“Acabar com o tabaco, combater o cancro” adaptado de "Ending tobacco, beating cancer" do European Network for Smoking and Tobacco Prevention (ENSP) |
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Cancro em idade pediátrica A evidência científica sugere que a exposição ao tabaco durante a gravidez ou durante o período neonatal é um fator de risco para o desenvolvimento de cancro. Existe uma possível associação entre o tabagismo materno durante a gravidez e todos os tipos de cancro em idade pediátrica, nomeadamente neuroblastoma pediátrico, retinoblastoma, alguns tipos de cancro cerebral e do sistema nervoso em crianças. O tabagismo dos pais durante a gravidez está relacionado com um elevado risco de leucemia linfoblástica para a criança. |
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Cancro do colo do útero Mulheres fumadoras têm o dobro do risco de ter cancro do colo do útero, quando comparadas com mulheres não fumadoras. Constituintes do tabaco foram encontrados no muco vaginal das mulheres fumadoras e acredita-se que estas substâncias provoquem danos no DNA das células do colo do útero, contribuindo assim para o desenvolvimento do cancro do colo do útero. Fumar provoca também um enfraquecimento do sistema imunitário no combate às infeções por HPV (Vírus do Papiloma Humano que provoca cancro do colo do útero).Para além disso, um importante estudo provou que o tabagismo passivo também está associado a um aumento do risco do cancro do colo do útero. |
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Cancro do esófago O cancro do esófago divide-se em 2 tipos histológicos: carcinoma pavimentocelular e adenocarcinoma. O carcinoma pavimentocelular é o mais prevalente a nível mundial e a sua incidência é 7 vezes superior em fumadores, em comparação com não fumadores. Vários estudos demonstram que o tabagismo é um fator de risco importante para o desenvolvimento do cancro do esófago, especialmente carcinoma pavimentocelular. |
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Cancro do testículo O cancro do testículo está fortemente associado ao fumo do tabaco. Esta relação é consequência de um carcinogénico presente no fumo do tabaco: o arsénio. Para além disso, o tabagismo modifica as hormonas sexuais, o que poderá estar relacionado com o desenvolvimento/evolução do cancro testicular. |
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Cancro de pele Os raios UV da luz solar são os principais fatores de risco ambiental para o cancro cutâneo, mas outros carcinogénicos estão relacionados, como é o caso do fumo do tabaco. Um estudo importante revela que pessoas fumadoras, de ambos os sexos, têm risco aumentado de carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular, comparando com pessoas que nunca fumaram. |
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Cancro da bexiga A incidência do cancro da bexiga é maior na Europa e América do Norte. Vários estudos europeus e americanos concluíram que o fumo do tabaco é um importante fator de risco para o cancro da bexiga, já que aproximadamente metade dos utentes com cancro da bexiga eram fumadores ou ex-fumadores. Este aumento de risco está associado às substâncias tóxicas do tabaco que se acumulam na urina e estão em contacto com as paredes da bexiga. |
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Cancro do pâncreas O fumo do cigarro é um fator de risco para o cancro do pâncreas, contribuindo para o desenvolvimento de aproximadamente 20% dos casos de cancro do pâncreas. Um estudo importante veio demonstrar que os fumadores têm um risco 80% maior de desenvolver cancro de pâncreas comparando com as pessoas não fumadoras, e o risco aumenta com a duração e a intensidade do tabagismo. Para além disso, o tabagismo diminui a sobrevida dos utentes com cancro do pâncreas. O risco de cancro do pâncreas começa a diminuir assim que o indivíduo deixa de fumar. |
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Leucemia mieloide aguda Estudos científicos confirmam que o fumo do tabaco está associado ao aumento do risco de desenvolvimento de leucemia mieloide em adultos. O tabaco provoca um desequilíbrio no sistema hematopoiético, tal como alterações no ratio eritrócitos-leucócitos e na composição dos leucócitos maduros do sangue periférico. |
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Cancro do pulmão O cancro de pulmão é a principal causa de morte por cancro em todo o mundo. O tabagismo é a principal causa de cancro de pulmão, representando 55% das mortes por cancro de pulmão em mulheres e mais de 70% das mortes por cancro de pulmão em homens. Estudos recentes revelaram que fumar é um fator de risco semelhante para cancro do pulmão nas mulheres comparativamente aos homens. Contudo, estes dados podem subestimar os verdadeiros riscos de cancro de pulmão nas mulheres, uma vez que a epidemia de tabagismo ainda não atingiu o seu máximo nas mulheres. A evidência sugere que após 10 anos de cessação tabágica, há uma redução do risco de cancro do pulmão de 40-90%. A diminuição do risco está relacionada com a carga tabágica, com o tempo que decorreu desde a cessação e com idade do indivíduo quando deixou de fumar. |
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Cancro da cabeça e pescoço Os cancros da cabeça e do pescoço estão entre os cancros mais comuns em todo o mundo e incluem os cancros da cavidade oral, faringe e laringe. Na monografia da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro (IARC), a associação entre a incidência e a mortalidade de cancro da cabeça e do pescoço e o tabagismo está bem estabelecida. Estudos anteriores sugeriram que o fumo do charuto e do cachimbo podem conter doses equivalentes ou, em alguns casos, superiores de alguns cancerígenos (benzeno e pireno), em comparação com o fumo do cigarro, sustentando a relação entre o charuto e o cachimbo e o risco de ter o cancro da cabeça e do pescoço. Um estudo mais recente, cujo objetivo foi avaliar a associação entre os cigarros e o cancro de cabeça e pescoço, delineou os potencias risco associados ao uso de cigarros e o seu papel no cancro da cabeça e do pescoço. |
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Cancro de mama Em 2009, um grupo de peritos canadianos que estuda tabagismo e risco de cancro de mama, concluiu que fumar está associado a cancro de mama e que existe uma relação de causalidade consistente entre a exposição ao fumo passivo e o cancro de mama na pré-menopausa. A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro (IARC), avaliou inúmeros estudos e concluiu que existe evidência de propriedades cancerígenas do fumo do tabaco relativamente ao cancro de mama. O estudo European Prospective Investigation on Cancer and Nutrition, destacou um maior risco de cancro de mama para ex-fumadores e fumadores atuais ou expostos ao fumo passivo. Outros fatores de risco identificados são: a idade de início, a duração, a carga tabágica e os anos de cessação tabágica. |
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Elaborado pela equipa da Consulta de Cessação Tabágica de Mafra com a colaboração da Dra Luísa Rodrigues |
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