A outra Pompeia: vidas comuns à sombra do Vesúvio Na sexta-feira, 15 de novembro, será inaugurada a exposição A outra Pompeia: vidas comuns às sombras do Vesúvio. No sítio arqueológico de Pompeia, onde a exposição será realizada, já se pode ter uma ideia dos artefatos que serão exibidos, como a reconstrução de um leito encontrado na villa suburbana de Civita Giuliana, no quarto dos escravos. A cama, composta por tábuas de madeira e uma rede de cordas removível, foi reconstruída a partir de uma técnica de fundição em que os vazios deixados nas cinzas pela madeira e pelo tecido são preenchidos com gesso. "O que vemos reflete as condições de vida de 80% das pessoas que viviam em Pompeia", explica o diretor do Parque e curador da exposição, Gabriel Zuchtriegel. De acordo com Zuchtriegel "as casas com átrio que estamos acostumados a considerar características da arquitetura doméstica romana, na realidade, representam uma pequena minoria. A exposição tem como objetivo apresentar uma 'outra' Pompeia: a cidade das classes média e baixa, dos artesãos, dos lojistas, das prostitutas, dos libertos e dos escravos. As pessoas comuns que permaneceram à sombra dos grandes acontecimentos da história, mas cuja vida em Pompeia pode ser reconstruída de forma única". Para mais informações, clique aqui. |
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Representação em livros didáticos de latim Em um fio publicado no Twitter, Carla Hurt fala sobre o quão importante é atualizar e revisar antigos livros didáticos de latim. O Oxford Latin Course, por exemplo, reúne apenas exemplos e mais exemplos de atividades masculinas. Em uma das tarefas, o livro mostra uma foto de um banho público repleto de homens nus, todos exatamente do mesmo tom de pele. A única menção às mulheres é feita para dizer que as termas públicas tinham instalações ou horários de banho separados para elas. Em seguida, a atividade pede aos alunos que se imaginem em um dia normal em Roma e escrevam o que estariam fazendo, com base nas informações que receberam. A atividade em questão, além de corroborar com a ideia de que os não-brancos sempre foram escravos ao longo da história, permite que os alunos se coloquem apenas no lugar de um homem branco de classe média em Roma. Os autores e editores aparentemente nunca imaginaram alunas lendo essa atividade. O exemplo mencionado por Carla Hurt indica o quanto é necessário mostrar uma Antiguidade mais plural, como as próprias atividades do grupo de pesquisa Subalternos e Populares na Antiguidade (GSPPA) têm mostrado. |
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Raça e negritude na Antiguidade Neste mês da consciência negra, o grupo de pesquisa Subalternos e Populares na Antiguidade preparou um apanhado de dicas sobre o estudo da negritude na Antiguidade. Para começar, como antiquistas e medievalistas podem se opor ao uso da história medieval pelos supremacistas brancos? No blog History From Below, criado e editado por Sarah E. Bond encontra-se a postagem Hold My Mead: A Bibliography For Historians Hitting Back At White Supremacy, que apresenta uma lista de artigos que explicam o estado do problema e fornecem alguns passos para combater este abuso do registo histórico. O livro Untangling Blackness in Greek Antiquity, de Sarah F Derbew, aborda as formas complexas e variadas pelas quais a negritude foi co produzida por autores e artistas antigos; seus leitores, públicos e espectadores; e estudiosos contemporâneos. Veja também o seminário online Blackness in Greek Antiquity, publicado no canal do YouTube da Cambridge University Press. Na matéria What was ‘race’ in ancient Rome?, Kathryn Wilson explora o conceito de raça em relação à Antiguidade greco-romana e discute como os historiadores impuseram os seus preconceitos raciais a estas civilizações antigas. No vídeo Colonizing the Past at Kemper Art Museum, Wilson fala sobre sua experiência como curadora da exposição Colonizing the Past: Constructing Race in Ancient Greece and Rome, no Mildred Lane Kemper Art Museum. No texto Where was race in the ancient world?, John Bracey, professor de latim em Massachusetts, discute algumas precauções a serem tomadas ao discutir a questão racial com os alunos. Por fim, o artigo Racing The Classics: Ethos and Praxis, de Sasha-Mae Eccleston e Dan-El Padilla Peralta, apresenta as principais ideias discutidas no evento Racing the Classics, além de desafiar pressupostos fundamentais sobre o conceito de “raça” e a respeito da produção de conhecimento dentro da disciplina. |
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As diferentes formas de trabalho Na sexta-feira, 24 de novembro, das 9h30 às 16h (horário local), a Universidade de Nantes sediará o seminário do Les différentes formes du travail, de l'Antiquité à nos jours. Nesse evento, organizado por Virginie Chaillou-Atrous, chefe de desenvolvimento educacional, pesquisa e ensino e membro do Centre de Recherches en Histoire Internationale et Atlantique (CRHIA), estarão reunidos diversos pesquisadores para discutir as diferentes formas de trabalho, desde a Antiguidade até aos dias de hoje. Mais informações neste link. |
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Escravidão, Agência e Subalternidade na Roma Antiga e na América Moderna Na terça feira, 28 de novembro, ocorrerá a mesa-redonda Escravidão, Agência e Subalternidade na Roma Antiga e na América Moderna. O evento (presencial) será realizado no Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina (CFH/UFSC) e contará com a presença do palestrante Fábio Duarte Joly (UFOP) e dos comentadores Beatriz Mamigonian (UFSC), Henrique Espada Lima (UFSC) e Waldomiro Lourenço da Silva Junior (UFSC). A discussão será a partir de um texto de Fábio Duarte Joly. Para acessar o texto e realizar a inscrição, basta clicar neste link. |
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Missing mothers: maternal absence in antiquity (Peeters, 2021), organizado por Sabine R. Huebner e David M. Ratzan. A partir da análise de diferentes fontes - literárias, epigráficas e bioarqueológicas - os autores exploram como a morte da mãe durante o parto impactava a vida familiar, sobretudo das crianças. O livro também aborda como a ausência da maternidade é representada na iconografia e nas fontes literárias, destacando os diferentes valores atribuídos a ela nas sociedades grega e romana. |
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Colonization and Subalternity in Classical Greece: Experience of the Nonelite Population (Cambridge University Press, 2017), de Gabriel Zuchtriegel. Nessa obra, Zuchtriegel reconstrói as experiências das populações subalternas nas colônias gregas do período clássico (séculos V e IV a.C.). Dados arqueológicos, documentos literários e fontes epigráficas são analisados em conjunto e iluminados por uma teoria pós-colonial que inclui nos processos de subalternização razões socioeconômicas, mas, também, étnicas e de gênero. |
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Para mais dicas de leitura, acesse nosso blog neste link. |
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Boletim Subalterno; quinta-feira, 23 de novembro de 2023; ano 2; nº 35; escrito por Isabella Pondian Casteleti e Marcio Monteneri. |
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