Escavação revela o que os frequentadores do Coliseu comiam durante os espetáculos O Coliseu, o maior anfiteatro do Império Romano, era famoso por ser palco de lutas de gladiadores e outros espetáculos públicos que atraíam dezenas de milhares de espectadores. O público dessa antiga arena de gladiadores de Roma, ao que parece, saboreava alguns petiscos, como azeitonas, figos, uvas, cerejas, amoras, nozes e muito mais, enquanto assistiam aos espetáculos. Arqueólogos encontraram restos desses alimentos após examinarem as redes de esgoto do Coliseu. Ossos de ursos e de grandes felinos que provavelmente eram forçados a lutar entre si e com os gladiadores para entretenimento do público também foram descobertos durante escavações nesse sítio arqueológico. Além disso, moedas antigas também foram encontradas, incluindo 50 moedas de bronze que datam do final do período romano, por volta de 250-450 d.C — e uma moeda comemorativa de prata de cerca de 170-171 d.C., celebrando 10 anos do governo do imperador Marco Aurélio. Evidências como essas nos dão uma ideia das "experiências e dos hábitos de quem aqui vinha nos longos dias dedicados aos espetáculos", explica Alfonsina Russo, diretora do Parque Arqueológico do Coliseu. Para saber mais sobre o assunto, leia a matéria Escavação no Coliseu revela 'lanchinho' dos antigos romanos, de Mattea Bubalo. |
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A plebe no funeral do ditador Júlio César Giovanni Pando Bueno acaba de publicar um texto no blog História Antiga a partir de baixo, criado e mantido pelo grupo de pesquisa Subalternos e Populares na Antiguidade (GSPPA). A partir da análise de textos escritos por aristocratas da época, Bueno explica a participação da plebe no funeral de Caio Júlio César, o líder militar e ditador romano. No dia do velório, além de perseguir os assassinos de Júlio César, a plebe presente no Fórum tomou o corpo do defunto para cremá-lo por conta própria e ergueu um pequeno monumento improvisado destinado às oferendas concedidas ao morto. De início, Bueno problematiza o juízo negativo conferido pelos autores das fontes textuais, que descrevem a participação da plebe no funeral como uma resposta enfurecida motivada meramente por paixões acaloradas. Feito isso, busca compreender a lógica e as motivações por trás das ações dos subalternos nesse episódio. Para Bueno, o ocorrido sugere que a plebe se apropriava criativamente de elementos da ideologia hegemônica para reclamar aquilo que lhes interessava. Nas palavras do autor, “...ao conceder-lhe um altar no Fórum, a plebe protegia a memória do ditador contra sanções senatoriais, fazendo com que fosse publicamente lembrado como os demais membros de sua classe... Enfim, a plebe defendia seus próprios interesses ao defender César, amparada no senso de justiça ditado pela própria ideologia hegemônica”. Para saber mais sobre o assunto, leia o texto A plebe no funeral de César na íntegra. |
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GSPPA realiza última reunião deste ano Em 25 de novembro de 2022, aconteceu a nona e última reunião do grupo de estudos Subalternos e Populares (GSPPA). O texto discutido, Agência escrava e processos de escravização no mundo romano, séculos III a.C.-III d.C., trata-se de um projeto de pesquisa em andamento do Prof. Dr. Fábio Joly (UFOP). O projeto se insere nos estudos desenvolvidos no Laboratório de Estudos do Império Romano (LEIR-UFOP), no Grupos Subalternos e Práticas Populares na Antiguidade (GSPPA-USP) e visa colaborar com o projeto de pesquisas SLaVEgents – Enslaved persons in the making of societies and cultures in Western Eusaria and North Africa, 1000BCE-300CE., coordenado por Kostas Vlassopoulos na Universidade de Creta. O projeto de Joly questiona como a agência de pessoas escravizadas afetou o sistema escravista no Mediterrâneo antigo. Assim, o pesquisador busca romper com modelos interpretativos tradicionais da escravidão romana, fundamentados em uma visão segmentada da escravidão antiga e em uma subteorização das relações entre império e escravidão. Os objetivos de Joly consistem em construir um banco de dados com menções à escravidão nas fontes textuais antigas e a construção de uma macronarrativa que articula agências escravas locais em âmbito global em dois dos processos de integração do Mediterrâneo conceituados por Norberto Luiz Guarinello. As atividades do grupo de estudos deste ano estão encerradas e serão retomadas em 2023. As inscrições para participar no grupo de estudos ocorrerão no início do próximo ano. Para obter informações, entre em contato conosco pelo e-mail: subalternos@usp |
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Memória Coletiva Estatuária na República Romana Tardia Na quarta-feira, 14 de dezembro de 2022, às 13h (horário local), Luke Wilkinson (University of Manchester) realiza a palestra Statuary and Non-Elite Collective Memory in the Late Roman Republic. No mundo romano, estátuas ofereciam um meio de auto representação e constituíam uma espécie de meio de comunicação em massa. Nessa palestra, Wilkinson aborda o engajamento popular com estátuas na cidade de Roma durante a República Tardia e discute como esse engajamento revela a existência de uma memória coletiva da não elite. O evento será em Liverpool na Kate Marsh Room (8-14 Abercrombie Square, Room 117). Quem quiser participar virtualmente pode enviar um e-mail para Elizabeth Thomas (hsethom5@liverpool.ac.uk), Declan Doyle (hsddoyle@student.liverpool.ac.uk) ou para Giulia Tonon (g.tonon@liverpool.ac.uk) para receber o link do Zoom. Para mais informações, acesse este link. |
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Estudos Clássicos, Racismo e Segregação Na quarta-feira, 25 de janeiro de 2023, às 18:10 (horário local), acontece o evento Moses Hadas and Historical Black Colleges and Universities - Classics, Racism, Segregation. Em 1963, Moses Hadas (1900-1966), professor de grego na Universidade Columbia, ministrou por telefone uma série de palestras sobre as “Grandes Ideias da Antiguidade” para alunos de colégios e universidades negras históricas no Mississippi e na Louisiana. Os materiais pertencentes a essas palestras históricas serão apresentados por Rachel Hadas - poetisa, tradutora, educadora, ensaísta e a filha mais nova de Moses Hadas. A partir desse material, Roosevelt Montás e Dan-el Padilla Peralta também discutirão o contexto das palestras e as mudanças culturais que tiveram impacto na pedagogia e na tecnologia, na tradição dos estudos clássicos, bem como a questão da equidade na educação. Para mais informações, basta clicar neste link. |
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Religião e Poder no Cristianismo Primitivo (Paulus, 2020, 208 páginas), de Paulo Nogueira, é um estudo sobre a experiência religiosa, a identidade e a vida cotidiana dos primeiros cristãos. O autor trata de questões como as viagens à corte celestial, a glossolalia, os relatos de transfiguração como experiências constitutivas da espiritualidade desses primeiros cristãos que influenciaram suas relações com instituições e outras religiões, bem como entre eles mesmos. |
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Um escravo em Roma podia se casar? Os romanos eram machões? Como as mulheres romanas cultivavam a amizade? Essas e outras questões são os temas de Roma Antiga: Histórias que você sempre quis saber (Fonte Editorial, 2019, 142 páginas), de Pedro Paulo Funari e Filipe Silva. Os autores apresentam, de forma leve e agradável, uma série de histórias sobre o mundo romano, muitas delas sobre os subalternos, a gente comum. |
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Boletim Subalterno; terça-feira, 13 de dezembro de 2022; ano 1; nº 12; escrito por Giovan do Nascimento, Julio Cesar Magalhães de Oliveira e Marcio Monteneri. |
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