É um encontro connosco próprios.
Fátima Correia Campos (FCC)
Luís Portela (LP)
FCC:
Estamos aqui e já fomos sobrevoadas várias vezes por bandos de andorinhas. Olhe, cá vai um. É o tempo delas. Está a chegar a primavera.
LP:
Pois, é verdade.
FCC:
Estamos em cima da copa das árvores. A vegetação tem essa energia superior. Que pensamento positivo procura dentro de si?
LP:
O nosso maior mestre está dentro de nós próprios. A questão é descobri-lo. No nosso dia a dia, devemos guardar, para nós, dez minutos, ou quinze, para tentarmos ir ao encontro desse nosso eu maior, interior. É aquilo a que eu às vezes chamo a melhor versão de nós próprios, e ao fazermos esse percurso, ao fazermos esse caminho, as coisas vão acontecendo, com naturalidade, e isso é uma coisa que se aprende, mas difícil de ensinar.
FCC:
Como é que se aprende, então, se não se pode ensinar?
LP:
É um caminho que se faz. Há momentos da nossa vida, em que nós não estamos sintonizados com a vida, e o nosso aparelho, o nosso comando, é o pensamento. É uma questão de nos habituarmos a focar a nossa atenção, a focar o nosso pensamento.
FCC:
É um encontro connosco próprios.
LP:
É um encontro connosco próprios, é sentirmo-nos como uma pequena partícula de um todo universal, mas de que fazemos parte. Se quiser, em linguagem religiosa, é sentirmo-nos como uma partícula de Deus, é o encontro com o todo. São diversos os caminhos que confluem numa energia de características mais superiores, e, em último plano, no amor, no amor universal.
Transcrição adaptada de um excerto da entrevista do programa Primeira Pessoa (26 de abril de 2021).
Excerto compreendido entre os minutos 00:55 e 02:27.