Keep on – dicas audiovisuais #36 |
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NOVO EPISÓDIO DO PODCAST NO AR |
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Trucagem é toda manipulação na produção de um filme que acaba mostrando na tela alguma coisa que não existiu na realidade. No cinema, a noção de trucagem perdeu as conotações pejorativas que têm ligadas ao imperativo moral de não enganar e nem mentir para o espectador, dado que além de sua capacidade analógica e realista, o cinema também tem um poder de invenção de fabricação de mundos. O "trucar" pode ser realizado de muitas maneiras, desde a maquiagem de um elemento profílmico (o dublê que realiza uma cena perigosa em lugar do ator), a utilização de dispositivos de filmagem especiais, até o retoques mais meticulosos da imagem e do som. Os procedimentos técnicos nesse sentido estão em constante aperfeiçoamento. Na filmagem, as trucagens clássicas do cenário (máscara/contramáscara, efeito Schufftan, matte, transparência etc.) tornaram-se bem sofisticadas desde a utilização da computação gráfica para regulá-las. A invenção mais radical, entretanto, é a das técnicas infográficas de retoque ponto por ponto (rotoscopia), que com o surgimento das câmeras digitais permitiram modificar à vontade qualquer zona de um fotograma. Essas trucagens elaboradas, que exigem um material complexo, são às vezes denominadas efeitos especiais. A principal questão estética e psicológica colocada pela trucagem é a sua maior ou menos credibilidade. Inerente à evolução técnica e correlata ao saber do espectador, toda imagem tem uma chance razoável de ser um truque. |
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Dirigido por François Truffaut, A Noite Americana (1973) é um filme dentro de um filme. O diretor Ferrand, interpretado pelo próprio Truffaut, conduz o elenco e a equipe técnica para a produção de um filme chamado "Je Vous Présente". Com inúmeras metalinguagens, vemos soluções improvisadas de filmagem serem elaboradas a tempo de concluir o projeto, como nesta cena aqui, disponível para você assistir no nosso Twitter @sallvafilmes, em que a trucagem é exercida para emular uma composição de planos numa janela. |
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Dirigido por Esmir Filho, Os Famosos e Os Duendes da Morte (2010), narra a história de um adolescente que vive com sua mãe em uma pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul. Dividindo seu tempo entre ir ao colégio, ouvir música e navegar na Internet, o filme é uma jornada introspectiva e poética na mente desse jovem. As trucagens no longa são mais sutis, como nesta cena aqui, quando o protagonista está num gira-gira e a câmera gira em sentido oposto trazendo à cena maior sensação de movimento do que o real. |
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Escrito, dirigido e produzido por Georges Méliès, Viagem à Lua (1902) mistura cenários reais, pintados e objetos construídos no estúdio do próprio diretor para narrar a história do professor Barbenfouillis, que propõe uma viagem à Lua com outros cinco astrônomos. Uma das trucagens mais marcantes do longa é a chegada deles à Lua, quando o satélite é personificado em formato de um rosto. Veja a cena aqui. |
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Blow Out: Um Tiro na Noite (1981), escrito e dirigido por Brian De Palma, é centrado em Jack Terry (John Travola), um sonoplasta envolvido em um filme de baixo orçamento sobre assassinatos em uma universidade. A exemplo de Uma Noite Americana, o longa de De Palma assume seu caráter metalinguístico como na sequência inicial, em que a trucagem sonora é abordada entre diretor e sonoplasta na ilha de edição. Assista à cena aqui. |
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