. Sendo a ordem dos planos de um filme indefinidamente modificável, ou seja, não necessariamente linear, é possível fazer suceder a uma sequência outra que relata acontecimentos anteriores. É quando o termo "voltar atrás" (no tempo) é empregado. Essa figura narrativa, popularizada pela palavra inglesa flashback, é a mais banal e consiste em apresentar a narrativa em uma ordem que não é a da história. No entanto, há outras formas análogas como o "salto busco para a frente", mais conhecida como flash-forward, em que uma sequência relata acontecimentos posteriores àqueles de suas sequências que cercam. Blue Jasmine (2013), escrito e dirigido por Woody Allen, apresenta uma cadência narrativa híbrida de cenas no presente e flashbacks na alta sociedade monstrando como era a vida de Jasmine, protagonizada por Cate Blanchett, e como ela veio a ruir. Nesta cena, que você pode assistir no nosso Twitter aqui, Jasmine tem acesso de surto na rua enquanto relembra o passado dela. |
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Minha Mãe é Uma Peça (2013), dirigido por André Pellenz, apresenta D. Hermínia – papel do saudoso Paulo Gustavo – uma caricata mãe do tipo que reclama e fala o tempo todo. A história dela é contada no ritmo de flashback quando D. Hermínia vai visitar uma tia. Você pode assistir aqui a uma das muitas sequências de flashback do filme. |
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Outro longa que explora a cotação de história com uso de flashbacks é Lua de Fel (1992), escrito, dirigido e produzido por Roman Polanski. Dois casais se conhecem num cruzeiro marítimo. Ao perceber que Nigel (Hugh Grant), está interessado por sua esposa Mimi (Emmanuelle Seigner), Oscar (Peter Coyote), que é escritor, decide contar a Nigel sua história de paixão doentia. Você pode assistir aqui ao momento quando Oscar relembra como conheceu Mimi. |
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Já Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (2004), de Michel Goundry, apresenta a história de um casal que tenta apagar todas as memórias do relacionamento acabado que eles tiveram. Com um narrativa não-linear, a obra explora não só flashbacks como flash-forwards. Você pode assistir aqui a uma das sequências de flashbacks do filme. |
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De um modo geral, há três grandes categorias de relações temporais na montagem: a simultaneidade, o salto para o passado (flashback) ou para o futuro (flash-forward) e a "indiferença" temporal. São recursos úteis para rearranjar a cronologia do tempo de narrativa do filme. Keep on! |
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