OBESIDADE INFANTIL

Na última década, o estudo COSI Portugal, desenvolvido pelo Departamento de Alimentação e Nutrição do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e integrado na Childhood Obesity Surveillance Initiative da Organização Mundial da Saúde-Europa (OMS), tem vindo a revelar uma tendência invertida nas prevalências de excesso de peso e obesidade infantil, verificando-se de 2008 para 2019 uma redução de 8,3% (37,9% para 29,6%) e 3,3% (15,3% para 12,0%) nas respetivas prevalências. No entanto, ainda uma em cada três crianças apresenta excesso de peso e 10,6% obesidade infantil.

Para saber se uma criança/adolescente é obesa é necessário avaliar o seu peso e a sua altura, para determinar o Índice de Massa Corporal (IMC). Com o IMC podemos verificar se existe um excesso de peso ou obesidade, mediante a utilização de tabelas apropriadas para a idade e sexo.

 

A obesidade é uma doença que pode comprometer a qualidade de vida em adulto. O maior tempo de exposição ao excesso de gordura poderá desencadear doenças crónicas mais cedo, reduzindo a expetativa de vida do indivíduo. A curto e a longo prazo, a obesidade infantil pode contribuir para múltiplos problemas de saúde, nomeadamente: obesidade mórbida, quando adultos; doenças respiratórias, como apneia do sono; doenças ortopédicas, como problemas de coluna ou joelhos e dores nas articulações; disfunções do fígado pela acumulação de gordura; colesterol alto; diabetes; hipertensão arterial; problemas psicossociais, entre outros.

  Sabe-se que a obesidade resulta da acumulação excessiva de gordura por sucessivos balanços energéticos positivos, ou seja, a quantidade de calorias ingeridas é superior à quantidade despendida. Para tal contribuem não apenas os fatores genéticos, metabólicos e comportamentais, mas também os fatores ambientais (sociais e culturais).

 

Alguns casos de crianças com excesso de peso começam ainda durante a sua gestação, devido ao tipo de alimentação seguido pela mãe e ao excesso de peso ganho por esta. A prematuridade pode funcionar também como um fator de risco, pois a recuperação do metabolismo do bebé prematuro é um pouco diferente, tendo mais riscos de desenvolver obesidade. Nos primeiros meses de vida, há outros fatores, nomeadamente não privilegiar o aleitamento materno contribui para o risco de obesidade infantil.

 

Existem alterações genéticas que criam a predisposição para o desenvolvimento de doenças como a obesidade, nomeadamente as relacionadas com o gene da leptina, que controla a produção da hormona encarregue de controlar o apetite.

 

Segundo a OMS, a obesidade infantil está diretamente ligada às mudanças comportamentais que privilegiam o sedentarismo e a alimentação inadequada.

 

A qualidade do sono pode ser um importante fator para a obesidade infantil. A redução crónica do sono desde a primeira infância até à idade escolar foi associada a uma maior acumulação de gordura na infância.

  Problemas de saúde mental, como depressão ou ansiedade, podem alterar o comportamento da criança, desenvolvendo compulsões alimentares e perdendo a vontade de praticar atividade física.

  As crianças com excesso de peso/obesidade deverão, em primeiro lugar, ser identificadas e avaliadas pelo(a) médico(a) de família. No entanto, se a obesidade persistir, deverão ser referenciadas a uma Consulta de Endocrinologia Pediátrica, onde são estabelecidos objetivos (alimentares, exercício físico) adequados a cada criança, podendo ter ainda o apoio de uma equipa multidisciplinar, com nutricionista e psicólogo.

  Torna-se crucial a adoção de medidas para prevenir o agravamento da prevalência da obesidade infantil em Portugal. Devem ser maximizadas as oportunidades para incorporar comportamentos saudáveis na rotina diária, tais como refeições saudáveis e a prática de atividade física.

 Algumas sugestões para as famílias com crianças para prevenir a obesidade infantil, passam por:

 

  • Elaborar uma lista de compras com o que necessita para as suas  refeições, dando prioridade a legumes e fruta, evitando adquirir produtos alimentares com alto teor de açúcar, sal e gordura;
  • Manter a mesma rotina alimentar que a criança está habituada em tempo escolar, contribuindo para um maior controlo do consumo alimentar ao longo do dia;
  • Fazer da fruta a sobremesa de excelência e incluí-la nos pequenos almoços e lanches, podendo experimentar adicionar hortelã, canela ou outras especiarias, e servindo de diferentes formas (espetadas, bolinhas, etc.);
  • Usar a sopa no início da refeição como uma forma fácil de aumentar o consumo de hortícolas por parte das crianças. A sopa para além de acrescentar valor nutricional à refeição, ainda regula o apetite;
  • Incentivar a criança ao consumo de água ao longo do dia e durante as refeições, e evitar as bebidas açucaradas;
  • Promover 1 a 2 momentos (30 a 60 minutos) de atividade física por dia. Dançar, jogos, tutoriais online com exercícios ajustados à idade, são bons exemplo;
  • Diminuir o tempo de ecrã;
  • Manter consistente a rotina do sono, de forma a dormirem o tempo suficiente;
  • Cuidar da saúde do seu filho(a). 

🌼 Elaborado por: Dra. Diva Oliveira

🌼 Design: Rute Santos

Largo Cel. Brito Gorjão, 2640 Mafra, Portugal
261 818 130

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