Borboletas e aves agitam voo: nuvem de flores. Bashô |
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Mapas das Sensações como Gestão do Si-Mesmo O óbvio é o mais profundo da experiência humana. Enrique Pichon-Rivière Se fôssemos nos pensar, poderíamos dizer que somos algo dentro de um corpo. Esse corpo, muitas vezes, sinaliza algo ruim ou bom, como nos ditos“isto não me cheira bem” ou “me senti nas nuvens”. Tais expressões são usadas tanto nas comidas, como nas relações. Mas, qual a origem delas? Há sinalizadores que internamente nos confortam e que nos constrangem. No entanto, pouco, muito pouco esse termômetro corporal é utilizado. Assistimos a um aumento de estresse e cujo efeito é mais e mais enfermidades. Hoje se fala de programas de Atenção Plena – Mindfulness – para combater este efeito. As pessoas os aprendem, seja de uma maneira laica ou vinculada, por exemplo, ao Budismo. Parece que temos uma tendência a viver sempre no constrangimento, alijados de uma escuta sensível em relação a esse corpo no qual habitamos. Mas, como seria nos libertarmos desse constrangimento? Há vários procedimentos e o suspender-se para uma escuta genuína pode ser uma saída, apesar das queixas iniciais sobre a falta de tempo para fazê-lo. O meditar, para Tchich Nhah Hanh [2015], é a prática de parar e olhar em profundidade. Isso exige um certo discernimento sobre o que fazemos. É um stop que pressupõe, em si, um momento de silêncio e averiguação sobre outra possibilidade de visão, de resposta que demanda discernimento, sabedoria e ousadia. Isso não acontece quando nos preenchemos com o já sabido, com as palavras dos livros que lemos ou frases da internet. Esse insight ocorre entre-linhas, no espaço entre palavras, entre pensamentos, num espaço intermediário, desconhecido e que exige abertura, flexibilidade e um desejo de aprender e apreender algo que pode nos surpreender, nos impactar, arranhar e implodir estruturas montadas. Como nos apropriar disso? É preciso começar e ... praticar, pois os hábitos nos escravizam e nos impedem desse conhecimento sobre o que pulsa nesse nosso mundo “de dentro”. Lembro-me da passagem [DOMINGUES, 2011, p.43-44] referente a Teseu, cujo significado é “o homem forte por excelência”[BRANDÃO, 1989], que liberta a sua terra dos monstros, e o faz ao se apossar do seu próprio espírito. Teseu em seguida enfrenta o gigante Cirão que encerra em si um símbolo forte, o da servidão humilhante, ao exigir que suas vítimas lavassem seus pés de joelhos. Dessa forma, é essa banalização que mantém os vencidos ou, ainda, o esquecimento das necessidades de suas almas, privilegiando, apenas, as necessidades do próprios corpos [DIEL, 1966]. Costuma-se, em gestão, falar do atingir metas, resultados e motivar o sujeito nesta direção. Assim, as metas se situam fora do sujeito e ele deve buscar meios para concretizá-las, como as pessoas que lavam os pés do Cirão. Até aí parece que tudo está bem, se a lógica com a qual a organização – seja ela qual for – opera é a mesma do sujeito. Como no mito de Procrusto, criminoso da Grécia antiga, que possuía uma técnica bastante original: se suas vítimas tivessem a medida de um de seus dois leitos de ferro poderiam passar ilesas, mas se fossem menores, esticava brutalmente seus membros, ou, se maiores, os amputava. Qual a medida? A das organizações? Qual é a “sua medida”, leitor? Se estivermos de acordo com a medida da cama, que nos mensurará, passaremos ilesos... mas, se formos maiores ou menores, resta-nos o sofrimento: dilaceramento ou amputação. Busca-se nas organizações a satisfação. Como seria inverter a ordem: se as pessoas procurassem se conscientizar das sensações que querem ter e aí, sim, sair rumo a espaços que poderiam lhes oferecer esse prazer e, também, viver e obrar – sim, o trabalho, é uma obra! – com as sensações que buscam? Segundo Matos e Portela em dez mil entrevistados, 78% das pessoas trabalhavam sem motivação. Como seria mapear as sensações a serem provadas, antes dos objetos ou objetivos a serem conquistados? Isso exige o conhecimento do Si-Mesmo e a busca constante da questão: estou confortável? E, se não estou, posso – mesmo assim – estar integrado comigo? Talvez, precisemos de um diálogo franco com nossas partes para que caminhem numa mesma direção conosco. Como seria, viver buscar continuamente coesão consigo mesmo? É possível? Por que não? O que nos impede de fazê-lo? Talvez, essa resposta precise de um momento de “suspensão”... você pagaria o preço se a resposta, em si mesmo, o desafiasse? Referências bibliográficas BRANDÃO, Junito de S. Mitologia grega. Petrópolis: Vozes, 1989, v.3. DIEL, Paul. Le symbolisme dans la Mytologie Grecque. Paris, Payot, 1966. DOMINGUES, Referência BibliográficaIdeli. Uma nova consciência nos negócios. Empresas em benefício do mundo. São Paulo: Aquariana, 2011. MATOS, Jorge; PORTELA, Vania. Talentos para a vida: descubra e desenvolva seus pontos fortes. Etalent, Ebook, 5ª. Edição. BOLEN, Jean Shinoda. Ilness and the search for meaning. An interview with Jean Shinoda Bolen. http://www.personaltransformation.com/jean_shinoda_bolen.html NHAH HAHN, Tchich. A arte de sentar. Trad. Rodrigo Peixoto. Rio de Janeiro: Agir, 2015. |
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Luto e Homenagem: o falecimento RENÉ BARBIER [1939-2017] no dia 19 de setembro nos foi anunciado por Basarab Nicolescu. Apesar da impiedosa doença que o acometeu, escreve Basarab, que René Barbier "sempre se distinguiu como sábio, com sua gentileza e generosidade". Este incansável e admirável educador cujos princípios muito influenciaram o trabalho do CETRANS continuará inspirando nossa prática. Membros do CETRANS se reuniram, no dia 21/09 para lhe prestar homenagem no mesmo dia e hora em que sua memória foi celebrada em Paris. |
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Para muitos de nós ele é uma personalidade gentil e genial. Maria F. de Mello conheceu René Barbier no Congresso Internacional Transdisciplinar de Locarno - Que Universidade para o Amanhã? Rumo a uma evolução Transdisciplinar da Universidade, realizado na Suiça, de 30 de abril à 2 de maio de 1997. Foi nesta ocasião que a ideia de criar um projeto transdisciplinar no Brasil surgiu e, no ano seguinte, em 1998 o CETRANS foi fundado. René Barbier continuará vivo e nutrirá muitos que compartilham a qualidade de coração que ele tão bem expressou em suas obras e com suas palavras. Deixamos aqui dois links que expressam um pouco deste grande homem cujas ideias continuarão a ecoar entre muitos: o artigo de René Barbier - O Educador como quem passa Sentido e a Carta de Basarab Nicolescu por ocasião de seu falecimento. |
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Renata Ramos, membro CETRANS, reconhecida e respeitada mundialmente por seus 25 anos como focalizadora das Danças Circulares Sagradas no Brasil , levou seu projeto para os Estados Unidos e foi a convidada de honra do Festival de Danças Sagradas na Comunidade de Findhorn, Escócia em 2017. Ela apresentará seu conceituado trabalho em Portugal, Espanha, Inglaterra, Itália, Suíça e Alemanha em outubro e novembro próximos para celebrar com chave de ouro seu ciclo de muitos anos dedicados ao ensino das Danças Circulares. |
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Renata costuma dizer que: ao ouvir a música e dançar no seu ritmo, um pais fortalece sua autoestima. E dançar a música de outro pais, fortalece os laços de respeito pela diversidade dos povos. |
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O Dr. Luiz Eduardo V. Berni, membro CETRANS e da Universidade Rosa Cruz – URCI/NSP II, organizou e participou do I Simpósio de Pesquisa Transdisciplinar em 02 de setembro de 2017, quando foram focalizados temas que se inserem no âmbito da laicidade, da construção de conhecimentos pautados pela suspensão metodológica do transcendente, bem como, a prestação de serviço e pesquisa no campo da Saúde e Espiritualidade. O evento aconteceu na Loja Rosacruz – AMORC, sediada à Rua Borges Lagoa, São Paulo - Brasil. Mais detalhes em https://shoutout.wix.com/so/5Ls9djJI |
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Em agosto e setembro, mês da Literatura do Paraná, a Secretaria de Estado da Cultura - SEEC e a Biblioteca Pública do Paraná - BPP promoveram a Caravana Literária que: levou autores para vários municípios do Estado; proporcionou um bate-papo sobre leitura, livro e literatura; realizou exposição sobre autores paranaenses; suscitou fórum sobre leitura e literatura, feira de livros e contação de histórias. |
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Cléo Busatto, membro CETRANS, especialista em literatura oral no gênero infanto-juvenil, mestre em Teoria Literária, esteve presente neste evento e, em Paranavaí no dia 5 de setembro, conduziu um fórum de leitura e literatura sobre o tema "Os efeitos e afetos da literatura na nossa vida”. A abertura do Mês da Literatura foi realizada no teatro Calil Hadad, no dia 24 de agosto, em homenagem à data de nascimento de Paulo Leminski, poeta paranaense, tradutor de poesia clássica oriental, letrista de música popular, crítico literário, figura de relevância no cenário literário brasileiro. |
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Nos dias 12 e 13 de Junho foi realizado o 4 º Encontro da Nossa América – ENA, em parceria com a Universidade de Brasília – UNB e a Rede de Educação Alternativa - REEVO, o Centro de Educação Ambiental de Guarulhos – CEAG, criado e coordenado por Monica Simons, membro CETRANS. |
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Na ocasião, representantes de 12 países discutiram formas alternativas de educação em busca da emancipação, com logicas educativas que não sejam pensadas somente para as logicas produtivas, visando o pleno desenvolvimento do potencial humano. Segundo Monica, foram dois dias de enorme vigor, alegria e força, mergulhados na inigualável riqueza da diversidade latino-americana - uma experiencia intensa, que reavivou a fé numa educação verdadeiramente transformadora, tal como o CEAG vem trabalhando, há mais de 20 anos. |
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O Grupo Regional de Astronomia de Marília – GRAMA promoveu de março a junho deste ano, exibições gratuitas da série Cosmos, no auditório municipal Octávio Lignelli. de Marília/SP. Em 24 de junho p.p. foi apresentado o 11º episódio da série – “Os imortais”, tema “A busca por vida – extraterrestes através dos séculos”, seguido de debate entre o Prof. Dr. Edgar Smaniotto da Faculdade de Ensino Superior do Interior Paulista – FAIP e membro CETRANS, com o Prof. Dr. Ivan Glaucio Paulino Lima, cientista da Universities Space Research Association - USRA-NASA. |
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O objetivo desses eventos é a divulgação científica com ênfase na área de Astronomia, através da promoção de reuniões periódicas, elaboração e execução de cursos, conferências, palestras, eventos, atividades e projetos. O grupo Grama, idealizador desses eventos ainda pretende realizar o Astronomia Show - uma viagem pelo cosmos através da ficção, da dança, poesia, música e da tecnologia, além de exposição de meteoritos, oficina de construção de telescópios e criação de um relógio solar em praça pública. Fonte: Jornal da Manhã – Marília/ SP |
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Em 30 de junho de 2017, Dalva Alves Silva, membro CETRANS, apresentou, na Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP, a tese Equipes de Medicina do Adolescente: constituição, funcionamento, valores e prática inter e transdisciplinar e obteve o Grau de Doutor em Ciências: Educação e Saúde na Infância e na Adolescência. |
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O estudo que deu origem à tese foi realizado sob a orientação da Profª Drª Maria Sylvia de Souza Vitalle (Pediatra, Médica de Adolescentes - UNIFESP e membro CETRANS), que presidiu a Banca formada pela Comissão Avaliadora, composta pelas Profªs. Drªs: Janet M. S. V. Campos Salles (Advogada/ Tribunal Eclesiástico de São Paulo e membro CETRANS), Régia Cristina de Oliveira (Socióloga/USP), Rita de Cássia Alves Oliveira (Antropóloga/PUCSP) e Rita Maria Lino Tarcia (Pedagoga/UNIFESP). De acordo com a Banca, o trabalho avança no sentido do conhecimento e da prática. |
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Chama a atenção para a formação voltada à atuação em equipe inter e transdisciplinar, bem como para a questão da adolescência, apontando para questionamentos da Inter e da TD, como desafios no avanço das práticas e relações; especialmente, frente ao interesse mostrado pelos profissionais pela aquisição desses conhecimentos e pela dificuldade que encontram em sua aplicação como fundamentos inspiradores de ações voltadas ao atendimento integral e compartilhado realizado por equipe multidisciplinar e interprofissional. |
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Nos dias 10 e 11 de agosto p.p., o Centro Universitário do Distrito Federal – UDF comemorando os 50 anos de existência, sediou o I Seminário Avançado em Educação, promovido em parceria com a Universidade Cidade de São Paulo - UNICID. Foram dois dias de mesas redondas para que docentes e alunos de todos os cursos de graduação e do Mestrado em Educação da Instituição pudessem debater o tema ͞Planos de Educação no Brasil: o PNE em foco. A Educadora Margaréte May Berkenbrock Rosito, membro CETRANS, participou desse Seminário mediando, no dia 10/08, a Mesa Redonda: "Desafios da educação superior frente às novas reformas da educação básica", junto aos ilustres palestrantes: Prof. Dr. Cândido Alberto Gomes, (UCB) e o Prof. Dr. Celio da Cunha (UNB e UCB). Margaréte refere-se a esse seminário como um momento de apresentação de um conhecimento fecundo e pleno de sabedoria desses professores, que são a memória viva da busca incessante da qualidade da educação brasileira. A Profª Margaréte May, ainda, no dia 13 do mesmo mês, participou, da X Jornada Internacional sobre Representações Sociais e da VII Conferência Brasileira sobre Representações Sociais, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Fizeram parte desse evento: Denise Jodelet (França); Brígido Vizeu de Camargo (UFSC); Clarilza Prado de Sousa (PUCSP); Maria de Fátima Abdalla (UNISANTOS) e Sandra Ferreira (UNICID). |
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Margaréte May, também, de 28 a 31 de agosto, em Curitiba, na Pontificia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), foi participante do XIII Congresso Nacional de Educação - Educere, do IV Seminário Internacional de Representações Sociais, Subjetividade e Educação - SIRSSE, do VI Seminário Internacional sobre profissionalização docente - Cátedra UNESCO, na apresentação da mesa redonda: Trilogia Qatsi - aproximação necessária entre Arte, Representações Sociais e Formação de Professores, com Clarilza Prado de Sousa (PUCSP) Maria de Fátima Abdalla (UNISANTOS), Sandra Ferreira (UNICID), |
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Além disso, integrou a Mesa Redonda - Políticas de Currículo e formação de professores, com Alessandra David (CIERS/FCC), Rosilene Batista de Oliveira (CIERS/FCC) e Elba Siqueira de Sá Barreto (Fundação Carlos Chagas). |
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RELAÇÃO INTERGERACIONAL Interrogar-se sobre relações intergeracionais genuínas e respeitosas é uma demanda velada, ainda que eminente. Abordar o tema Relação Intergeracional é tratar do estatuto do vivente. Mas o que é estatuto? E o que é vivente? Estatuto é o que estabelece princípios orientadores a serem seguidos por uma coletividade, seja ela pública ou privada. Vivente é tudo o que está inserido em ciclos, que tem um itinerário, um percurso no qual algo se constrói, se organiza, se adapta, se acopla, se relaciona, evolui, afinal: vivente é tudo aquilo que dá e sustenta a vida. Dizer que Relação Intergeracional tem a ver com o estatuto do vivente é dizer que ela é simultaneamente estruturada por agentes interiores e exteriores, se insere em uma realidade histórica e está sempre ligada a um processo de transformação individual e coletivo. Dito de outra forma, Relação Intergeracional é um fenômeno de crescimento e de desenvolvimento solitário e solidário. Tal fenômeno se instala, ao mesmo tempo, a partir do foro íntimo de cada indivíduo e de sua relação com o que lhe é exterior seja no âmbito da família de sangue ou não, de sua formação educacional formal ou informal ou de seu trabalho profissional. |
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A presença e dinâmica de Relação Integeracional na família talvez seja a mais fácil de ser percebida. Avós, pais, filhos, netos, e agora, pela extensão do tempo de vida que a ciência moderna está proporcionando, até bisnetos estarão coabitando um mesmo momento histórico! Este é um fato não experimentado antes do século XX. Estamos aqui falando nada menos do que a convivência de seis segmentos etários, a saber: 1) Geração I e II Guerras [1917 – 1945]; 2) Geração Baby Boomers [1946 – 1964]; 3) Geração X [1965– 1980]; 4) geração Y ou Millenium [1981– 1997]; 5) geração Z [1998 – 2010]; 6) geração Alfa [2011 – 2025]. Este coabitar é uma grande novidade e desafio para todos nós vivos no presente. Jamais aprendemos a lidar com essa realidade! Nas instituições educacionais, ainda que exista por parte da sociedade um impulso primário e irresponsável de delegar a elas o processo formativo de uma criança ou de um jovem, sabe-se que a presença ativa de educadores e estagiários de diferentes segmentos etários, de pais, funcionários e mesmo de avós − que precisam assumir uma participação ativa na vida de filhos dada as exigências do ritmo profissional destes |
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– é cada vez mais necessária para que o ato de educar frutifique. Vale ainda lembrar, que mesmo filhos de segundo ou terceiro casamentos aportam relações entre irmãos e meios irmãos que se inserem, muitas vezes, em diferentes segmentos etários. Nas empresas, o adiamento eminente da aposentadoria e o prolongamento da idade do cidadão que voluntariamente quer continuar exercendo suas capacidades formativas e criativas, bem como sua determinação em querer continuar a dar sua contribuição para a sociedade ou ganhar dinheiro para complementar seu recebimento oficial já consolidado coloca diferentes segmentos etários em contato. Em nenhum destes âmbitos a Relação Intergeracional é abordada no nível de sua necessidade intrínseca e de seu valor. Cuidar de um segmento etário, seja por exemplo de idosos ou de crianças, como, por vezes, até se faz, não é o suficiente para promover uma relação saudável, ética e porque não dizer, estética deste convívio que ao contrário do que seria desejável, se instala, na maioria das vezes, como um pesadelo, descaso ou por imposição de lei. Neste contexto, a troca mutuamente fertilizadora e enriquecedora intergeracional é abafada, inexistente ou abortada. Reavivar e ressignificar o estatuto do vivente no seio das famílias, de sangue ou não, nas instituições educacionais e no meio empresarial é de extrema urgência. Quem lucra com isso? Todos os envolvidos. Realizar este ato relacional entre gerações é ir além da estratificação e do isolamento que tanto fere o humano. Cultivar Relação Intergeracional é uma experiência de absoluta alteridade, de desvelamento e desedificação de um egoísmo instalado nas entranhas do ego pessoal e do ego coletivo; ela é o reconhecer a dinâmica da vida e o sentir-se e mover-se entre, através e além das fronteiras que separam uma geração da outra. Abordar Relações Intergeracionais nestes três âmbitos é sintonizar-se com um Devir promissor, é tornar-se um inventor de relações saudáveis, criativas, responsáveis e responsivas. Não se trata aqui de um ato de caridade, mas sim do pleno viver. |
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Anna Sofia Caccuri Martini E como me sentirei na quarta-feira? Essa pergunta foi feita no sábado, dia 19 de agosto de 2017 no quarto encontro do Eros in Vivo, organizado pelo CETRANS em São Paulo. O tema abordado foi Essenciação do Ser a partir de textos de Martin Heidegger, Lao Tsé, Alfred de Musset, entre outros. O que fica claro com a afirmação acima é que muitas vezes nos sensibilizamos momentaneamente com as experiências que vivenciamos mas que o "correr da vida embrulha tudo" como dizia Guimarães Rosa. Sendo assim, como lembrar do que nos afeta e de fato mudar? |
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Hoje percebo como é de extrema importância se colocar no lugar do outro, julgar menos, aceitar que cada um caminha com seus desafios, suas dores e que segue da forma que pode. Para não esquecer tudo depois da quarta feira sinto que a mudança deve ser interna, muitas vezes paulatina mas que não pode parar. Acredito também que não podemos esperar nada de ninguém. O questionamento, a vontade de mudança são intrínsecos a cada indivíduo. A luta pela melhoria, por buscar cada vez mais, para chegar à iluminação, deve vir da consciência que se tem se si mesmo e do mundo a sua volta. Convido-o então a parar, escutar-se, |
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perceber-se, a lembrar que a vida não é todos os dias fácil e que muitas vezes ficamos abismados com injustiças ou ao ver pessoas que amamos sofrerem. Infelizmente, o mundo não vai mudar e ser como você sonha mas, cada um pode mudar a si mesmo e buscar um cotidiano que faça sentido para si e promova crescimento. Que sempre nos lembremos de seguir depois da quarta feira.Escolha seu layout preferido, e adicione lindas imagens, texto animado e um botão cativante para personalizar. Incentive as pessoas a clicar! Traga o melhor que você tem a oferecer em um só lugar. |
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A Ficção Científica como recurso para o ensino de exobiologia no ensino fundamental Prof. Dr. Edgar Indalecio Smaniotto [1] Sempre considerei o trabalho docente no Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano) como o mais propenso ao desenvolvimento da interdisciplinaridade. Nesta faixa etária, apesar da divisão entre disciplinas, estas são ministradas pelo mesmo docente. Se o mesmo docente leciona história, geografia, ciências, matemática, língua portuguesa e artes, a existência de uma prática interdisciplinar depende exclusivamente de sua motivação pessoal, enquanto em outros ciclos do ensino básico (Fundamental II e Médio), a pratica interdisciplinar está forçosamente condicionada ao trabalho em parceria com outros docentes. Um trabalho interdisciplinar envolvendo diversos docentes e até a escola é didaticamente o que deve ser almejado. Mas sabemos que está não é uma prática sempre possível, se esbarrando tanto em resistência pessoais (de docentes ou gestores), da burocracia vigente ou das condições de trabalho (nem sempre adequadas). Assim no ensino fundamental I a interdisciplinaridade flui quase que automaticamente, em minha prática docente (tomo a liberdade para utilizar a primeira pessoa do singular) há dezessete anos no ensino fundamental sempre balizei meu trabalho tendo por objetivo a interdisciplinaridade. Para além de tópicos próprios das disciplinas obrigatórias, expandi esta prática para temas para além destas, tanto guiado pelo interesse dos alunos, quanto pela necessidade pedagógica e social. Neste ínterim, trabalhamos com astronomia, astronáutica, filosofia para crianças, histórias em quadrinhos, literatura, biografias de cientistas, robótica e até exobiologia. No presente texto comento o trabalho realizado há alguns anos em exobiologia e ficção científica, trabalho que nasceu a partir da leitura de um texto sobre os planetas do Sistema Solar em sala de aula, e da simples pergunta de um aluno: “Professor se existissem alienígenas nestes planetas como eles seriam”? Pergunta que poderia ter sido respondida com um simples: “Eles não existem, e vamos continuar a matéria”, ou “Não sei, vamos para a próxima atividade”; mas que foi respondida de forma diferente: “Eles não existem, mas podemos imaginar. Que tal se criássemos nossos próprios alienígenas? ” Pode parecer algo banal, mas a imaginação está intrinsicamente ligada à ciência, e este trabalho, realizado a partir da ficção científica foi importante para a apreensão de conteúdos científicos bastante complexos, envolvendo planetologia, astronomia, evolução, conhecimentos que compõem os estudos de astrobiologia/exobiologia. Existe uma diferença entre os dois termos, astro e exobiologia, sendo que a academia utiliza astrobiologia. Exobiologia define a pesquisa de seres extraterrestres (exo – fora da Terra), como nenhum extraterrestre foi até agora descoberto, isto limitaria o trabalho dos exobiólogos a hipóteses, já o termo astrobiologia dá a possibilidade de pesquisas empíricas no estudo da origem da vida na Terra, as condições planetárias para a existência de vida em planetas do sistema solar e exoplanetas e o estudo de organismos extremófilos. Por isso a utilização de astrobiologia inclusive pela NASA. No contexto deste trabalho, utilizamos o termo exobiologia, por melhor se enquadrar em nossos propósitos. Leia o artigo completo |
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Histórias de Ficção CientíficaElaboradas pelos alunos do Prof. Dr. Edgar Indalecio Smaniotto - 5º ano A - Turma 2013 - EMEF Governador Mário Covas Marília/SP |
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[1] Edgar Indalécio Smaniotto é filósofo, mestre e doutor em Ciências Sociais, formado no CEFAM – Centro Específico de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério (para o magistério no ensino fundamental). Professor do ensino fundamental, médio e universitário, astrônomo amador, e pesquisador de filosofia da astrobiologia. Membro CETRANS. |
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Esta Unidade de Ação, durante o período invernal, no intuito de obter um trabalho significativo, continuou com a atualização dos aplicativos e páginas da Web usados pelo CETRANS, assim como a verificação de nossa mailing list, que, de tempos em tempos, necessita de uma revisão cautelosa, devido à alteração dos e-mails dos membros e amigos de nossa instituição, como também agregando endereços fornecidos por novos contatos. Outro trabalho de grande valia foi aquele voltado para o estudo do novo site do CETRANS, quer no que diz respeito aos textos explicativos das páginas das diversas UAs, quanto em relação ao template escolhido, menu, imagens e cores – um trabalho que envolveu todas as coordenadoras, o que exigiu discussões nas reuniões ordinárias, mas também em extraordinárias, dependendo da necessidade do momento. Em relação aos Encontros TD, que neste ano focaliza o tema “Eros in Vivo”, a UA Comunicação prosseguiu na realização de convites exclusivos, sua distribuição via e-mail e redes sociais, além de montagem de vídeos e da rádio CETRANS usados nos referidos eventos. |
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A presente Unidade de Ação, neste último período do ano, focalizou a comunicação direta e sigilosa com seus membros no que diz respeito à anuidade devida, condição sine qua non para aqueles que desejam continuar ou não membros do CETRANS. Conforme comunicação enviada no início deste ano, “ser membro CETRANS oficializa o apoio a esta comunidade que se define como uma egrégora e uma marca, que congrega pessoas interessadas em pesquisar, aprofundar, divulgar e difundir o conhecimento e ações TD. Ser membro CETRANS implica em uma adesão voluntária e renovada anualmente (...). São Membros CETRANS pessoas que estejam em dia com o pagamento da anuidade ou que tenham acordado participar através da troca desta por trabalho colaborativo pré-definido”. Outra iniciativa a que a UA Comunidade se propôs foi a atualização do "carômetro" de seus membros, uma planilha que contém dados pessoais [foto, e-mail, endereço físico, telefones, endereços nas redes sociais] e biodata [currículo abreviado]. Parte dessas informações serão usadas proximamente no novo site, em página específica. Unidade de Ação Comunidade também continuou com as celebrações de eventos especiais e de aniversários, na forma de cartões virtuais personalizados. |
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Marque na sua agenda três atividades importantes no CETRANS nesta próxima estação: Setembro dia 30 Encontro TD Eros in Vivo | Tristão e Isolda Outubro dia 28 Encontro TD: Eros in Vivo | Amor na Contemporaneidade Novembro dias 11 e 12 Magnum Encontro: Transdisciplinaridade e Ontologia da Linguagem. Eros in Vivo: cada tema que o CETRANS elege para explorar ao longo de um ano é sempre um acontecimento; primeiramente para os coordenadores das UAs, depois para aqueles que participam do processo ao frequentarem os Encontros TD mensais. Assim tem sido neste ano de 2017, desde o mês de março, quando Eros in Vivo começou a ser abordado. Em cada encontro, três vertentes foram apresentadas: i) conceitos como fundamentação; ii) experiências como sentido; iii) símbolo como reconhecimento. Elas se concretizaram através de textos, imagens, metáforas, poemas, música e diálogo. |
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Os quatro Encontros já ocorridos de Eros in Vivo versaram sobre um assunto específico e três textos foram disponibilizados como apoio para a exploração de cada um deles e subsequente diálogo, a saber: 1º Encontro − Erotismo e Êxtase: i) Eros Primordial | Eros Teogônico; ii) O Êxtase Amoroso e o Limite Extremo: iii) Duas Autorrevelações Místicas. 2º Encontro − As Diferentes Formas de Amor: i) O Banquete de Platão; ii) O Banquete de Dante; iii) Perceval ou o Segredo do Graal. |
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3º Encontro − Eros e Psiquê: i) O Mito de Eros e Psiquê; ii) Herói e Heroína; iii) Os Quatro Trabalhos, o Real e a Realidade. 4º Encontro – Essenciação do Ser: i) Trilhas para a Essência; ii) O Projeto do Ser Jogado no Aberto; iii) Qualquer Coisa que Seja, não É. Para adquirir o conteúdo acima mencionado entre em contato pelo e-mail: cetransnet@gmail.com. O valor é de R$ 30,00 para todo o material de cada um dos Encontros. |
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Em julho p.p. e sob a mediação de Milena Klink e Vicente Goes, o CETRANS promoveu o Ateliê Um Programa de Rádio – O Erotismo Hoje. Através deste ateliê os presentes puderam conhecer um pouco da importância deste meio de comunicação; os tipos de rádio existentes (experimental, notícia, música, novela, informação e outros); o processo e a metodologia de produção de um programa de rádio (as diferentes etapas, o adensamento provocativo, a produção em si, a gravação, a escuta da gravação e a conversa pós escuta). Os Encontros Eros in Vivo serviram de base para este programa produzido no período exíguo de três horas. Surpreendeu a todos os participantes o quanto o momento de adensamento provocativo, o diálogo que segue a escuta da própria voz gravada e a discussão sobre o processo vivenciado têm um caráter altamente formativo. Ficou evidenciado que este veículo de comunicação, rádio, é uma forma nova de se trabalhar a TD. Valeu a experiência! Para ouvir este programa, clique aqui. |
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A UA Gestão tem se preocupado em aprimorar seu trabalho, tanto no que se refere aos instrumentos de gerenciamento das Unidades de Ação, como elaboração de planilha de custos e recebimentos, de programação antecipada para facilitar a organização pessoal de cada coordenador, de pautas e atas para resguardar a memória para os membros que virão depois de nós. Faz parte desta Gestão a curadoria das relações que se estabelecem entre os coordenadores, visando facilitar o trabalho contínuo que realizamos e criar harmonia de propósitos e de formas de fazer em conjunto. |
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Neste Ci@ damos prosseguimento a um tema mencionado na edição anterior sobre a criação e construção do novo site do CETRANS. O ponto de partida são os conteúdos de cada Unidade de Ação. O que elas querem comunicar aos seus leitores? Como um centro de educação transdisciplinar se expande e integra seus coordenadores, membros e pessoas interessadas em TD? Um site no qual subjaz uma intenção TD não deve ser como uma luz que sempre permanece fixa no fim do túnel, pois ela, por princípio, deve acompanhar cada usuário. Dar nexo a estas ações é o desafio que se nos apresenta. No que tange à construção de um site, o trabalho que está sendo realizado pela UA Publicação e seus colaboradores destaca linguagens visíveis e ocultas. Então, nos perguntamos: para ser compreendido, quanto um texto precisa ser explicado? Num ambiente virtual, há uma complexidade na percepção dos códigos, que não são vistos, no próprio assunto tratado. Certamente, não cabe ao leitor se inteirar da complexidade de transformar uma linguagem escrita num código html que permite que um texto seja lido em diferentes dispositivos para ambientes virtuais. Ou seja, a tarefa de transformar uma linguagem analógica em digital em um passado próximo era impensável, hoje é possível e factível. Abaixo procuramos mostrar um pouco do processo deste trabalho: por fora e por dentro. Na cor azul o texto, no cinza os códigos: ambos interdependentes. <br /> <quote>“– umbra e penumbra – em jogos de nanquim: sigo o caminho? busco-me na busca?</quote> Aroldo de Campos «Vês aqui a grande máquina do Mundo, Etérea e elemental, que fabricada Assim foi do Saber, alto e profundo, Que é sem princípio e meta limitada (...) Camões </quote> <html> <head> <meta>UA Publicação para 300917 TITULO: CI@</meta> <title>TÍTULO: À procura da visualização dos Nexos Digitais </title> <link>80</link> Se o site anterior do CETRANS utilizava um único aplicativo, Wordpress, no site atualmente em construção, cada UA possui internamente diferentes templates, cuja plasticidade permite melhor atender suas necessidades de comunicação. |
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Vale uma visita: conhecer o SESC 24 de maio, inaugurado em meados de agosto, é um programa especial, pois além de ter um projeto arquitetônico assinado por Paulo Mendes da Rocha, um dos grandes arquitetos brasileiros, premiado mundialmente, oferece atrações musicais, espetáculos teatrais, exposições, cursos e oficinas, além de atividades esportivas. O centro de São Paulo ganha, assim, um lugar onde podemos nos encontrar para um café, visitar a biblioteca que possui 6.000 títulos de literatura nacional e estrangeira, levar as crianças para brincar no Espaço Criança ou, mesmo escalar uma parede especialmente concebida para esse fim ou então, nadar na piscina semiolímpica. O teatro com 216 lugares, terá uma programação rica em atrações com artistas renomados, além de espetáculos de dança e música. É só consultar a programação e se divertir. Rua 24 de Maio, 109. |
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Toulouse-Lautrec em Vermelho: Com mais de 70 obras do artista [1864-1901] que pintou a Paris boêmia vista através de um olhar peculiar possuidor de um viés próprio da sexualidade do ínício da Modernidade, é uma exposição imperdível. Aproveite para tomar um café ou mesmo um almoço descontraído no restaurante do Museu. No MASP, Av. Paulista, 1578 e vai até 1/10. |
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Instituto Moreira Salles ‒ IMS: essa instituição inaugurou em setembro sua nova unidade em São Paulo com uma arquitetura singular de sete andares, todos com pé-direito duplo, em um projeto realizado a partir de conceitos sustentáveis. O conteúdo do Instituto prioriza a imagem colocando foco em quatro importantes áreas: Fotografia, em mais larga escala, Música, Literatura e Iconografia. Tem uma vocação eminentemente educativa que formula e executa programas dirigidos a diferentes tipos de público garantindo a sensibilização, o estímulo à experiência artística e estética e o incentivo da capacidade crítica e do pensamento reflexivo sobre arte, cultura e memória, em especial sobre a imagem fotográfica. Marcando o interesse da instituição em todo o universo da arte contemporânea, a nova sede apresenta em sua programação de inauguração a videoinstalação The Clock, de Christian Marclay, vencedora do Leão de Ouro na Bienal de Veneza em 2011. O trabalho ficará dois meses em cartaz no horário de funcionamento do centro cultural, sendo que uma vez por semana terá projeção de 24 horas de duração. Av. Paulista, 2424. Vale uma visita prolongada, pois são muitos os programas apresentados. |
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TROYES, Chrétien de. Perceval ou o Romance do Graal. São Paulo: Editora Polar, 2017 Este livro é um clássico da literatura francesa. Foi escrito no final do século XII, é uma das primeiras obras sobre o rei Artur e seus cavaleiros. Todas as obras posteriores que fazem referência ao Santo Graal têm nela sua origem direta ou indireta. Nesta história singular, é contada a saga do herói sem nome que no final da jornada conhece o seu verdadeiro nome ̶ Perceval, aquele que atravessa o vale. Na obra é descrito, com todos os detalhes, o caminho percorrido pelo jovem que está a procura de sua verdadeira natureza. As muitas personagens que encontra fazem parte da saga que o leva à vivência mais profunda, o contato com sua alma espiritual. |
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PAUL, Patrick. O Segredo do Graal: Perceval e a Via da Liberação. São Paulo: Editora Polar, 2017 Este livro, escrito e revisto ao longo de muitos anos, por Patrick Paul e publicado neste mês pela Editora Polar, tem um valor formativo para aqueles que procuram aproximar a vida existencial da vida espiritual. Desvenda capítulo a capítulo e personagem a personagem, o caminho da alma que procura seu pleno desenvolvimento através do desvelamento dos símbolos que permeiam a história de Perceval que procura e encontra o Graal. Patrick Paul elabora uma ótima contextualização histórica da época que o livro foi escrito, analisa com rigor as etapas que o personagem do romance original vivencia, além de nos conduzir, junto com Perceval, para a construção da alma espitirual que pulsa dentro de todos nós. |
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BRENNER, Joseph E. Linking the Tao, biomathics and information through the logic of energy in Progress in Biophysics and Molecular Biology (2017) Joseph Brenner, membro do Centre International de Récherches et Études Transdisciplinaires – CIRET, estuda há muito tempo os desdobramentos da lógica de Stéphane Lupasco, a lógica do 3º Incluído que se constitui num dos três pilares da Transdisciplinaridade. Neste artigo ele analisa: 1) a relação entre o pensamento oriental, sua origem e diferentes vertentes e o pensamento de Stéphane Lupasco acrescido da sua interpretação da Lógica da Energia que ele chamou de Lógica da Realidade – LIR; 2) similaridades e diferenças entre as formas de aproximação ao conhecimento do Oriente e do Ocidente e suas consequências; 3) como um processo de conjunção entre esse dois modos de exploração de conceitos, tais como, Vida e Mente, estão estabelecendo uma interface entre ciência e filosofia nas áreas de informação e biomática. Para acessar o artigo clique aqui |
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Caminhos do Observador As concepções mais modernas de – linguagem, fala, escuta, palavra – nos levam, primeiramente, a caracterizar a forma como observamos o mundo e as coisas que nos rodeiam. Como observadores, não podemos esquecer que como vemos as coisas, é sempre e somente a forma como vemos as coisas, e nunca como as coisas realmente são, pois temos limitações perceptivas diversas. O tipo de observador que somos depende de inúmeros filtros que a nossa biologia nos impõe. Nossas percepções são o resultado de muitas perturbações ambientais as quais desencadeiam variadas reações em nós, reações essas que podem ser provocadas por fatores de natureza diversa, sejam elas sensoriais, nervosas, emocionais, culturais, sociais e outras. |
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Essa variante de fatores que influencia nossa percepção nos faz observadores muito diferentes, além disso, somos afetados de formas muito distintas por acontecimentos os mais diversos, o que nos torna pessoas singulares e únicas. Assim, temos que abandonar a pretensão de acesso à verdade, já que existem muitas visões de como as coisas são e não podemos afirmar qual dessas visões corresponde à própria realidade. Como seres temporais que somos, a verdade das coisas vai se revelando a nós com o passar do tempo, como se elas fossem se desencobrindo, se desvelando e, a partir dessa abertura, o novo se mostra, nos afeta e, possivelmente, a História é transformada e somos transformados com ela. |
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As percepções e observações do mundo que nos rodeia são, portanto, sempre interpretações pessoais pelas quais somos responsáveis e, poderemos ter muitas outras interpretações, uma pluralidade de perspectivas vindas de outros observadores. Qual é a visão correta ou falsa? Friedrich Nietzsche [1844-1900] nos diz que não existem normas objetivas que determinem o que é falso ou verdadeiro e, por isso, a existência humana é sempre um desafio moral onde o juízo dos observadores tem um papel primordial nesse jogo permanente. Essa afirmação confere primazia à ética sobre a verdade, o que não significa um vale tudo, um relativismo extremo, mas confere a ética um caráter fundante que se rege pelo princípio da convivência que desejamos estabelecer com os demais seres humanos, convivência essa orientada pela reverência baseada em normas de mútua legitimidade: respeito, confiança e o compromisso irrestrito com essa tarefa. A reflexão ética tem dois pontos de partida: qual o sentido que damos à vida e qual é a qualidade de convivência que desejamos estabelecer com nossos semelhantes. A forma das respostas que daremos a estas questões desenhará o nosso presente e o futuro a nossa frente. |
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UA Comunicação | UA Comunidade − Vera Lucia Laporta UA Formação − Maria F. de Mello UA Gestão 1 − Vitoria M. de Barros UA Gestão 2 − Ideli Domingues UA Publicação − Adriana Caccuri |
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