Qual o impacto da depressão na população e no mundo?
A depressão e a ansiedade, estão a aumentar em todo o mundo, 1 em cada 10 pessoas, em todo o mundo, é afetada por uma ou ambas dessas condições. Em Portugal a prevalência anual de depressão e perturbação de ansiedade é mais de o dobro do que Espanha. Uma melhor compreensão do que é a depressão e como pode ser prevenida e tratada, ajudará a reduzir o estigma associado à doença e levar a que mais pessoas procurem ajuda.
Que sintomas estão normalmente associados?
Na depressão, os sintomas tendem a persistir durante um certo tempo (pelo menos duas semanas seguidas, durante a maior parte dos dias e do dia) e podem agrupar-se de forma variável em cada pessoa, sendo os mais frequentes os seguintes: tristeza, ansiedade, perda de interesse ou prazer, sentimentos de culpa ou de autoestima baixa, insónia ou perda de apetite, perda de energia / cansaço e baixo nível de concentração e inquietação / irritabilidade. Nos casos mais graves pode haver comportamentos auto-lesivos e até mesmo suicídio.
É importante frisar que nem sempre a depressão se revela como uma tristeza. Por vezes, a depressão pode manifestar-se sob a forma de irritabilidade, fadiga, dores múltiplas, peso no peito, insónia, perturbações gastrointestinais (náuseas, vómitos, diarreia, etc.), o que pode levar a um atraso no diagnóstico.
O que provoca a depressão?
Ainda não se sabe na totalidade quais os fatores implicados na génese dos estados depressivos. Os dados atuais apontam para uma combinação de fatores genéticos, biológicos, contextuais e psicológicos.
Sabe-se que certos períodos da vida, como a infância, a adolescência e o envelhecimento, podem facilitar o desencadeamento de crises depressivas. Na mulher o período pós-parto e a menopausa predispõem à depressão. Há também casos em que a depressão está associada às estações do ano.
O tipo de personalidade do indivíduo e a sua forma de lidar com a vida é também um fator que determina uma maior ou menor predisposição para surgimento de crises depressivas.
Os acontecimentos traumáticos, adversos, da vida são também um fator para o surgimento da depressão.
Os conhecimentos atuais, permitem evidenciar uma ligação entre determinadas alterações em algumas substâncias cerebrais (como os neurotransmissores) e a depressão.
Que atitude tomar? O que fazer?
Procurar o seu médico de família deve ser o primeiro passo a ser dado. Atualmente existem muitas estratégias para tratar as depressões, sendo a combinação do tratamento farmacológico com a psicoterapia o método que assegura uma recuperação mais eficaz a longo prazo. A melhoria dos sintomas demora algum tempo, pelo que é importante não desistir.