Praia: picadas de animais marinhos... O que fazer? |
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O verão aproxima-se e com ele as idas à praia para aproveitar a excelente zona costeira de que dispomos. Nos fundos arenosos ou rochosos das praias podem existir peixes ou outros animais marinhos venenosos, como os ouriços-do-mar, medusas e o peixe-aranha. Os peixe-aranha e ouriços, como se escondem na areia, a poucos centímetros de profundidade, passam despercebidos na água e muitas pessoas acabam por pisá-los de forma acidental. A ferida provocada pelas espinhas venenosas das suas barbatanas, produzem dor tipo queimadura e inchaço. As medusas (pequenas alforrecas com longos filamentos) provocam lesões na pele quando entramos em contacto com os seus tentáculos ou filamentos. Produzem dor muito intensa (tipo ardor) e uma lesão avermelhada na pele, em forma de chicotada, com bolhas que podem deixar uma cicatriz. |
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Comece por se tranquilizar e pedir ajuda. A maioria das pessoas picadas por peixe-aranha ou outros animais marinhos não precisam de ir ao médico para tratar o problema. |
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PICADAS POR PEIXES VENENOSOS (por exemplo:Peixe aranha) |
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Inicialmente apenas se sente uma pequena picada, como se pisássemos uma concha partida ou uma pedra mais afiada. Em 2 a 3 minutos começa a doer, cada vez mais, até se tornar difícil de suportar. O local da picada pode ficar inchado e vermelho. Apesar de algumas pessoas recorrerem a analgésicos em spray, como o cloreto de etilo, muitas vezes fornecido pelos nadadores-salvadores, a sua utilização está contraindicada. Ao início acalma a dor por vasoconstrição, mas não impede que o veneno do peixe-aranha continue a circular na corrente sanguínea. Assim que o efeito do medicamento passar, a dor e o mal-estar voltarão, pelo que é imprescindível iniciar o tratamento com calor. Há ainda também quem acredite que urinar em cima da picada é benéfico, mas tal facto não passa de um mito. - A primeira coisa que deve fazer é sair da água.
- Lave a zona da picada com água abundante com o objetivo de eliminar o maior número possível de espinhas.
- Introduza a zona afetada em água o mais quente possível, sem se queimar, durante uns 30 minutos. O calor destrói as toxinas do veneno.
- Para eliminar o resto dos picos, utilize uma pinça ou luvas protetoras. Se notar que os picos não saem com facilidade, é melhor não continuar a tentar tirá-los, pois poderá introduzi-los mais na pele e facilitar a infeção.
- Mantenha o membro elevado e em repouso.
- Pode tomar um analgésico tipo paracetamol (500-1000 mg cada 6-8 horas), se precisar.
- Desinfete diariamente a zona com uma solução antisséptica.
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- A extração dos espinhos do ouriço-do-mar deve fazer-se com cuidado, rapidez e de forma imediata, já que esta é a forma mais simples. Se o fizer mais tarde, primeiro amoleça a zona com água tépida e salgada, pois os espinhos são frágeis e partem-se com facilidade. Retire o espinho com pinça e assegure-se de que sai inteiro. Não deve mexer nem apertar a zona da pele onde está cravado.
- Depois, lave a zona com vinagre.
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- Saia da água rapidamente. Não esfregue a zona afetada, nem com areia nem com a toalha.
- Retire com cuidado os tentáculos que ainda permaneçam pegados à pele. Utilize uma pinça ou luvas protetoras.
- Depois lave a zona com água salgada abundante. Não utilize nunca água doce ou água fria porque facilita a descarga do veneno dos tentáculos.
- Aplique frio sobre a zona afetada durante uns 15 minutos.
- Depois aplique compressas embebidas em vinagre, bicarbonato ou amoníaco durante vários minutos.
- Pode tomar um analgésico, se precisar. Realize tratamentos diários da lesão.
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Quando consultar o seu médico de família ou recorrer à urgência hospitalar? |
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- Se o estado geral piorar progressivamente com início de complicações respiratórias, manchas vermelhas na pele, náuseas, tonturas, desmaio, vómitos, convulsões ou alterações cardíacas.
- Se não conseguir extrair os espinhos ou espinhas com facilidade.
- Se aumentar a dor ou o inchaço. Se houver pus na zona da lesão ou surgir febre.
Pode evitar algumas destas situações utilizando calçado adequado (sapatos próprios para andar na água, com solas de plástico) à venda em superfícies comerciais ou lojas de desporto. |
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Elaborado por: Dra. Diana Ameixa Palma (Interna de MGF) Design: Rute Santos |
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