Falar de consciência é falar de um problema mente-corpo. Mas nesta relação existe um mistério, aquilo que jamais poderá ser desvelado e um enigma, um desconhecimento, aquilo que podemos acessar pelo interesse contínuo de desvendá-lo. Na abordagem deste tema, o que se coloca é como relacionar o que é da dimensão dos sentimentos, dos pensamentos, de intuições de diferentes níveis de abstração com o que é do âmbito dos avanços da ciência da natureza, seja da mecânica das células nervosas e das moléculas que constituem nosso cérebro, seja das influências dos campos eletromagnéticos a que estamos submetidos. Precisamos de nosso corpo para nos engajarmos em alguma forma de atividade no mundo, daí uma das necessidades de não o relegarmos ao esquecimento ou a uma atenção meramente superficial. O que está armazenado em nosso corpo e no nosso mundo imaginário possibilita explosões combinatórias que está na linguagem computacional, mas que se encontrava nos escritos milenares do I CHING quando já se sabia e registrava que o UM gera o DOIS que gera as 10.000 coisas... |
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A ramificação entre n trajetórias no mundo computacional é imensa; por outro lado, as ramificações do imaginário são imensuráveis... Será que o que é possível para a tecnologia em si, ainda que ela seja criada pelo humano, é impossível para a tecnologia do corpo humano? Será que as impossibilidades em fato são mais interessantes do que possibilidades em princípio? No corpo e na consciência existe um limitado e um ilimitado eminentes. |
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Como afirma o neurocientista Daniel C. Dennett, no seu livro Consciousness Explained, onde apresenta um novo modelo de consciência baseado na riqueza da informação vinda dos campos da neurociência, psicologia e inteligência artificial, nós não somos cérebros em retortas. Então, o que constitui o a mais fora da retorta? Este é um campo fértil para estudos e pesquisas TD. |
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Congresso: o III International Meeting on Mindfulness realizado de 08 a 11 de junho p.p., e organizado pela Universidade de Zaragoza, Espanha, reuniu 550 participantes em torno da prática, da investigação e das novas evidências científicas aportadas na aplicação desta técnica de meditação. O comité organizador foi liderado pelo Psiquiatra Prof. Dr. Javier García-Campayo, presidente da Sociedade Espanhola de Medicina Psicossomática e diretor do grupo de cientistas que pesquisam a implantação terapêutica de Mindfulness na Espanha. |
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Mindfulness na Espanha. Entre os palestrantes, apresentaram-se o Dr. Jon Kabat-Zinn, iniciador do Mindfulness e também Vidyamala Burch, expert em Mindfulness aplicado em pessoas que sofrem com dores crônicas. A equipe do Mente Aberta Mindfulness - Brasil, coordenada pelo Prof. Dr. Marcelo M. Demarzo, professor da UNIFESP, da Universidade de Zaragoza e membro do CETRANS, participou deste Congresso e apresentou várias, recentes e bem sucedidas pesquisas realizadas em nosso país. O IV Meeting on Mindfulness organizado pela equipe Mente Aberta, será realizado nas dependências da UNIFESP, em São Paulo, de 07 a 10 de junho de 2017. |
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Curso: no mês de maio, Ideli Domingues participou em Austin, Texas, do curso The Phenomeno and The Gift organizado pela Oneness University. A proposta consistiu de um aprofundamento do sagrado na experiência interior e de como a vida cotidiana pode adquirir maior magnificência. Roda de Reflexão: o tema Eros in Vivo continua a ser aprofundado no CETRANS com a intenção de elaborar um percurso de interpretações e dinâmicas para sua apresentação no ano de 2017. Textos clássicos e de tradições sapienciais, artigos atuais da literatura, bem como a experiência de vida dos participantes, compõem esse diálogo. |
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Conferência Internacional Saberes para uma Cidadania Planetária organizada pela Universidade Estadual do Ceará, associada à Universidade Católica de Brasília e à UNESCO, foi realizada em Fortaleza, de 23 a 27 de maio. Mais de 40 palestrantes participaram e, entre eles, Patrick Paul, membro do CETRANS, que apresentou a tese <<As histórias de Vida como estratégias formativas para o desenvolvimento de competências profissionais>>. |
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A Conferência foi tecida em torno de quatro eixos transversais que se configuram e expressam nos denominados Complexos Temáticos, isto é, em quatro grandes áreas de conteúdos abertos, vinculados e interdependentes: Cidadania Planetária; Saberes Docentes; Matriz Curricular e Espaços de Diálogo. |
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Cleo Busato | Membro CETRANS O CETRANS foi e é uma referência muito significativa para a minha caminhada pessoal e trajetória profissional. Tenho acompanhado os CETRANS INTER@TIVOS − CI@ sazonais, e gosto muito da forma como vêm sendo elaborados e da ideia dos ciclos que li no CI@27. Isso me remete a tantas narrativas míticas... |
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Perséfone e o tempo do feminino; as muitas e muitas luas pelas quais os personagens se locomovem para completar sua história, e por aí vai. Percebo nos CI@ a atenção na escolha das imagens sensibilizadoras, na reflexão proposta nos textos, na troca de informações sobre os membros. Para mim é sempre um presente receber o que acaba de ser publicado, e este já é o de nº 29! Cleo Busato | Membro CETRANS A arte-educação e a literatura é o que doo ao mundo. E nesse movimento, me movimento pela TD, lanço pequenas gotas do que sei e pratico. Percebo que dei alguns saltos de consciência, me vejo mais lúcida e paciente. Quando falo dos Níveis de Realidade, relacionados às histórias e à leitura, percebo que para quem me ouve este é um olhar totalmente novo e diferente de tudo o que conhecem e praticam. Vejo que isso dá sede a elas. Tenho contribuído para a formação de algumas pessoas e me sinto grata por isso. Uma moça que leu meu primeiro livro, Dorminhoco, quando era criança agora leu a Fofa e trouxe suas impressões. Duas garotas de classes humildes, região de assentamento e do lixão de Curitiba, estão cursando a Universidades Federal e disseram que o curso que ministrei quando elas eram adolescentes "mudou a minha cabeça". Isso valida nossa história, não é? Às vezes bate a insegurança, a incerteza sobre o caminho trilhado, começo a me ver pelo olhar do outro, me acho uma fraude e aí me perco. Depois volta a lucidez e a reflexão sobre o que sou e como atuo no mundo. |
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Valéria Menezes | Membro CETRANS Foi para mim uma experiência de natureza TD a leitura que fiz, ao avançar de capítulo a capítulo, na obra de Lawrence Durrell, intitulada O Quarteto de Alexandria. Vi nela inscrita a dinâmica, o entrelaçamento multirreferencial e multidimensional da realidade. O passo a passo da leitura me ajudou a melhor entender a trama e a urdidura TD e esta a melhor desvendar a troca fecunda tecida pelo autor. Nesta narrativa, composta de quatro livros, onde realidade e imaginação se cruzam, o autor relata a história de um grupo de pessoas formado por estrangeiros e por parte da elite de Alexandria. A cidade, cosmopolita dos anos 40 do século XX, é também um personagem, viva e pulsante. A trama vai se contraponto à urdidura e somos surpreendidos com o tecido que vai se formando a cada volume e com sua complexidade. No primeiro, intitulado Justine (1957), o narrador Darley, inglês que vive em Alexandria, conta seu relacionamento íntimo e intenso com duas mulheres: Melissa, mulher frágil, dançarina de cabaré e Justine, judia, uma mulher linda, misteriosa, fascinante e casada com o copta e rico negociante Nessin. O segundo, intitulado Balthazar (1958), nome do personagem-narrador, médico e cabalista, que ao entregar seus comentários sobre o manuscrito Justine ao amigo e autor, Darley, ‘aspirante’ a escritor e professor, desencadeia nova apresentação de praticamente os mesmos fatos. No terceiro livro, Mountovile (1958), nos é apresentada a perspectiva do embaixador David Mountovile, a partir da relação afetiva estabelecida com Leila, mãe de Nessin. Finaliza o Quarteto de Alexandria, o livro intitulado Cléa (1960), que narrado a partir do retorno de Darley à Alexandria após anos de afastamento aporta a toda narrativa novos esclarecimentos e outros contornos. |
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Monica O. Simons | Centro de Educação Ambiental de Guarulhos – CEAG | Membro CETRANS Sobre o CETRANS INTER@TIVO nº 27 ou sobre qualquer outro número... Fazer parte de uma comunidade interativa virtual parece ser hoje prerrogativa de qualquer pessoa que se considere minimamente a par das novas demandas virtuais da infosfera em que estamos mergulhados, querendo ou não... |
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Por outro lado, neste oceano de produção de informação desenfreado, obviamente, há o que é essencial e vital convivendo lado a lado com aquilo que é totalmente desnecessário, fútil, vazio e até lesivo em alguns casos... Em algumas produções, estratégica e propositalmente disponibilizadas na web para alienar os que por ela transitam, se requer até um aguçado senso crítico para separar o joio do trigo, o que geralmente requer da gente um cuidadoso e às vezes desgastante esforço. Neste cenário, desde que os <<CETRANS INTER@TIVO>>, começaram a ser enviados para nós, sempre senti que podia fazer uma analogia entre a flor de lótus e esta publicação virtual, emanada da Comunidade CETRANS, da qual tenho a alegria e honra de pertencer como membro, desde 2002. O significado quase sagrado que as culturas do oriente dão para a flor desta planta aquática que floresce sobre a água, no meu entender, remetem a diversas relações que consigo estabelecer com esta publicação. Para começar, na concepção da filosofia oriental, a água lodosa que acolhe as raízes da planta é associada ao apego e a desejos densos, e a flor imaculada que desabrocha sobre a água em busca de luz é a promessa de pureza e elevação espiritual a despeito de sua origem... e me parece ser esta também a intenção do que se publica no CI@. Ou seja, em meio ao lodo do que genericamente se produz hoje nos meios virtuais, O CETRANS visa nos aproximar sempre a um conteúdo rico e coerente que prima pelo ético, belo e estético, ajudando-nos, portanto, a nos elevarmos a níveis de realidade mais puros e sutis. Por este motivo, o fazer parte desta comunidade interativa, através da infosfera, nos oportuniza o acesso a produção de mentes e corações, sejam membros do CETRANS ou não, que se afinam com um jeito de ser e de estar no mundo que, em muitos aspectos, vai na contramão do status quo, de forma muito concreta, quase que ferramental, sendo assim de uma utilidade imensurável, na nossa vida pessoal e profissional! Assim, mesmo dentro da “precariedade” da nossa condição de seres falhos ainda em processo, literalmente peregrinos no caminho de volta ao Lar, sinto que o CETRANS, através de todas as suas Unidades de Ação − UAs e em especial através desta publicação virtual, vai fortalecendo a percepção de que é possível estarmos no mundo, (no lodo), sem pertencermos a ele, o que nos permite uma última analogia com a flor de lótus, uma vez que ela representa um mistério para a ciência, haja visto que ela não consegue explicar a característica própria e tão particular desta flor que repele microrganismos e partículas de pó, mesmo sendo o lodo a sua origem. Gratidão, pelo que desfruto e aprendo através do CI@. |
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Master Class é uma aula dada a aprendentes de uma área de conhecimento particular por alguém que poderia ser chamado de expert. Normalmente, este termo é usado para o âmbito da música, mas também artes como a pintura, dramaturgia, dança ou outras ocasiões onde habilidades são desenvolvidas poderiam receber esta denominação. Caracteriza sempre uma Master Class a relação de excelência expert/aprendente; ela é sempre pública e um evento único. O tônus deste evento é efetivamente configurado pela natureza da personalidade do expert. A relação que se estabelece entre expert/aprendente e a atmosfera criada por esta relação, que jamais poderá ser reproduzida, a não ser por registros mediáticos, pode ser desfrutada pela audiência também. Uma Master Class é uma excelente oportunidade de se inteirar de detalhes do conhecimento e criatividade que o expert, através de sua longa experiência na área em que atua, filtrou e oferece como de grande valor para a execução de uma dada obra. Neste ato ele doa o que mais importa de sua arte! As informações recebidas e as que emergem são válidas e aplicáveis não apenas para o tema que está sendo especificamente tratado no dado momento, mas muito provavelmente elas permitem irromper novas fronteiras de compreensão e execução para o próprio expert, para o aprendente e para audiência. Um fenômeno de aprendência se instala e frutifica; neste instante até mesmo pode se dar um acontecimento apropriador, como expressa Heidegger. Foi isto que sucedeu quando pude ir mais além do contexto imediato que experimentei quando ouvi uma Master Class conduzida pelo renomado regente da Boston Philharmonic, Benjamim Zander, em Boston, no dia 21 de maio, p.p. Ele criou condições para que estas transpossibilidades acontecessem. A aula foi para três jovens regentes e as peças executadas foram Tchaikovsky, Sinfonia nº 5 movimentos 1 e 2; Beethoven, Sinfonia nº 5. No intenso significativo diálogo e performance com cada um dos três jovens regentes, já altamente qualificados, ouvi as orientações que lhes eram dadas e dentre tantas delas, lembro-me de algumas que me transportavam e se aplicavam ao universo do processo formativo transdisciplinar iniciado no CETRANS em 1998. Aqui algumas dessas pérolas raras, em uma tradução livre feita por mim, Maria F de Mello: |
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- Faz-se necessário viver mais o sentido de maravilhamento;
- Importante <<ser>> a música, <<ser>> o que se faz;
- O regente deve levar a audiência para um lugar onde ela não pode ir por si;
- Ofereça às pessoas aquilo que elas ainda não sabem;
- Tudo deve estar dentro de você antes de você emitir;
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- Jamais suprima uma expressão genuína sua;
- Você já melhorou muito, mas você não chegou lá;
- Soltar sua expressão não é atacar;
- Nunca faça nada genérico, isso não vale para nada (esta afirmação ele repetiu várias vezes);
- Mude a experiência ao fazer o que você faz, mude a experiência da música que você está fazendo;
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- O que você faz e como você ama deve estar expresso na sua face;
- Dance! Se você não sabe dançar, você está reduzindo sua experiência;
- Sempre temos que nos curvar antes de nos endireitarmos, assim como na dança do minueto;
- Sempre se pergunte: Quem estou sendo agora?
- Viva como se chegando a um despertar;
- Presença vem da conexão de sua mente e de seu coração, sinta seu coração, dai os seus braços e mãos farão o que eles têm que fazer;
- Respire;
- O compositor da música que você está regendo, neste caso Beethoven, está esperando toda a vida dele por este momento de sua execução – Voilá;
- Mude a sua vida e a vida de todos aqueles que estão ouvindo você agora.
Ah! E como foi este um momento mágico! |
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Neste trimestre, a UA Comunicação deu continuidade aos estudos sobre Cultura Transdisciplinar, tema foco escolhido para este ano. Além disso, atualizou a mailing CETRANS para poder compartilhar, com assertividade, convites e divulgação de palestras, encontros e cursos. Para dar maior evidência à Rede Social CETRANS existente no Facebook, que contém grande número de compartilhamentos, esta UA optou por concentrar nela seu trabalho e não mais no NING. |
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Está em elaboração avançada, e em nova linguagem visual das comunicações impressas e virtuais do CETRANS, a saber: Perfil, CETRANS Inter@tivo, site e divulgações afins. A UA Comunicação abriu para o leitor do CI@ dois espaços de expressão, com características próprias. O primeiro deles é a Palavra do Leitor. Nele, espaço de expressão de até 800 palavras, o participante expressa suas impressões sobre os CI@ publicados, o material disponibilizado pelo CETRANS, seja em forma impressa ou virtual, sobre as atividades realizadas na Sala CETRANS, e sobre como sua compreensão e a sua vida pessoal dialogam com a Trandisciplinaridade. O outro, denominado Reflexão Pessoal, espaço de expressão de até 3000 palavras, refere-se a um compartilhamento de sua atividade, interpretação e comunicação de assuntos de natureza TD que o levaram a elucidar aspectos específicos de sua experiência TD. Convidamos todos os leitores do CI@ a serem autores destes espaços. Precisamos de sua contribuição e é importante que a Comunidade CETRANS possa se beneficiar do seu percurso. Claro que temos um agenda para estas publicações, mas todas as contribuições serão acolhidas. Como o CI@ é sazonal, os editores precisam receber contribuições no mês que antecede a mudança de estação, ou seja, até o dia 30 agosto, 30 de novembro, 30 de fevereiro, 30 de maio para poderem ser inseridas nos CI@ de primavera, verão, outono e inverno, respectivamente. UA Comunidade |
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Esta Unidade de Ação – UA, nesse período, concentrou-se em conversar com os membros sobre a continuidade destes em 2016 e, a partir disto, tratou das questões referentes ao pagamento da anuidade do ano vigente. Dedicou-se também a contatar os membros solicitando opiniões a respeito do CI@ e contribuições para o espaço Palavra do Leitor; enviou lembretes sobre as práticas de Meditação de Lua Cheia e de Lua Nova – que acontecem mensalmente na Sala CETRANS; comunicou e convidou a Comunidade para participar do MAGNUM ENCONTRO que aconteceu dia 18 de junho. |
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Além disso, numa espécie de exercício da “escuta” buscou atender às solicitações e sugestões de seus membros, via contato telefônico e via e-mail, sempre na intenção de manter e estreitar os laços que sustentam essa Comunidade. UA Formação |
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Palestra: no dia 09 de abril, dando continuidade ao ciclo de Encontros TD 2016, sobre o tema Cultura Transdisciplinar, contamos com a presença do querido Professor Oswaldo Giacóia Jr. que abordou o tema A Ciência pensa? O que pensa a Filosofia? |
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Na sua expressão madura, respeitosa, refinada, onde cada palavra é cuidada e ocupa seu devido lugar, o professor adentrou o tema com aguda clareza e propriedade. Fica aqui apenas alguns poucos elementos abordados: breve histórico das origens da Filosofia e das origens da Ciência para contextualizar o tema escolhido; explicação do conceito clássico da Filosofia como Mathesis Universalis, isto é, grande universo de saberes ordenado por princípios internos de ligação que repousa sobre uma base; constação de que até o século XIX ciência e filosofia eram uma coisa única, não separadas, o que gerou conflitos chegando mesmo à separação absoluta de seus campos no século seguinte; abordagem do aparecimento da fenomenologia no início do século XX quando o Conhecimento, que até então considerava a objetividade sua matriz, introduz a subjetividade como parte constituinte, provocando uma reviravolta nas bases de todo pensamento; observação e explicação da Árvore do Saber desenhada por Descartes. Pergunta provocativa que o Professor Giacóia procurou equacionar e responder: A Ciência pensa? O que pensa a Filosofia hoje? |
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MAGNUM ENCONTRO: no dia 18 de junho, o CETRANS realizou o MAGNUM Encontro e nele o lançamento do Perfil CETRANS 2016 − 2018, que é uma expressão dos trabalhos elaborados, das atividades em curso, de nossas intenções e projetos e a Roda de Diálogo sobre o tema TD e a Obra Alquímica. Nesta edição o Perfil recebeu uma versão impressa e outra virtual que poderá ser acessada no site www.cetrans.com.br. A tônica desta publicação mostra o fazer TD do CETRANS, através de texto, produção gráfica e expressão artística, ou seja, de sete obras de Miguel Espinosa (1912 − 2006).pintor argentino, cabalista, internacionalmente reconhecido e celebrado pela sua arte de alto nível. |
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Na verdade, cada uma destas obras funciona como uma metáfora para o CETRANS em si, para cada uma das Unidades de Ação CETRANS: Comunicação, Comunidade, Gestão, Formação, Publicação e para a Comunidade CETRANS. A Roda de Diálogo com a mediação de Patrick Paul foi dinamizada a partir de perguntas feitas baseadas em texto [transcrição da sua palestra realizada no CETRANS em 2015] previamente enviado aos participantes deste evento. Empoderados pela qualidade do tema − esta arte que nos leva a contemplar os mistérios −, pelo alto conhecimento do mediador e pelo interesse dos presentes em se aproximarem do tema, a troca fluiu com entusiasmo, maravilhamento e compreensão. Tudo indicava que naquele momento se ouvia apenas o primeiro movimento de uma grande sinfonia. UA Gestão |
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O Fazer do grupo e o papel de cada um. Desde novembro de 2015, quando assumi a coordenação da UA Gestão do CETRANS, eu Ideli Domingues, tinha conhecimento que tal função pressupõe uma Gestão de Segunda Ordem a qual articula aspectos explícitos e implícitos, nos diferentes níveis de realidade e cujo objetivo é a compreensão com abertura e domínio compondo com a Gestão de Primeira Ordem, cuja prioridade é o comando, controle e organização dos elementos do sistema. A partir da minha experiência com grupos, tenho notado a importância de se estar atento a alguns pontos básicos, porém facilmente esquecidos: |
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No que o grupo pretende chegar? Porque ele se formou? Qual o seu fazer, naquele encontro de terem se constituído como um grupo? E mais, ainda nessa perspectiva: Como seus integrantes, em seus respectivos papéis, podem contribuir para esse fazer? Tudo parece óbvio, não é mesmo? Mas será que esta meta de chegada está clara para todos os participantes de um dado grupo, e do “mesmo jeito”? Todos a percebem positivamente? Há espaço no grupo para divergências? Em outras palavras, elas podem ser ditas ou ficam “mal-ditas”, “mal-entendendidas” ou “não ditas”? Este é um aspecto extremamente relevante, pois o “mal-dito” ou “não dito” cria um campo adverso para se chegar ao fazer proposto e pode abrir bolsões de resistência os quais facilitam a intoxicação das relações e o travar dos processos grupais. Outro ponto relevante é o quanto cada um tem clareza de seu papel e isso coincide com a percepção do conjunto. Não basta eu ter clareza do meu papel. É preciso ouvir a voz dos outros participantes a cerca disso. E mais, poder mergulhar em aspectos desse papel que se cruzam com a própria história pessoal, reconhecendo os momentos em que isso se obscurece e a ação no grupo pode ser prejudicada. Participar de um grupo, seja ele qual for, pressupõe um mínimo de auto conhecimento e desejo de se desenvolver. Estamos, portanto falando dos vários níveis de realidade que se revelam e se conversam simultaneamente. O grupo e cada um se entrelaçam nesse conjunto de realidades e lógicas multifacetadas, formando um todo complexo que organiza o campo grupal a cada reunião que acontece. Como isso acontece para você, leitor? O que acrescentaria? O que subtrairia? UA Publicação |
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A iniciativa mais importante da UA Publicação desta estação é o lançamento do Perfil CETRANS 2016 − 2018, elaborado com a colaboração da UA Formação. Esta publicação faz não só um balanço do que fizemos, do legado dos pensadores e ativistas que deixaram obras dos mais diversos teores para a TD e as futuras ações do CETRANS, mas vislumbra um panorama do que sonhamos incluindo os propósitos, as mudanças e os novos engajamentos que nos propomos para este triênio. |
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As secções criadas se pautaram pela clareza de princípios e representações gráficas de grande beleza, além de textos que procuraram apostar no que de mais contemporâneo temos em TD no CETRANS, isto é, procurando mostrar que a TD não repousa em expectativas, mas ela é por natureza prospectiva e antecipativa e está inserida no mundo real, ainda que ancorada na intuição e na imaginação. Esperamos que o lançamento do Perfil CETRANS 2016 – 2018 feito no MAGNUM ENCONTRO no dia 18 de junho promova e enriqueça ainda mais o desenvolvimento da TD no Brasil. |
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O que é um acontecimento apropriador? O percurso de Martin Heidegger teve dois períodos bem distintos que comumente se denominam: o primeiro Heidegger que vai até 1936 onde Ser e Tempo é a principal obra que testemunha o seu esforço em mostrar o sentido do ser entendido aqui <<como a automanifestação das coisas na sua luminosidade própria - na sua essência, sua <entitude>-, que é o assunto central da fenomenologia de Husserl, bem como de Heidegger na sua primeira fase>>, como nos diz Loparic num artigo da Ilustríssima; o segundo Heidegger se inicia em 1936, vai até |
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sua morte em 1976 e tem seu ponto de partida na obra Contribuições à Filosofia: do Acontecimento Apropriador, recentemente lançado pela Editora Via Verita.Nesse período de 40 anos, o grande filósofo alemão retomou por enumeras vezes as formas de dizer e compreender a verdade do ser, verdade entendida não como formas de juízo racional e moral sobre os objetos, mas como desvelamento [aletheia], que pode ser definido como <<o acontecer do <desocultamento> que se oculta, ao mesmo tempo que se estabelece como o aí, o aberto, a clareira, o espaço-tempo, no qual todas as coisas são abrigadas e se tornam visíveis antes mesmo de poderem ser formatadas em uma entitude, expostas em juízos corretos e transformadas em meros objetos, como nos explica Loparic no mesmo artigo>>. O que é esse acontecer, esse acontecer do desocultamento, esse instante que abre uma fresta no meu cotidiano e que muda a direção da minha vida? Que momento é esse no qual eu me aproprio de mim mesmo rearticulando novos sentidos possíveis? Que acontecer é esse que vem do inefável, do indizível e que acontece num piscar de olhos? Na verdade, eu me deixo apropriar pelo que me convoca, me provoca e que evoca algo maior que eu. Segundo Heidegger esse acontecimento apropriador, o Ereignis, é o momento quando se abre um espaço de duração instantânea que pode provocar uma virada, uma mudança num povo, num indivíduo, quando a verdade acontece, se mostra e se desvela. Esta abertura, que se dá em um instante acontece através de uma fenda, o Riss, que abre a realidade para novas possibilidades até então nem pensadas. Esses acontecimentos podem se dar, segundo Heidegger, em quatro âmbitos principais: Política, Filosofia, Religião ou Arte, pois elas fundam algo, são fundantes, definidoras. A Arte é hoje o lugar por excelência onde essa abertura velada, esse acontecer pode se dar. A obra de Arte tem o poder de desvelar a verdade do ser, porque ocultando algo, um novo sentido da vida se mostra e se articula. Essa experiência que a Arte provoca é fundadora porque é um convite para, escapando do cotidiano, refazer e rearticular os fundamentos que norteiam e engessam a vida de cada um. |
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UA Comunicação – Vera Lucia Laporta UA Comunidade – Heloisa Helena Steffen UA Gestão – Ideli Domingues UA Formação – Maria F. de Mello UA Publicação – Vitoria M. de Barros |
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