Quem orbita no Universo nunca... nunca vive só! Nas ondas, pesca seus versos... Na areia, “destrança" os nós! Atentos a cada passo, pássaros se entrelaçam... Todos, no mesmo compasso, constelações eles traçam. Comunidade -- Mirian Menezes de Oliveira |
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Decorridas 50 edições do Boletim Interativo CETRANS, justamente no ano de 2021, enquanto acontece o III Congresso Mundial de Transdisciplinaridade na sua modalidade virtual, ocorre à memória a trajetória e tradição formativas do CETRANS nesse período, registradas nas diferentes arquiteturas editoriais que caracterizaram as transformações do Boletim. Como se define o CETRANS hoje? Nas palavras de abertura da sexta semana do III Congresso Mundial de Transdisciplinaridade por Vitória M. de Barros, representando o CETRANS acompanhamos a presença e a atualização dos princípios transdisciplinares. “O CETRANS é um Centro de Educação Transdisciplinar e se define como uma comunidade orientada pelo pensamento transdisciplinar. Mesmo não sendo juridicamente constituído, sua intenção é conservar o espírito de Comunidade, não enquanto um grupo de pessoas ou um lugar, mas enquanto um estado de consciência. O CETRANS se define como uma marca e uma egrégora que congrega pessoas interessadas em estudar, pesquisar, aprofundar, difundir conhecimento e ações transdisciplinares. O CETRANS é uma marca, pois é uma entidade que é representada por um símbolo. É um grupo de pessoas que se identificam de modo imediato como um sinal de presença se comunicando de forma especial e única de forma tangível e intangível. O CETRANS é também uma egrégora, pois tem em si a força simbólica criada a partir da soma de energias coletivas mentais, emocionais e, também espirituais, que é fruto da compreensão, da coparticipação e do compartilhamento de pessoas que trabalham como um grupo voluntário com um objetivo comum. A egrégora é, assim, capaz de realizar no mundo visível e palpável as suas aspirações e utopias pragmáticas transmitidas ao mundo invisível pela coletividade geradora. O sistema do CETRANS é aberto e se organiza como uma constelação que se propõe estimular e preservar a emergência do Si-Mesmo, o dinamismo sistêmico que vai além da sua estrutura. O CETRANS se exerce como uma república, tem normas, e, ao mesmo tempo, valoriza a plasticidade e investe em ações criativas de natureza Transdisciplinar. Essas ações que seus membros realizam visam resolver problemas práticos contextualizados que emergem da realidade em que vivemos e os projetos têm sempre esse objetivo em mente. O CETRANS se organiza e trabalha através de Cinco Unidades de Ação – UAs: UA Comunicação; UA Comunidade; UA Gestão de 1ª e 2ª Ordem; UA Formação e UA Publicação. O CETRANS e seus membros se pensam como oleiros que buscam uma aproximação com a dimensão não trivial de existir. Se por um lado, esse modo de existir implica em pôr a mão na massa, articular acontecimentos e o que é vivido; por outro lado, ele diz respeito ao abrir-se para transpossibilidades, ou seja, a possibilidades que vão além de nós mesmos, que nos excedem, que podem emergir e nos permitem ousar e avançar rumo a patamares profundos de uma experiência humana. Nós do CETRANS, somos continuamente convidados e instigados a explorar o sentido de “ser”, de “fazer” em diferentes dimensões da realidade, sejam elas físico-sensoriais, mentais, emocionais, psíquicas, anímicas ou espirituais. ” Visualize o CETRANS NEWSLETTER nº1, publicado no outono de 2009, neste link: http://www.cetrans.com.br/boletim/1/ |
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In memoriam de Paulo Freire ─ filósofo, escritor e patrono da Educação Brasileira. Paulo Freire, completaria 100 anos no dia 19 de setembro de 2021. Ele foi um dos educadores mais importantes do Brasil, estudado e respeitado no mundo todo, suas ideias e seus livros continuam inspirando educadores ao redor do mundo. Para ele, a educação é um processo que não se esgota na escola, mas acompanha o sujeito durante toda sua vida. Ele acreditava que somos seres inconclusos, que ansiamos por saber cada vez mais à medida que tomamos consciência do mundo. |
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Paulo Freire chamava esse processo de ser mais, movimento que exige curiosidade, pesquisa e investigação. Nesse processo, primeiro se faz a leitura do mundo e depois a leitura das palavras e a aprendizagem não é garantida pelo diálogo professor-aluno, pois ninguém ensina ninguém e ninguém aprende sozinho: as pessoas aprendem em comunhão nos ambientes em que vivem – o ato educativo surge na prática concreta com o coletivo. |
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Para que a educação se torne efetiva dois pressupostos são necessários: 1) que sejamos todos iguais; 2) que tenhamos direitos iguais, afirma ele. Reiterar que todos têm o direito à educação e todos têm o direito de aprender é uma opção diária e, é nessa horizontalidade, que se instala e acontecem os processos de conscientização e curiosidade fundamentais para o ser mais de Paulo Freire. Para saber mais sobre o mestre, faça download do "Almanaque Paulo Freire" em http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/paulofreire/almanaque_de_paulo_freire.pdf |
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In memoriam de Thomas Cleary, tradutor de clássicos asiáticos Thomas Cleary (1949 – 2021), um dos maiores tradutores de nosso tempo, faleceu em 20 de junho de 2021. Ele foi o tradutor mais prolífico dos clássicos asiáticos para o inglês do século XX, traduzindo e apresentando mais de 80 obras em chinês, japonês, sânscrito, pali, bengali, árabe e irlandês antigo. Somos muito gratos a Thomas por uma vida de dedicação a essas obras e às figuras por trás delas. |
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Elas têm beneficiado - e continuarão a beneficiar - inúmeros buscadores com a aspiração de atingir o maior potencial do que pode significar ser humano. |
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Oriana White e Sandra Bussotti realizaram uma live com base numa curadoria de estudos sobre a terceira idade e, na ocasião, apresentaram a Associação Vibrar com Parkinson. A verdade é que não se fazem mais idosos como antigamente! Segundo as autoras, não é um segmento, mas um conjunto heterogêneo de pessoas que acabam por dividir uma idade parecida. Muitos trabalham, empreendem, divertem-se, fazem esporte, namoram. É uma parte importante da população mundial que aumenta exponencialmente. |
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Ser uma pessoa idosa depende do estilo de vida que possui, sua auto estima, independência, de sua vitalidade. Neste sentido, as estereotipias são descabidas. Sabe-se que diversidade geracional estimula a criatividade, encontrando melhores soluções para os problemas. Ter uma vida plena é importante para o idoso como para qualquer pessoa com alguma limitação física ou mental. Ser produtivo, ter amizades e amores, ser espiritualizado, ser feliz, nos faz bem a todos. Assim, precisamos aprender a viver “um dia de cada vez para não perder as coisas boas da vida” [Cecília Meireles]. |
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O canal do Youtube “Filósofo Edgar Smaniotto”, foi criado com a intenção de divulgar minhas pesquisas transdisciplinares, e, justamente por me considerar um polímata, que o canal não tem um único tema. No canal já pode ser encontrado vídeos meus referentes à ficção científica e filosofia; semanalmente temos lives - aos sábados a partir das 21h - em que eu, e os escritores Carlos Relva e Paulo Elache debatemos literatura especulativa. |
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Uma vez por mês, às sextas-feiras, entrevisto um convidado, como o escritor Roberto de Souza Causo, o fanzineiro e artista Gazy Andaus, o astrobiólogo Ivan Gláucio Paulino Lima e o filósofo Clayton Alexandre Zocarato, e neste mês de setembro teremos como entrevistado o artista multimídia e cyberpajé Edgar Franco. |
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Nosso primeiro projeto de vídeos, já iniciado, são os vídeos mensais que contemplam questões referentes a astronáutica e ao cosmo, o primeiro vídeo “Cheikh Anta Diop: filosofia e o espaço cósmico africano” é uma discussão desta problemática a partir da filosofia africana. Na segunda quinzena deste mês, iniciaremos uma série sobre filosofia da economia, discutindo a obra de Aristóteles, com o propósito de avançar em uma discussão em que a economia não se restrinja por um lado aos números de bolsas de valores e rentabilidade de bancos, é nossa intenção discutir a economia de forma transdisciplinar. Nossa intenção é que o canal se torne com o tempo um ponto de referência em filosofia, educação, literatura e ciência, sendo sempre plural e transdisciplinar, discutindo temas diversos, mas sem cair no cotidianismo que marca muitos canais do Youtube. [Link do canal: https://www.youtube.com/c/Fil%C3%B3sofoeAntropol%C3%B3goEdgarSmaniotto] O Prof. Smaniotto também participa, com seus textos, em dois e-books sob a organização de Ivanio Dickmann: “Paulo Freire Vive", com o título “Eugenia e Darwinismo Social: uma proposta crítica de ensino a partir da Pedagogia Freiriniana” e no “Plural – reflexão e ação em educação", com o título “Transumanismo, cosmismo e ficção científica – Perspectivas para um futuro pós-humano, democrático liberal e pluralístico”. |
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Mirian Menezes de Oliveira está inscrita na 7ª edição do Festival Internacional de Fotografia de Brasília – 2021, concorrendo com 30 fotografias em diversas categorias, dentre as quais a Macrofotografia. Fotógrafa amadora, tem buscado conhecimentos nessa Arte que tanto ama e dentre as imagens enviadas, sua paixão é por Libélulas. “Independente do resultado, participar deste Concurso permitiu-me revisitar algumas imagens de diferentes épocas, motivando-me a trilhar novo caminho, repleto de incessantes descobertas. Em relação às imagens enviadas... As libélulas são minhas preferidas!” – disse Mirian. O resultado do Concurso está previsto para novembro. |
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Cléo Busatto apresenta seus novos lançamentos para os pequeninos. No final de 2020 publicou a Coleção Os Minúsculos, composta por cinco livros. Cada um deles aborda uma temática atual: Gustavo, nove anos, se encontra com dois personagens iguais a ele pendurados nos seus ombros e os batiza de Bom Dia e Mau Dia. A conversa entre os três se inicia e, a partir daí, Gustavo aprende a fazer escolhas. O tema do primeiro volume é o preconceito racial e a violência no esporte. Do segundo, o trabalho infantil e o abandono na infância. |
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No dia 10 de setembro 2021 aconteceu o evento de lançamento da Revista Psicologia USP 1975 ─ Trajetórias, transmitido pelo YouTube - https://youtu.be/bOJPlo10Umg, apresentado pela profª Marilene Proença, por Oriana Monarca White (membro CETRANS), Angela Di Munno Arruda e Waldir Lourenço Gonçalves, sob a coordenação dos professores Gustavo Martinelli Massola e Ana Maria Loffredo, diretores do Instituto de Psicologia da USP. |
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A Revista Trajetórias mostra os relatos das diversas funções assumidas pelos seus participantes, desde a sua formação até o momento presente. Durante o evento, alguns deles, apresentaram às novas gerações de psicólogos, as várias possibilidades que seu trabalho pode alcançar na sua vida pós academia. A Publicação realizada de forma inusitada para comemorar os 50 anos do Instituto de Psicologia e os 45 anos de formatura dessa turma, despertou muitos elogios e comentários favoráveis, tanto dos professores da entidade quanto das pessoas que assistiram a transmissão. |
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Mariana Thieriot-Loisel participou em 10 de setembro p.p., como professora convidada do curso de extensão “Ateliê pela paz e dos diálogos interculturais em Educação Ambiental” da Universidade Federal do Rio Grande – FURG, sob a coordenação do Prof. Samuel Lopes Pinheiro. Para a ocasião fez um vídeo denominado "As Emoções, a Energia Humana e a Plasticidade do Espírito", que se encontra à disposição neste link |
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Ideli Domingues apresentou em formato de novela a história Lá do Rio Encantado: muito além das Montanhas, baseada em encontros com a mestra Málika di Evol, durante 12 semanas consecutivas, tendo o seu último capítulo em 02 setembro de 2021. |
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Nessa história, Alma, a heroína, vive diferentes níveis de realidade, sem no entanto, se referir a eles diretamente. Experiencia como magia seus insigts, estados de presença e suas diferentes percepções. Esse conteúdo pode ser encontrado no Instagram: @espacoidelidomingues. |
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Vera Lucia Laporta editou e ilustrou o e-book Canções em Poesia ─ Sounds in Poetry, Volume I, que apresenta parte das letras das canções compostas pelo maestro, arranjador e psicólogo Sérgio Herrmann Taza. Essa edição contém poemas escolhidos pelo próprio autor, dentre os inúmeros existentes em seus arquivos. A publicação também possui fotos feitas pela psicóloga Vera Lúcia Guedes Castro, pinturas zen de Sérgio Taza, bem como a lista de seus CDs e links de suas redes sociais. Para quem quiser saber mais sobre o compositor, suas músicas e outras atividades, acesse o site sergiotaza.com O livro se encontra à venda na Amazon, neste link. |
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Sobre Exlética e Transdisciplinaridade Francisco Paulo Lemos Della Zuana - 2003 e 2021 O termo Exlética, também grafado Eslética, foi criado em 1997 por Edward Charles Francis Publius de Bono (1993-2021), cidadão de Malta, reconhecido como instrutor de pensamento, escritor e psicólogo da Universidade de Oxford. Diplomado em medicina pela Universidade de Malta Rhodes Scholar em Christ Church, em Oxford com Master em Psicologia e em Fisiologia e com PhD em medicina do Trinity College, em Cambridge, De Bono é conhecido pelo desenvolvimento do Pensamento Lateral e pela criação da Técnica dos Seis Chapéus. Escreveu aproximadamente 70 livros, traduzidos em mais de 40 idiomas. O termo Exlética é um método de análise de situações, de processos e de conteúdos. Segundo De Bono, sua aplicação permite tirar de uma dada situação o que ela tem de válido – independente de polarizações existentes. |
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A Exlética pressupõe a análise a partir do maior número de pontos de vista possíveis, em um dado momento, e se propõe a ser a complementação da Dialética Positiva Construtiva e, também, uma evolução da Dialógica, a geração de uma nova posição de ampliação sobre a questão colocada, fazendo um novo entendimento maior e melhor da questão suscitada. Ela faz a exponenciação e não a divisão; nela pretende-se que o ponto de vista dos envolvidos seja exponenciado para obter um novo ponto de vista, levando assim à construção da totalidade a partir das partes, aquilo que supera a soma das partes quando se visa a totalidade a partir do todo, um novo conhecimento, uma nova sabedoria. A Exlética não faz a divisão realizada pela Dialética do vencedor e do vencido; nela todos são vencedores uma vez que cada um se torna melhor do que antes do embate de suas posições, ideias, necessidades, buscas, culturas, entendimentos, religiões, conhecimentos, sabedorias. Atualmente o conceito de Exlética tem sido usado juridicamente. Roberto Portugal Bacellar em seu trabalho “MUDANÇA DE CULTURA JURÍDICA SOBRE DROGAS” afirma que: Para o alcance da pacificação, o raciocínio deve ser exlético e o conflito tem de ser analisado sempre em sua integralidade, agora com foco amplificado dirigido ao ser humano... Com base em uma visão transdisciplinar, palavras um dia surgirão para definir ações sistêmicas adequadas à complexidade do tema do ponto de vista da saúde, do direito e da própria espiritualidade. |
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Rubens de Almeida em “Como Aprender Direito”, além de descrever de forma brilhante que Eslética ou método eslético significa envolvimento, compromisso construtivo. Processo de raciocínio utilizado para a obtenção de conhecimento que considera o envolvimento construtivo das partes na elaboração de respostas, soluções, ou novos entendimentos... e acrescenta: No domínio jurídico, a dialética aparece ou é o método utilizado quando a situação a ser solucionada é de conflito, de contraditório, em que há necessidade de uma decisão: haverá, de certo modo, um vencedor. Enquanto a eslética ou o método eslético aparece ou é utilizado quando a situação a ser solucionada, mesmo sendo inicialmente de conflito, busca-se a solução via conciliação, composição. Não há decisão. As partes chegam a um consenso negociado que melhor lhes atenda o interesse em jogo, quando se trata de direitos disponíveis. Ela é prestigiada pela ordem jurídica nacional, como se infere do preâmbulo da Constituição Federal ("[...] solução pacífica das controvérsias [...]", bem como recebe recomendação legal e doutrinária. Na educação, Suzi Mara Almeida Passos afirma em sua Dissertação de Mestrado apresentada ao programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora, MG, visitada no site: http://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/3462/1/suzimaraalmeidapassos.pdf |
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AS INTER-RELAÇÕES COM A(S) DIFERENÇA(S) NO TECIDO ESCOLAR: OS SENTIDOS DA DIVERSIDADE’, “Em conseqüência a tal lógica, a filosofia exlética se apresenta como uma instigante reflexiva, pois que é unificadora o que, por sua vez, estabelece um modus operandi que percebe as partes em suas especificidades, ao mesmo tempo que compreende o todo em sua complexa configuração de interdependência das partes... Então, como já vimos que uma nova realidade exige uma nova capacidade estrutural-operacional do pensamento (lógica), transportando uma nova visão (filosofia) que, por sua vez, implementa uma nova maneira de fazer as coisas (método). Martins (2009) destaca que, desse modo, a Exlética proporciona um novo sistema de valores (cosmovisão) filtrado por uma nova forma de raciocínio crítico e de abordagem do existente. |
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De uma abordagem transdisciplinar, a Exlética atende a Lógica do Terceiro Incluído e a noção de Níveis de Realidade, podemos dizer também dos vários níveis de realidades e percepções, uma vez que ao potencializar as posições em um crescimento de todos aproveita para fazer a emergência da melhor possibilidade. E ao creditar a efetividade do terceiro incluído e do terceiro secretamente ou sutilmente ou intangivelmente incluído, permite que os envolvidos se satisfaçam com uma terceira possibilidade ou mesmo a aceitação da posição do outro sem tentar a imposição de uma ou outra visão de mundo, realidade, percepção, entendimento de sua verdade ou de sua realidade mesmo que essa intangível, cultural, religiosa, filosófica, cria-se assim a possibilidade do convívio pacífico e do respeito mútuo. Talvez precisemos tratar da lógica de todos os incluídos pois A, não-A e T, penso que devemos acrescentar o não-T na lógica exlética. Assim na Exlética não há choque, nem disputa, nem julgamentos de verdadeiro ou falso. Os sujeitos devem buscar o interesse genuíno para uma autêntica exploração do tema e do ponto de vista do Terceiro Incluído e Níveis de Realidade aceitar que ambos podem ter razão, haja vista os temas em que não se pode chegar a uma verdade, a uma realidade, exemplifico com as questões de fé, questões de cultura, questões de aceitação da existência da essencialidade do ser humano o que podemos chamar de espírito, assim como várias e incontáveis outras que permeiam a vivência e convivência humana. |
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Silêncio ou em viva voz? Texto e telas de Mariana Thieriot-Loisel Às vezes evitamos falar, porque sentimos que seremos apanhados numa situação condicionada, diremos exatamente o que as pessoas esperam que digamos, ou nos comportemos de uma forma previsível e repetitiva. Não somos capazes de expressar livremente sentimentos internos com as nossas próprias palavras. Evitar falar é uma forma de escapar de uma realidade concreta ou é uma forma simbólica de morte. |
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Muitos filósofos morreram para defender a dignidade e a integridade humanas; Sócrates foi o primeiro entre eles. Ele reivindicou e não vou dizer que sabia o que não sabia, e que tudo o que ele sabia é que ele não sabia nada, enquanto seus oponentes tinham certeza de possuir a verdade sobre o que deve ser o sentido da vida. Nesse caso, durante o julgamento de Sócrates, a lei foi pervertida. Em um contexto democrático nossas leis devem proteger o ser humano, tanto fisica quanto psicologicamente, dando-lhes os cuidados necessários para encorajar as pessoas a se desenvolverem iguais e seguramente, permitindo a cada uma delas manter a integridade e dignidade em todas as situações e assim, bem ou mal, passam por isso. As leis existem para garantir igualdade de condições de desenvolvimento humano e acesso aos cuidados com a saúde. Essas condições nos permitem falar, por nós mesmos e todos juntos. Palavras podem ser muito poderosas, elas podem unificar o céu e a terra de uma forma poética, permitir novos começos, consertar o que foi quebrado entre duas pessoas, ou dentro de um grupo... Então, quando você encorajar alguém a encontrar sua própria voz, a cantar sua própria canção que lhe foi dada quando nasceu, como em algumas tribos africanas, você o ajuda a criar seu próprio e único soft de estar presente na palavra em que mora. Para ser você mesmo, você tem que falar suavemente por você mesmo. Ou precisamos de ambas as condições cognitivas e afetivas para poder dialogar, compartilhar nosso eu genuíno com os outros, a fim de alcançar o entendimento. Seguindo pesquisas sobre emoções que precisamos compartilhar cuidado mútuo: alegria e interesse; esses são efeitos cruciais em um processo de diálogo, tão importante quanto a capacidade de indução e dedução.. |
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Um modo suave Muitas vezes, de qualquer maneira, quando as leis democráticas não estão presentes, nós nos engajamos em uma luta de sobrevivência, que leva a ter “vozes dominantes”, as que chegam às mídias, as que dominam em uma família, ou em um grupo profissional, não porque eles sejam os mais sábios, mas porque eles são os mais fortes. Essas são vozes perigosas que gritam em vez de pensar antes de falar e confinam as pessoas ao silêncio. Nesses casos, as pessoas não obedecem porque a lei tem um significado, não porque as autoridades são competentes o suficiente, mas porque a autoridade é a autoridade, ponto final, nenhum argumento além de opressão, medo e ambição. Cuidar da nossa humanidade compartilhada é uma maneira suave e diferente de dar voz e nascimento às nossas experiências mudas e traumáticas, através da arte, que pode nos ajudar a nos levantar juntos em tempos de pandemia tão difíceis... Montreal, 1° de julho de 2021 |
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Ubiratan D’Ambrosio: homenagens em vida e em memória Olenêva Sanches Sousa Gosto de me referir a Ubiratan D’Ambrosio como um pensador. Quando o apresento como matemático ou educador matemático, tenho um sentimento de que o aprisiono em “gaiolas epistemológicas”. Com formação acadêmica em Matemática, criticou a hegemonia desta ciência. Na contramão de sua “pureza” e “reinado”, destacou-lhe significados socioculturais. Diante de seu espaço privilegiado, percebeu outros etnos e ampliou a concepção de conhecimento matemático, essencial à sobrevivência e transcendência humana. O brasileiro Ubiratan D’Ambrosio faleceu em maio, aos 88 anos. Há quase meio século, organizava intelectualmente o Programa Etnomatemática, uma epistemologia geral e um programa de pesquisa, que é transcultural, por reconhecer historicamente a dinâmica de encontros de etnos, e transdisciplinar, por buscar permanentemente componentes e relações espirituais, mitológicas, cognitivas, outras, de práticas humanas. Quando D’Ambrosio (1984) apresentou formalmente a Etnomatemática no 5º Congresso Internacional de Educação Matemática, na Austrália, suas ideias impactaram o conceito popularizado e confortável de Matemática, abstrata e para poucos. Mas, desde então, em todo o mundo, as adesões às ideias d’ambrosianas foram enormes, evidenciadas nas publicações, grupos de estudo e pesquisas e eventos acadêmicos. A expressão pública de reconhecimento internacional, como mostra de respeito à proposta teórica e de admiração por seu proponente, acompanhou-o em vida e perdura in memoriam. |
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Foi professor emérito da UNICAMP e tem o Acervo Pessoal Ubiratan D’Ambrosio (APUA), que continua em crescimento pós-morte. Coube-lhe a honra de organizar uma publicação denominada Carta da Transdisciplinaridade e as declarações dos primeiros Fóruns de Ciência e Cultura da UNESCO e da 38ª Conferência Pugwash sobre Ciência e Assuntos Mundiais, uma organização liderada por Russell e Einstein, da qual ele era partícipe, quando esta recebeu o Prêmio Nobel da Paz. |
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Ubiratan D’Ambrosio recebeu o Prêmio Kenneth O. May pelo International Committee of History of Mathematics, a medalha Felix Klein pelo International Committee of Mathematics Instruction e a Medalha Acadêmica da Sociedad Mexicana de História de la Ciencia y de la Tecnología. Ubiratan era uma pessoa grandiosa, amável e generosa. A sua morte consternou a comunidade científica e educacional, que por ele teoricamente se orientava, e os inúmeros amigos que construiu. No Brasil e em vários países, ocorreram homenagens póstumas, notas de pesar, artigos sobre sua vida e obra, dossiê, programações especiais. Periódicos tiveram suas publicações alteradas, aceleradas, e abriram espaços para expressões sobre sua pessoa e legado. Um evento, em especial, foi um tributo planejado um trimestre antes de sua morte, que se construiria integralmente com ele, e que aconteceu em agosto de 2021 com a colaboração de 40 pesquisadores, sendo 12 internacionais. Enfim, dada a importância do pensador Ubiratan D’Ambrosio para a Ciência, Educação e Tecnologia, nossa expectativa é que sua trajetória de homenagens se manifeste, transcultural, transdisciplinar e continuamente, na consideração de suas ideias nas pesquisas e nas ações pedagógicas que objetivem efetivamente a resolução de problemas reais, o bem lidar com os conflitos, a sustentabilidade, a justiça, a Paz. Salvador, Bahia, 10 de setembro de 2021. |
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Homenagem ao querido professor e amigo Ubiratan D'Ambrósio Fernando Antonio Bignardi Há exatos 30 dias atrás, tive o privilégio de homenagear nosso grande amigo e mestre, Ubiratan D'Ambrosio! A iniciativa foi da sua discípula Olenêva Sanches Sousa, que já havia me convidado para gravar um vídeo para homenageá-lo em vida! Graças à indicação dos amigos do CETRANS, tive a oportunidade de expressar minha sincera admiração e amizade pelo querido Ubiratan, no dia 17 de Agosto p.p. ao lado dos amigos Carlos Emediato, Lia Diskin, Roberto Crema e Arnoldo Hoyos. Destaquei a importante participação do mestre na implantação do Setor de Transdisciplinaridade aplicada à Saúde na UNIFESP, não só como inspirador, mas também, presencialmente, dando palestras por três vezes em nossos encontros na Escola Paulista de Medicina. |
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Uma característica marcante da personalidade de D'Ambrósio era a sua capacidade de perceber atentamente os fenômenos, o que lhe possibilitou conceber a Etnomatemática, uma linguagem que trouxe o respeito à complexidade cultural de cada manifestação étnica! Ubiratan foi um precursor da ciência contemplativa contemporânea! Além de ser um amigo amoroso que, na companhia da inseparável parceira de vida, Maria José, me recebeu algumas vezes no aconchego de sua sala/ biblioteca, onde pudemos saborear não só o chá que nos foi oferecido com a habitual gentileza de sua esposa, mas também o carinho da sabedoria viva desse acadêmico atento, atencioso e fenomenológico! No dia 6 de setembro, na mesa "Conexão com a Natureza e as Medicinas Tradicionais e as Práticas Integrativas na Saúde" no CONGREPICS, ao moderar a apresentação da Dra Waverli Neuberger, diretora da Carta da Terra Brasil, pude, mais uma vez, homenagear nosso querido mestre por reconhecer, na essência da Carta da Terra, os mesmos valores e visão integrada de cosmo que ele tão bem soube semear no ambiente acadêmico brasileiro e internacional, tornando-se um dos fundadores da atitude transdisciplinar, fazendo isso com admirável humildade e radiante sabedoria! Que sua inspiração possa continuar guiando nossos passos na jornada de SER transdisciplinar! Para assistir o evento que homenageou Ubiratan D'Ambrósio, clique neste link: https://youtu.be/laDNQhW8LQ0 |
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Brigada pela Vida de São Paulo Rodrigo Mindlin A Brigada pela Vida de São Paulo é uma organização de formação popular, intersetorial (saúde, assistência, educação, cultura, direito pela moradia, urbanismo), e apoiada na experiência nos territórios precários e com diversos níveis de vulnerabilidade multidimensional, que constituem a maior parte do Município de São Paulo, e consequentemente impõe a seus habitantes uma condição inaceitável de vida e ausência de direitos. Impactados por uma pandemia que escancarou as situações de desigualdade e desumanidade dos processos de industrialização e de apropriação da natureza pautados no desenvolvimento e no consumo, sua dinâmica de desapropriação do saber e do ser, a destituição da vida, um grupo de pessoas se reuniu para constituir a Brigada pela Vida de São Paulo, inspirada nas Brigadas Emergenciais da Saúde do Nordeste, com o propósito de defesa e promoção da vida. A Brigada se mobiliza para uma ação diante do enorme e violento impacto não apenas deste momento, mas também da violência endêmica de discriminação racial e de gênero, imposta às infâncias e juventudes há muito tempo. Propõe-se ainda a combater as milícias digitais que tem atuado na disseminação de notícias falsas capazes de ameaçar a saúde e a vida das pessoas. |
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Estamos diante de um colapso humanitário e ambiental. A manutenção de uma produção e exploração de crescimento infinito em um mundo finito é insustentável. Estruturas essencialmente sustentadas pela economia e dependentes do crescimento e multiplicação de capital, como eixo principal de investimento e desenvolvimento, tem gerado enorme sobrecarga nos sistemas ambientais, promovido a violência, a indiferença, e ampliado as desigualdades. |
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Estas estruturas sustentam uma minoria privilegiada, enquanto a maioria de habitantes e territórios estão vulneráveis à instabilidade ambiental, social e econômica, em situação de escassez de recursos, crise alimentar e humanitária. A Brigada pela Vida de São Paulo propõe: - Construir Comunidades de Aprendizagem em territórios da periferia e demais áreas socialmente vulneráveis da capital de São Paulo. Existem várias definições de Comunidade de Aprendizagem desde as que se restringem à comunidade escolar até as mais abrangentes, com as quais concordamos, sendo uma delas a do educador José Pacheco, idealizador da Escola da Ponte, em Portugal, e apoiador do Projeto Âncora, em Cotia (SP), segundo o qual, Comunidades de Aprendizagem não são projetos de escolas, mas justamente a superação do modelo educacional baseado em aulas, séries e disciplinas. Para o educador, as Comunidades de Aprendizagem são “práxis comunitárias baseadas em um modelo educacional gerador de desenvolvimento sustentável. É a expansão da prática educacional de uma instituição escolar para além de seus muros, envolvendo ativamente a comunidade na consolidação de uma sociedade participativa.” Comunidades que nesse momento, por conta da quarentena, sejam digitais, mas que tenham pequenos territórios como referência (onde haja uso comum de equipamentos públicos como Escolas e Postos de Saúde); mas que tenham como objetivo já anunciado a reconstituição de comunidades físicas, que mais para frente se encontrem presencialmente para: confraternização, estudo de problemas da comunidade e encaminhamento de ações sociais e culturais; - Constituir nas regiões da periferia e áreas socialmente vulneráveis do centro expandido Brigadas da Educação, Cultura, Assistência Social, Moradia Popular, Direitos Humanos e Saúde pela Vida (Com nome abreviado para Brigadas pela Vida) que terão uma ação articulada para levar, por meios digitais, no momento, informações com base científica que visem conter o avanço da pandemia nessas regiões, enfrentando nos territórios, as ações das milícias digitais que enfraquecem a orientação para evitar o contágio. Essas Brigadas Digitais serão integradas por militantes das áreas citadas e atuarão com o propósito educativo, portanto intencional, planejado e articulado nas comunidades e territórios, em parceria com os grupos populares organizados nessas comunidades. Para isso, a Brigada será organizada por grupos: os Grupos Locais (por subprefeitura) e os Grupos Temáticos (o Grupo Temático Artístico/Cultural, o Grupo Temático Social, o Grupo Temático da Moradia, o Grupo Temático dos Direitos Humanos, o Grupo Temático da Saúde e o Grupo Temático da Educação). Num primeiro momento, dada à predominância de educadores dentro da Brigada, os educadores deverão priorizar a atuação nos Grupos Locais para colaborar no fortalecimento da ação territorial. Os integrantes da Brigada que atuarem em vários Grupos (os Locais e os Temáticos) constituirão um Grupo de Articulação. Continue a leitura |
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O olho encanta o olho que encanta, esta é a questão: ser e se tornar criador do mundo. A realização do olhar sobre a unidade indizível significa estar unido à unidade. Quem pode me vencer, diz o Olhar, quando o universo olha através de mim? Eu quero saber, diz a Questão. Eu te dou a visão, diz o Olho, mas não me pergunte o que a visão contém, antes venha dançar comigo. Poesia e Fotografia Michel Random in O Pensamento Transdisciplinar e o Real, 2000 |
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Trans é este mastro em pé onde a vigia pode criar terra. A tripulação retoma a coragem. Esta vigia é a consciência, o navio é a questão. O pensamento transdisciplinar religa a consciência ao imaginário. No final a questão se torna visão. Poesia e Fotografia Michel Random Colóquio de Arrábida, 1994 |
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Sagração da Primavera releitura coreográfica de Pina Bausch, com música de Igor Stravinsky - montagem originalmente apresentada em 1975. O grupo de dança-teatro de Pina, o Wuppertal Thanzteather ainda existe apesar de sua morte em 2009. Pina Bausch tinha um modo de ver a dança muito particular e mostra isso dizendo: Quando comecei a coreografar, nunca tratei a dança como só 'coreografia', mas como expressão de sentimentos. Cada peça é diferente, difícil de se colocar em palavras. Num trabalho, cada coisa está entrelaçada- a música, o cenário, o movimento e tudo que é dito. Eu não sei onde uma coisa para e a outra começa, e eu não preciso analisar isto. Limitaria o trabalho se fosse tão analítica. [New York Times, 29 de setembro, 1985] A música Le sacre du printemps, neste vídeo, foi apresentada pela Radio Symphony Orchestra, Sixten Ehrling, [Gravada no álbum Stravinsky: Symphony of Psalms / The Rite of Spring] Clique na imagem acima para assistir o vídeo. |
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Na 36ª. semana do III Congresso Mundial de Transdisciplinaridade, na sua modalidade virtual, o CETRANS apresentou Os povos originários do Brasil dentro da proposta EXPRESSÕES CULTURAIS INDÍGENAS CONTEMPORÂNEAS, evento que esteve sob a organização e moderação de Martha de Lima e Vicente L. Góes. Martha escreveu sobre sua experiência e fez este relato: A organização da semana dos Povos Originários teve uma dinâmica diferenciada, que nos permitiu uma atitude mais íntima no contato e trato com os e as painelistas, visto que suas falas foram caracterizadas pela oralidade que lhes é peculiar e pela localização territorial que representavam diferentes biomas brasileiros. A aparente simplicidade das narrativas exigiu, contudo, um período de quase um ano de tentativas para as articulações possíveis de organização. Foi quando pude dialogar com as mais diversas lideranças indígenas com intuito de construir uma interação que atendesse as especificidades das culturas indígenas a serem representadas nesta semana. Deu-se a busca por lideranças e/ou uma expressividade indígena que viessem contribuir com as temáticas no diálogo TD, a partir do qual criamos um modelo de representatividade que foi construído a partir de três lideranças das etnias do sul do Brasil. |
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Nas últimas semanas que antecederam essa apresentação, já ferviam em Brasília as presenças das nações indígenas que chegavam para o Acampamento Terra Livre, para o Movimento Levante pela Terra e já se preparavam para outro movimento de Luta pela Vida - todos esses eventos acontecendo ao longo da preparação da Semana dos Povos Originários. A nossa organização esteve sensível ao momento e ainda assim, conseguimos contactar nove representantes indígenas que tiveram fala garantida com temas de livre escolha para ocupar espaço em uma conferência, uma mesa redonda e um simpósio. |
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Exitosamente se fizeram presentes sete representantes e dois não compareceram. Das apresentações e diálogos que impactaram os ouvintes e acompanhantes do evento, cada fala foi preciosa, tanto pela atualidade das lutas por direitos dos povos originais do Brasil, quanto pela propriedade temática das falas que refletiram a importância desse momento de relevância histórica. Nas palavras finais da Profa. Julieta Haidar, presidente do Congresso: “A presença dos representantes dos Povos Originários do Brasil foi emblemática!” Um olhar mais atento e uma escuta sensível sobre essas apresentações registradas, resgata a memória ancestral fundadora da nação brasileira e nos evoca a necessária pertinência nos modos de viver no mundo, no trato com a Terra e os ecossistemas e um convite a um pensar mais coletivo, um agir mais solidário e colaborativo entre os povos indígenas e não indígenas. Nas palavras finais de Vicente L. Goes: Estabelecer Relações transculturais – no sentido de alcançar o que está para além do sentido de todas as culturas que as contém, resgatando o sentido de uma filiação sistêmica à terra e de um acesso a um grande Mistério comum – é o resgate de uma origem ontológica. Martha de Lima, Membro CETRANS Membro fundador UNITRANSD/ Santa Catarina Vídeos da participação do CETRANS no III CMTD Completando o trabalho realizado por Martha de Lima e Vicente L de Góes, coube à UA Comunicação a edição dos vídeos dos dias 4 e 6 de agosto – correspondentes a uma das 5 semanas de participação do CETRANS no III CMTD, que apresentou as palestras dos Povos Originários do Brasil. Esses vídeos foram divididos por palestra e publicados no Canal YouTube - CETRANS em playlists específicas. As demais gravações relativas à participação do CETRANS nos meses de dezembro 2020, fevereiro, abril e junho de 2021 passarão pelo mesmo processo e estarão, brevemente, disponíveis no citado canal de vídeo. |
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- 34a. edição da Bienal de São Paulo, com o título “Faz Escuro Mas Eu Canto”, retirado do poema Madrugada Camponesa (1965), do amazonense Thiago de Mello. A mostra coletiva, com 91 participantes e mais de 1100 obras, ocorre no Pavilhão Ciccilo Matarazzo, no Parque Ibirapuera. Até 05 de dezembro, com entrada gratuita.
www.34.bienal.org.br |
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- Maria Martins, escultora mineira falecida em 1973, ganha uma exposição no MASP, denominada Desejo Imaginante. São 45 obras da artista, que navegou os mares surrealistas na Europa e se nutriu de histórias vindas de etnias indígenas.
www.masp.org.br |
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- Sueli Carneiro, filósofa e escritora paulistana que devota seus escritos e vida à cultura negra, é homenageada pelo Itaú Cultural.
www.itaucultural.org.br |
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- Pierre Verger, fotógrafo franco-brasileiro (1902-1996) é relembrado pelo Instituto Tomie Ohtake, cuja exposição traz mais de 300 itens, incluindo cadernos de viagem e obras produzidas durante suas incursões pela Europa, Ásia, América e Oceania. www.institutotomieohtake.org.br
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- Di Cavalcanti Muralista, exposição inédita organizada pelo Instituto Tomie Ohtake, com curadoria de Ivo Mesquita, busca enfatizar a produção de murais e painéis de Di Cavalcanti (1897-1976), dedicada à gente brasileira, como toda sua obra. Até 17/10/202.
www.institutotomieohtake.org.br |
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- Mostra Moquém Surari, que faz parte da rede de exposições ligadas à 34. Bienal de São Paulo, traz a produção da arte indígena contemporânea. No Museu de Arte Moderna – MAM
www.mam.org.br |
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- Space Adventure, uma exposição com mais de 300 itens inéditos de missões da Nasa, ocupa uma tenda de 2800 metros quadrados no estacionamento do Shopping Eldorado, em São Paulo. www.spaceadventure.com.br
- SP Arte, a mais importante feira da América Latina, que já teve sua data de abertura adiada por três vezes, está programada para os dias de 20 a 24 de outubro de 2021. No espaço de eventos Arca.
www.sp-arte.com |
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Tomie Ohtake – Os Sons dos Sins, sala especial dedicada à Tomie com mostras de longa duração, traz novo recorte de sua produção, desta vez acompanhado de composição de Chico Cesar. O curador Paulo Miyada concebeu a mostra a partir de um gênero chamado jisei, poema que reconhece a transitoriedade da vida e acolhe a inevitabilidade da morte; associado à sabedoria zen budista, evoca silêncio e transformação. Até 22/01/2022 -- www.institutotomieohtake.org.br. |
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DOCUMENTÁRIOS Na semana em que se comemoram os cem anos de nascimento do patrono da educação brasileira, Paulo Freire, a TV Cultura exibe um documentário inédito sobre o educador, produzido pelo departamento de jornalismo da emissora e apresentada pelo jornalista e diretor Leão Serva.
https://youtu.be/tG_pVkhzr1c - Lixo Extraordinário - documentário lançado em 2010, relata o trabalho do artista plástico brasileiro Vik Muniz com catadores de material reciclável em um dos maiores aterros controlados do mundo, localizado no Jardim Gramacho, bairro periférico de Duque de Caxias. https://www.youtube.com/watch?v=61eudaWpWb8
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EDUCAÇÃO E CULTURA Homenagens ao centenário de Paulo Freire |
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#PAULOFREIRE100ANOS: TRANSFORMAÇÃO SOCIAL E CULTURA DIGITAL. Este evento acontecerá nos dias 27, 28 e 29 de setembro de 2021 e está sendo organizado pela Universidade Federal de São Paulo − UNIFESP. |
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Seu objetivo é o de celebrar o centenário de Paulo Freire e promover a reflexão sobre a inserção da cultura digital na educação. A professora Margarete Berkenbrock Rosito comporá uma das mesas denominada “Paulo Freire na contemporaneidade: desafios e possibilidades”. |
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Clique nas imagens acima para abrir os PDFs relativos aos jogos. TED TALK - Como reviver uma vizinhança: com imaginação, beleza e arte
https://www.ted.com/talks/theaster_gates_how_to_revive_a_neighborhood_with_imagination_beauty_ and_art ESPIRITUALIDADE - “A Jóia Azul” - filme-documentário sobre curadores planetários e seu propósito espiritual no auxílio de cura da Terra-Gaia englobando as tecnologias luminosas de Quinta Dimensão dos Arcturianos. Um filme de Oliver Hauck produzido entre Estados Unidos e Alemanha, com participação de David K. Miller, Gudrun Miller (fundadores do Grupo de Quarenta), entre outros. A versão em português deste longa- metragem contou com a contribuição decisiva da equipe brasileira responsável pela versão em idioma português. https://www.youtube.com/watch?v=rvWDjKKsOv
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Dores do passado: reverência e o emergir de uma nova consciência O nosso coração nos convida para irmos além dos machucados do passado e aceitarmos as lições e motivações para o crescimento e a expansão da consciência. É, por isso, que os machucados são sagrados. Eles são portais para novos mundos. Stephen Linsteadt in Scalar Heart Connection Os vários relatos dos povos originários que compuseram a apresentação do CETRANS em agosto, no III Congresso Mundial de Transdisciplinaridade, muito nos emocionaram. Coincidentemente, caiu em nossas mãos este trecho do livro Alquimia emocional, de Tara Bennett- Goleman (2001, p.337): Se você contemplar as águas turbulentas de um riacho, o rodopio frenético das nuvens de tempestade ou o ziguezague recortado de um relâmpago, a natureza parece dominada pelo caos. No entanto, os teóricos do caos encontram dentro da complexidade do mundo natural uma ordem oculta, padrões invisíveis que revelam ordem e simetria por baixo do que aparenta ser uma confusão aleatória. Esses padrões despercebidos se repetem indefinidamente, dos menores aos maiores níveis – dos átomos às células, aos organismos, às sociedades. Essas palavras nos fizeram pensar que nos ligamos a esse todo que abrange nossa linha ancestral enquanto brasileiros, ou porque, muitos de nós, são descendentes dos povos originários ou porque temos amigos e nos sensibilizamos com suas lutas e experiências... Só lembrando, que – no conjunto – pertencemos a um mesmo campo de experiências. Experiências que estão no passado, mas vivas na memória desse campo morfogenético. |
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Explicando melhor, (Paiva, 2017) campo se refere ao território onde se dá a influência de um corpo no outro, tal como os campos magnéticos. Aqui os imãs se atraem ou se repelem, mas é nessa região que se auto-organizam. Há também os campos mórficos – aqueles que estruturam os pássaros em bando, ou grande quantidade de animais, permitindo a migração, em ordem – são uma espécie de dilatação invisível de células presentes em nossos corpos. |
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O estudioso do tema, Rupert Sheldrake (1995, p.13), fala disso como uma “memória coletiva de todos os fenômenos” que dizem respeito à espécie, ainda que haja um distanciamento de espaço e tempo. Isso no que se refere aos animais, mas os humanos também fazem uso de memória coletiva, como o que presenciamos neste III Congresso, e – também – contribuem para ela. Se esse raciocínio apresenta uma lógica passível de ser aceita, há também a possibilidade da propagação de hábitos novos na espécie, como a que observamos nas novas gerações com habilidades tecnológicas que nos superam, por exemplo. Mas, é por meio dos campos morfogenéticos que nos conectamos com as heranças epigenéticas e podemos nos identificar com o que herdamos de nossos pais e antepassados. A epigenética nos relata que as influências ambientais atuam nas heranças genéticas, ou seja, o DNA possui marcas químicas que compõem nosso epigenoma. Estas marcas químicas, e portanto, nosso DNA, podem ser afetadas e transformadas, tanto por nossas experiências positivas, quanto por nossas experiências traumáticas. Diante de situações de dor e sofrimento profundo é preciso criar estratégias de sobrevivência que foram adequadas àquela situação e isso é transmitido às futuras gerações por meio desses sistemas organizados que guardam a memória coletiva, ainda que ela não seja expressa verbalmente. Trata-se de um arquivo invisível e, muitas vezes, inconsciente. Há, portanto, um estado de ameaça permanente, luta e fuga, ainda que as gerações presentes não tenham experienciado situações similares. É possível identificar e transformar os registros herdados ou padrões que se repetem advindos dessa herança. Não temos como não absorver tais padrões, no entanto, temos a responsabilidade de transformá-los (PAIVA,2017, p.69). Como? Eis o nosso grande desafio! Acreditamos que o III Congresso Mundial de Transdisciplinaridade trouxe à tona, de forma veemente, muitas dores! Mas, na perspectiva transdisciplinar não podemos nos contentar em repetí-las, em nos defender, mas, com a lógica do terceiro incluído, nos abrir para que acontecimentos apropriadores, ou seja, inéditos, possam clarear nossas mentes, corpos e espíritos para, juntos, empreendermos uma das maiores aventuras – desafiadoras!!! E como!!! –, compreender o que essas dores podem nos revelar, não a partir de uma lógica linear, e, assim, sermos portadores da liberação para nossas linhagens e para as gerações que virão! Somente luzindo o líquido frescor por entre as chuvas e trovões do Amor amarão nossos futuros filhos, amarão nossas futuras filhas a correta medida desse calor. O trovão e o vento – Kaká Werá Referências bibliográficas BENNETT- GOLEMAN, Tara. Alquimia emocional: a mente pode curar o coração. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. Instituto Piaget: Lisboa, 1995. O que é epigenética. Center on the developing child. Harvard University. https://developingchild.harvard.edu/translation/o-que-e-epigenetica/ (acesso em 31|08|21) PAIVA, Glaucia. Olhe e veja além: a força da justa razão no pensamento sistêmico e nas constelações familiares. São Paulo: Editora Conexão Sistêmica, 2017. SHELDRAKE, Rupert. A ressonância mórfica e a presença do passado. Os hábitos da natureza. Imagem: "Abstração da Natureza" - Fotografia de Denise Lagrotta |
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