"a verdadeira re-flexão envolve sempre mais de dois." |
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"Uma análise é um percurso de re-flexão: um analista reflete o que lhe é transmitido para, junto com o paciente, construir caminhos e saídas possíveis. O inconsciente é aquilo que enlaça, que revela e refaz vinculos se e quando, no percurso de uma análise, nos colocamos próximos, como nos lembra Freud, do "coração do ser". No coração do ser residem tanto o representado, já inscrito na memória (ainda que "esquecido") quanto o que está registrado na memória sensitiva, corporal à espera de se tornar história. Uma verdadeira re-flexão envolve sempre mais de dois." (Evelin Pestana, www.casaaberta.art.br) Ilustração: Agnieszka Nowacka |
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(para adicionar legenda em português, clique no botão "legendas", no rodapé do vídeo, no lado direito) Por que, quando jovens, acreditamos que a felicidade virá com fama, fortuna, e grandes conquistas? Por que só entendemos o valor dos relacionamentos com a sabedoria na velhice? Será que precisamos ter uma vida inteira de lutas, conquistas, fracassos, e decepções para entendermos que dessa vida nada se leva, e que o que realmente vale são as pessoas que temos conosco? TED Talk: A Boa Vida (The Good Life) Um dos estudos mais longos já realizado acompanhou a vida de homens desde sua adolescência, em 1938, até os dias de hoje, perguntando-lhes periodicamente sobre suas vidas, suas expectativas e sonhos, seus relacionamentos, suas conquistas, avaliando sua saúde física e mental, e estudando o que os faz feliz. 75 anos depois, o estudo ainda continua. Qual é a grande lição aprendida após a análise de todos esses dados? A de que bons relacionamentos nos mantém mais felizes e mais saudáveis. O estudo reforça que a solidão tem um efeito tóxico, e que pessoas que conectadas às suas famílias e comunidades vivem mais felizes, e por mais tempo. Que não é uma questão de quantidade de relacionamentos, e sim de qualidade. E que bons relacionamentos protegem não só a saúde física, mas também a saúde mental, possibilitando que se tenha uma mente lúcida e uma memória viva na velhice por muito mais tempo. (...) Robert coloca que nossa dificuldade de seguirmos esse ensinamento sobre o valor dos relacionamentos está no fato de que relacionamentos de verdade são complicados e desajeitados. E concordo, mas acho que é mais que isso. Acho que nossa dificuldade reside no fato que que para criarmos relacionamentos de verdade, é importante termos coragem para nos expor, paciência com o tempo e as necessidades do outro, e tolerância para tudo aquilo que não faz sentido para nós. Relacionamentos nos demandam "baixar a guarda", nos tornam vulneráveis a decepções e corações partidos. Nos requer que pratiquemos o velho exercício de balancear nossa vez com a vez do outro. Amar nos colocar em inúmeros riscos, diante de todos os tipos de dor e de sofrimento. No entanto, como o próprio estudo comprova, não há maior perigo para nossa felicidade e saúde, do que uma vida sem amor. Indicação de Carla Lemgruber |
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"O grande valor de saber escutar está, principalmente, no fato de que aquele que escuta se dispõe a não repetir o que, na origem, já foi traumático para a pessoa: o fato de não ter sido escutado, visto, sentido; o fato de ter sido invadido pelo outro e suas "certezas", pelo ambiente. Poder escutar é dar lugar a um novo começo." (Evelin Pestana, www.casaaberta.art.br) Veja mais posts como esse aqui: http://www.casaaberta.art.br/blog-oculto/category/amadure-ser |
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(...) "A raiva automaticamente nos desperta do campo das ilusões. É quase como um alarme que nos acorda de manhã; tentamos nos manter no sonho com todas as forças, mas no final, o despertador sempre vence. Ela cria rachaduras e janelas no mundo dos sonhos, fazendo-nos ver os pedaços feios da realidade que não queremos ver, sobre nós, sobre o outro, sobre a vida ou o mundo. É mais fácil viver na ilusão, no sonho, fingindo que a realidade corresponde aos nossos desejos e expectativas. Enquanto nos constituímos como seres humanos, criamos essas ilusões que de alguma forma nos estruturam e constroem a visão que temos das pessoas, da vida e de nós. Faz parte do processo de criar nosso sentido de existência. Criamos “hipóteses” de porque a vida ou as pessoas são como são de acordo com o mundo que sonhamos e queremos. Porém, em um bom estudo científico, a hipótese é apenas o início da busca pelo verdadeiro saber. A hipótese é criada justamente para que depois se faça o exercício de prová-la verdadeira ou não. O problema é que na vida real, testar as hipóteses que construímos sobre nós e sobre os outros é algo que não pode ser feito sem dor e sem mudança, e assim, as tomamos como verdades ultimas. Por isso evitamos tanto esse teste, passando grande parte do tempo criando justificativas e explicações para comportamentos (nossos e dos outros), fazendo a manutenção dessas ilusões. Criamos um ideal de pai ou mãe, amigo ou parceiro, e de alguma forma insistimos em encaixar as pessoas nesses ideais (nas nossas “hipóteses”), dando medalhas para os valores que achamos que eles tem ou correspondem ao nosso quadro de méritos, muitas vezes ignorando outras reais e não tão agradáveis características. Aumentamos dali, diminuímos daqui, colorimos e justificamos tudo aquilo que não encaixa no “ideal de pessoa” com alguma desculpa que é geralmente quase um elogio. Achamos razões “nobres” para suas imperfeições, e assim vamos levando as relações em frente, amando essa composição por nós criada. É como se nossa concepção de realidade fosse sempre uma mistura daquilo que vemos com aquilo que queremos ver. Nossas expectativas e desejos facilmente se confundem com os fatos, e quando nos damos conta de que alguma concepção sobre nós ou o outro na verdade são construções nossas nessa tentativa de viver na realidade fantasiada, a raiva vem à tona, às vezes de forma brutal; como uma criança que sente tudo com enorme intensidade, incapaz de se conformar, cega pela própria dor." (...) |
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"O desejo inconsciente é imperioso, não respeita o tempo, não registra o "não", desconsidera as impossibilidades. Manifestando-se através de sintomas diversos, o inconsciente sempre encontra uma forma de se fazer representar. É através do sintoma que o inconsciente se faz reconhecer. Existem, entretanto, sintomas com os quais convivemos há tanto tempo, e dos quais aprendemos a retirar tantos "ganhos", que eles já nos passam "imperceptíveis". Qualquer que seja o caminho trilhado pelo desejo imperioso, o que o inconsciente nos mostra é que o Eu carece de si, padece de si, mas, pode, também, encontrar no sofrimento sua mais valiosa razão de "ser"." (Evelin Pestana, www.casaaberta.art.br). Ilustração: Autor Desconhecido |
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"Quando há saúde emocional contamos com referências, modelos que não estão isentos de entrar em crise. Quando há saúde emocional, vamos sendo capazes de conhecer o novo, acumular novas experiências. Saúde não é ausência de conflito. O verdadeiro sentido do viver está no poder amadure-ser." (Evelin Pestana, Psicanalista, Casa Aberta) |
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