CETRANS HOJE

O LUZIR DAS APARÊNCIAS é o título de um capítulo do livro Experiência do Nada como Princípio, de Guy Van de Beuque. Diz ele que os mundos da comunicação e da informação se fundem e que nesta busca incessante que acontece pelo que ele nomeia <<troca de palavras>> o que queremos é conhecer a verdade dos fatos.  Continuando, ele escreve:

 

O mundo da comunicação atrai e converge para si tudo o que brilha. Em busca do que brilha está o homem, mas, quanto mais brilha a verdade dos fatos, mais a verdade do brilho parece escapar por entre as mãos. ... Em busca desenfreada pela verdade dos fatos, o homem esquece-se do fato da verdade. ... Cada fato novo que aparece só faz aumentar a confusão da percepção.

 

É evidente que  ao mergulharmos na quantidade estonteante a nós oferecida, no brilho enganador que nos impele a mais e mais consumir,  na rapidez com que descartamos coisas, pessoas, relações, estamos ocupando nosso precioso espaço-tempo interno e externo sem nos darmos conta do quanto este brilho absorvido é ilusório. Na profunda reflexão que faz sobre esta questão, Beuque acrescenta que:

 

A ausência da unidade das coisas e a fugacidade com que tudo se esvai em aparências apontam  para o retraimento do ser. O ser parece ter se retirado e recolhido à escuridão do nada. ... [mas] o ausente está sempre presente  ... [este]  encobrimento do ser em sua própria manifestação. ...aquele que está aparecendo, guarda em si o trunfo de não ser sendo ...

 

Quanto a esta questão, − o pensamento  vis-à-vis à estonteante realidade do fenômeno − continua Beuque, − referindo-se ao pensamento de Parmênides, Heráclito e Lao Tsé, − que  distanciando-nos das opiniões vigentes comuns, da maratona em busca da verdade, do brilho ofuscante dissimulador,  é possível  meditar sobre o <<ocultamento do ser>>. 

 

Seria, <<conhecer com a alma ela-mesma as coisas elas-mesmas>> o grande exercício do pensamento TD?  Seria  o saber daquilo que é mais revelador na existência o que livrará o homem de sua indigência, e promoverá o <<desocultamento do ser>>?

 

ACONTECIMENTOS

Ateliê de Amplificação de Histórias e Movimentos Sistêmicos

 

Em 29 de outubro p.p., Ideli Domingues ofereceu uma atividade TD denominada Ateliê de Amplificação de Histórias e Movimentos Sistêmicos. 

 

A partir da história de Adayá,: a Mulher de Mãos-Luz, os participantes foram estimulados a perceber as sensações corporais, escutando as mensagens do corpo e da alma, tudo acontecendo no compartilhar das impressões deixadas pela apresentação feita pela Idelifacilitadora, no sorver de um bom chá e em momentos de quietude.

Além disso, as imagens que surgiram por ressonância com as personagens e as experiências por elas vividas foram expandidas com a utilização de materiais de variadas naturezas e movimentos sistêmicos baseados na abordagem sistêmica para investigar, possíveis, e não pensados, caminhos de abertura para o melhor bem viver.

Biblioteca Brasiliana recebe o segundo lugar no Prêmio Oscar Niemeyer | 2016

Biblioteca Brasiliana - Foto: Nelson Kon

O Prêmio Bianual “Oscar Niemeyer” para a Arquitetura Latino-americana 2016 é entregue a uma obra construída pelo caráter exemplar do projeto, por seus valores como proposta arquitetônica e tecnológica, por sua relação com o contexto, com os aspectos sociais, culturais e ambientais. 

 

Em 2016 recebeu o primeiro lugar o edifício nomeado O Lugar da Memória, localizado em Miraflores – Lima/PE.

 

O projeto brasileiro da Biblioteca Brasiliana, de autoria dos arquitetos Eduardo de Almeida e Rodrigo Mindlin Loeb, este membro do CETRANS, recebeu o segundo lugar. A biblioteca, localizada na Cidade Universitária da USP, abriga o maior acervo particular do Brasil, com cerca de 17 mil títulos e 40 mil volumes – doados para a Universidade de São Paulo/USP por José Mindlin. O complexo também abriga o acervo do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), além de contar com livraria, cafeteria, sala de exposições e auditório para 300 pessoas.

 

A premiação aconteceu no dia 16 de novembro de 2016, na Ágora da Casa de la Cultura Ecuatoriana, durante a XX Bienal Panamericana de Arquitectura de Quito.

 

Fonte: goo.gl/RdB8DJ

Editora Polar comemora 20 anos de existência

Em 21 de novembro de 2016, a Editora Polar, situada na Vila Madalena, sob direção de Américo Sommerman, comemorou seus 20 anos de existência (1996-2016). Na ocasião, Américo falou sobre seu percurso como editor e sobre o que norteia a linha editorial da Polar.

 

A seguir, Kaká Werá e Patrick Paul trouxeram aos presentes inestimáveis reflexões sobre suas obras e ensinamentos sapienciais.

No evento foi apresentado o novo catálogo da editora, “Guia do Caminhante”, criado para facilitar ao leitor a escolha do passo seguinte e mais adequado de leitura buscando responder às questões da sua jornada de realização espiritual. Américo afirmou que cada uma dessas publicações foram cuidadosamente selecionadas, a partir de tesouros provenientes de diversas tradições de sabedoria, com o intuito de fornecer mais uma peça ao enorme quebra-cabeça do conhecimento integral do Ser Humano e do Universo e, assim, colaborar no avanço da via da Realização Interior..

 

Site: polareditorial.com.br

Premio Jabuti de Literatura

O livro A Fofa do Terceiro Andar – de autoria de Cléo Busatto – escritora, contadora de histórias e membro do CETRANS, publicado pela Editora Galera Record, foi indicado para o Prêmio Jabuti deste ano, em sua 58ª edição, na categoria “Livro Juvenil”.

 

Anteriormente, outros membros do CETRANS também tiveram suas publicações indicadas para o mesmo prêmio:

57ª Edição 2015: classificou-se em 1º lugar, na categoria “Educação e Pedagogia”,  o livro Práticas da interdisciplinaridade no ensino e pesquisa, organizado por A. Philippi  e V. Fernandes, publicado pela Editora Manole, contendo artigos de Patrick Paul e de Américo Sommerman, ambos membros do CETRANS, entre outros autores;

 

55ª Edição 2013: ficou entre os finalistas, na Categoria “Projeto Gráfico”, o livro n-1 de Adriana Caccuri - Editora Triom & Marina e Martin Harvey Editorial;

 

45ª Edição 2001: classificou-se em primeiro lugar na categoria “Ciências Exatas, Tecnologia e Informática”,  o livro Astronomia: Uma Visão Geral do Universo, organizado por Amâncio Friaça, colaborador do CETRANS - Editora Edusp.

 

Lançamento de livro

Em 10 de dezembro de 2016 teve lugar o lançamento do primeiro livro infantil Por que Máscaras? da escritora, fotógrafa e poetisa Mirian Menezes de Oliveira, membro CETRANS.

 

O livro, editado pela Scortecci Editora, foi ilustrado pela própria autora. A noite de autógrafos aconteceu no Espaço Scortecci em São Paulo.

UM PONTO DE INTERESSE

O que é a verdade?  Há muitos modos de nos aproximarmos desta difícil questão.  Abordaremos aqui quatro deles.

 

Segundo a teoria da correspondência,  verdade − a veracidade ou a falsidade de uma afirmação − é determinada a partir de como ela se relaciona com o mundo e se ela o descreve com clareza.  Uma proposição é verdadeira se ela corresponde e reflete a realidade. Por exemplo: faz sol = proposição. Isso é verdade, apenas se ao olharmos para fora e estiver um dia ensolarado = realidade. A proposição, desde que possa ser verificada, é válida. Esta teoria é baseada na evidênca, se o verificador confirma que assim o é, isto passa ser a verdade. Tal teoria afirma que, crenças verdadeiras e proposições verdadeiras, correspondem ao que está realmente acontecendo. Esta realidade está ligada a percepções registradas pelos nossos sentidos. 

Contudo, uma questão aqui se coloca: sabemos que nossos sentidos podem nos enganar? 

 

Ex.:  um jogo de futebol com o placar 0 x 0, em que nos últimos minutos  um  dos times manda a bola para o gol. Neste momento, o árbitro verifica que a bola entrou no gol e o valida,  logo o time ganhou a partida, isto é verdade. 

No mesmo instante, no registro da TV, fica evidenciado que, em realidade, havia um impedimento. Então, a verdade é: o time marcou o ponto ou não? Neste caso houve uma semelhança parcial com a realidade, mas isso a tornaria verdade?

 

Segundo a teoria da coerência, a questão da verdade é enunciada da seguinte forma: <<X é verdadeiro, se e somente se X for coerente com um conjunto de enunciados, de proposições ou de crenças>>. Dito de outra forma, isso implica que tal conjunto de enunciados a considera  verdadeira e não a contradiz. A coerência de que falamos aqui é a coerência da não contradição, é uma coerência lógica. Neste caso, se a proposição reflete ou não a realidade, não é relevante. A proposição é  considerada verdadeira se ela cabe no sistema.  Ex.: vi a  bola na mesa. Escutei a bola caindo, outra pessoa também escutou. A bola não está mais está sobre a mesa. Mais uma pessoa  também ouviu a bola caindo e as três verificam que a bola não mais está sobre mesa. Estas opiniões coincidem, então a proposição <<a bola caiu no chão>> é verdadeira, pois ela cabe no sistema.

 

Mas será que a bola caiu mesmo no chão?  E se a bola realmente estava na mesa e alguém passou por ali, a tomou na mão e a jogou no chão? Isto não é considerado? Um sistema de enunciados e de crenças poderá ter total coerência e não corresponder à realidade.

 

Segundo a teoria  pragmática, o critério da verdade não se dá nem por correspondência nem por coerência lógica. Para esta teoria, sua validade é afirmada se ela tiver utilidade; o que é considerado são suas consequências práticas. Se tal utilidade refletir ou não a realidade é de menor importância. Ex.: A pensa que ganhar dinheiro é o mais importante; se isso for bom e útil para A, é verdade para ele e pode vir a ser verdade para outros.  Se B pensa que ter amigos é mais importante que ganhar dinherio, isso se torna verdade para ele e pode vir a ser verdade para outros.  Neste caso, ambas crenças são úteis, então ambas são verdadeiras. Um exemplo mais abrangente que prova  a física quântica ser verdadeira, e por isso passar a ter aqui o caráter de exata, é que com ela pudemos construir televisores, computadores, celulares, entre outros aparelhos. Um exemplo contrário seria a refutação da validade do comunismo dado seu fracasso econômico.

 

A maior crítica a esta teoria é de que ela não considera a falibilidade da definição  pragmática da verdade, isto é, estas verdades pragmáticas não podem ser consideradas absolutas e definitivamente verdadeiras. Fica aqui evidente que existem proposições que foram consideradas verdadeiras em um dado momento e que depois foram consideradas de nenhuma utilidade e, inversamente, aquelas inicialmente consideradas falsas que ao longo do tempo se mostraram de extrema fecundidade, ex.: as descobertas de Copérnico e de Galileu.

 

Mais uma posição: verdade como Alétheia, palavra grega que quer dizer desencobrimento, desvelamento, desocultação.  Martin Heidegger desenvolve este tema com inigualável acuidade e profundidade em muitos trechos de sua magistral obra. Este é um movimento contínuo de aproximação em direção ao que ele se refere como  o originário, a essenciação do Ser, o NADA.

 

PALAVRA DO LEITOR

 

Américo Sommerman − Os CETRANS Inter@tivos – CI@s têm sido um dos meios que o Centro de Educação Transdisciplinar utiliza para divulgar a cultura transdisciplinar. O CETRANS foi criado em 1998 e, desde então, desenvolveu e implementou vários meios para fomentar a Educação Transdisciplinar no Brasil e no mundo: criação, manutenção e atualização do seu site (cetrans.com.br), publicação de livros e artigos sobre a transdisciplinaridade, realizações de eventos nacionais e internacionais, formação de formadores, projetos educativos específicos conduzidos por seus membros, entre outros.

Além dessas ações, desde 2009 os coordenadores das Unidades de Ação (UAS) do CETRANS têm publicado os CI@s quatro vezes ao ano, com grande qualidade estética, trazendo informações sobre eventos, lançamentos de livros, conceitos correlatos ao pensamento transdisciplina e, atividades de seus membros. Os CI@s, que em setembro de 2016 chegou ao seu no 30, têm se mostrado uma excelente ferramenta para, de uma maneira leve, bela e compacta, levar os bons ventos da cultura transdisciplinar para um número cada vez maior de pessoas.

Felipe Feffer − A convite da minha avó, Maria F. de Mello, e a partir do meu próprio interesse, me envolvi com o CETRANS através de algumas conversas sobre o tema Eros in Vivo. Peguei o ‘bonde andando’, pois este grupo já se reunia há meses, quando a eles me juntei pela primeira vez.

 

No entanto, depois desses seis meses de encontros, leituras, e trocas de experiências em que estive presente, reconheço que quando o assunto é energia erótica, todos ‘sentamos na janelinha’.

 

A manifestação de Eros em nossas vidas é constante, independente de idade e experiência. A atenção e a escuta apropriada, aliadas ao conhecimento das particularidades de Eros, são os fatores decisivos para perceber a presença destas forças no nosso dia-a-dia.

Espero ansiosamente pelos encontros que estão a tomar forma, pois eles servirão como fontes de novas trocas, conhecimentos e maneiras de nos relacionarmos com algo tão presente nas mais variadas manifestações do vivente.

Maria Angela Gaspari − Há alguns anos participei de um laboratório de música e níveis de realidade mediado por Maria F. de Mello. Simplesmente participei, ignorante da TD. No entanto,  pensei nos diversos materiais, além da música, que possibilitam o  trabalho em diferentes dimensões nas Oficinas de Criatividade: contexto  terapêutico  em  que se 

produz arte com liberdade, em que se dialoga com os materiais em mão dupla, onde não se cobra a produção estética. Retomei o estudo que trata da aplicabilidade dos materiais utilizados na Arteterapia, denominado de Continuum das Terapias Expressivas − ETC,   formulado por  Lusebrink (1978) como um modelo conceitual de expressão e interação com o meio material, em diferentes níveis de processamento de informações e expressão de si mesmo, fazendo um paralelo com os Níveis de Realidade da TD. Tal modelo nomeia os seguintes níveis do ETC: sensório/motor, perceptual/afetivo, cognitivo/simbólico e crivativo ou espiritual. Tal estudo facilita  a escolha do  material e técnica a serem utilizados nas Oficinas de Criatividade,  levando em conta a necessidade de cada pessoa. Pergunto-me então: nesse sentido, é a Arteterapia transdisciplinar?

 

[Lusebrink, Vija Bergs. Imagery and Visual Expression in Therapy. New York and London Plenum Press, 1990]

REFLEXÃO PESSOAL

de Ideli Domingues – Membro CETRANS

 

Dança: o corpo na vida cotidiana

 

O duende... Onde está o duende? Pelo arco vazio entra um ar mental que sopra com insistência sobre as cabeças dos mortos, a procura de novas paisagens e acentos ignorados; um ar com cheiro de saliva de menino, de erva pisada e véu de medusa que anuncia o constante batismo das coisas recém-criadas.                                        

 Federico Garcia Lorca

 

Este texto iniciou minhas questões sobre a Transdisciplinaridade − TD, em meu cotidiano. Eu não sou dançarina profissional, mas gosto de mexer meu corpo ao som de um ritmo e isso me traz muito, muito prazer. E, desta perspectiva, é que gostaria de explorar a TD.

 

Durante o período de  dez anos ou mais fiz dança egípcia, mais conhecida como dança do ventre, e há quase quatro anos, faço dança cigana. Não danço para me apresentar publicamente,  mas pela alegria que me toma ao dançar. Na minha aula de dança a professora se refere constantemente ao “duende” que nos habita. E é preciso, segundo ela, não nos apegarmos à coreografia, mas a esse “algo” que nos preenche. Fui, então, ler Frederico Garcia Lorca que, em 1933, proferiu numa conferência em Buenos Aires, sobre a teoria do duende. Ele nos fala de um velho mestre violinista que o descreve da seguinte maneira: “O duende não está na garganta; o duende sobe por dentro, desde a planta dos pés”. Acrescenta ele que Goethe se refere ao duende quando diz:

 

Poder misterioso que todos sentem e que nenhum filósofo explica. ... Ou seja, não é uma questão de faculdade, mas sim de verdadeiro estilo vivo; ou seja, de sangue; ou seja, de velhíssima cultura, de criação em ato.

 

Nestes momentos de extremo enlevo a sensação é que o nível físico do corpo é expandido para algo sem palavras, é uma experiência tão intensa do SI MESMO que tudo ao redor se perde, o olhar do outro não tem a menor importância. É você e o que ocorre COM VOCÊ que ocupam o lugar de figura. Muitos aspectos em mim foram curados neste processo. Maria Fux (1983) descreve essa meta como a “busca da totalidade”.

 

Quando me deparei com Isabel Allende na obra La Isla bajo el mar, a autora destaca um homem  chamado  Honoré com mãos deformadas, o que lhe gerava muitos sofrimentos  e  que  para  combatê-los  tomava

tafia, uma espécie de aguardente, para suportar as dores que a locomoção gerava. No entanto, com a música se transformava, pois “levava os sons no corpo”. Assim passou algumas de suas experiências para Zarité, a principal personagem feminina dessa obra  e lhe dizia uma frase que me encantou muito e me fez ler esse livro em espanhol, graças à sonoridade das palavras:  “Baila, baila, Zarité, porque esclavo que baila es libre... mientras baila”. 

 

No I Ching, O Livro das Mutações de Stephen Karcher, embora não o compreenda em profundidade, fico tocada com algumas de suas figuras e propostas de meditação.  Esta obra é dirigida em particular “àqueles que estão encontrando o Caminho por meio do amor, da interação e do relacionamento.”  Não irei, aqui, refletir sobre ela, mas sobre um hexagrama que seria uma espécie de organizador de seus textos. Um deles, acredito poder esclarecer tudo o que vivencio em meu corpo com a dança, e dispensa interpretações. É o hexagrama 58 traduzido como Abertura, Tui.

 

Abertura conduz por meio da alegria e das palavras de incentivo, da magia e do prazer, da canção e da dança. Ele sente o espírito no corpo. Ele sente o espírito no corpo e o representa com palavras. São as brumas que se elevam e as águas abertas. Ele alegra todas as coisas que a acolhem. É uma dançarina e uma ovelha. (KARCHER, Stephen, 2004, p.276)

 

Referências Bibliográficas

 

ALLENDE, Isabel. La isla bajo el mar. Buenos Aires: Sudamericana, 2011.

FUX, Maria. Dança, experiência de vida. São Paulo: Summus, 1983.

GARCIA-LORCA, Federico. Teoria e jogo do duende. Tradução de Lara Mantoanelli Silva, em goo.gl/QWaQQY 

KARCHER, Stephen. I Ching para a vida amorosa. Rio de Janeiro: Record: Nova Era,2004.

Imagem: Flamenco Dancer https://goo.gl/ccJQqe 

UNIDADES DE AÇÃO - UAS

UA Comunicação

Na primavera de 2016, em que o CETRANS passou por reestruturação,  o papel da UA Comunicação tornou-se relevante no sentido de registrar, divulgar, conservar ideias e ações de interesse e com sentido para seus membros e sua comunidade. 

 

A atuação desta UA atende aos propósitos do CETRANS de “ancorar” e “irradiar” saberes, como Centro de Educação Transdisciplinar.

A Comunicação enfatizou como tema o foco para o ano de 2016 ‒ «Cultura TD», o que nos proporcionou a aproximação de várias personalidades com suas inovadoras pesquisas TD, capazes de despertar o interesse de pessoas de formações as mais variadas, de distintas idades e localidades.

 

Surgiram, com isso, novas demandas a serem atendidas. Ferramentas da WEB e de Informática, as mais diversas – que hoje pululam aos nossos olhos –, e novas maneiras de publicação e exposição, precisaram ser articuladas. Atualmente, faz-se necessário encurtar distâncias e atingir um público que cresce a cada ano, uma vez  que o CETRANS alcança, se relaciona e mantém vivo o contato com pessoas de vários locais do Brasil e do mundo. Dentre estes recursos mediáticos foram intensificados o uso do Site, Mailing, Facebook, Twitter, Youtube,  Periscope, Shoutout,  PodOmatic, ISSUU, e Álbum de Fotos on-line.

 

Esta UA também continuou com seu trabalho de produção e veiculação de mensagens em datas especiais, convites para palestras, edição do folder da Assembleia de Membros CETRANS 2016, além de montagem de Plataforma de EAD CETRANS em ambiente MOODLE, que atualmente está disponível para ser utilizada por membros que desenvolvam projetos em parceria com o CETRANS.

 

UA Comunidade

Desde agosto de 2016,  eu,  Lali Jurowsky, enquanto coordenadora desta Unidade de Ação, venho me familiarizando com as atividades  das  UAs  e,  em  particular,  desta   UA.   Nesse processo,   muitas   vontades  e      dúvidas emergiram: como cuidar da Comunidade  CETRANS,  fortalecer  laços, au-

mentar a participação e troca entre os membros? Como avivar a chama para que ela

se fortaleça e atue como uma Comunidade TransD?

Como fazer para que os Membros se lembrem de compartilhar suas atividades, para que haja interlocução? Como usar com eficiência as ferramentas de comunicação digital de maneira a não avassalar os Membros, mas despertando a curiosidade e convidando-os à ação?

 

Sei que as indagações irão sendo respondidas, recriadas, descartadas e substituídas. Nesse sentido, a última Assembleia Geral foi importante para que os presentes fertilizassem o terreno das trocas entre Membros. Que essa fertilização em momento tão importante da vida do CETRANS resulte, transdisciplinarmente, em formas de fortalecer a Alma do Grupo e sua capacidade de atuação no presente.

UA Formação

Encontros TD −  Águas mineromedicinais e qualidade de vida:  no dia 22 de outubro de 2016, a Dra. Sandra de Freitas, engenheira química, psicanalista clínica, especialista em Medicina Integrativa e aconselhadora Biográfica, abordou o tema Água nas suas relações com ingesta, banhos e inalação.  Após apresentar dados que configuravam a situação da água no planeta Terra, seu uso e riscos enquanto recurso finito e  qualidade, ela explorou de forma extremamente elucidativa a questão de água e frequência, PH e sua  função na alimentação. Ela também diferenciou alimento e produto alimentício e as consequências determinantes que sua qualidade imprime na saúde física e psíquica das pessoas e da sociedade.

Encontros TD – Sobre o Corpo: Carla Oda, fisioterapeuta e mestre em Psicologia Social, foi a palestrante do encontro realizado no dia 19 de novembro. Ela iniciou sua fala  apresentando  o processo formativo do corpo enquanto  estrutura muscular e óssea. Depois, abordou  questões relativas às memórias  emocionais  e psíquicas nele registradas, a importância da construção de  vínculos saudáveis e as consequências comprometedoras quando rupturas ocorrem  em todo o processo de  seu desenvolvimento. As estatísticas oficiais apresentadas, principalmente em relação à realidade da população jovem e a precariedade do cuidado com a saúde foram estarrecedoras. Como parte da preparação do corpo para receber o conteúdo e para encerrar as atividades, Carla trouxe Haroldo Outa, que executou em violão, ao vivo, duas maravilhosas melodias, uma para abrir e outra para fechar os trabalhos. Fez parte de sua apresentação uma sessão de exercícios físicos que mostraram na prática vários dos conceitos aportados. Que bela forma de terminar os Encontros TD  2016 no CETRANS − Cultura TD uma vez que o corpo é uma grande superfície de revelação  do que ela é!

Curso − Sonhos e Processo Alquímico:      de setembro a dezembro de 2016, o Dr. Patrick Paul, deu continuidade ao tema já explorado no primeiro semestre sobre o Tratado da Pedra Filosofal de Lambspring, por meio de  discurso progressivo, tratou as figuras IX a XV constantes  no  seu livro de mesmo nome,   Volume II. 

 

Este curso culminou  com uma  reflexão  valiosíssima sobre o <<Inconsciente Corporal>>, a <<Pedra dos Filósofos>> e, também, sobre a função do inconsciente em si no processo de autoconhecimento. 

Após um ano debruçados sobre este tema, ficou evidente a todos os presentes a realidade do quanto n expressões de tantos esquemas de tradições sapienciais conversam umas com as outras de forma coerente, instigante e reveladora. Neste sentido, citamos aqui apenas algumas delas: o I Ching, a Cabala, a Tradição da Cavalaria  que, apesar de usarem  formas  específicas e extremamente diferentes uma das outras, aprofundam as mesmas questões cruciais multidimensionais da Realidade e, também o Real. Isso contudo, exige  a atitude TD de rigor, abertura, tolerância e o cuidado em <<relativizar radicalmente, sem relativismos>>, como  dizia Raimón Panikar.

A Assembleia Anual CETRANS – 2016 foi realizada no dia 26 de novembro. Da pauta constaram os seguintes itens: prestação de contas; atividades prospectadas, realizadas,  não realizadas e aquelas não prospectas e realizadas; planejamento CETRANS a curto, médio e longo prazo, a saber para 2017, 2018 e 2019, respectivamente. O ponto alto desta ocasião foi a apresentação pelas  coordenadoras das UAs – Comunicação, Comunidade, Gestão, Formação e Publicação −  da CURADORIA CETRANS.

 

Para o CETRANS a palavra CURADORIA evoca a ideia de <<cuidar>> no sentido de <<curar>>.  Curar é tornar-se mais próprio, mais originário. Cuidar é uma qualidade muito humana, que torna possível a cura. O curador vê este processo como uma arte. Curadoria está intimamente ligada à noção de Ética e Estética. Há sempre uma realidade à qual o curador atende e ela é material e imaterial. A ação do curador apesar de ser altamente subjetiva, também é intrinsicamente fundamentada em suas experiências e em suas utopias. A Curadoria, quanto mais contextualizada e atualizada, maior brilho terá. Ela não é uma promessa, ela é uma ação promissora.

 

A reunião dos membros do CETRANS  é sempre um momento de diálogo, revitalização e fertilização cruzada. E assim foi o que aconteceu nesta Assembleia. A expressão de cada membro é vital para que o CETRANS aconteça.

Caminho Meditativo para Jovens:  Ideli Domingues e Maria F de Mello ofereceram esta atividade TD no ano de 2016. Neste processo, as práticas foram sendo esculpidas a partir do momento da existência e da demanda do próprio jovem. Uma vez confirmada a validade e pertinência destes encontros, anunciamos que em 2017 esta atividade terá continuidade e estará aberta aos jovens interessados.

 

Contato: ideli.domingues@gmail.com

UA Gestão

O trabalho que vem sendo realizado na Coordenação do CETRANS através das Unidades de Ação − UAs  neste últimos anos,  além de estudos sobre Governança e Gestão, que alguns coordenadores têm aprofundando ao longo do tempo,  mostrou que uma mudança se fazia necessária na gestão da comunidade. 

 

Em 2015, na Assembleia Geral, a UA Gestão foi dividida em dois níveis de trabalho:  Gestão de  1ª  e  de  2ª Ordem, com o intuito de melhorá-la e torná-la mais eficiente.

Uma Gestão de 1ª Ordem diz respeito ao Planejamento, Organização, Implementação e Avaliação das ações das UAs e do CETRANS, visando comando e controle; uma Gestão de 2ª Ordem diz respeito  a aspectos fundantes de extrema importância para a formação, manutenção e coesão do grupo como a Autorreferência, Distinções, Autopoiesis, Processo de diagonalização e Observação de 2ª Ordem.

 

Feita esta divisão, a coordenação percebeu que realizar o trabalho de gestão nesses dois diferentes níveis demandaria, tanto na estruturação como nos processos e nas metas, esforço e diligência de competências muito heterogêneas. Seria mais eficiente e funcional se duas pessoas pudessem exercer esta função. Foi proposta, então, uma modificação nos Parâmetros Normativos durante a Assembleia Geral de 2016, contemplando essa mudança, que foi aceita por todos os membros presentes. Foram designadas Vitoria Mendonça de Barros para a gestão de 1ª Ordem e Ideli Domingues para gestâo de 2ª Ordem.

 

Um pouco mais sobre a Gestão de 2ª Ordem:

 

Eu Ideli Domingues, ao assumir esta gestão e, reli o livro de Mario Sergio Cortella "Qual é a tua obra?". Isso me levou a pensar no CETRANS e refletir sobre minha nova função de gestora. Percebi que havia conexão com o nosso momento pós-assembleia CETRANS 2016, e nos nossos rumos enquanto  coletividade, na perspectiva TD. Recortarei apenas um trecho desse acervo de ideias tão belas e profundas:

 

Etimologicamente a palavra ‘trabalho’ em latim é labor. A ideia de tripalium aparecerá como sendo, de fato, forma de castigo. Mas a gente tem de substituir isso pela ideia de obra, que os gregos chamavam de poiesis, que significa minha obra, aquilo que faço, que construo, em que me vejo. A minha criação, na qual crio a mim mesmo na medida em que crio no mundo. (CORTELLA, 2015, p.21)

 

Estas ideias se aplicam não apenas diante de fatos trágicos como o desastre de avião que causou a  morte de muitas pessoas, inclusive de  jovens e promissores jogadores de futebol do time Chapecoense, mas também perante o que estamos dando forma, esculpindo como pessoas irmanadas em um ideal que a Marca e a Egrégora CETRANS convocam. Cito como exemplo, os membros presentes na Assembleia do dia 25 p.p. e aqueles por ele representados: podemos, e vou até arriscar o “devemos”, nos perguntar e permitir que a resposta surja espontaneamente: Qual é a minha criação? O que eu faço e que pode também tornar o mundo mais habitável e ...”humano” no melhor sentido DE MIM, enquanto vivo e pulso?

 

UA Publicação

UA Publicação desde outubro de 2016 está sob minha coordenação, Adriana Caccuri. Desde então, tenho me  perguntado o que significa publicar – do latim publicāre − sem entrar na significância do termo, mas observando uma passagem que marca um espaço-tempo dos manuscritos, do impressos e recentemente do digital. Na publicação − publicatio-ōnis − há uma ação que vai à procura da sua reprodução – representação − interpretação,  através das tintas, no impresso, que permanece no CETRANS, e através da luz neste tão amplo w.w.w.

A luz. Aquela outra Luz... A Luz,  que inclui também sombras, faz-se necessária  na publicação digital em livros, revistas, jornais, boletins, que possuem antes uma letra “E”, um anglicismo, que nos apresenta, por exemplo um E-book: versão eletrônica de textos e imagens.

 

Novo Design. Nova linguagem que apenas começa a surgir. Um processo acelerado que vai se descobrindo em um movimento, muito mais que acelerado, na tendência atual de um formato eletrônico iniciado na década dos anos 90 com o desenvolvimento da w.w.w. e do html. Nele, o conhecimento é difundido, incontrolável e exige reconhecimento da necessidade de um modelo responsivo para criar usuários mobile.

 

Dentro deste novo momento, uma nova arquitetura vai surgindo, com novas soluções técnicas, em novos projetos que:

 

seguindo modelos responsivos sensíveis à luminosidade, à temperatura, às cores, e as pessoas podem utilizar modelos responsivos para criar  uma interface sensível ao dispositivo, ao tamanho e à orientação de tela, capacidade das cores à luminosidade do ambiente, ao comportamento dos olhos, aos leitores da tela e a muitas outras variáveis da relação homem-interface.   [Mauricio Samy Silva, Novatec, 2014]                         

 

Tenho muito por aprender, caro leitor! E o que segue, escrito há um tempo atrás por mim mesma, volta  a ter sentido nesta nova função que hoje ocupo:

 

O Interesse pela vida. A compreensão do  ser humano. A máquina que nos trans-forma. As possibilidades da interpretação. A busca constante que me motiva ao ir à procura da compreensão do que somos. O olhar para o nexo, o que está entre, através e além das disciplinas...”O nexo o nexo o nexo o nexo o nex”, como bem expressa Haroldo de Campos em A máquina do mundo repensada.

CETRANS RECOMENDA

A Coleção Psicologia, laicidade e as relações com a religião e a espiritualidade, editada pelo Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRPSP), em 2016, foi um projeto coordenado por Luiz Eduardo Valiengo  Berni, membro  fundador  do CETRANS,

e realizado em parceria com diversas universidades de São Paulo e do Brasil, dentre as quais se destacam a USP, PUCSP, UNICAMP e UNIP, além de associações profissionais.

 

A obra de caráter transdisciplinar, em três volumes, disponível gratuitamente no site da www.saraiva.com.br (clicar em psicologia  e      e laicidade) foi desenvolvida em quatro eixos,  

a partir de seminários dialógicos realizados pelo CRPSP em 2015: 1) Psicologia, Laicidade e Políticas Públicas; 2) Psicologia, Religião e Direitos Humanos; 3) Na Fronteira da Psicologia com os Saberes Tradicionais: Práticas e Técnicas e 4) Psicologia, Espiritualidade e Epistemologias Não-Hegemônicas. partir de seminários dialógicos realizados pelo CRPSP em 2015: 1) Psicologia, Laicidade e Políticas Públicas; 2) Psicologia, Religião e Direitos Humanos; 3) Na Fronteira da Psicologia com os Saberes Tradicionais: Práticas e Técnicas e 4) Psicologia, Espiritualidade e Epistemologias Não-Hegemônicas.

Danças dos Florais de Bach de Anastasia Geng, editado pela Editora TRIOM em 2016, é o segundo volume da coleção Danças Circulares. Este livro resgata o trabalho de duas pessoas, o médico Edward Bach e a terapeuta Anatasia Geng que se inspiraram  na sabedoria da natureza para buscar a saúde e o compartilhamento do cuidado nas relações com a vida. São 38 florais e 38 danças coreografadas, cada uma correspondendo a um floral específico contendo  uma   explicação de como,  por que e com qual intenção cada dança foi concebida, além de uma explicação da própria coreografia. Todas as 38 danças constituem uma ajuda para o ser humano que busca a harmonia e a integração de seus corpos físico, emocional, mental e espiritual.

Ensino, Pesquisa e Inovação: Desenvolvendo a Interdisciplinaridade, que tem por editores Arlindo Philippi Jr. (USP), Valdir Fernandes (UTFPR) e Roberto C. S. Pacheco (UFSC), é o terceiro livro de uma trilogia sobre a inter e  a  transdisciplinaridade publicado  pela CAPES, a USP, a UFSC, Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa e Pósgraduação e a Editora Manole. O primeiro: Interdisciplinaridade em Ciência, Tecnologia e Inovação, enfatizou os aspectos teóricos e metodológicos; o segundo: Práticas da Interdisciplinaridade no Ensino e na Pesquisa, trata das práticas de ensino e pesquisa da inter e da transdisciplinaridade.

 

Este terceiro apresenta pesquisas e reflexões sobre duas novas formas de conhecimento nas instituições de ensino, pesquisa, fomento e avaliação. Os dois primeiros livros da trilogia tiveram  artigos  de  membros  ou  de pessoas 

próximas ao CETRANS: Patrick Paul, Américo Sommerman, Augusta Teresa Alvarenga, Magali de Souza Alvarez. Este terceiro tem artigos de Pascal Galvani, Ana Cecilia Espinoza Martinez,  Akiko Santos e Ana Cristina de Souza Santos. Esses três livros passam a ser uma referência maior para as pesquisas e práticas da inter e da transdisciplinaridade a serem desenvolvidas no Brasil.

Les relations homme-nature dans la transition agroécologique, Aurélie Javelle (coord.), Éditions Harmattan. Paris, 2016: Face à crise do meio ambiente, o humano procura vias para sair do imapasse que ele mesmo construiu. A agricultura está entre os meios considerados vitais para ajudá-lo a construir um novo caminho. Este livro parte do princípio que a transição em direção à práticas agrícolas que respeitem a natureza não serão duráveis se não se levar em conta os fatores culturais e os sistemas de valores induviduais e coletivos dos atores sociais envolvidos nesse processo.

 

Ele se endereça à todas as pessoas interessadas em questionar suas relações com o meio ambiente e, certamente, trará uma contribuição à uma transição agro-ecológica mais eficiente.

CALENDÁRIO
ESPÍRITO TRANSDISCIPLINAR

Ritual e a natureza sagrada da vida

 

Este é um tempo de mudanças, de transformações externas e principalmente internas. Nossa cultura e tecnologia está se transformando cada dia que passa e isso traz consequências para a vida pessoal, familiar e social de todos nós. As ciências físicas e humanas se desenvolveram e mostraram que as certezas intelectuais dos últimos séculos já não são inquestionáveis e os novos conhecimentos abalaram as ideias fixas a respeito da racionalidade e da natureza da existência. Reconhecemos que o universo é multidimensional e multirreferencial e que, como partícipes dele, também temos essa mesma natureza. Vivemos imersos em diferentes níveis de realidade e essa experiência nos abre horizontes nunca imaginados de grande complexidade o que exige um alargamento e um aprofundamento dos níveis perceptivos de nossa consciência.

 

Essa nova realidade que se descortina exige de nós encontrar uma nova autenticidade que leve em conta essas mudanças, mas que pedem de nós o trazer de volta à nossa consciência a dimensão sagrada da vida honrando nossa liberdade individual e nosso crescimento pessoal. É nesse novo contexto que o ritual tem um lugar muito especial, pois a cada repetição que fazemos de um rito celebramos a beleza e a sacralidade da vida.

 

A celebração dos ciclos vai se dar através de um rito, de um ritual que repetimos a cada novo acontecimento que volta a ocorrer no tempo: um rito é um recordar e um refazer de uma ação que tem pleno significado para quem o realiza, é a imanência de um mistério que se encontra na raiz de tudo que nos cerca e para além de tudo que existe. Esta ação pode perder todo o sentido se for reduzido à monotonia ou à rotina, pois a presença plena do praticante é condição essencial para que o ritual aconteça. 

Temos muitos ciclos a celebrar: as luas cheias e novas que se renovam todos os meses trazendo a experiência interior de nossas luminosas possibilidades: momento de lançar nossas sementes e comungar com o que está próximo e além de nós; os equinócios de primavera e outono que são as oportunidades de reflexão e de cultivo da alma que recebemos todos os anos; os solstícios de verão e inverno, quando um mundo de possibilidades surge para compreendermos e fazermos as mudanças necessárias, pois são momentos que ressaltam a nossa relação com o sol uma vez que somos seres que dependem da sua luz e de seu calor para viver, florescer.

 

A Lua Cheia nos convida a um trabalho interior e meditativo que nos ajuda a aumentar nosso foco no serviço espiritual – serviço de trabalhar com fontes de energia para curar e facilitar o crescimento de toda a vida na Terra.

A Lua Nova é um período para profundo estudo meditativo de contemplação, propicio para fazer uma cuidadosa introspecção – tempo de investigação e reflexão. Nos equinócios, pensamos primeiramente na vida desabrochando na primavera, depois da semente ficar enterrada na terra por muito tempo e também como somos gratos pelos frutos saborosos que ficaram tanto tempo amadurecendo para finalmente podermos aproveitá-los no outono. Nos solstícios, pensamos na viagem do Sol como a viagem simbólica da alma humana, isto é, o Sol vive para que possamos viver e ele morre no solstício de Inverno apenas para ressuscitar, atingir o pico na vida dinâmica no solstício de Verão e, então, começar a morrer de novo, o que nos lembra os processos de morte e ressurreição.

 

Vamos celebrar!

 

 

São Paulo - SP, Brasil

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