Ola! Hoje venho compartilhar com vocês um pouco sobre:
. O que é SLOW ART? Porque seria algo para mim?
. Idéias para os Dias das Mães!
. Datas confirmadas: Presença na Virada Zen em SP e Retiro Artístico "Anjos e Demônios" em Maio.
. Como GANHAR for FREE um curso de Thangka Online.
. Baixe de novo o desenho da Stupa de Kathmandu para colorir.
SLOW ART - aqui agora.
Vivemos em um mundo onde saber fazer, saber falar, saber ganhar, poder gastar, ser melhor, viajar, experimentar, transar, aprender… quanto mais melhor! É tanta coisa… que há muita pressa, caso contrario - não da tempo! Mas será que já paramos para nos perguntar sobre a qualidade do que buscamos? Será que assim como um pão tem seu tempo de assar, será que as experiências também não tem? O tempo é um fator subestimado e pensamos que apenas pelo fato de ingerir, assistir, fazer qualquer coisa concretamente, ela já esta pronta e sedimentada em nosso ser, pronta para partir para a outra experiência. Quando caímos doentes, não sabemos porque… “foi tanta coisa ao mesmo tempo”, alguns exclamam. Não paramos para escutar o corpo, o coração… pois não temos essa intimidade com o silêncio e caminhamos demasiadamente em descompasso entre o corpo e o coração. Por isso nossa mente fica estressada, ansiosa e sempre com a sensação que vai perder a corrida, a oportunidade, o cardápio, o proximo parágrafo… o corpo tenta consumir o que pode no tempo que dá e parte para outra em um impulso de insatisfação inexplicável. Esse é mais ou menos a sociedade atual no mundo todo, os que vivem fora disso, tiveram que optar, procurar e se esforçar de viver algo que ela não oferece: o tempo.
Antigamente os artistas do Tibete, não apenas eram sábios no seu desenho, mas eles eram domadores de espirito locais, que guardavam os pigmentos na terra… faziam preces e rituais para misturar os pigmentos. Cada mineral tinha um temperamento e se misturava com diferentes químicas. Os pincéis que eles usavam, eram feitos com o pelo da cabra que vive em seu quintal ou do lobo que deixou tufos de sua pele em um galho àspero. O artista tinha que saber esperar os ciclos, saber escutar os bichos, os minerais… e finalmente quando ele ia pintar seu thangka, seu ritmo interno já estava em sintonia com a atividade sagrada dos ícones.
Antigamente quando se cozinhava, se plantava as próprias ervas, se regava, observava seu crescimento e o que ela precisava para ter suas raízes fundas e seu aroma intenso. Se plantava e comia só os alimentos da estação e era o que o corpo queria. Quando se comia na mesa, a pessoa já se sentia no ritmo natural e plantar, cozinhar, comer e digerir era uma atividade inseparável uma da outra.
Ganhamos mais tempo quando alguém cozinha para nós? Quando comemos um hambúrguer rapidamente? Quando compramos todos os materiais de arte e corridos produzimos como maquinas criativas? O que esta acontecendo internamente com a procura obsessiva pelo melhor e pelo mais?
Slow down! A pergunta hoje é: como desacelerar? Não só o corpo jogado na cama, mas juntamente o coração e a mente.
Por isso se iniciou um movimento não apenas chamado de Slow Food, mas de Slow Art. Slow art vem nos questionar nossa motivação nessa existência e a qualidade das experiências, nos dando o tempo de direcionar o que realmente queremos, e não o que a sociedade impõe; nos da tempo de rever nossos valores, olhar nos olhos o nosso próprio ser, sem maquiagens. É a volta ao natural, aos ciclos, aos sentidos aguçados, à sabedoria intuitiva, ao intelecto instintivo. Nos faz sentir parte do processo de uma obra despreocupada com o resultado e inteiramente mergulhada de corpo e alma na experiência que ela nos provem, gerando a qualidade de dezenas de visitas corridas e cansativas por museus.
O Método Abramovic, por exemplo, é uma tentativa também de nos parar. Saiba mais sobre o método aqui. São performances que o público faz parte, mas ele faz um pacto com a ‘obra’: a arte traz a experiência, mas a pessoa traz seu tempo. São ’atividades’ como pousar os olhos por longos minutos sobre os olhos de um desconhecido, beber um único copo de agua em 30 minutos, contar centenas de grãos de arroz. A técnica de thangka, a arte da iconografia budista, cheia de regras e detalhes, foi especificamente feita para nos manter nesse ritmo, dentro de uma estrutura impossível de descompassar. Os japoneses também foram sabeis no slow art… através das longas cerimonias do chá, do cultivo de jardins e bonsais, na lenta caminhada zen, na caligrafia.
Tive um professor chinês, que você pode assistir no video acima, em que antes de pintarmos, gritávamos e pulávamos para tirar as tensões, depois sentávamos horas tomando o chá e cheirando seu aroma verde, as vezes trocando falas, as vezes em um morno silêncio que acomodava a chuva fina do lado de fora. Quando ele pintava com seu lindo pincel de cabo de antílope, ele movia em um gesto ágil, o poder de uma rocha tempestuosa. Ele sabia fazer isso, pois ele não havia desperdiçado um momento sequer, uma onda de energia em nenhum pensamento ou atividade inútil. E quando ele foi fazer seu ato preciso, ele moveu o céu e a terra - porque ele era, por inteiro, parte dela e como ela, ele se movia.
Slow Art vem em um momento de cura, de ritmo, de ciclo, de intuição e de tempo.
Convido você para essa experiência, sem grandes resultados externos e com profundos processos, dia 28/4 com uma palestra as 11:00 e vivência as 15:00 na Galeria do Rock, SP - parte da Virada Zen. Material: corpo e alma.
Com carinho e gratidão!
Tiffani Gyatso